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TRAUMA CERVICAL Definição: ampla usada para descrever lesões causadas por uma força externa devido a acidentes, violência ou auto-agressão. -É categorizado por mecanismos de lesão que incluem: -Trauma penetrante, trauma contuso, trauma cortante ou sua combinação O trauma é a lesão corporal resultante da exposição à energia (mecânica, térmica, elétrica, química ou radiação) que interagiu com o corpo em quantidade acima da suportada fisiologicamente. o trauma pode ser intencional ou não intencional e varia de leve a grave Histórico(slide) ABCDE do trauma (ATLS) 1978 A-Controle da via aérea: estabilização da coluna cervical abertura da via aérea Aspirar secreções Estabilizar a cervical Colocar o colar B-(parte respiratória) Frequência e qualidade das respirações, fornecer oxigênio Iniciar reanimação se necessário Inspiração do tórax C-(circulação)Verificar pulso, perfusão, cor e temperatura, buscar sangramentos Avaliar necessidade de volume ou sangue Parar grandes sangramentos, desconsiderar pequenos D-(Neurológico)Avaliar consciência com Escala de Glasgow e avaliar pupilas Graduar abertura ocular, resposta vertebral e motora, reflexões e simetria pupilares E-(Exposição)Exposição das zonas afetadas Despir completamente o paciente Buscar lesões Prevenir hipotermia 2018-atualização Acrescentou a letra X XABCDE X-Hemorragia grave (EXSANGUINANTE): Ferimentos por armas de fogo/ grande perda de sangue e fazer tamponamento EPIDEMIOLOGIA É de Alta importância, pois: -É uma área anatômica restrita -Nesse segmento que é o pescoço, inclui vários sistemas: Vascular, Digestório, Respiratório,Muscular, Endócrino e Nervoso) -Experiência individual ainda é pequena -Área de alta mortalidade -Pouca evolução no tratamento -o trauma cervical representa 5% a 10% das lesões traumáticas -Mortalidade alta: -1% a 2% por Arma branca -5% a 12% por Arma de fogo- pistolas e revólveres -50% por Rifles e Espingardas ANATOMIA MUSCULAR O músculo mais superficial que nós temos no corpo é o músculo platisma, no pescoço Esse músculo platisma, na sua camada cervical profunda, é a que faz a transição do que é superficial e do que é penetrante no pescoço.Passou esse músculo, o ferimento é considerado penetrante. A partir daí pode afetar a outra camada muscular(M.esternocleido. M esterno-hióideo.M omo- hióideo e mais profundamente os escalenos anterior, médio e posterior) Na camada superficial, ou seja camada muscular logo abaixo do M.platisma, tem as veias superficiais e o plexo cervical superficial e um pouco abaixo, o plexo cervical profundo,ou seja o plexo braquial que é o motor, e o plexo cervical superficial é o mais sensitivo. O compartimento central do pescoço é envolto por uma camada muscular. Na parte posterior tem o M.Trapézio, que protege a camada visceral e estrutura vasculo-nervosa Importância do sistema vásculo-nervoso Há 3 estruturas: veia jugular interna, artéria carótida comum ou a bifurcação delas, carótida interna e externa dependendo da altura do pescoço e o nervo vago. - Ao lesar essas estruturas,ocasiona um sangramento profuso exsanguinante, que causa mortalidade, e às vezes na cena, onde o paciente sofreu o ferimento. - E ao lesar o nervo vago, na maioria das vezes, ele ocasiona a paralisia das pregas vocais, levando a uma incoordenação da respiração e da deglutição e o paciente começa a se sufocar com a própria saliva ou com o sangue dependendo da profundidade dessa lesão A importância do segmento vascular venoso é o calibre da veia jugular interna, e recebe um fluxo sanguíneo muito grande, sendo um afluente do tronco braquiocefálico. Então essa drenagem profusa ela se faz bilateral e como a veia é muito calibrosa ela demora pra coabar (para criar a plaqueta,coágulo) e com isso ter o tamponamento, isso só vai acontecer geralmente quando cai a pressão, então o paciente perde o volume sanguíneo em que existe uma queda, uma hipotensão, e com isso a veia acaba coabando. Paradoxalmente quando se faz a ressuscitação e começa a fazer a reposição do volume hidroeletrolítico existe mais volume no sistema venoso e a veia começa a se expandir, destampona o coágulo e começa a sangrar tudo de novo. são nesses casos que acontece o óbito ANATOMIA VASCULAR ARTERIAL -Tem principalmente a carótida interna, depois a carótida externa e seus diversos ramos advindas da carótida comum e a artéria vertebral(mais rara de ter problema)- fraturas dos processos espinhosos e transversos -Mais comuns lesões arteriais na carótida comum e na carótida externa,no segmento fascial ou cervical ANATOMIA: INERVAÇÃO -O plexo cervical ( os iniciais) são sensitivos, então em ferimentos cortantes ou penetrantes há a ocorrência de parestesias correspondente ao metâmero no nervo -Mais inferiormente ( mais caudal) C4,C5,C6,C7, temos a emerg6encia do plexo braquial e esse sim ocasiona o problema Lesões do plexo braquial ocasionam a perda da movimentação e perda motora dos músculos do braço, antebraço e das pernas. levando a uma desfuncionalização do braço No compartimento central: ANATOMIA VISCERAL, LARINGE/TRAQUEIA, TIREÓIDE compartimento central/ visceral vísceras do pescoço Laringe: composta por : cartilagem tireóide, cartilagem cricóide e os primeiros anéis traqueais Traqueia Tireóide: bem vascularizada, recebe sangue tanto do sistema arterial (da carótida externa -é primeiro ramo da artéria tireoidiana e do tronco tireocervical (inferiormente ) e a drenagem venosa também abundante A traquéia ela é muito superficial , o ponto mais superficial da via respiratória é na membrana cricotireóidea, onde se faz na urgência uma cricotireoidostomia e que em 24hrs tem que ser revertido em uma traqueostomia Posteriormente à traquéia e laringe: tem a Faringe: dividida em : nasofaringe (atras do segmento facial, do esqueleto ósseo, das maxilas) e depois na orofaringe tem o limite inferior (hipofaringe) onde tem a transição pro esôfago Esôfago: faz sua transição da hipofaringe mais ou menos na altura de C5,C4, onde as fibras passam a ser circulares transversais. As lesões esofágicas normalmente passam despercebidas, sejam elas contusas ou por ferimentos abertos. O problema é que a faringe funciona como um funil , saliva que passa é deglutida e vai pro esofago. tendo uma lesão no esofago, essa saliva por pressão, vai se acumular nos espaços cervicais e vai ocasionar uma infecção e normalmente os pacientes morrem de sepse ou mediastinite a partir de 48hrs de uma lesão não diagnosticada de esôfago e faringe. TIPOS DE TRAUMA São divididos em 3 categorias: -Penetrantes – quando há rompimento e laceração da pele, como perfurações por armas de fogo e arma branca e ultrapassam o músculo platisma. Orifício de entrada mas sem de saída - Contusos – quando não há perfuração da pele, como no caso de pancadas, esmagamentos, esganaduras, enforcamento Ex: enforcamento ou contuso com corda - Mistos – uma combinação dos dois tipos, bastante comuns em acidentes de trânsito: corto-contusos, perda de substância. ex: corto-contuso com ferragem MECANISMOS DE TRAUMA Trauma Fechado: -laringe -Coluna cervical -fraturas -hipofaringe/e esôfago Trauma aberto/Penetrante: -Platisma -zonas cervicais Para facilitar identifica o ferimento em zonas ex: ferimento penetrante ou corto-contuso em zona 1,2 e 3 -essas zonas funcionam para classificação do trauma cervical ZONA 1: compreende da altura do manúbrio até a projeção da cricóide ZONA 2: da cricóide até o ângulo da mandíbula ZONA 3: ângulo da mandíbula até a base do crânio ZONA 1 8% dos traumas cervicais -fica mais baixa, então mais protegida -probabilidade maior de lesões nas: Artérias carótidas comuns proximais, artérias vertebrais e subclávias veias subclávias e jugulares, traqueia, nervos L.recorrente e vago, esôfago e ducto torácico -Associada a mortalidade alta e manejo difícil -Acesso cirúrgico: esternotomia ou toracotomia ZONA 2 : MAIS COMUM 77% dos traumas cervicais -Estruturas envolvidas : Artérias carótidas, veias jugulares e vertebrais, traqueia proximal , faringe e laringe, nervo L recorrente e vago e medulaespinhal -Acesso cirúrgico direto (vertical ou horizontal) ZONA 3 15% dos traumas cervicais -Estruturas envolvidas: Artérias carótidas e vertebrais extracranianas, veias jugulares, medula espinhal,nervos cranianos IX-XII e tronco simpático -Mortalidade alta, manejo cirúrgico difícil -Acesso cirúrgico: craniotomia, mandibulotomia ou manobras de deslocamento mandibular CINEMÁTICA DO TRAUMA No ferimento corto-contuso ele envolve múltiplas lesões? por ex. ao longo de um capotamento, choque de veículo, rotação ou se o ferimento foi resultado de uma explosão ou ferimento penetrante por arma de fogo, onde tem uma cavidade permanente originada pelo projétil mas oq da a lesão são as ondas, a cinemática do trauma pela cavidade temporária por um projétil de alto impacto QUADRO CLÍNICO atendimento pré-hospitalar:avaliar se a cena do trauma está segura, avaliando a situação e depois faz a abordagem inicial: envolve o ATLS(XABCDE), avaliar a cena do acidente e fazer uma avaliação rápida(exame físico, mecanismo de trauma e sinais vitais) do paciente e as medidas auxiliares (sondagem, exames radiológicos e monitorização) FAST: utilização do ultrassom na sala do trauma - avalia se há um risco de tamponamento cardíaco, avalia se há um derrame pericárdio ou um hemotórax , avalia se há sangue em cavidade FAST- faz com 4 janelas principais: 1. na região subxifóide 2. espaço de morrison - espaço hepatorrenal 3. espaço espleno-renal 4. região supra-púbica Além disso pode-se usar o ultrassom para avaliar o pescoço ESCALA DE COMA DE GLASGOW: avalia 3 fatores: -Abertura ocular: consegue dar uma resposta de 1 à 4 -Resposta verbal de 1-5 -Resposta motora de 1-6 Mínimo: paciente em coma Máximo:Desorientado Cinemática do trauma vítima de politrauma , o que envolveu? -múltiplos veículos e acidentes com ônibus, consegue já saber oq vamos encontrar - se o paciente estiver consciente e com orientação necessária ele consegue responder se: -Há dor no pescoço ou costas -Dor à palpação -Deformidade da coluna vertebral -Dormência ou formigamento -paralisia -Paresia -Hematomas -edemas "SABER ONDE PROCURAR LESÕES É TÃO IMPORTANTE QUANTO SABER O QUE FAZER APÓS ENCONTRÁ-LAS.” Avaliação dirigida -Quando o paciente está consciente observa-se sua: Disfonia Odinofagia Disfagia Saída de ar pelo orifício Enfisema Hemoptise Estridor Déficit Neurológico Arma branca -Orifício com bordas irregulares,retilíneas Arma de fogo -Orifício de Entrada: lesão oval ou redonda com chamuscamento ao redor(tiro dado de perto) - Orifício de Saída: aspecto estrelado, sem abrasão - Sinal de Benassi: lesão estrelada - Sinal da Câmara de Mina de Hofmann : ferimento irregular EXAMES DIAGNÓSTICOS Sempre em pacientes estáveis !! ----> Caráter Diagnóstico Informações Adicionais fazer ATLS e depois já encaminhar para um centro de recursos que tenh: Raio X AP e P sempre Tomografia Computadorizada(melhor que o raio x) Angiotomografia Endoscopia Broncoscopia USG Doppler na sala do Trauma TRATAMENTO -vai depender da zona acometida zona 1: abordagem cervical com esternotomia zona 2: cervicotomia zona 3: abordagem cervical e facial craniotomia Cervicotomia mandatória é obrigatória quando: Há ferimento penetrante -quando não há muitos recursos, como o ultrassom, vai direto pra cirurgia, em até 89% dos casos consegue resolver -Se há recursos, quando o paciente está sintomático opera ou senão trata clinicamente dependendo dos exames. OPERAÇÃO IMEDIATA-12%-RISCO DE MORTE insuficiência respiratória ou hemorragia OPERAÇÃO SELETIVA-21%-BASEADA EM EXAMES Lesões do tratamento aerodigestivo alto ou vasculares TRATAMENTO NÃO OPERATÓRIO-66% baseado em exames e observação clínica Tratamento TRATO AERODIGESTÓRIO: Boca-operar /observar Orofaringe/rinofaringe: observar Hipofaringe/esôfago-operar (SNE)+RAFIA Laringe-reparo +traqueostomia Traquéia-reparo+traqueostomia (ferimento) Tireóide-sutura hemostática/ressecção ALGORITMO DO TRATAMENTO TRATAMENTO LARINGE FERIMENTO LEVE LARINGE: pequenas Lesões pela avaliaçãolaringoscopia , normalmente tratamento clínico com antibióticos FERIMENTO MODERADO E GRAVE : vias aéreas comprometidas,hemoptise, hematoma obstrutivo, edema, pode ter ruptura de mucosa com perfuração ou um hematoma maciço com fragmentação e fratura de laringe. Constata-se tudo isso na laringoscopia e depois para cirurgia (traqueostomia), optando ou não em reconstruir a laringe procedimentos da laringe: coloca-se um enxerto(cartilagem da costela) preservando o diâmetro ântero-posterior maior possível e evitar uma estenose no futuro ou então fazer uma reconstrução da laringe ou da traqueia, tirando o segmento que está fragmentado e fazendo a anastomose final da traqueia e suturando na laringe TRATAMENTO -FARINGE -Alta morbi-mortalidade - Difícil diagnóstico: difícil de ver só consegue ver as vezes em uma Laringoscopia ou Endoscopia, se não tiver um hematoma grande complicando a visualização Tratamento: - Reparo(suturar) sempre em dois planos - Sempre DRENAR - Ponderar Faringostomia se após 24h Lesoes do esofago que seguem os ferimentos de faringe Maioria em arma de fogo e branca ESÔFAGO perfuração esofágica: etiologia -corpo estranho (2%) -trauma(2%) -lesões cirúrgicas(2%) Traqueostomia Tiroidectomia Cirurgia cardíaca e pulmonar Miotomias esofágicas Fundoplicaturas -Tumores -Outras Perfuração esofágica: localização -Região cervical: Endoscopias Trauma.Penetrante Corpo estranho -Região Torácica: Instrumentais Barotrauma -Região abdominal: Sd.Boerhaave: face póstero lateral esquerda, ⅔ inferiores Sintomas de perfuração de esôfago Enfisema cervical Disfalgia Sinal de Hamman: quando o ar chega até o mediastino, quando o coração bate contra os tecidos cheios de ar diagnóstico: pode ser feito durante a cirurgia ou por endoscopia Perfuração esofágica: tratamento Sempre é uma cervicotomia (explorar o pescoço) unilateral ou em colar, localizar o esôfago, e se tiver suspeita que há lesão nas duas paredes esofágicas têm que fazer a sutura primária e a drenagem cervical. TRATAMENTOS PARA OS FERIMENTOS VASCULARES ARTÉRIAS Fazer Reparo Arterial- visando aumentar o diam. das artérias - Por uma sutura: 1.Término-terminal: - evitar tensão Por uma sutura interrumpida/contínua: vasos menores de 4mm - espatulamento arterial 2.Enxerto: sintético: prótese de Dacron - autógeno: veia safena, jugular externa NÃO OPERAR: A MAIORIA DOS CASOS RINOFARINGE-PAREDE POSTERIOR -LARINGE: PEQUENOS HEMATOMAS -MEDULA E CÉREBRO
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