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CA de Próstata

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Giovanna Aguiar 
 
 
 
CONCEITO E ANATOMIA: 
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-
melanoma). A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. 
É o tipo de câncer que ocorre na próstata que é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa 
do abdômen. Ela é um órgão pequeno, e se situa logo abaixo da bexiga e que envolve a uretra (a uretra prostática), 
canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis e à frente do reto (daí a importância do exame do toque retal). 
Quanto mais avançado é um tumor mais mutações ocorrem, conferindo maior agressividade. As células neoplásicas 
têm a capacidade de invadir os tecidos e se disseminam por órgãos distantes, seja por via linfática (comprometendo 
os gânglios) ou sanguínea (principalmente os ossos). 
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo 
ocorrem a partir dos 65 anos. 
Esses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, 
porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida 
e nem a ameaçar a saúde do homem. 
A próstata é produtora do líquido prostático, rico em frutose responsável pela nutrição dos espermatozoides. e sua 
face superior em contato direito com a bexiga. 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
Estimativa de novos casos: 65.840 (2020 - INCA); 
O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com a maior estimativa de incidência de câncer de próstata; 
A dosagem do PSA (antígeno prostático específico) permite a detecção precoce durante a fase assintomática, o que 
pode ser evidenciado pelo fato de 60-75% dos tumores atualmente diagnosticados serem impalpáveis ao toque retal 
e restritos à glândula, sem invasão de estruturas adjacentes ou metástases à distância; 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, um em cada seis homens com idade acima de 45 anos pode ter a 
doença sem que conheça o diagnóstico. Esta alta frequência, que faz do câncer de próstata um problema de saúde 
pública, aliada à possibilidade de detecção através de procedimentos relativamente simples, deveria fazer desta 
doença uma prioridade na atenção à saúde masculina; 
CÂNCER DE 
PRÓSTATA 
 Giovanna Aguiar 
 
A dificuldade dos homens em acessar a atenção primária, seja por desconhecimento, preconceito ou falta de recursos 
médico local, prejudica a realização do rastreamento do CaP e, consequentemente, impossibilita a detecção de 
tumores em fase inicial, prejudicando o diagnóstico e tratamento precoce. 
 
FATORES DE RISCO: 
 
IDADE→ A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam 
significativamente após os 50 anos. 
 
HISTÓRICO FAMILIAR/ HÁBITOS ALIMENTARES→ Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, podendo 
refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias. 
Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado. 
 
FATORES AMBIENTAIS/QUÍMICOS→ Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de 
transformação de alumínio) arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, 
motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao 
câncer de próstata. 
HORMONAIS→ Existe uma relação hormonal da doença com a biodisponibilidade dos andrógenos. 
Raça→ A incidência na raça negra é maior do que a branca que é, por sua vez, maior que na raça asiática. 
SÍTIOS DA DOENÇA: 
O câncer de próstata pode desenvolver-se em sítios específicos desta glândula masculina. De um modo geral, a doença 
se localiza, preferencialmente, na zona periférica (isso facilita o diagnóstico das lesões através do toque retal). As áreas 
central e de transição, onde a incidência é pouco frequente, o diagnóstico digital é mais dificultoso, sendo obtido 
apenas por exames de imagem. 
Tem-se: 
• Tumores na zona de Transição → 20% 
• Tumores na zona Central → 10% 
• Tumores na zona Periférica → 70% 
 
Cerca de 90 a 95% das neoplasias prostáticas são adenocarcinomas, (neoplasia maligna da glândula – câncer) e os 
demais casos, mais raros e agressivos, são representados pelos sarcomas, carcinomas epidermoides e carcinomas de 
células transicionais. Os adenocarcinomas estão localizados mais frequentemente na zona periférica da glândula. 
FISIOPATOLOGIA: 
 
O Hipotálamo libera GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) que vai atuar na hipófise para estimular a liberação 
de LH e FSH. O LH vai atuar nas células de Leydig que vai produzir a testosterona. 
 Giovanna Aguiar 
 
A testosterona entra na próstata e é convertida por uma enzima em Di-HidroTestosterona (que tem maior 
ligação/afinidade com o receptor de andrógeno). 
Para ocorrer o processo de carcinogênese um receptor deve ser ativado (receptor de andrógenos). 
Quando a Di-HidroTestosterona liga-se ao receptor de andrógeno, eles entram no núcleo da célula e inicia a transcrição 
do DNA (das proteínas) que vão expressar a proliferação celular. 
Normalmente, esse processo é fisiologicamente regulado por co-reguladores, mas quando não se tem esse controle 
as células se proliferam cada vez mais expressando uma patologia. 
A ativação do receptor de andrógeno expressando como uma carcinogênese pode ocorrer por mutações de genes que 
estão envolvidos no processo, alterações na expressão de proteínas pró regulatórias e alterações de vias de produção 
de esteroides. 
 
FORMAS DE DISSEMINAÇÃO 
A disseminação local compromete estruturas periprostáticas como as vesículas seminais e a base da bexiga (onde pode 
causar obstrução urinária). 
A disseminação LINFÁTICA ocorre primeiro para os linfonodos obturadores e, depois, os para-aórticos. 
A disseminação HEMATOGÊNICA acomete preferencialmente o esqueleto axial, mas o envolvimento de ossos longos 
e outros órgãos e tecidos também é comum. 
É importante ressaltar que as metástases ósseas em geral são osteoblásticas (isto é, têm aspecto “branco” ou 
radiopaco no RX simples), e o achado de lesões ósseas desse tipo é muito sugestivo de Ca de próstata em homens com 
> 50 anos de idade. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
Pacientes com CaP em sua fase inicial, passível de tratamento curativo, não desenvolvem qualquer sinal ou sintoma 
relacionado à neoplasia. Os sintomas só se apresentarão na doença localmente avançada ou na doença metastática. 
Desta forma, a prevenção tem como objetivo fazer o diagnóstico do câncer de próstata em fases iniciais, permitindo 
melhores resultados no tratamento da doença. 
Os principais sintomas são → hematúria, hematoespermia, edema de MMII e desconforto pélvico ou perineal. Além 
disso, sinais como obstrução urinária, diminuição de peso e, raramente, sinais de compressão medular caracterizam o 
câncer de próstata. 
RASTREIO E DIAGNÓSTICO: 
Segundo o Ministério da Saúde, o rastreio do câncer de próstata deve ser feito da seguinte forma: 
▪ Iniciar aos 50 anos ou aos 45 + fatores de risco (negros, histórico familiar, etc.). 
▪ Uma vez iniciado o rastreio, ele deve ser anual. 
▪ Idade máxima de rastreio: 76 anos. 
A estratégia risco-orientada poderá ser considerada (baseada no PSA inicial), devendo ser realizada a cada dois anos 
para pacientes sob risco inicialmente ou postergado até oito anos para os sem risco. A idade para a interrupção do 
rastreio do CaP deve ser influenciadapela expectativa de vida e performance status, homens com expectativa menor 
que 15 anos não apresentam benefício, segundo os grandes estudos 
 Giovanna Aguiar 
 
O toque retal constitui uma importante ferramenta no diagnóstico e estadiamento do câncer de próstata, já que cerca 
de 80% dos tumores encontram-se na zona periférica da glândula prostática. Em cerca de 18% dos pacientes, o câncer 
de próstata é detectado pelo toque retal, independentemente da concentração sérica de PSA. 
O PSA ainda é o marcador mais empregado no rastreamento e no acompanhamento do câncer de próstata. Trata-se 
de uma proteína identificada no líquido seminal, produzido principalmente pelo tecido prostático, não sendo um 
marcador câncer-específico. 
Um valor de PSA abaixo de 4,0 ng/mL é aceito como normal. Entretanto, outros fatores podem causar elevação de 
PSA – como prostatites, isquemias e infartos prostáticos, hiperplasia prostática benigna, manipulação (biópsias 
prostáticas, RTU de próstata, cistoscopias) – e causar redução de PSA, como medicações (inibidores da 5 alfa redutase 
e antiandrogênicos). 
Na maioria dos homens, o nível de PSA costuma permanecer abaixo de 4 ng/ml. Alguns pacientes com nível normal 
de PSA podem ter um tumor maligno, que pode até ser mais agressivo, por isso esse exame, feito de forma isolada, 
não pode ser a única forma de diagnóstico. 
Nenhum dos dois exames têm 100% de precisão. Por isso, podem ser necessários exames complementares. 
A biópsia é o único procedimento capaz de confirmar o câncer. A retirada de amostras de tecido da glândula para 
análise é feita com auxílio da ultrassonografia. 
Outros exames de imagem também podem ser solicitados, como tomografia computadorizada, ressonância magnética 
e cintilografia óssea (para verificar se os ossos foram atingidos). 
De um modo geral, temos as seguintes indicações de biópsia a partir do PSA: 
 
OBS: Quando o PSA excede os 10 ng/ml ou passa dos 20 ng/ml, é necessária a realização de cintilografia óssea para 
avaliar a eventual presença de metástase óssea (mesmo que o paciente esteja assintomático, uma vez que a dor só 
ocorre se a metástase romper o periósteo). 
 
ESCORE DE GLEASON: 
O sistema utilizado para avaliar o grau de diferenciação do adenocarcinoma prostático é o escore de Gleason. Ele 
classifica a citoarquitetura tecidual em 5 graus distintos, sendo o grau 1 o mais bem diferenciado (isto é, o mais 
“parecido” com o tecido normal, com formação de glândulas contidas dentro de nódulos), e o grau 5 o menos 
diferenciado (sem formações glandulares, apenas células “soltas” infiltrando o estroma ou formando cordões e 
ninhos). Os demais graus são intermediários entre esses dois extremos. 
O Gleason se relaciona ao comportamento biológico do tumor e ao seu prognóstico. 
Como a doença tende a ser multifocal, em geral são encontrados pelo menos 2 graus distintos na mesma biópsia, e a 
pontuação final é dada pelo seu somatório. Por exemplo: quando o padrão dominante possui grau 3 e o 
padrãosecundário possui grau 4, o Gleason final é 7. 
Quando apenas um padrão é encontrado, deve-se duplicar seu grau para chegar ao Gleason (ex.: 5 + 5 = 10). Desse 
modo, o Gleason varia de 2 a 10. 
 
 Giovanna Aguiar 
 
 
 
ESTADIAMENTO: 
A classificação do câncer de próstata segue o sistema TNM. 
 
 Giovanna Aguiar 
 
 
TRATAMENTO: 
Deve-se levar em consideração o estadiamento da doença, a expectativa de vida do paciente e suas comorbidades, 
assim como os efeitos colaterais de cada tratamento. Podemos observar que mesmo para pacientes com o mesmo 
estadiamento às vezes encontramos mais de uma opção terapêutica com resultados oncológicos semelhantes. A 
melhor opção será encontrada ao expor ao paciente suas opções, riscos e benefícios de uma maneira geral. 
 
 
HORMONIOTERAPIA→ é responsável reduzir o volume prostático (sendo utilizado antes da realização da braquiterapia 
em próstatas aumentadas, no intuito de ajustá-las a volume menores que 50g), reduzir os níveis de PSA e aumentar a 
apoptose celular. Contudo, não melhora o resultado cirúrgico, não reduz o estádio patológico mas melhora o resultado 
da radioterapia e, portanto, sempre que possível, deve ser associada a ela. 
O mecanismo de ação da hormonioterapia é o seguinte: as terapias hormonais bloqueiam o estímulo androgênico que 
sustenta a maioria dos cânceres de próstata. 
A hormonioterapia consiste, portanto, na indução da diminuição ou retirada de andrógenos. 
 
EFEITOS ADVERSOS: 
Os principais efeitos adversos da radioterapia são a proctopatia e a cistopatia induzida por radiação, ambos mais 
frequentes com a radioterapia externa. Conforme já explicamos, a radioterapia também pode ser feita como 
 Giovanna Aguiar 
 
estratégia de “resgate” nos casos de margens cirúrgicas positivas ou recidiva bioquímica após a prostatectomia radical. 
A hormonioterapia neoadjuvante (antes da radioterapia) é controversa. 
A hormonioterapia apresenta alguns efeitos adversos como ginecomastia, osteoporose, perda de massa muscular, 
diminuição da libido, impotência, fogachos. A castração química apresenta os mesmos efeitos colaterais da castração 
cirúrgica, somando a estes os fenômenos tromboembólicos. 
A cirurgia pode gerar perda da capacidade erétil do pênis, isso dependente da extensão e localização do tumor, da 
qualidade das ereções no préoperatório e da idade do paciente. 
 
 
PREVENÇÃO: 
Dada a magnitude de seu impacto na saúde pública (câncer visceral mais comum e segunda causa de morte oncológica 
no homem), o Ca de próstata representa um alvo prioritário para estratégias de prevenção primária. 
Sendo assim, ter uma alimentação saudável, não fumar e praticar atividade física colaboram para prevenção de 
diversas comorbidades como o CA de Próstata. 
Como já acontece todos os anos, o mês de novembro é integralmente dedicado para reforçar o alerta e a importância 
da conscientização a respeito de doenças masculinas, com ênfase na prevenção do câncer de próstata 
Especificamente para a área de atenção Saúde do Homem, há atualmente 29 programas cadastrados na Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sendo que 25 deles possuem ações e medidas voltadas para a linha de cuidado 
do câncer de próstata. 
A ANS estimula as operadoras de planos de saúde a desenvolverem programas de promoção da saúde e prevenção de 
riscos e doenças (Programas Promoprev) visando a um melhor gerenciamento da assistência à saúde dos beneficiários 
de planos de saúde por parte das operadoras, mais voltadas para a indução e adoção de um modelo de atenção 
assistencial integrado com ações de cuidado e prevenção, de forma a promover a melhoria da qualidade e dos 
desfechos dos serviços prestados.

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