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HUMANIZA PARTO Contexto do parto no Brasil O atual cenário obstétrico no Brasil (Flavia Tarabini) Emoção X Razão: Mamiferização do parto; Michel Odent. Recomendações da OMS: respeito, apoio à escolha informada, comunicação e acompanhante. Como começam as intervenções na forma de nascer? Começou com Luiz XIV, na França, pois ele tinha o desejo de observar suas mulheres parindo. Ele institui o parto deitado, e foi se espalhando para o resto do mundo. Partos primitivos: verticalizados = Estimulo de oxitocina; impede a mulher de procurar uma posição menos dolorosa; Várias posições de parto; - Brasil Até final do século XIX; domiciliar – parteiras Partos institucionalizados: insalubres, altos índices de infecção e morte. O médico e a política: aumento numero de faculdades e consequentemente médicos; institucionalização das ações de saúde; valorização da mão de obra Inicio do século XX: criação de maternidades, com o objetivo de diminuir a mortalidade perinatal; fim das parteiras – falta de apoio politico e cultural para as mesmas. Intervenções Décadas de protagonismo médico; Partos acelerados; Posição prática para o examinador; Medicina baseada em evidencias: uso consciente e criteriosos das melhores evidencias atuais na tomada de decisões sobre o atendimento de pacientes individuais. Questionamentos: modelo de assistência obstétrica; biomédico, tecnicista e hospitalocêntrico; estudos – intervenções sem evidencia cientifica O parto começa a renascer no brasil: anos 90 Livro: A cientificação do Amor Organização da sociedade civil desde 1993 forma uma rede de associadas em todo o Brasil; assistência perinatal. Programa de humanização de pré-natal e nascimento; 2000; para diminuir a mortalidade obstétrica e perinatal; 2005 – Lei Federal: toda parturiente tem direito a um acompanhante de sua escolha durante todo o período de internação, trabalho de parto, parto e pós-parto. 2011 – Rede Cegonha: assegurar o direito ao planejamento reprodutivo; atenção humanizada na gravidez, parto e no puerpério e o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Nascer no Brasil: inquérito sobre o parto e o nascimento no brasil; Parto adequado – 2015: experiencia positiva para o parto; sus e rede suplementar; Contexto social e classe econômica Feminismo Tentativa da mulher de mostrar seu protagonismo no parto Renascimento do parto: documentário Poder econômico do parto cirúrgico Por que tantas cesáreas? Se os fatores não são os principais determinantes das elevadas taxas de cesarianas Cenário complexo: organização e financiamento dos sistemas de saúde associada à preponderância de suma cultura médica intervencionista até aspectos socioeconômicos, preocupações ético-legais e características psicológicas e culturais das pacientes. Excesso de cesáreas é um problema de saúde pública. - Riscos neonatais Prematuridade, principal causa de mortalidade infantil 12,4 dos nascidos vivos são prematuros; - Riscos maternos Maior perda sanguínea Trombose Infecção Lacerações viscerais Acidentes anestésicos Óbito materno Violência obstétrica (Larissa Cassiano) Violência: ação ou efeito de empregar força física ou intimidação moral; ato violento Obstetrícia: do latim obstare que significa ficar ao lado É ato violento que acontece na gestação, parto, pós parto e aborto. Pode ser psicológica, física, sexual e verbal; Algumas situações: lavagem intestinal, limitar movimentos, utilizar ocitocina de maneira errada, manobra de Kristller, não deixar o acompanhante entrar; Episiotomia; Violência em mulheres negras: MUITAAAA!! Violência obstétrica durante a pandemia: limitação do acompanhamento. Cesárea: 55% de cesáreas, numero dois no mundo; morte: 20 a cada 1000 cesáreas; Parto humanizado não é: parto vaginal, parto cesárea, parto natural, parto de famosas, parto na banheira, parto gourmet; Parto humanizado: é todo parto que todo humano deve receber, não podemos deixar o natural se transformar em algo fora do comum, parto é um processo que todo ser humano passou e violentar este momento é fazer com que o processo natural da humanidade se destrua junto. Como combater a violência Obstétrica Dar acesso e informação para as pacientes; Ampliar a remuneração do parto vaginal; Garantir o direito de ter um acompanhante; Utilizar métodos naturais para alívio da dor. Cursos para mães e casais; Realizar treinamento dos profissionais, focado em boas práticas; Educação continuada Alívio da dor Analgesia é a supressão da dor obtida por meio de fármacos ou procedimentos físicos Anestesia é a perda total da sensibilidade conseguida de propósito. Pode ser local, locorregional ou geral (narcose) Alternativas não farmacológicas: áudio-analgesia, pressão cutânea, aromaterapia, massagem relaxamento, banho quente, e etc; Plano de parto: ONG de promoção e autonomia feminina Assistência adequada Residentes com descanso adequado e carga correta de 60 horas semanais Médicos com intervalo de descanso Paciente com pré natal adequado (6 consultas, recomendado) O PARTO É DA MULHER E O FILHO É DELA!!!!! Desmitificação do parto humanizado (Maria Helena) Representação do parto pela ótica da mídia A mídia influencia a maneira como as mulheres moldam sua percepção de si e criam expectativas sobre o parto Cenas dramáticas de parto na tv podem perpetuar a medicalização do parto, romantizando a cesariana O parto normal é retratado como arriscado e doloroso, muitas vezes sem contrastar com imagens de parto humanizado; Bebe quando nasce saudável precisa só de contato pele a pele e pode ser examinado no colo materno – intervenções após a 1 hora. Lugar de bebê saudável é ao lado da mãe em alojamento conjunto Origens do termo humanização no parto É utilizado há muitas décadas, com sentidos os mais diversos; A igreja católica descrevia o sofrimento no parto como desígnio divino, penalidade pelo pecado original; A obstetrícia médica: trazendo uma preocupação humanitária de resolver o problema da parturição sem dor, revogando assim a sentença do paraíso, iníqua e inverídica, com que há longos séculos a tradição vem atribulando a hora bendita na maternidade (Fernando Magalhaes) A narcose e o uso de fórceps vieram humanizar a assistência aos partos (Jorge Rezende); Humanização do parto no Brasil Com o intuito de diminuir a mortalidade materna Vínculo com as parteiras, com casas de treinamentos para agregar os dois conhecimentos; Prof. Galba de Araújo Reúna Barreiras e desafios à humanização Deslocamento do protagonismo e da autonomia feminina Parto e nascimento como ato médico Não observância aos protocolos e diretrizes clinicas nacionais e internacionais baseada em evidencia de efetividade e segurança Discriminação de gênero e racismo estrutural; “parirás com dor”; “na hora de fazer não doeu”. Sistema obstétricos que obedece a uma linha de produção e não considera a experiencia positiva do parto como desfecho. Baixa adesão ao modelo de equipe multiprofissional Parto normal X parto humanizado Para muitas mulheres o parto deixa de ser um evento fisiológico e passa a ser um evento tecnocrático: cascata de intervenções, ausência de acompanhante e falta de privacidade O parto humanizado é um conceito onde o tempo do bebe e os desejos da mulher são ouvidos e respeitados O parto humanizado pode ser natural ou pode precisar de intervenções por demanda da mulher ou indicação médica Humanização do parto – conceitos e práticas respeitosas (Juliana Sá) Intervenções parto normal: litotomia (posição deitada sem direito de escolha), episiotomia (corte no períneo),amniotomia, kristeler, ocitocina; Cesariana Salva vidas! Mas... cuidado: é fator de risco para placentação anormal, remoção manual da placenta, ruptura uterina, hemorragia pós-parto, infecção puerperal, morte materna (3x), problemas respiratórios do RN (120%) Parto natural X parto normal X parto humanizado Parto normal = parto vaginal, com ou sem intervenções Parto natural é o parto sem nenhuma intervenção, como: analgesia de parto, ruptura de membranas, ocitocina sintética e etc Parto com intervenções pode ser HUMANIZADO, por motivos de: a mulher quer e tem um motivo para as intervenções; Humanização do parto PROTAGONISMO DA MULHER Respeito a mãe e ao bebe / informações baseadas em evidencias cientificas ´é o parto centrado na mulher, com o respeito à autonomia e ao protagonismo feminina e do bebê Evento fisiológico, cabendo aos profissionais apenas acompanhar o processo e não interferir desnecessariamente. Praticas respeitosas Respeitar a mulher e entender seus medos, anseios, desejos. Cuidar, ouvir Munir a mulher de informações baseadas em evidencias científicas Entender e respeitar a fisiologia do parto Ter em mente que o corpo não é teu! Evitar intervenções desnecessárias na mãe e no bebê Respeitar o tempo da mulher e do bebê Compartilhar as decisões Informar sobre as condutas Favorecer o contato binômio mãe-bebê Garantir o acompanhamento Fornecer métodos adequados de alivio da dor no parto Permitir livre movimentação Permitir ingesta de líquidos e alimentos leves Garantir um ambiente tranquilo e acolhedor Clampeamento oportuno do cordão umbilical Praticas a serem evitadas Violência física, psicológica, verbal, sexual, negligencia, discriminação Ameaças, gritos, chacotas, piadas Condutas excessivas ou desnecessárias Omissão de informações Desconsideração dos padrões e valores culturais da gestante Proibir a entrada do acompanhante Manobra de Kristeller Autonomia da mulher – o caminho até o parto (Aline Portelinha) 40 semanas de preparação Evento historicamente mediado por mulheres em ambiente familiar Visceral e surpreendente Diferente em cada cultura Maternidade no Ocidente, sc. XXI Mito do instinto maternal e do amor materno incondicional; Escolha consciente ou função reprodutiva compulsória? Emancipação social para umas, redução na produção científica/sucesso profissional para outras Gravidas na prisão: 80% delas nem foram julgadas e estão cumprindo prisão provisória, gravidas; 35% apenas passaram por um pré-natal adequado; 6,6% tiveram um acompanhante (isso pq tem lei) MAE SOLO / maternidade não é estado civil; Difusão ineficiente de contracepção; 55% das mulheres que engravidaram em 2012 não planejaram a gestação; Precisamos falar sobre o Kelvin. (filme) Um amor conquistado, Elisabeth Badinter (livro) A primeira instancia de autonomia é poder escolher: SER OU NÃO MAE Desafios Logica mercantilizada de nascimento no Brasil; Perspectiva sexista de cuidado em saúde: → Menarca: visita ao ginecologista → Mulher na gestação: incubadora. Código de ética Médica (2018): Empoderamento Entender-se como protagonista Acreditar na fisiologia Acreditar na sua capacidade em ligar com a dor Apoio familiar Doula Informação Desafios: Brasil, país das cesáreas: cultura de nascimento; Experiências familiares; Linguagem diferente, novo universo de saber; Onde/como começar – fontes confiáveis; Recorte socioeconômico Plano de parto Documento em que a mulher expõe seus desejos e vontades Conceito de Plano de Parto e Nascimento foi cunhado por Sheila Kitinger, em 1989 nos EUA Processo reflexivo que ajuda a tornar concreto o parto; Aumento do controle das mulheres sobre o processo; Aumento de experiencias positivas de parir; Redução de potencias ruídos com o cuidador; Materialização do empoderamento perante contextos adversos Parto domiciliar – quais são as evidências científicas (Daniele Tenório) Autonomia e protagonismo feminino Binômio mãe e bebê Desassistido x planejado Escolha do local do parto: direito da mulher Não existe uma regulamentação específica para a assistência ao pardo domiciliar no Brasil Lei 7.191, 2016: estabelece o direito das gestantes de optarem pelo parto domiciliar planejado. Profissionais na assistência ao parto domiciliar planejado Médicos obstetras, enfermeiros obstetras, obstetrizes; A recomendação do CFM é que a realização do parto ocorra em ambiente hospitalar de forma preferencial; Veda a participação do médico nas ações domiciliares relacionadas ao parto e assistência perinatal Autoriza as enfermeiras a participarem dos partos domiciliares Parto domiciliar planejado para quem Gestantes de risco habitual: sem nenhuma contraindicação anterior Gestação única Iniciar o trabalho de parto de forma natural Golden hour (Thayanna Alves Matsuda) PRIMEIRA HRA DE VIDA DO BEBÊ Principais condutas na Golden Hour Não sedar a mãe após nascimento Contato pele a pele imediato e contínuo RN deve permanecer sobre o abdômen ou tórax materno Clampeamento tardio do cordão umbilical Estimular a amamentação na primeira hora Postergar procedimentos de RN Realizar APGAR no colo da mãe Após cuidados, devem permanecer em alojamento conjunto Aguardar (sempre que possível) pelo menos 1 hora para as medições do bebê Benefícios da Golden Hour Mae: Amamentação precoce Descida e ejeção do leite Acelera expulsão da placenta Involução do útero Previne hemorragia Aumenta vínculo com bebê Bebê Diminui de hipotermia e hipoglicemia Controla FC (frequência cardíaca) e FR (frequência respiratória) Previne infecções Auxilia na perstalse Diminui icterícia Maior duração do aleitamento exclusivo GOLDEN HOUR também tem que ser feita na cesárea!!!! Malefícios dos berçários Diminui o aleitamento da materno Diminui o vínculo ELE NÃO DEVE SAIR DE PERTO DA MÃE
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