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Yslane Costa - Medicina AVALIAÇÃO DO RN, APGAR, MANOBRAS; ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR E RESPIRATORIO DO RN; ENLEAMENTO E ALOJAMENTO CONJUNTO. Analisar a avaliação do RN, considerando o apgar e as manobras iniciais na escala igual ou maior que 7 na sala de parto Características em que tem maior nível de RN ser de risco: • Baixo nível socioeconômico. • História de morte de criança menor de 5 anos na família. • Criança explicitamente indesejada. • Mãe adolescente (<20 anos). • RN pré-termo (<37 semanas). • RN com baixo peso ao nascer (<2.500 g). • Mãe com baixa instrução (<oito anos de estudo). Sugerem-se os seguintes critérios para identificar o RN de alto risco: • RN com asfixia grave ao nascer (Apgar <7 no 5o min). • RN pré-termo com peso ao nascer <2.000 g. • RN <35 semanas de idade gestacional. • RN com outras doenças graves. Atenção qualificada ao parto Aompanhamento adequado do trabalho de parto, utilização do partograma, promoção do trabalho de parto fisiológico evitando-se intervenções desnecessárias que interferem na sua evolução (como ocitocina endovenosa de rotina, restrição ao leito, jejum, entre outras) e assistência adequada na sala de parto. Destacam-se ainda: - Direito a acompanhante da gestante e puérpera durante o trabalho de parto e parto(Lei Federal n° 11.108, de 7 de abril de 2005) e para o bebê,com garantia de alojamento conjunto, inclusive se for necessária a internação do bebê. - Promoção do contato mãe-bebê imediato após o parto para o bebê saudável, evitando- Yslane Costa - Medicina se intervenções desnecessárias de rotina e que interferem nessa interação nas primeiras horas de vida; estimular o contato pele a pele e o aleitamento materno na primeira hora de vida. Preparo para a assistência • Realização de anamnese materna. • Disponibilidade do material para atendimento Deve ser preparado, testado e estar disponível, em local de fácil acesso, antes do nascimento. Esse material é destinado à manutenção da temperatura, aspiração de vias aéreas, ventilação e administração de medicações. A temperatura ambiente na sala de parto deve ser, no mínimo, de 260C • Presença de equipe treinada em reanimação neonatal Yslane Costa - Medicina Avaliação da vitalidade ao nascer Gestação a termo? Ausência de mecônio(substância verde-escura, constituída por muco, enzimas e sais de bile, que se encontra no intestino)? Respirando ou chorando? Tônus muscular bom? A determinação da necessidade de reanimação e a avaliação de sua eficácia dependem da avaliação simultânea de dois sinais: • Respiração. (deve ser de maneira regular e suficiente para manter a FC 100bpm) • Frequência cardíaca (FC) (Avaliada geralmente por meio de ausculta do precórdio) Nos RNs que não precisam de procedimentos de reanimação ao nascer, a saturação de oxigênio com um minuto de vida situa-se ao redor de 60% – 65%, só atingindo valores de 87% – 92% no quinto minuto de vida. Boletim de Apgar - Não deve ser utilizado para determinar o início da reanimação nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento - Se o escore é inferior a sete no quinto minuto, recomenda-se sua aplicação a cada cinco minutos, até 20 minutos de vida BPM – batimentos por minuto; VPP – ventilação com pressão positiva com balão/ventilador manual e máscara; CPAP – pressão positiva contínua nas vias aéreas; IOT – intubação traqueal; M. Cardíaca – massagem cardíaca; Adren./Expansor – Adrenalina/Expansor de volume - A frequência respiratória média é de 40 a 60 incursões por minuto (contada em 1 minuto) - A frequência cardíaca varia, em média, de 120 a 140 bpm. RNs em repouso com Se a resposta é sim a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de manobras de reanimação Yslane Costa - Medicina frequência cardíaca acima de 160 bpm (taquicardia) devem ser mais bem avaliados. - Desconforto respiratório: avalia o esforço e ritmo respiratório. A presença de dificuldade respiratória pode revelar tanto comprometimento pulmonar (doença de membrana hialina, aspiração de mecônio, pneumotórax, etc.) como extrapulmonar (acidose, malformação cardíaca, hérnia diafragmática, atresia de coanas, etc.). - Traumas obstétricos: lesões de pele, de partes moles, fraturas, lesões do sistema nervoso central, do sistema nervoso periférico e lesões viscerais. - Defeitos externos: malformações externas que exigem atendimento de urgência, como onfalocele, gastrosquise, extrofia de bexiga, meningomielocele, síndrome de Pierre- Robin. - Exame dos orifícios: atresia de coanas; atresia anal, atresia esofágica. - Exame da placenta e cordão umbilical: as alterações grosseiras na placenta e cordão umbilical podem auxiliar no cuidado neonatal e contribuir para o esclarecimento diagnóstico de situações como desnutrição, asfixia, infecções, etc. Apgar de 1 e 5 minutos acima de 7, recomenda-se que após 1 hora de contato pele a pele, sejam verificados: Exame dos orifícios: permeabilidade dos orifícios naturais do corpo para o diagnóstico de fenda palatina, atresia de esôfago e anomalias anorretais. Medidas do RN: realizar mensuração do peso de nascimento, A Antoprometria (comprimento, perímetro cefálico e torácico ) poderão ser postergados e realizados no momento antes do primeiro banho e comparar essas medidas com curvas padrões. Determinação da idade gestacional: a estimativa da idade gestacional permite a classificação do RN como a termo, pré-termo, ou pós-termo e auxilia no estabelecimento de risco de comprometimento neonatal ou de desenvolvimento em longo prazo. Esta estimativa é feita através do cálculo da amenorréia, que pode ser confirmada por vários métodos como a ecografia fetal, avaliação clínica e/ou neurológica, determinação da idade radiológica pelo aparecimento dos núcleos de ossificação, nível de hemoglobina fetal, eletrencefalograma, entre outros A discrepância da idade gestacional entre os vários métodos impõe a necessidade de se considerar a melhor avaliação. Dentre as várias possibilidades, a primeira escolha se baseia na amenorréia, desde que a informação seja confiável, seguida por ecografia fetal precoce (antes de 12 semanas) e pela avaliação clínica. Método New Bollard POSTURA – Com o RN em repouso, observar a atitude dos 4 membros. O. Deflexão total dos 4 membros. 1. Flexão ligeira dos quadris e joelhos. 2. Flexão moderada ou acentuada dos membros inferiores e discreta flexão do antebraço. 3. Membros inferiores em flexão, quadris abduzidos, com membros superiores com alguma flexão (posição de batráquio). 4. Os quatro membros apresentam flexão igual e forte. ÂNGULO DE FLEXÃO DO PUNHO – Flexionar a mão sobre o punho, exercendo pressão suficiente para obter o máximo de flexão possível. Medir o ângulo entre a iminência hipotenar e a face anterior do antebraço. RETRAÇÃO DO BRAÇO – Flexionar ao máximo o antebraço durante 5 segundos, em seguida estender ao máximo através de tração das mãos, soltando em seguida observando o ângulo entre o braço e antebraço. ÂNGULO POPLÍTEO – Com o RN em decúbito dorsal e a pelve apoiada na superfície da mesa de exame, a perna é flexionada por completo sobre a coxa com uma Yslane Costa - Medicina das mãos, e com a outra mão a perna é estendida, observando-se o ângulo obtido. SINAL DO XALE – Com o RN em decúbito dorsal, segurar umas das mãos e levá-la o máximo possível em direção ao ombro do lado contralateral. Permite-se levantar o cotovelo sobre o corpo. A contagem de pontos se faz segundo a localização do cotovelo. Menos 1: cotovelo ultrapassa a linha axilar do lado oposto. O: cotovelo atinge a linha a linha axilar anterior contralateral. 1: permanece entre a linha axilar contralateral e a linha média. 2: cotovelo na linha média do tórax. 3: cotovelo não chega àlinha média do tórax. MANOBRA DE CALCANHAR-ORELHA - Levar um dos pés ao máximo possível em direção à cabeça, mantendo a pelve sobre a mesa. Método de Capurro Usado para todos os recém-nascidos do alojamento conjunto com base nos dados da tabela abaixo. A avaliação da idade gestacional em semanas, é feita com a soma do total de pontos obtidos mais 204 e o resultado dividido por 7. Assistência ao RN a termo com boa vitalidade ao nascer Está respirando ou chorando e com tônusmuscular em flexão, sem a presença de líquido amniótico meconial, a criança apresenta boavitalidade e não necessita de qualquer manobra de reanimação. - O RN a termo com boa vitalidade deve ser secado e posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por, no mínimo, um minuto, até o cordão umbilical parar de pulsar (aproximadamente três minutos após o nascimento), para só então realizar-se o clampeamento. Yslane Costa - Medicina - Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da mãe como fonte de calor, garantindo-se que o posicionamento da criança permita movimentos respiratórios efetivos. O contato pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 260C, reduz o risco de hipotermia em RNs a termo que nascem com respiração espontânea e que não necessitam de ventilação, desde que cobertos com campos preaquecidos. Nesse momento, podem-se iniciar a amamentação. Após a realização dos cuidados de rotina na sala de parto, a serem relatados ao final do texto, o RN, em boas condições clínicas, deve ser encaminhado com a mãe ao alojamento conjunto. Curvas de Fenton Valores de peso, perímetro cefálico e comprimento de recém-nascidos. Avaliar desde o estado de nutricão intrauterino ao crescimento pós-natal, ou seja, de 24 semanas de gestacão até 50 semanas de idade pós-menstrual de um prematuro (até 10 semanas após termo), na sequência são suavizadas para a curva da Organizacão Mundial da Saúde (OMS) de 2006. São específicas para cada gênero (meninas e meninos), estratificadas em percentis (3 a 97), quantificam desvios acima ou abaixo do esperado e definem um padrão ideal a partir do cálculo do escore-z. 1ª parte da curva (23 a 40 semanas): padrão do crescimento ideal (intrauterino). Metanálise de estudos 1990 - 2007 com somatometria ao nascer, de 6 países desenvolvidos 2ª parte da curva (40 a 50 semanas): referência (crescimento real de crianças em condições ideais) com base nas Curvas longitudinais da OMS Grande para idade gestacional (GIG) Pequeno para idade gestacional (PIG) Adequado para idade gestacional (AIG) Curvas Intergrowth Escrevem como crescem os recém-nascidos sem anormalidades, são adequadas para prematuros com idade gestacional acima de 33 semanas porque O Intergrowth-21st Consortium também publicou padrões de crescimento para peso de nascimento e gênero de neonatos na faixa de idade gestacional de 33 a 42 semanas de gestac¸ão, mas não para prematuros abaixo de 33 semanas, uma vez que muito poucos nascimentos ocorreram antes de 33 semanas. A partir de 27 semanas? Idade gestacional a partir de ultrassonografia precoce Medidas antropométricas com técnica padronizada, com instrumentos adequados e calibrados Fatores de inclusão: RN único Mães saudáveis, pré-natal iniciado antes de 14 semanas submetidos às práticas recomendadas de cuidado neonatal (standardization of neonatal clinical practice - BJOG, 2013) Submetidos às práticas recomendadas de alimentação e nutrição (sociedade europeia de pediatria, gastroenterologia, hepatologia e nutrição) Cuidados de rotina após a estabilização clínica do RN na sala de parto Os seguintes procedimentos devem ser realizados em sequência: Yslane Costa - Medicina Laqueadura do cordão umbilical. Fixar o clamp à distância de 2 a 3 cm do anel umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida em álcool etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%.11 Em RN de extremo baixo peso utiliza-se soro fisiológico. Verificar a presença de duas artérias e de uma veia umbilical, pois a existência de artéria umbilical única pode associar-se a anomalias congênitas. Prevenção da oftalmia gonocócica pelo método de Credé. Retirar o vérnix (substância esbranquiçada e gordurosa) da região ocular com gaze seca ou umedecida com água, sendo contraindicado qualquer solução salina. Afastar as pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a 1% no fundo do saco lacrimal inferior de cada olho. A seguir, massagear suavemente as pálpebras deslizando-as sobre o globo ocular para fazer com que o nitrato de prata banhe toda a conjuntiva. Se o nitrato cair fora do globo ocular ou se houver dúvida, repetir o procedimento. Limpar com gaze seca o excesso que ficar na pele das pálpebras. A profilaxia deve ser realizada na primeira hora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto cesáreo. Antropometria. Realizar exame físico simplificado, incluindo peso, comprimento e os perímetros cefálico, torácico e abdominal. Prevenção do sangramento por deficiência de vitamina K. Administrar 1mg de vitamina K por via intramuscular ou subcutânea ao nascimento. Detecção de incompatibilidade sanguínea materno-fetal. Coletar sangue da mãe e do cordão umbilical para determinar os antígenos dos sistemas ABO e Rh. Não é necessário realizar o teste de Coombs direto de rotina. No caso de mãe Rh negativo, deve-se realizar pesquisa de anticorpos anti-D por meio do Coombs indireto na mãe e Coombs direto no sangue do cordão umbilical. Realização da sorologia para sífilis e HIV. Coletar sangue materno para determinar a sorologia para sífilis. Caso a gestante não tenha realizado sorologia para HIV no último trimestre da gravidez ou o resultado não estiver disponível no dia do parto, deve-se fazer o teste rápido para anti-HIV o mais breve possível e deve-se administrar a zidovudina profilática antes do parto, caso o teste seja positivo. Identificação do RN. O Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 10 do Capítulo 1) regulamenta a identificação do RN mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe. Essa identificação é feita no prontuário. Pulseiras devem ser colocadas na mãe e no RN, contendo o nome da mãe, o registro hospitalar, a data e hora do nascimento e o sexo do RN. Analisar as adaptações do RN. (sistema respiratório e circulatório) Sistema cardiovascular Ajustes circulatórios imediatos que permitem o fluxo sanguíneo adequado aos pulmões, que faz com que mais sangue chega ao fígado do bebê. Estrutura Anatômica Específica da Circulação Fetal Uma vez que os pulmões são basicamente não funcionantes, durante a vida fetal, e o fígado é apenas parcialmente funcional, não é preciso que o coração do feto bombeie muito sangue pelos pulmões ou fígado. O coração do feto precisa bombear grande quantidade de sangue pela placenta. O sangue que retorna da placenta pela veia umbilical atravessa o ducto venoso, basicamente deixando o fígado fora do circuito. Maior parte do sangue que entra no átrio direito vindo da veia cava inferior, passa pelo forame oval e entra diretamente no átrio esquerdo. Assim, o sangue bem oxigenado da placenta entra basicamente no lado esquerdo do coração, é bombeado pelo ventrículo esquerdo, em sua maior parte, para as artérias da cabeça e membros anteriores. O sangue que entra no átrio direito, vindo da veia cava superior, é direcionado para Yslane Costa - Medicina baixo através da valva tricúspide para o ventrículo direito. Esse sangue é desoxigenado da região da cabeça do feto e é bombeado pelo ventrículo direito para a artéria pulmonar e, então, em sua maior parte, através do ducto arterioso, para a aorta descendente e, em seguida, através das duas artérias umbilicais, para a placenta, onde o sangue desoxigenado é oxigenado. Mudanças na CirculaçãoFetal ao Nascimento Resistências Vascular Sistêmica Aumentada e Pulmonar Diminuída ao Nascimento Mudanças: - A perda do enorme fluxo sanguíneo pela placenta que duplica a resistência vascular sistêmica ao nascimento. A resistência vascular sistêmica duplicada aumenta a pressão aórtica e as pressões no ventrículo esquerdo e no átrio esquerdo. - A resistência vascular pulmonar diminui muito, em decorrência da expansão dos pulmões. Os pulmões fetais não expandidos, os vasos sanguíneos estão colapsados devido ao pequeno volume dos pulmões, com a expansão dos pulmões os vasos não ficam mais comprimidos, e a resistência do fluxo de sangue diminui. Fechamento do Forame Oval A baixa pressão atrial direita e a alta pressão atrial esquerda, que ocorrem secundariamente às mudanças das resistências pulmonar e sistêmica ao nascimento, fazem com que o sangue tente fluir de volta através do forame oval; ou seja, do átrio esquerdo para o átrio direito, em vez de na direção contrária, como ocorria durante a vida fetal. Consequentemente, a pequena válvula que repousa sobre o forame oval, no lado esquerdo do septo atrial, se fecha sobre essa abertura, evitando assim o fluxo de sangue através do forame oval. Em dois terços de todas as pessoas, a válvula adere-se ao forame oval, dentro de alguns meses a anos, produzindo um fechamento permanente. Mas, mesmo se não ocorrer o fechamento permanente, um estado patológico denominado forame oval patente, a pressão atrial esquerda durante toda a vida permanecerá, normalmente, entre 2 e 4 mmHg maior que a pressão atrial direita, e a pressão retrógrada manterá a válvula fechada. Fechamento do Ducto Arterioso A resistência sistêmica elevada aumenta a pressão aórtica, enquanto a menor resistência pulmonar diminui a pressão arterial pulmonar. Então o sangue começa a fluir de volta da aorta para a artéria pulmonar, através do ducto arterioso, em vez de na outra direção, como era na vida fetal. Entretanto, depois de algumas horas, a parede muscular do ducto arterioso se contrai de modo acentuado e, em 1 a 8 dias, a constrição é normalmente suficiente para interromper o fluxo sanguíneo. É o fechamento funcional do ducto arterioso. Então, durante o próximo período de 1 a 4 meses, o ducto arterioso em geral é anatomicamente ocluído pelo crescimento de tecido fibroso em seu lúmen. Com a persistência do canal arterial, metade a dois terços do sangue aórtico refluem por esse canal para a artéria pulmonar, a seguir pelos pulmões e, por fim, voltando ao ventrículo esquerdo e aorta, passando pelos pulmões e pelo lado esquerdo do coração duas ou mais vezes a cada passada pela circulação sistêmica. As pessoas com essa condição clínica não apresentam cianose, a não ser na fase mais avançada da vida, quando ocorre insuficiência cardíaca ou congestão pulmonar. Fechamento do Ducto Venoso Na vida fetal, o sangue portal do abdome do feto junta-se ao sangue da veia umbilical, e, juntos, passam através do ducto venoso de modo direto para a veia cava, imediatamente acima do coração, mas abaixo do fígado, desviando-se, assim, do fígado. ós o nascimento, o fluxo de sangue pela veia umbilical cessa, mas grande parte do sangue portal continua a fluir pelo ducto venoso, com pequena quantidade passando Yslane Costa - Medicina pelos canais do fígado. Entretanto, em 1 a 3 horas, a parede muscular do ducto venoso se contrai fortemente e fecha essa via de fluxo. Volume Sanguíneo. O volume sanguíneo do recém-nascido, imediatamente após o nascimento, é de aproximadamente 300 mililitros em média, porém, se o bebê ficar preso à placenta por alguns minutos depois de nascer ou se o cordão umbilical for pressionado para forçar o sangue para fora de seus vasos para o bebê, mais 75 mililitros de sangue entram no neonato, perfazendo o total de 375 mililitros. Então, durante algumas horas depois, o líquido penetra os espaços teciduais do recém nascido proveniente desse sangue, aumentando o hematócrito, mas restaurando o volume de sangue novamente ao valor normal em torno de 300 mililitros. Alguns pediatras acreditam que esse volume extra de sangue, causado pela ordenha do cordão umbilical, possa levar a edema pulmonar brando com certo grau de angústia respiratória, mas as hemácias extras muitas vezes são valiosas para o bebê (geralmente é de 4 milhões, e com esse sangue a mais sobre cerca 0.5 ou 0,75milhão durante as primeiras horas). Débito Cardíaco. O débito cardíaco do recém-nascido é de, em média, 500 mL/min. Ocasionalmente, a criança nasce com débito cardíaco particularmente baixo, causado por hemorragia de grande parte de seu volume sanguíneo na placenta, ao nascer. Pressão Arterial. A pressão arterial durante o primeiro dia de vida é, em média, de 70 mmHg (sistólica) e 50 mmHg (diastólica), aumentando lentamente durante os meses subsequentes para cerca de 90/60. Então, ocorre aumento ainda mais estável, nos anos subsequentes, até chegar à pressão adulta de 115/70 na adolescência. Sistema respiratório 1° ajuste é perda da conexão placentária com a mãe e, portanto, a perda de seu meio de suporte metabólico. Causa da Respiração ao Nascimento A respiração é iniciada pela repentina exposição ao mundo exterior, provavelmente resultante de estado levemente asfixiado, incidente ao processo do nascimento e de impulsos sensoriais que se originam na pele subitamente resfriada. Em bebê que não respira imediatamente, o corpo fica progressivamente mais hipóxico (baixa de O2) e hipercápnico (alta de CO2), o que representa estímulo adicional ao centro respiratório e, geralmente, provoca a respiração dentro de mais 1 minuto depois do nascimento. Se a mãe tiver sido deprimida por anestésico geral durante a expulsão no trabalho de parto, o que parcialmente anestesia também o feto, respiração pode demorar alguns minutos. Bebês que tiveram trauma cefálico durante a expulsão ou que foram submetidos a trabalho de parto muito prolongado custam a respirar e às vezes até não respiram. pode resultar de dois possíveis efeitos: primeiro, em alguns bebês, hemorragia intracraniana ou contusão cerebral causa síndrome de concussão, com grande depressão do centro respiratório. Em segundo lugar, e provavelmente muito mais importante, a hipóxia fetal prolongada durante a expulsão pode causar séria depressão do centro respiratório. A hipoxia, com frequência, ocorre durante o parto devido a: (1) compressão do cordão umbilical; (2) separação prematura da placenta; (3) contração excessiva do útero, que pode cortar o fluxo de sangue da mãe para a placenta Yslane Costa - Medicina (4) anestesia excessiva da mãe, o que deprime a oxigenação de seu próprio sangue. Grau de Hipoxia que o Bebê Pode Tolerar sobrevive por até 10 minutos sem respirar depois de nascer (mas comprometimento cerebral irá ocorrer, se demorar mais de 8 a 10 minutos) Expansão dos Pulmões ao Nascimento. Quando o bebê nasce, as paredes dos alvéolos, primeiramente, estão colapsadas devido à tensão superficial do líquido viscoso em seu interior. Normalmente, é preciso mais de 25 mmHg de pressão inspiratória negativa nos pulmões para ir contra a tensão e abrir os alvéolos pela primeira vez. A respiração pode ser realizada com movimentos respiratórios relativamente fracos. Felizmente, as primeiras inspirações do recém-nascido normal são muito potentes, geralmente capazes de criar até 60 mmHg de pressão negativa no espaço intrapleural. Síndrome da Angústia Respiratória Causada pela Deficiência de Secreção de Surfactantes – Ocorre em poucos bebes como os que vêm de mãe diabéticas ou prematuros; s alvéolos desses bebês no óbito contêm grande quantidade de líquido proteináceo, quase como se o líquido do plasma tivesse vazado dos capilares para os alvéolos. O líquido contém ainda células epiteliais alveolares descamadas. Essa condição é denominada doença da membranahialina, também tem uma falha do epitélio respiratório que gera uma menor produção de surfactante (esse vai ser responsável por ajuda a diminuir a tensão do líquido alveolar), gerando uma tendência ao colapso dos alvéolos. - A frequência respiratória normal do recém-nascido fica em torno de 40 respirações por minuto, e o volume de ar corrente em cada respiração é, em média, de 16 mililitros. Isto dá um volume respiratório minuto total de 640 mL/min, que é cerca de duas vezes maior em relação ao peso corporal de um adulto. Analisar o enleamento e o alojamento conjunto, considerando o Hospital Amigo da Criança Alojamento conjunto Mãe e bebê devem permanecer juntos após o parto. Sempre que as condições da mãe e do RN permitirem, o primeiro contato pele a pele deve ser feito imediatamente após o parto. Na primeira hora após o parto, o estado de consciência da mãe e do bebê favorece a interação entre eles. Nesse período, portanto, o profissional de saúde deve favorecer ao máximo o contato íntimo. Após a finalização dos procedimentos de sala de parto, a mãe com o RN devem ir para um local dentro da maternidade que permita a eles ficarem juntos 24 horas por dia até a alta hospitalar. Para isso, foi implantado o sistema de alojamento conjunto nas maternidades. Deve permanecer em alojamento conjunto até a alta hospitalar: • Mães livres de condições que impossibilitem ou contraindiquem o contato com os RNs. • RN com boa vitalidade, capacidade de sucção e controle térmico. Em geral, esses RNs têm mais de 2.000 g, mais de 35 semanas de gestação e índice de Apgar maior que seis no quinto minuto. Vantagens do alojamento conjunto Humanização do atendimento do binômio mãe-filho e sua família. • Convivência contínua entre mãe e bebê, o que facilita o conhecimento mútuo e a satisfação imediata das necessidades físicas e emocionais do RN. Bebês em alojamento conjunto choram menos e dormem mais (permanecem no estado “sono quieto”) do que Yslane Costa - Medicina quando se encontram em berçários. • Maior envolvimento dos pais e/ou de outras pessoas significativas no futuro cuidado com a criança. • Promoção do estabelecimento precoce do vínculo afetivo entre a mãe e o seu filho. Há relatos de que o alojamento conjunto aumenta a ligação afetiva da mãe a sua criança e reduz os casos de abuso ou de negligência infantil e de abandono da criança. • Promoção do aleitamento materno. Vários estudos demonstram o efeito benéfico do alojamento conjunto na prática da amamentação: descida do leite mais rápida, melhor atitude em relação ao aleitamento materno e tempo mais prolongado de amamentação.5 • Oportunidade para as mães, em especial as primigestas, aprenderem noções básicas dos cuidados com os RNs. Isso aumenta sua autoconfiança. • Tranquilidade para as mães que ficam inseguras quanto ao atendimento prestado a seus filhos quando não estão perto deles. A ansiedade pode inibir a produção de ocitocina, importante para a liberação do leite materno e para a contração do útero, enquanto a presença da criança e seu choro costumam estimular o reflexo de ejeção do leite. • Troca de experiências com outras mães quando compartilham o mesmo quarto, em especial com mães mais experientes que também estão cuidando dos seus filhos. • Maior interação entre a mãe e sua família e os profissionais de saúde responsáveis pela atenção à criança. • Diminuição do risco de infecção hospitalar. Há vários relatos de redução das taxas de infecção neonatal após a implantação do alojamento conjunto em maternidades Recomenda-se, sempre que possível e desejável, que o binômio mãe-filho permaneça no alojamento conjunto por, no mínimo, 48 horas. Enleamento - Redução da mortalidade na infância, Proteção contra diarreia, Proteção contra infecções respiratórias, Proteção contra alergias, Proteção contra hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes, Proteção contra obesidade, Promoção do crescimento, desenvolvimento cognitivo, desenvolvimento da cavidade bucal, Proteção contra câncer de mama (na mãe), Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho, Qualidade de vida e economia. Tópicos para se abordar com a mãe na fase inicial da amamentação: - Noções de fisiologia da lactação -Amamentação em livre demanda - Noções sobre o leite materno - Uso de medicamentos, drogas de abuso, cigarro e álcool Importância do envolvimento da família, observação da mamada Hospital Amigo da Criança 10 passos do aleitamento materno O objetivo é promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, mobilizando os funcionários das unidades de saúde para que mudem condutas e rotinas responsáveis pelos elevados índices de desmame precoce. A amamentação bem-sucedida é relacionada à diversos fatores. Bebês saudáveis nascidos em Hospitais Amigos da Criança têm menos risco de intervenções desnecessárias logo após o parto. O contato pele a pele com a mãe logo após o nascimento, a amamentação na primeira hora de vida ainda na sala de parto e o alojamento conjunto foram mais frequentes nessas instituições. Yslane Costa - Medicina Os Hospitais Amigo da Criança são referência em qualidade e humanização do atendimento durante todas as etapas da gestação, parto e nascimento e período neonatal precoce. Referências: Atenção à saúde do recém-nascido : guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed. atual. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. Tratado de fisiologia médica / John E. Hall. - 13. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2017 Iniciativa Hospital Amigo da Criança : revista, atualizada e ampliada para o cuidado integrado : módulo 1 : histórico e implementação / Fundo das Nações Unidas para a Infância. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008. MANUAL DE NEONATOLOGIA. Secretaria de Estado da Saúde Agosto/2015. USP. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3905402/mod_resource/content/1/manu al_de_neonatologia.pdf Padrões de crescimento pós-natal do recém-nascido prematuro: como avaliar. J. Pediatr. (Rio J.) vol.95 supl.1 Porto Alegre 2019 Epub Apr 18, 2019 Padrões de crescimento pós-natal do recém-nascido prematuro: como avaliar. J. Pediatr. (Rio J.) vol.95 supl.1 Porto Alegre 2019 Epub Apr 18, 2019
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