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Linfoma não-Hodgkin (LNH) - Linfoma do Tipo Burkitt: Tumor sólido de linfócitos B classificado como um Linfoma não Hodgkin de alto grau, de crescimento rápido e fatal. É classificado como um linfoma maligno de pequenas células não segmentadas de alto grau. É composto por células linfóides de tamanho intermediário contendo núcleos redondos de tamanho e formato uniformes, com cromatina grosseira e um ou mais nucléolos distintos. Geralmente há presença de uma margem de citoplasma basófilo. Do ponto de vista histológico trata-se de um linfoma linfocítico pouco diferenciado, exibindo o aspecto de “céu estrelado” quando se intercalam com histiócitos. As células são da linhagem de célula B monoclonal, que expressa IgM de uma única classe de cadeia leve na sua superfície celular. Distinguem-se dois tipos de linfomas segundo a sua localização e epidemiologia que são clinicamente distintos, embora semelhantes histologicamente: Linfoma endémico do Centro de África - Com incidência em crianças entre os 2 e 16 anos (média, 7 anos), com uma predominância masculina de 2:1. - Predominam aqui os tumores extranodais volumosos da mandíbula (70%), vísceras abdominais (50%), principalmente rins, ovários, e estruturas dentro do peritoneu e meninges (30%) - locais pouco comuns são os ossos, testículos, mamas, tireóide, parótida, a pele e abdome - Este pode estar associado à malária Linfoma não endêmico da América e Europa Ocidental - incidência em crianças - média aos 11 anos - A predominância masculina só é evidente em pacientes abaixo dos 15 ano - Os tumores de mandíbula são raros e a doença abdominal envolve linfonodos mesentéricos em vez de vísceras, associada em ocasiões com dor ou sintomas de obstrução do intestino. - Outros locais onde pode aparecer inicialmente são os nódulos linfáticos cervicais e a medula óssea. - Estes podem estar associados ao transplante de órgãos e síndrome de imunodeficiência adquirida. O Linfoma de Burkitt tem uma forte relação com o Vírus de Epstein Barr, este último parece promover nos linfócitos infectados o crescimento e divisão celular. Nas células do Linfoma de Burkitt, o Vírus de Epstein Barr exprime o padrão de Latência I, contudo não é claro como é que este padrão contribui para a linfoma génese, sendo que algumas moléculas de miRNA parecem desempenhar um papel. ENFOQUE CLÍNICO a) QUADRO CLÍNICO A apresentação clássica do Linfoma de Burkitt é a de um tumor mandibular de crescimento rápido, porém estão descritas outras formas de apresentação. Na variante endémica as apresentações envolvendo a face representam 50-60% dos casos, e as apresentações abdominais 50% dos casos. Na variante esporádica a apresentação abdominal é a mais frequente e as massas faciais representam apenas 15-30% casos. Nos doentes com Linfoma de Burkitt associado à imunodeficiência há normalmente envolvimento dos gânglios linfáticos, do sistema nervoso central e da medula óssea. É relativamente comum os doentes com Linfoma de Burkitt apresentarem sinais e sintomas de síndrome de lise tumoral, e níveis plasmáticos de lactato desidrogenase e de ácido úrico altos (sinónimo de alto turnover celular). b) DIAGNÓSTICO O diagnóstico de LB deve ser confirmado por análise microscópica e análise imunocitoquímica. O recomendado é examinar uma biópsia de tecido suspeito, que pode ser uma neoformação, um gânglio linfático superficial ou líquido de uma efusão pleural. A biópsia de aspiração por agulha fina (BAAF) tem como vantagem ser mais rápida, barata, segura e de fácil execução, mas por norma fornece pouco material e normalmente é seguida por uma biópsia excisional para que se possam completar os estudos. A biópsia excisional é por isso preferível à BAAF. Nos casos de massas abdominais pode ser necessário fazer uma laparoscopia exploratória para recolha de amostras. A análise histológica permite identificar o padrão morfológico, e a citometria de fluxo permite identificar o imunofenótipo. Para detecção das translocações de c-myc o recurso a FISH ou recurso a PCR (polymerase chain reaction) é bastante proveitoso.
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