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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - UEPB CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E SOCIAIS APLICADAS – CAMPUS - VII CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA- NOTURNO COMPONENTE CURRICULAR: MATEMATICA II DOCENTE: ROZANA BANDEIRA DA SILVA MARIA EDUARDA DA CRUZ JUSTINO Equações polinomiais PATOS-PB 2016.1 INTRODUÇÃO Neste trabalho, estudaremos alguns métodos algébricos usados para resolver equações polinomiais. Iniciaremos falando sobre polinômios, apresentando a teoria de polinômios e algumas técnicas utilizadas em equações polinomiais. Resolver a equação consiste em encontrar quais são os elementos x que tornam a equação verdadeira. Estes elementos são chamados soluções ou raízes da equação polinomial. 1. DEFINIÇÕES 1.1 EQUAÇÕES POLINOMIAIS Sejam f (x) e g(x), polinômios. Chama-se equação polinomial a sentença aberta definida pela igualdade: f (x) = g(x). Uma sequência em x aberta pode ser falsa ou verdadeira dependendo do valor de x. Exemplo de Equação Polinomial: Sejam f (x) = - x - 1 e g(x) = 3 - 3 e a equação - x - 1 = 3 - 3 Para x=0, temos:- 0 - 1 = 3 – 3 (FALSA) Para x=1, temos: - 1 - 1 = 3 – 3 (VERDADEIRA) 1.1 RAIZ DE UMA EQUAÇÃO POLINOMIAL Denomina-se raiz ou zero da equação algébrica anxn + an-1xn-1 + ... + a1x + a0 = 0 O valor que substituido no lugar de x satisfaz a igualdade, ou seja, o valor de tal que an n + an-1 n-1 + ... + a1 + a0 = 0 Exemplo: A equação admite x=2 como raiz, pois 1.2 TEOREMA FUNDAMENTAL DA ÁLGEBRA (TFA) Toda equação polinomial p(x) = 0, de grau n onde n ≥ 1, admite pelo menos uma raiz complexa. Aceitaremos o resultado desse teorema, sem demonstrá-lo. 1.3 O TEOREMA D’ALEMBERT “O resto da divisão de um polinômio p(x) por x - a é igual a p(a)” Demonstração: A divisão de P(x) por (x - a), resulta em um quociente Q(x) e o resto r Temos: P(x) = Q(x)(x - a) + r , para x = a Þ P(a) = r . 1.4 O TEOREMA DA DECOMPOSIÇÃO. Todo polinômio de grau n(n 1) pode ser decomposto em n fatores do 1º grau, a menos de ordem ,essa decomposição será única. Demonstração: Seja P, um polinômio de 1º grau, de acordo com o TFA, teremos pelo menos uma raiz , chamemos essa raiz de r1 , pela definição de raiz, P(r1) = 0 Segundo o teorema D’alembert , P é divisível por x - r1, pois o resto, P(r1) = 0 significando que existe o polinômio Q1, tal que P = Q1(x - r1),mas, sendo P do primeiro grau, Q1 = anx1-1 = an P = an (x - r1) Resulta em P (x r1)(x r2)Q2 mas para n = 2, Q2 tem grau n - 2= 2 - 2 = 0, O que resulta em P = an (x- r1)( x- r2), aplicando–se sucessivamente o TFA podemos chegar a igualdade: P = Qn (x- r1)( x- r2)...(x- rn) mas Qn, tem grau n - n = 0 logo ,Qn = an e P = an (- r1)( x- r2)( x- r3)...(x- rn) Com os procedimentos acima, provamos a existência da decomposição, para provarmos sua unicidade vamos supor que nosso polinômio admita duas decomposições: P a n(x - r1) (x - r2) (x - r3)... (x - r n) P a’ m (x - r’1) (x - r’2) (x - r’3)... (x - r’ m) Supondo reduzidos e ordenados os dois segundos membros das igualdades têm: an - an S1 +... a’ m- a´m S’1+ ... e pela definição de igualdade de polinômios, temos necessariamente: n m e an a’m Cancelando os termos iguais, ficamos com a igualdade: (x r1)(x r2)(x r3)...(x rn) (x r’1)(x r’2)(x r’3)...(x r’m ). (I) Atribuindo a x o valor de r1, temos: 0 (r1 r'1)(r1 r’2)( r1 r’3)...(r1 r’n) e se o produto é nulo, um dos fatores é necessariamente nulo, operando uma mudança de ordem, podemos fazer r1 r1 . A igualdade (I) se transforma em: (x r1)(x r2)(x r3)...(x rn) (x r’1)(x r’2)(x r’3)...(x r’m ). Cancelando os termos iguais, (x r2)(x r3) (x r4)...(x rn) (x r’2)(x r’3) (x r’4)...(x r’m ). podemos atribuir x o valor de r2 e daí teremos: 0 (r2 - r’2)( r2 - r’3)... (r2 - r’n) Da mesma forma , um dos fatores r2 r’k é necessariamente nulo, novamente usando o artifício de mudar a ordem dos fatores de forma conveniente, podemos colocar: r 2 r’2 continuando para ri ’i' iN as igualdades, m n, a’m a n, r’ n rn são a prova que a decomposição é única. Como conseqüência do teorema da decomposição é que toda equação polinomial de grau n 1, admite n e somente n raízes complexas. Exemplo: 1º Fatorar o polinômio P = 5- 5– 80x +80, sabendo que suas raízes são 1,-2, 2, -2i, 2i. P = 5(x-1) (x+2)(x-2)(x+2i)(x-2i) 1.5 MULTIPLICIDADE DE UMA RAIZ Se um polinômio p é tal que: P = (x-. Q Com Q ≠ 0, dizemos que é raiz de multiplicidade da equação P = 0. Exemplos: 1º) A equação (x+5 = 0 admite as raízes 0 e -5 com multiplicidades 4 e 7, respectivamente, e embora a equação seja de 11º grau, seu conjunto solução tem só dois elementos, portanto S = {0, -5} 1.6 RELAÇÕES ENTRE COEFICIENTES E RAÍZES (RELAÇÕES DE GIRARD). 1.6.1 EQUAÇÃO DO 2º GRAU O teorema da decomposição e suas consequências nos permitem escrever uma equação do 2º grau da seguinte forma: a(x r1)(x r2) nos conduzindo a identidade : a(x r1)(x r2) a + bx c x C, mas como é necessário a a 0, para garantir o grau da equação teremos: E, por identidade de polinômios vem: 1.6.2 EQUAÇÕES DO 3º GRAU Consideremos a equação: a b cx d a (x r1)(x r2) (x r3) isto é, Portanto: , e Exemplo: Resolva a equação -10 + 31x – 30 = 0, sabendo que uma raiz é igual a soma das outras duas. Solução: x 10 x A informação dada no problema (uma raiz é igual á soma das outras duas) x que substituída na relação da soma implica x x 10 10 5 Daí segue-se que 5 e 6 x = 3 ou x = 2. Logo, as raízes da equação -10 + 31x – 30 = 0 são: 2,3 e 5. 1.7 RAÍZES REAIS E COMPLEXAS Para resolver estas é equações é preciso encontrar as raízes do polinômio. As raízes de um polinômio podem ser reais e/ou complexas. • Propriedades importantes: – Toda equação algébrica de grau n possui n raízes. Exemplo: a equação − x = 0 possui 3 raízes, a saber: = 0, = 1 e = −1. Dizemos então que o conjunto verdade ou conjunto solução da equação dada é S = {0, 1,−1}. – Se b for raiz de P(x) = 0, então P(x) é divisível por x− b. Esta propriedade é muito importante para abaixar o grau de uma equação, o que se consegue dividindo P(x) por x − b. – Se o número complexo a+bi for raiz de P(x) = 0, então o conjugado a−bi também será raiz. – Se a equação P(x) = 0 possuir k raízes iguais a m então dizemos que m é uma raiz de multiplicidade k. Exemplos: a equação (x − 4 = 0 possui 10 raízes iguais a 4. Portanto 4 é raiz de multiplicidade 10. A equação = 0, possui três raízes iguais a 0 ou seja três raízes nulas com ordem de multiplicidade 3. – Se a soma dos coeficientes de uma equação algébrica P(x) = 0 for nula, então 1 é raiz da equação. Exemplo: 1 é raiz de 40 − 10 + 10x − 40 = 0, pois a soma dos coeficientes é igual a zero. – Toda equação de termo independente nulo admite um número de raízes nulas igual ao menor expoente da variável. Exemplo: a equação 3 + 4 = 0 possui duas raízes nulas. Exercícios: 1º) Resolva a equação - 9 + 30 - 42x + 20 = 0 sabendo que 3 + i é raiz. Se 3 + i , é raiz então 3 - i (Conjugado ) também o será logo: P(x)[x - (3 + i)][x - (3 - i)](Q(x)) P(x) = (- 6x + 10)Q(x) Podemos calcular Q(x) Sendo { 1,2 } raízes de Q(x) S = {1,2,3 + i,3 - i} CONCLUSÃO O calculo de equações polinomiais e algumas equações algébricas era um dos grandes desafios da chamada álgebra clássica. Após entendermos como se resolve uma equação polinomial de graus maiores que 2, sugerimos a questão abaixo como exemplo para colocar-mos em pratica o conhecimento adquirido no decorrer do presente trabalho. As raízes da equação 9 23x 15 0 , estão em PA. Nessas condições, resolva a equação: Sendo x1, x2, x3 raízes da equação podemos representá-las por: x1r, x2x3r pela relação de Girard teremos: x1 + x2 + x3 r r x2 Sendo x2 3 uma raiz, o polinômio é divisível por x - 3. Ou 9 23x 15 (x 3)( 6x 5) sendo 1 e 5 , as raízes do polinômio de segundo grau, logo, S 1,3,5. REFERENCIASIEZZI, Gelson. Fundamentos de matemática elementar: complexos, polinômios, equações / Gelson Iezzi - 7. ed. – São Paulo: Atual, 2005. Abreu, Maria De Souza Machado. Equações polinomiais. Monografia Universidade Federal de Minas Gerais. http://educacao.uol.com.br/disciplinas/matematica/equacoes-polinomiais-raizes-multiplas-raizes-racionais-reais-e-complexas.htm
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