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Câncer de Mama

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Módulo – ONCOLOGIA Naira Fausto 
 
 
Módulo – ONCOLOGIA Naira Fausto 
 
CASO CLÍNICO 
D.A.L., sexo feminino, 53 anos, parda, casada, hipertensa, tabagista (30 maços/ano), comerciante, 
sedentária, procurou a UBS do seu bairro para consulta médica, relatando que havia palpado um caroço na 
mama esquerda e já trazia uma mamografia realizada por conta própria. História gineco-obstétrica: menarca 
aos 12 anos e menopausa aos 51 anos. Possui vida sexual ativa. G2 P2 A0, todos os partos cesárias (indicação 
obstétrica). História familiar: mãe falecida por câncer de mama, aos 65 anos. Ao exame ginecológico das 
mamas: mamas simétricas, sem retrações e sem drenagem de secreções pelos mamilos, espontânea ou à 
pressão. Presença de nódulo localizado no quadrante superior esquerdo, indolor a palpação e de 
consistência firme, na mama esquerda. Não se detecta linfonodomegalia à palpação das axilas. O laudo da 
mamografia falava de microcalcificações pleomórficas agrupadas no QSE da mama esquerda e um nódulo 
irregular no QSE da mama esquerda (BI-RADS IV). Apesar de todo o cuidado do médico em explicar os 
achados e dizer que serão necessários outros exames para confirmação diagnóstica, D.A.L., se viu em uma 
situação de extrema ansiedade e angústia com a sua saúde. Ela foi encaminhada para o mastologista, que 
realizou a biópsia confirmando o diagnóstico de câncer de mama, sendo então encaminhada ao oncologista 
para estadiamento e tratamento. O oncologista indica mastectomia e quimioterapia para D.A.L., 
aumentando ainda mais o seu grau de ansiedade. 
 
ANATOMIA 
A glândula mamária fica na parede anterior do 
tórax. Possui tamanho médio de 10 a 12 cm de 
diâmetro e espessura central de 5 a 7 cm. A 
extensão do conteúdo glandular é maior que a da 
mama, de forma que pode atingir a axila em graus 
variáveis. Nessa topografia, forma a cauda ou 
prolongamento axilar. 
 
https://anatomiaefisioterapia.com/15-anatomia-das-mamas/ 
É DIVIDA EM 4 QUADRANTES: 
 Quadrante superior externo ou lateral (QSE 
ou QSL). 
 Quadrante inferior externo ou lateral (QIE ou 
QIL). 
 Quadrante superior interno ou medial (QSI ou 
QSM). 
 Quadrante inferior interno ou medial (QII ou 
QIM). 
INCIDÊNCIA 
 QSE (50%); 
 QIE (11%); 
 QSI (15%); 
 QII (6%). 
DEFINIÇÃO 
Proliferação maligna das células epiteliais que 
margeiam os ductos ou os lóbulos. 
EPIDEMIOLOGIA 
 Segundo tipo de tumor maligno mais 
frequente no Brasil e no mundo. Mais comum 
em mulheres, sendo a incidência em homens 
de 1%. 
Câncer de Mama 
Módulo – ONCOLOGIA Naira Fausto 
 
 Primeira causa de morte por CA em mulheres. 
 Alta taxa de mortalidade 
FATORES DE RISCO 
 Sexo feminino – fator hormonal – estrógeno. 
 Idade – Acima de 40 anos. 
 Raça branca. 
 História familiar 
 Menarca precoce (antes dos 11 anos) e 
menopausa tardia (após 55 anos) 
 Primíparas ou nulíparas tardias (após 30 anos) 
 Uso de ACO, terapia hormonal (superior a 10 
anos) principalmente quando já tem 
hereditariedade na mutação. 
 Tabagismo (?) 
 Etilismo 
 Sedentarismo, obesidade – conversão de 
testosterona em estrogênio no tecido adiposo 
periférico. 
 Fatores genéticos: Oncogene HER-2, genes 
supressores TP53, BRCA1-2, 
 Mutações BRCA1 e BRCA2. 
FISIOPATOLOGIA 
Epitélio normal (ductal)  Hiperplasia epitelial 
típica  Hiperplasia epitelial atípica  Carcinoma 
intraductal ou intralobular  Carcinoma Invasor. 
Metástases: óssea, pulmonar, hepática, cerebral 
(Via linfática). 
TIPOS HISTOLÓGICOS 
CARCINOMA IN SITU (LOCAL): 
Ductal in situ  Originam-se nos ductos e nos 
ácinos. Lesão precursora do CM que, na maioria 
das vezes, tem prognóstico favorável. Caracteriza-
se pela presença de dilatação da luz dos ductos e 
pelo achado de células de padrão ductal com 
alterações malignas. 
Lobular in situ  Originam-se apenas nos ácinos. 
Constitui um achado microscópico incidental a 
partir de um tecido mamário removido 
cirurgicamente por outro motivo. 
 
 
CARCINOMA INVASOR (INFILTRAÇÃO DO 
ESTROMA MAMÁRIO): 
Ductal invasor (70% a 80%)  mais comum. O 
prognóstico é bom se for isolado e péssimo se 
houver metástases. 
Lobular invasor (5 a 10%)  O achado típico é 
uma área mal definida, infiltrada, espessada na 
mama, com pouca expressão mamográfica. 
Doença de Paget: Desordem do mamilo e aréola, 
caracterizada pela aparência eczematoide, com 
presença de erosão e descamação. 
Histologicamente, as células tumorais acometem 
a epiderme das papilas mamárias. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
ANAMNESE 
 Deve-se procurar fatores de risco, sinais e 
sintomas do CM. 
 A queixa mais comum das pacientes é a 
presença de nódulo na mama (deve ser bem 
caracterizado). 
 O tumor maligno usualmente tem 
crescimento insidioso e localiza-se no QSE. 
 É unilateral na maioria das vezes, firme e de 
consistência endurecida ou até pétrea. 
 O tumor maligno não dói até atingir grandes 
dimensões. 
EXAME FÍSICO 
 Na inspeção: abaulamento do contorno 
mamário, retração de pele, edema de pele, 
hiperemia, nódulos cutâneos e inversão, 
descamação ou ulceração do mamilo. 
 Na palpação: nódulo irregular, densidade 
assimétrica, consistência endurecida do 
tumor, mobilidade restrita ou fixa a planos 
profundos, axilas e/ou fossas 
supraclaviculares e infraclaviculares com 
nódulos endurecidos e/ou coalescidos. 
 Na expressão do mamilo: descarga 
sanguínea/incolor, unilateral, uniductal, 
espontânea. 
Obs.: Dor na mama não é sintoma de câncer de 
mama. 
Módulo – ONCOLOGIA Naira Fausto 
 
DIAGNÓSTICO 
 Anamnese e Exame físico da mama 
(inspeção, palpação, secreção papilar, avaliar 
cadeia de linfonodos). 
 Mamografia – rastreamento – classificação 
de BI-RADS. 
 USG de mamas: bom para diferenciar 
nódulos sólidos de císticos. 
**Com o tempo o tecido glandular mamário 
(denso) vai sendo substituído por gordura. 
 Punção Aspirativa por Agulha Fina 
 Biópsia 
 RM, TC, Cintilografia (para avaliar 
metástase óssea). 
Obs.: Há controvérsias quanto a realização do 
AUTO EXAME para rastreamento, não sendo mais 
indicado por muitos estudos, uma vez que a 
alteração na mama só é encontrada pelo 
autoexame quando já está em estado avançado, 
devendo, portanto, o rastreamento ser feito pela 
mamografia com a indicação de idade e intervalo 
indicado abaixo. No entanto, quando realizado o 
autoexame, o melhor dia para ser feito é: 7 dias 
após o primeiro dia da menstruação. 
RASTREAMENTO 
MS, INCA: 
 40 a 49 anos – exame clínico da mama anual 
e, se alterado, mamografia. 
 50 a 69 anos – exame clínico da mama anual e 
mamografia a cada 2 anos 
 Grupo de risco – a partir dos 35 anos, exame 
clínico da mama e mamografia anual 
SBM, FEBRASGO: 
 40 a 69 anos – anual 
 Grupo de risco a partir dos 30 anual (exame 
clínico, MMG, RN) 
CLASSIFICAÇÃO DE BIRADS E CONDUTA 
BIRADS 0 
 Inconclusiva  precisa de 
complementação diagnóstica (mamografia ou 
RNM) 
 
 
BI-RADS 1 
Achados normais  Acompanhamento de rotina, 
na unidade de atenção primária, com repetição do 
exame de acordo com a faixa etária. 
BI-RADS 2 
Achados benignos: cistos (conteúdo líquido) 
simples, linfonodos intramamários  
Acompanhamento de rotina, na unidade de 
atenção primária, com repetição do exame de 
acordo com a faixa etária. 
BI-RADS 3 
Achados provavelmente benignos: microcistos 
aglomerados, paralelo a pele, oval, nódulo solido 
e regular  Permanecer em acompanhamento 
por 3 anos, com repetição do exame a cada 6 
meses no 1º ano e anual nos 2 anos seguintes 
BI-RADS 4 
Achados sugestivos de malignidade  
Encaminhadas para a unidade de referência 
secundária para investigação por exame 
histopatológico da lesão.BI-RADS 5 
Achados altamente sugestivos de malignidade 
(95% de chance)  Encaminhadas para a unidade 
de referência secundária para investigação por 
exame histopatológico da lesão . 
BI-RADS 6 
Achados de malignidade confirmados (lesão com 
biópsia prévia). 
 
ESTADIAMENTO 
ESTÁDIO I 
 Tumores <ou= 2 cm com linfonodos negativos 
ESTÁDIO II 
 Tumores com <ou= 2 cm com linfonodos 
comprometidos ou 
 Tumores entre 2 e 5 cm com linfonodos 
negativos ou comprometidos ou 
 Tumores > 5 cm com linfonodos negativos 
Módulo – ONCOLOGIA Naira Fausto 
 
ESTÁDIO III 
 Tumores com <ou= 5 cm com linfonodos 
grosseiramente comprometidos e/ou fixos ou 
 Tumores > 5 cm com linfonodos 
comprometidos ou 
 Tumores que se estendem para a parede 
torácica e/ou pele com ou sem linfonodos 
envolvidos ou 
 Câncer de mama inflamatório 
ESTÁDIO IV 
 Metástase em algum órgão à distância (ossos, 
pulmão, fígado etc.). 
TRATAMENTO 
CIRÚRGICO 
 Conservador: preserva boa parte da mama, 
com ressecção da área que contém o tumor, 
com boa margem de segurança. 
 
 Radical: 
o Mastectomia simples: exérese apenas da 
mama. 
o Mastectomia radical: ressecção de toda a 
mama, músculos peitorais maior e menor 
(algumas vezes preservados) e 
esvaziamento axilar 
RADIOTERAPIA 
 Principal indicação: controle locorregional da 
doença. 
 Seu uso mais comum é no pós-operatória 
(radioterapia adjuvante) para diminuir as 
taxas de recidiva. 
QUIMIOTERAPIA 
 Visa auxiliar no tratamento locorregional, 
controlar e tratar o surgimento de metástases 
à distância. 
 Normalmente é recomendada para pacientes 
com tumores infiltrantes, linfonodos positivos 
ou tumores grandes. 
 
HORMONIOTERAPIA 
 Substâncias que inibem ou diminuem a 
atividade dos hormônios endógenos sobre a 
mama. 
 Pode ser feita através de medicamentos ou da 
ooforectomia.

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