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UNIDADE II Jurisdição, ação e exceção 2021 1

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Material de apoio de Processo Civil I – Prof. Patricia Brazão. 
UNIDADE II: Jurisdição e Cooperação internacional. 
 
INTRODUÇÃO 
 
É uma das funções do Estado, que se substitui às partes na solução dos 
conflitos de interesses. Nos primórdios da história humana, quando ainda não 
havia Estado nem leis, a resolução dos litígios era feita pelos próprios titulares 
dos interesses em disputa. O resultado era, quase sempre, a predominância do 
mais forte, ou do mais esperto, sobre o mais fraco ou menos inteligente, o que 
nem sempre se coadunava com os ideais de justiça. A solução dos conflitos era 
parcial, na medida em que dada pelas próprias partes envolvidas. 
Com a evolução das instituições, o Estado assumiu para si, em caráter 
exclusivo, a responsabilidade de dar solução aos conflitos, proibindo que os 
próprios envolvidos o fizessem, de forma unilateral. Desde então, as lides 
passaram a ter uma solução imparcial. 
Ao aplicar a lei, que é geral e abstrata, a um caso concreto, busca o Estado 
a pacificação social. Cumpre ao Poder Judiciário fazer atuar a vontade concreta 
da lei. 
Fica evidenciado, pelo exposto, que uma das principais características da 
jurisdição é a substitutividade, que deriva de sua atividade de substituir as partes 
envolvidas no conflito para dar-lhes solução. Com isso, garante-se a exigência 
contemporânea de imparcialidade. 
A jurisdição é exercida em relação a uma lide, que o interessado deduz 
perante o Estado-juiz, inerte por natureza. Ao ser acionado por um dos 
interessados, ele, por meio de um processo, irá aplicar a lei ao caso concreto, 
buscando dar solução ao conflito. Somente os atos jurisdicionais tornam-se 
imutáveis, porque a partir de um determinado momento não podem mais ser 
discutidos. Os atos administrativos podem ser revistos e não têm o caráter de 
definitividade que caracteriza a jurisdição. 
 
JURISDIÇÃO, LEGISLAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO 
O poder é uno, pois há apenas uma separação de funções. A legislativa 
consiste na atividade de elaboração de normas gerais e abstratas, que são 
prévias ao conflito de interesses; a jurisdicional, na aplicação dessas normas 
ao caso concreto submetido à apreciação judicial (criação da norma jurídica 
concreta). 
Não se confunde a função jurisdicional com a administrativa. São três as 
diferenças fundamentais: a administração não tem caráter substitutivo – os 
procedimentos administrativos são apreciados por ela mesma; só a jurisdição 
busca solucionar os conflitos de interesses aplicando a lei ao caso concreto; e 
só ela produz decisões de caráter definitivo. 
 
PRINCÍPIO DA JURISDIÇÃO 
Tradicionalmente, a doutrina menciona quatro princípios inerentes à 
jurisdição. São eles: 
a) Investidura: só exerce jurisdição quem ocupa o cargo de juiz. A 
ausência de investidura implica óbice intransponível para o exercício da 
jurisdição, que é pressuposto processual da própria existência do processo. 
b) Aderência ao território: os juízes só têm autoridade dentro do 
território nacional, respeitados os limites da sua competência. Esta nada mais 
é que a medida territorial da jurisdição. 
É por essa razão que, fora dos limites territoriais de sua competência, 
eles devem buscar a cooperação dos outros magistrados, com a expedição de 
cartas precatórias. 
c) Indelegabilidade: a função jurisdicional só pode ser exercida pelo 
Poder Judiciário, não podendo haver delegação de competências, sob pena de 
ofensa ao princípio constitucional do juiz natural. 
d) Inafastabilidade: a lei não pode excluir da apreciação do Poder 
Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5 º, XXXV). Mesmo que 
não haja lei que se possa aplicar, de forma específica, a um determinado 
caso concreto, o juiz não se escusa de julgar invocando a lacuna. 
 
 
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO 
Como emanação do poder estatal, a jurisdição é una e não comporta 
distinção de espécies, salvo por razões exclusivamente didáticas. A doutrina 
costuma classificá-la quanto ao seu objeto, tipo de órgão que a exerce e 
hierarquia. 
Quanto ao objeto, classifica-se em civil, penal e trabalhista. Em relação 
ao organismo que a exerce, em comum ou especial, a primeira exercida pela 
justiça comum estadual e federal, e a segunda pela justiça trabalhista, militar e 
eleitoral. 
Por fim, quanto à hierarquia, em superior e inferior, conforme as decisões 
provenham de órgão de instâncias superiores ou inferiores. 
 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
 
Jurisdição internacional (jurisdição de outros Estados) 
A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais em todo o território 
nacional, nos termos do CPC, art. 16. Não tem o juiz brasileiro jurisdição em 
outros territórios, porque, sendo ela uma manifestação do poder estatal, deve 
respeitar a soberania dos outros países. 
A jurisdição, como manifestação de poder, encontra óbice na soberania de 
outros países. De nada adiantaria que a lei brasileira autorizasse o 
processamento de determinadas ações perante a nossa justiça se a decisão aqui 
proferida não fosse exequível, por violar ou ofender a soberania de outro país. 
Reciprocamente, há certas ações que só podem ser julgadas pela justiça 
brasileira, em caráter de exclusividade. Se o forem em outro país, serão aqui 
inexequíveis, porque o Superior Tribunal da Justiça lhes negará homologação. 
Os atos executivos determinados pelo juiz de certo país não poderão ser 
cumpridos diretamente em outro sem a colaboração deste. É preciso que, 
primeiro, haja a homologação da sentença estrangeira, para que ela se torne 
exequível. 
Também são excluídos de nossa jurisdição aqueles conflitos que não tragam 
qualquer interesse para a justiça brasileira. Um litígio entre estrangeiros, 
versando sobre fato ocorrido em outro território, não tem nenhuma relação com 
o Brasil. Por isso, não haveria qualquer razão para que a justiça brasileira dele 
se ocupasse. 
A harmonia e a cooperação entre os países, o respeito mútuo entre eles e 
os esforços diplomáticos para a boa convivência entre as nações justificam que 
cada país estabeleça regras e limitações a respeito da extensão da sua 
jurisdição. 
 
A decisão estrangeira 
Uma decisão ou sentença proferida em outro país é ineficaz enquanto tal e 
não pode ser executada no Brasil, nem produz aqui os seus efeitos. A existência 
de processo em país estrangeiro também é irrelevante perante a justiça 
brasileira. Estabelece o CPC, art. 24, que a ação intentada no estrangeiro não 
induz litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça 
da mesma causa e das que lhe são conexas. Mesmo a decisão estrangeira 
já transitada em julgado deve ser ignorada pelo juiz brasileiro. Para que ela se 
torne eficaz, é preciso que seja homologada perante o Superior Tribunal de 
Justiça, na forma do art. 105, I, i, da Constituição Federal. 
A partir de então, ela se torna eficaz no Brasil, produzindo os efeitos da 
litispendência (há quem sustente que o disposto no art. 24 do CPC não estaria 
mais em vigor, porque o Brasil é signatário do Código de Bustamante, cujo art. 
394 dispõe em contrário, aduzindo que a pendência de processo no estrangeiro 
impede a propositura de ação idêntica no Brasil). Mas o CPC atual é posterior 
à adesão do Brasil ao Código de Bustamante, e manteve a regra. 
Somente após a homologação – que tem natureza jurídica de ação – a 
decisão se tornará eficaz. A homologação vem tratada nos arts. 960 e s. do CPC; 
e os requisitos para seu deferimento vêm estabelecidos no art. 963 do CPC. Já 
o procedimento vem regulamentado no Regimento Interno do Superior Tribunal 
de Justiça, conforme Emenda Regimental 28, de 17 de dezembro de 2014, com 
a redação dada pela Emenda 24/2016. 
 
Jurisdição do juiz brasileiro 
Os arts. 21 a 23 do CPC cuidam das ações que podem correr perante a 
justiça brasileira. Esses dispositivos contêm todas as hipóteses de ações que 
podem tramitar no Brasil. As que não seenquadrarem no rol não podem ser 
aqui julgadas, pois o juiz brasileiro carece, não propriamente de competência, 
mas da própria jurisdição. Por isso, o processo será extinto sem resolução de 
mérito. Essa solução difere daquela estabelecida em lei para a incompetência 
do juízo, dentro do território nacional, solucionada com a remessa dos autos ao 
foro e juízo competentes. Diferente é a solução quando falta ao juiz brasileiro 
jurisdição. Não teria cabimento que ele remetesse os autos a outro país, 
restando a extinção do processo sem resolução de mérito. 
Os dispositivos mencionados elencam, pois, as hipóteses de ações que 
podem ser julgadas pela justiça brasileira. Há, no entanto, uma diferença 
importante entre eles: os primeiros cuidam da competência concorrente, e o 
último, da exclusiva. 
No caso dos arts. 21 e 22, a justiça brasileira se reconhece com jurisdição, 
mas não nega que outros países também a tenham. Cabe ao interessado optar 
entre propor a ação no Brasil ou em outro país igualmente dotado de jurisdição. 
Se optar por outro país, a sentença lá proferida será ineficaz em território 
nacional enquanto não homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. 
Nas hipóteses do art. 23, a jurisdição da justiça brasileira é exclusiva. Se 
houver decisão estrangeira versando sobre essas matérias, o Superior Tribunal 
de Justiça jamais a homologará, de sorte que ela estará condenada a 
permanecer sempre ineficaz em território brasileiro. 
 
Jurisdição concorrente 
São três as hipóteses do art. 21 do CPC. Compete à autoridade judiciária 
brasileira processar e julgar as ações em que: 
a) o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil. Em regra, as demandas são aforadas no domicílio do réu. Na busca de 
proteção aos interesses do cidadão brasileiro, a lei estabelece a jurisdição da 
justiça brasileira quando ele for réu, o que vale para pessoa natural ou jurídica, 
e mesmo para pessoa jurídica estrangeira que tiver no Brasil agência, filial ou 
sucursal (CPC, art. 21, parágrafo único); 
b) no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação. Ainda que ambas as partes 
sejam estrangeiras, terá jurisdição a justiça brasileira quando o contrato 
celebrado entre elas tiver estipulado o Brasil como praça de cumprimento da 
obrigação; 
c) o fundamento se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
Essa norma tem especial importância para as ações de reparação de danos 
por ato ilícito. Ainda que ele tenha sido praticado por estrangeiro, a jurisdição 
será da justiça brasileira se o foi em território nacional. 
O art. 22 acrescenta três outras hipóteses de jurisdição concorrente: para as 
ações de alimentos, quando o credor tiver domicílio no Brasil ou o réu mantiver 
vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de 
renda ou obtenção de benefícios econômicos; para as ações decorrentes de 
relação de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no 
Brasil; e para as ações em que as partes, expressa ou tacitamente, se 
submeterem à jurisdição nacional. 
 
Jurisdição internacional exclusiva 
O art. 23 do CPC enumera três hipóteses apenas, estabelecendo que 
compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
a) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil, pois estes 
fazem parte do território nacional. Permitir que a autoridade estrangeira possa 
proferir decisão versando sobre parte de nosso território ofende a soberania 
nacional. Não há necessidade de que a demanda tenha natureza real. Mesmo 
que pessoal, será de competência exclusiva da autoridade brasileira se for 
relativa a imóvel; 
b) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de 
testamento particular e ao inventário e partilha de bens situados no Brasil, ainda 
que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira e tenha domicílio fora 
do território nacional. Embora a lei se refira a inventário, a regra estende-se, por 
analogia, aos arrolamentos comuns e sumários. 
O dispositivo não fez qualquer alusão aos tipos de bens que devem integrar 
o espólio, de sorte que o dispositivo se aplica sejam eles móveis ou imóveis, 
sendo irrelevantes a origem e o domicílio do autor da herança; 
c) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, 
proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Nessa 
hipótese, também não faz distinção entre bens imóveis ou móveis, bastando 
que estejam no Brasil. 
 
Autoridade judiciária brasileira e direito material estrangeiro 
O CPC deixa explícito que a jurisdição brasileira exerce-se nos limites do 
território nacional. Mas a autoridade brasileira pode aplicar, nos processos que 
aqui tramitam, normas de direito substancial estrangeiro. O art. 376 prevê 
expressamente essa possibilidade, aduzindo que a parte que alegar direito 
estrangeiro provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz. A 
aplicação de lei substancial estrangeira no Brasil não é regida pelo CPC, mas, 
em regra, pela Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. O art. 10, § 1º, 
por exemplo, determina que a sucessão de bens de estrangeiros situados no 
país será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos 
brasileiros, desde que não lhes seja mais favorável a lei do país do de cujus. 
 
Cooperação internacional 
O CPC abre um capítulo para tratar da cooperação jurídica internacional. 
Com a globalização dos interesses econômicos e a facilidade de comunicação 
e de mobilização das pessoas, têm sido cada vez mais frequentes as situações 
em que um estado necessita da cooperação do outro para a melhor aplicação 
da justiça, e para fazer valer as decisões por ele proferidas. Daí a necessidade 
de uma regulação específica do tema. O CPC não apresenta um regramento 
detalhado e minucioso dos procedimentos pelos quais a cooperação se fará, 
mas traça as linhas gerais, as regras fundamentais que deverão ser observadas. 
No art. 26 fica estabelecido que caberá a tratado de que o Brasil for parte 
reger a cooperação internacional. Na falta dele, a cooperação poderá realizar-
se com base na reciprocidade manifestada por via diplomática. 
A cooperação deverá observar determinados requisitos de caráter geral 
estabelecidos no CPC. São eles: 
 
I – o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II – a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não 
no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, 
assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; 
III – a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na 
legislação brasileira ou do Estado requerente; 
IV – a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos 
pedidos de cooperação; 
V – a espontaneidade na transmissão de informações à autoridade estrangeira 
(art. 26 e incisos). 
É vedada, ainda, a prática de atos que contrariem ou que produzam 
resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado 
brasileiro. 
O CPC ainda enumera aquilo que será objeto da cooperação internacional: 
citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; colheita de provas e 
obtenção de informações; homologação e cumprimento de decisão; concessão 
de medida judicial de urgência; assistência jurídica internacional ou qualquer 
outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira (art. 27). 
São previstas três maneiras fundamentais pelas quais dar-se-á a cooperação 
internacional: por auxílio direto, por carta rogatória ou pela homologação de 
sentença estrangeira. 
O auxílio direto cabe para fazer cumprir medida que não decorrer diretamente 
de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de 
delibação no Brasil (art. 28). As hipótesesem que ele ocorrerá estão 
especificadas no art. 30. São situações em que a cooperação pode ser solicitada 
pelo órgão estrangeiro diretamente à autoridade nacional, sem necessidade de 
se observar procedimento perante o Superior Tribunal de Justiça. A 
homologação de sentença estrangeira depende de ação julgada pelo Superior 
Tribunal de Justiça. E a carta rogatória, nos termos do art. 36, é procedimento 
de jurisdição contenciosa em que se deve assegurar às partes as garantias 
do devido processo legal. No auxílio direto não há necessidade de 
intermediação dos órgãos jurisdicionais, já que ele será solicitado e realizado 
diretamente. De acordo com o art. 30, além daquelas situações previstas em 
tratados de que o Brasil for parte, caberá auxílio direto para obtenção e prestação 
de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos 
ou jurisdicionais findos ou em curso; colheita de provas, salvo se a medida for 
adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de 
autoridade judiciária brasileira; qualquer outra medida judicial ou extrajudicial 
não proibida pela lei brasileira. O procedimento do auxílio direto vem regulado 
nos arts. 31 e s. 
O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é 
de jurisdição contenciosa, e vem regulado no art. 36. 
A homologação de sentença estrangeira já foi examinada no item anterior.

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