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@allancarrascod | Propedêutica Médica 1 Tônus Muscular Definição • Estado de tensão/resistência constante que são submetidos os músculos, tanto em repouso (tônus de postura = movimento passivo), como em movimento (tônus de ação) • Resistência encontrada quando uma articulação em um paciente em estado de relaxamento é movida passivamente – definição clínica. • Indica um estado de tensão muscular ou de atividade muscular contínua • Funciona como um elástico • Força é diferente de tensão • Classificações: o Normotonia = resistência normal o Hipertonia = ↑ resistência Ex = criança que anda com as pontas dos pés = hipertonia de m. gastrocnemio = patológico. o Hipotonia = ↓ resistência • RN: o ↑ tônus flexor = devido aos 9 meses em posição fetal. o Hipotonia = mau sinal o Avalia a maturidade do SNC o Sd. de Down = bebês hipotônicos. Avaliação • É diferente de trofismo = significa a nutrição do musculo. • Controlado pelo SNC = se avalia o movimento em si, você está avaliando a condição neurológica Alteração de tônus = alteração no SNC • Avaliação de movimento, reflexos, tônus, trofismo, vê coorde- nação, equilíbrio = vê toda condição de controle disso. Então se tem um controle neural em cima disso, está avaliando o sistema neurológico • Sempre perguntar ao paciente em que posição prefere para realizar o exame, assim ele fica de forma relaxada (não fica com medo de cair) • Exame deve ser feito de forma passiva (estirando o musculo do paciente) e ao todo processo, irá sentir uma resistência do pa- ciente = tônus muscular • Inspeção = verifica existência ou não de achatamento das massas musculares de encontro ao plano do leito, mais evidente nas coxas, só tem valor significativo na acentuada diminuição do tônus • Palpação das massas musculares = averiguar o grau de consis- tência muscular, a qual se mostra aumentada nas lesões moto- ras centrais e diminuída nas periféricas • Movimentos passivos = fazemos movimentos naturais de flexão e extensão nos membros e observamos: o Passividade = se há resistência (tônus aumentado) ou se a passividade está além do normal (tônus diminuído) o Extensibilidade = se existe ou não exagero no grau de exten- sibilidade da fibra muscular. • Segura um membro relaxado do paciente e tenta movê-lo, obser- vando a quantidade de esforço necessária para superar a re- sistência – o tônus muscular. • Alternativamente = observa-se como o membro responde ao ser solto subitamente - quanto maior a resistência ao movimen- to = maior o tônus muscular. • Localizações das possíveis lesões: o Central = encéfalo o Medular/nervosa = entre o central e periférico o Periférica = músculos • Normotonia: o Quantidade apropriada de resistência permitindo que o movi- mento prossiga suavemente e sem interrupção. • Hipotonia: o Pouquíssima ou nenhuma resistência. o Membro é sentido frouxo e flexível, e quando solto cairá na direção da força da gravidade. o passividade aumentada, extensibilidade aumentada. o Em lesões do cerebelo, no coma profundo, etc. • Hipertonia: o Resistência aumentada ao movimento passivo. o Membro é sentido pesado, e quando solto é tracionado na direção dos grupos musculares com tônus alterados. o Passividade diminuída e extensibilidade aumentada. o Presente = lesões das vias motoras piramidal e extrapiramidal. @allancarrascod | Propedêutica Médica 2 Fisiopatologia • Processo de facilitação autogênica: o Contração do músculo que foi estimulado. o Força externa (estiramento do músculo) gera uma ativação do músculo estirado (contração). • Reflexo de estiramento/miotáticos: o Resultado do controle do tônus o Quando estirado o musculo responde com a contração e o o Antagonista relaxa para poder ter a contração = mecanismo de proteção o Reflexo normal = não tem lesão, movimentamos o braço do paciente e existe receptores ativados (fuso neuromuscular), tendo papel de estimular neurônios, assim o fuso chega ao neurônio sensitivo (medula), no qual o sensitivo estimula o neu- rônio motor do bíceps para poder estender/esticar o braço (contração reflexa), permitindo realizar o movimento (reflexo miotático/estiramento). o Reflexo anormal = lesão neurológica nas vias de movimento, o fuso neuromuscular fica hiper excitado, assim entende que deve contrair exacerbadamente mais com resistência. Ex. = lesão do trato corticoespinhal (grande coleção de axônios que viajam entre o córtex cerebral do cérebro e a medula óssea) • Processo de inibição recíproca: o Relaxamento do seu antagonista. o Ex = relaxamento do tríceps durante a contração do bíceps. • Contração reflexa fásica = centros superiores atuam sobre o reflexo miotático = atuam como inibidor ou facilitador sobre a resposta de contração que pode ser de caráter cinético e pro- vocar o deslocamento do segmento. o Muita alteração = hipertonia ou pouca alteração = hipotonia o Sistema inibidor = cerebelo, tálamo, córtex o Sistema facilitador = cerebelo, tálamo, córtex Lesão no sistema facilitador de reflexo = via inibitória está funcionando apenas e leva a redução do reflexo miotático e há hipertonia • Contração reflexa tônica = caráter estático que sustentam as atividades posturais • Alguma alteração entre esses dois sistemas resulta em altera- ções do tônus. o Alteração do sistema inibidor = hipertonia → reflexo miotáti- co está alto o Alteração do sistema facilitador = hipotonia → reflexo mio- tático está baixo o Distonia/tônus flutuante = alteração do tônus, hora aumenta e depois abaixa. Hipertonia • Espasticidade: o Sinal do canivete o Resistência ao estiramento passivo de um músculo, com re- flexos tendíneos exagerados o Ampliação anormal dos reflexos miotáticos o Características clínicas: Lesão no sistema piramidal = elástica Aumento do reflexo miotático = respostas mais acentua- das de contração dos músculos estirados → resultado de um aumento do ganho do reflexo miotático e redução em seu limiar, e dependente da velocidade de estiramento → quanto mais rápido o examinador movimentar o braço de um paciente com espasticidade, maior será o aumento do tônus muscular “fenômeno de canivete” Afeta predominantemente os músculos antigravitacionais = flexores de membros superiores e extensores de membros inferiores Reflexos tendíneos aumentados = evidência da maior res- ponsividade do musculo ao estiramento. o Hiper-reflexia o Hipertonia o Predominante nos seguintes grupos musculares: MMSS = adutores, rotadores internos, flexores de antebraço, flexores de punho e mão. MMII = extensores de quadril, adutores, rotado- res internos de quadril, inversores e flexores plantares de tornozelo e pé. Espasticidade levam a contraturas por um “círculo vicioso” = ganho anormal do reflexo miotático faz com que o múscu- lo encurte → músculo encurtado sofre remodelação que leva a contratura = ADM, função e a movimentação: pre- judicadas. Tratamentos = medicação + utilização de toxina botulínica, de forma local, atua desnervando o musculo, tira espasti- @allancarrascod | Propedêutica Médica 3 cidade, porém também tira a força, é extremamente usado na atualidade. • Rigidez: o Lesão no sistema extrapiramidal = plástica o Músculos agonistas e antagonistas afetados o Resistência aumentada ao movimento em todos os músculos o Ex = flexionar e estender o punho lentamente (resistência sentida em todo movimento) o Resistência em “cano de chumbo” – resistência plástica (fle- xão, extensão) = articulação fica dura onde deixar o Resistência em “roda denteada” – resistência é intermitente = tremor em mov passivos, articulação parece estar travan- do durante o movimento o Aparece nas síndromes extrapiramidais Hipotonia • Centrais, lesões do SNC, SNP • Pode ser de um musculo ou um grupo generalizado • Crianças com hipotonia devido a distúrbios do SNC são descritas como flácidas.• Verificada no estágio agudo de doença ou trauma da medula espinhal, por perda do suprimento sanguíneo à parte do encéfa- lo – ex = Acidente Vascular Encefálico (AVE). • Reflexos de estiramento não podem ser evocados, e o músculo se mostra hipotônico. • Déficit motor generalizado → não tem movimento; não tem reflexo, não tem força. • Lesão piramidal: o Início = hipotônico = fase flácida o Evolui para hipertônico = fase espástica Trofismo • Relacionado com o diâmetro, volume e tamanho da massa muscular e consequentemente com a força muscular. • Considerados patológicos = hipertrofia e hipotrofia. • Hipertrofia: o Aumento do volume e força muscular o EX = Pacientes com distrofia muscular progressiva (pseudo- hipertrofia = edema de fibras degeneradas). • Hipotrofia: o Diminuição do volume e força muscular o Consequência = inatividade • Atrofia: o Atrofia por desuso = quando um músculo não é usado por longos períodos, a quantidade de microfilamentos de actina e miosina na fibra muscular se altera e ocorre perda de força muscular. o Interrupção dos sinais dos NMIs aos músculos diminui ou im- pede a contração muscular. o Atrofia muscular decorrente de danos ao sistema nervoso (grave): Estimulação neural frequente, mesmo a um nível inade- quado para produzir contração muscular, é essencial para a saúde do músculo. Sem estimulação que influencie a expressão genética nos músculos, atrofia ocorre rapidamente , porque o padrão de produção de proteína no músculo se altera. (sempre deve relacionar com outro músculo).
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