Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA VITÓRIA ELLEN LIMA BANTIM LISTA 03 – QUÍMICA DOS ALIMENTOS FORTALEZA – CEARÁ 2020 1. Dê as estruturas correspondentes: a. Polihidroxialdeídos (aldoses) b. Polihidroxicetonas (cetoses) c. Polihidroxiálcoois d. Polihidroácidos 2. Dê exemplos de aldoses, cetoses, poliálcoois e polihidroxiácidos. Uma aldose é um monossacarídeo (um açúcar simples), que contém apenas um aldeído por molécula. A forma mais simples possível da aldose é a que contém apenas dois átomos de carbono. Elas têm pelo menos um centro de carbono assimétrico. Exemplo: glicose e ribose. Cetose é um monossacarídeo que tem um grupo cetona, normalmente no carbono 2. Exemplo: ribulose e frutose. Poliálcool é a classificação dada aos álcoois que possuem mais de dois grupos OH ligados à cadeia carbônica. Exemplo: glicerol. Polihidroxiácidos são formados a partir da oxidação de polihidroxialdeídos ou polihidroxicetonas, como o ácido glicólico e o ácido lático. Exemplos: ácido lactobiônico e gluconolactona 3. Que são glicosídeos e como são formados? Ocorre a formação de glicosídeos quando um grupo hidroxila de açúcar ligado a um carbono anomérico reage com outra hidroxila formando uma ligação glicosídica. Essa ligação não é um éter, pois os glicosídeos podem ser hidrolisados aos alcoóis originais. As ligações glicosídicas entre monossacarídeos são a base para a formação de dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Diferentes formas estereoquímicas são possíveis em ligações glicosídicas, com importantes consequências para a função das substâncias assim formadas. 4. Defina Oligossacarídeos, e dê exemplos deles presentes em alimentos. São polímeros contendo de 2 a 10 unidades de monossacarídeos unidos por ligações hemiacetálicas, que nesse caso são chamadas de ligações glicosídicas. Os mais importantes são os dissacarídeos, que podem ser homogêneos ou heterogêneos em função de sua composição monomérica Podem ser encontrados em leguminosas, como feijão e ervilha. 5. Fale sobre as reações de Escurecimento em alimentos. Diga: a. Os tipos de reações de escurecimento, mostrando as diferenças entre elas. As reações que provocam o escurecimento dos alimentos podem ser oxidativas ou não oxidativas. O escurecimento oxidativo ou enzimático é uma reação entre o oxigênio e um substrato fenólico catalisado pela enzima polifenoloxidase e não envolve carboidratos. 6. O que é a “Reação de Caramelização”? Descreva suas características principais. Caramelização é um tipo de escurecimento não enzimático. Se dá pela degradação de açúcares em ausência de aminoácidos ou proteínas e pode ocorrer tanto em meio ácido quanto em meio básico. Os açúcares no estado sólido são relativamente estáveis ao aquecimento moderado, mas em temperaturas maiores que 120ºC são pirolisados para diversos produtos de degradação de alto peso moleculares e escuros, denominados caramelos. Tem mecanismo desconhecido. Sabe-se que o aquecimento provoca a quebra de ligações glicosídicas, quando elas existem como na sacarose, abertura do anel hemiacetálico, formação de novas ligações glicosídicas. Como resultado ocorre a formação de polímeros insaturados, os caramelos. 7. O que é a “Reação de Maillard”? Descreva suas características principais. A reação de Maillard é uma reação química entre um aminoácido ou proteína e um carboidrato redutor, obtendo-se produtos que dão sabor (flavor), odor e cor aos alimentos. O aspecto dourado dos alimentos após assado é o resultado da reação de Maillard. Essa reação é extremamente desejável em alguns alimentos como café, cacau, carne cozida, pão, bolos, pois confere o sabor, aroma e cor característicos a esses alimentos, mas é extremamente indesejável em outros como leite em pó, ovos e derivados desidratados. Essa reação pode resultar na perda de nutrientes como os aminoácidos do alimento. 8. Que fatores afetam a Reação de Maillard? A temperatura, levando em consideração que a reação ocorre preferencialmente em temperaturas maiores que 70°C. No pH, a velocidade da reação é máxima em pH neutro ou próximo. O tipo de açúcar, pentoses são mais reativas que hexoses que são mais reativas que dissacarídeos. A atividade de água, a velocidade da reação diminui em valores maiores que 0,9, e em valores menores que 0,2 a velocidade tende a zero, sendo o valor ideal para uma boa velocidade de reação o intervalo de 0,25 a 0,9. Os catalizadores, ânions como citrato e fosfato aceleram a velocidade de da reação. 9. Defina o Amido e indique onde ele é encontrado. Amido ou fécula é um carboidrato constituído principalmente de glicose com ligações glicosídicas. Este polissacarídeo é produzido pelas plantas verdes servindo como reservatório de energia. É o mais comum https://pt.wikipedia.org/wiki/Reac%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmica https://pt.wikipedia.org/wiki/Amino%C3%A1cido https://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADna https://pt.wikipedia.org/wiki/Carboidrato https://pt.wikipedia.org/wiki/Redu%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Flavorizantes https://pt.wikipedia.org/wiki/Odor https://pt.wikipedia.org/wiki/Carboidrato https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_glicos%C3%ADdica https://pt.wikipedia.org/wiki/Polissacar%C3%ADdeo carboidrato na alimentação humana e é encontrado em grande quantidade de alimentos, como batatas, arroz e trigo. 10. Qual a diferença entre amilose e amilopectina? Amilose: possui cadeias retas e longas de unidade de glicose. Amilopectina: possui cadeias ramificadas de unidades de glicose. Os grânulos de amido de vários tamanhos e formas estão encerrados dentro das células do vegetal pelas paredes de celulose. 11. Dê a relação de aplicações e funções de amido em alimentos. É agente espessante usado em alimentos preparados comercialmente, como molhos de saladas, recheios de tortas, sopas enlatadas, caldos, pudins enlatados e alimentos para bebês. A modificação permite a retenção de propriedades espessantes desejáveis, perdidas no amido comum após esfriamento e estocagem. 12. Indique os derivados da Celulose usados nas indústrias de alimentos. São produtos de fibra metilcelulose e carboximetilcelulose (CMC) podem ser usados na produção de alimentos de baixa caloria devido sua habilidade de produzir volume e são utilizados também na produção de laxativos devido serem produtos de fibra. Exemplos: proteína de soja e gelatina. 13. Que são as Hemiceluloses? Onde e como elas são usadas na indústria de alimentos? Hemicelulose, literalmente "meia celulose" são polissacarídeos. Junto com celulose, a pectina e as glicoproteínas, formam a Parede celular das células vegetais. As hemiceluloses encontram-se intercaladas às microfibrilas de celulose dando elasticidade e impedindo que elas se toquem. Por ser uma fibra insolúvel tem papel fundamental na aceleração do trânsito intestinal, é usada em laxativos e na produção de alimentos de baixa caloria devido a propriedade de produzir volume. 14. Que são Pectinas? De onde são extraídas? A pectina é um tipo de fibra solúvel que pode ser encontrada naturalmente em frutas e verduras, como maçã, beterraba e frutas cítricas. Esse tipo de fibra dissolve-se facilmente em água, formando uma mistura de consistência viscosa no estômago que possui diversos benefícios, como hidratar as fezes, facilitando a sua eliminação, e melhorar a flora intestinal, atuando como um laxante natural. 15. Que são Gomas? Como são obtidas? Onde reside a importância da utilização das gomas? As gomas são carboidratos complexos produzidos por uma grande quantidade de plantas e utilizadas comercialmente nos mais diversos setores industriais, com grandesaplicações no ramo alimentício, onde são amplamente utilizadas pelas suas propriedades espessantes e geleificantes. Incluem-se em um amplo grupo de polissacarídeos solúveis em água, procedentes de animais terrestres, marítimos ou de origem microbiana, que tem ampla capacidade de aumentar a viscosidade da solução e formar géis devido ao seu caráter altamente hidrófilo. 16. De onde é obtida a “Goma guar” e onde ela é usada na indústria de alimentos? A goma guar é obtida do endosperma da Cyamopsis tetragonolobus. A goma guar é compatível com outras gomas, amidos, hidrocolóides e agentes geleificantes, aos quais pode ser associada para enriquecer a sensação tátil bucal, textura e para modificar e controlar o comportamento da água em alimentos. É indicada para uso no preparo de sorvetes, cremes, produtos à base de queijo, molhos, sopas e produtos de panificação. Em combinação com outros hidrocolóides, como goma carragena ou goma jataí, é utilizada para prevenir a formação de cristais durante ciclos de congelamento/descongelamento, conferindo estrutura cremosa e macia ao produto. Em produtos com baixo teor de glúten proporciona massa com excelentes propriedades de filme. 17. De onde é obtida a “Goma locusta” e onde ela é usada na indústria de alimentos A goma locusta, também conhecida como jataí, LGB ou caroba, é isolada de sementes de uma leguminosa da subfamília Caesalpinaceae (ceratonia siliqua) que cresce no Mediterrâneo. Atua como espessante, estabilizante de emulsões e inibidor de sinérese. Devido ao caráter neutro é estável em pH de 3,5 a 11. Pode ser usada para elaboração de molhos, sopas, cremes, sorvetes, produtos cárneos, enlatados e queijos. 18. De onde é obtida a “Goma arábica” e onde ela é usada na indústria de alimentos? A goma arábica é o exsudado gomoso dessecado dos troncos e dos ramos da Acacia senegal ou de outras espécies africanas de acácia, como a Acacia seyal. É constituída, principalmente, por arabina, mistura complexa de sais de cálcio, magnésio e potássio do ácido arábico. Este ácido é um polissacarídeo que produz L-arabinose, D-galactose, ácido D- glucorônico e L-ramnose após hidrólise. Contém 12% a 15% de água e várias enzimas ocluídas (oxidases, peroxidases e pectinases) que podem causar problemas em algumas formulações.A goma contribui na prevenção da cristalização do açúcar em caramelos, bem como na dissolução de essências cítricas nos refrigerantes. Ainda constitui um agente encapsulante muito bom para óleos aromatizantes empregados em misturas em pó para bebidas, além de aprimorar a textura de sorvetes. 19. De onde é obtida a “Goma tragacante” e onde ela é usada na indústria de alimentos? Conhecida também como alcatira, tragacante ou tragacanto, a goma adraganta é o produto obtido depois da secagem das exsudações do tronco e dos ramos de espécies naturais da Astragalus gummifer Labillardière. A goma adraganta foi muito usada como estabilizante, espessante, emulsificante e agente de suspensão em várias aplicações, baseado em sua alta viscosidade em baixas concentrações, boas propriedades de suspensão, alta e pouco comum estabilidade no calor e acidez e efetivas propriedades emulsificantes. Também é de fácil manipulação, tem paladar cremoso e longo shelf life. Suas maiores aplicações alimentícias se concentram em molhos de consistência líquida ou semi líquida para engrossar a fase aquosa e prevenir a coalescência das gotículas de óleo. 20. De onde é obtida a “Goma carragena” e onde ela é usada na indústria de alimentos? As carragenas são um grupo de polissacarídeos naturais que estão presentes na estrutura celular de algas do tipo Rodophyceae. As principais variedades utilizadas para a extração de carragena são as Gigartina, Chondrus e Iridaea, pertencentes à família Gigartinaceae, e as Euchema e Hypnea, pertencendo, respectivamente, às famílias Solieriaceae e Hypneaceae. As carragenas atuam como emulsificante, gelificante e estabilizante; mantém também partículas em suspensão, controlam a fluidez e conferem sensação tátil bucal de gordura. Permitem alcançar um amplo espectro de texturas; podem dar corpo a um líquido, conferi-lo todos os graus de espessura possível ou, inclusive, deixá-lo no estado sólido. As aplicações da carragena estão concentradas na indústria alimentícia, podendo ser divididas em sistemas lácteos, aquosos e bebidas. 21. De onde é obtido o “Agar-agar” e onde é usado na indústria de alimentos? O agar, também conhecido como agar-agar ou agarose, é um hidrocolóide extraído de diversos gêneros e espécies de algas marinhas vermelhas, da classe Rodophyta, onde ocorre como carboidrato estrutural na parede das células. Tais algas que contém o agar são denominadas agarófitas. O teor de agar nas agarófitas varia de acordo com as condições do mar: concentração de dióxido de carbono, tensão de oxigênio, temperatura da água e intensidade de radiação solar. Uma solução de agar em água forma um gel característico com temperatura de fusão de 85ºC a 95ºC e temperatura de gelificação de 32ºC a 45ºC. Esta propriedade física torna-o consideravelmente útil como ingrediente aditivo em diversas aplicações na indústria alimentícia, como produtos lácteos (sorvetes, pudins, flans, iogurtes, leite fermentado, sorbet, leite gelificado); doces e confeitaria (balas de goma, marrom glacê, geléia de mocotó, geléia fantasia, bananada, doces em massa, confeitos, sobremesa tipo gelatina, merengues); produtos cárneos (patês, produtos enlatados de peixe, frango e carne); bebidas (clarificação e refinação de sucos, cervejas, vinhos e vinagres); e panificação (cobertura de bolos, recheio de tortas, massas de pão). 22. De onde é obtido o “Alginato” e onde é usado na indústria de alimentos? Os alginatos são polissacarídeos que se encontram na proporção de 30% a 60% das algas marinhas pardas (base seca) e situam-se nas paredes celulares e espaços intramoleculares dessas plantas. A maior vantagem dos alginatos é o seu comportamento em soluções aquosas. Uma variedade de cátions se combina com os grupos carboxílicos dos alginatos. Entre suas aplicações usuais estão o uso em sorvetes, produtos lácteos e misturas para bolos. O alginato encontra aplicações também na indústria de bebidas, onde é uti lizado para melhorar as características sensoriais destes produtos. Em cervejas estabiliza a espuma e na elaboração de sucos pode ser utilizado para manter os constituintes da mistura em suspensão. 23. De onde é obtida a “Goma xantana” e onde ela é usada na indústria de alimentos? A goma xantana atua como espessante, estabilizante e, em associação com outras gomas, proporciona textura lisa e cremosa a alimentos líquidos, com qualidade superior à das demais gomas e carboximetilcelulose. Mesmo a baixas concentrações apresenta alta viscosidade, a qual não é afetada pela temperatura. Uma propriedade de grande interesse prático é que soluções de goma xantana apresentam viscosidades muito elevadas à baixa velocidade de cisalhamento e vice- versa. As aplicações da goma xantana incluem molhos para salada, geléias (previne sinérese), substitui ovos (clara), produtos cárneos, enlatados, confeitos, sopas. As propriedades pseudoplásticas facilitam a produção de queijos e patês. 24. De onde é obtida a “Goma Konjac” e onde ela é usada na indústria de alimentos? Obtida do tubérculo da planta Amorphophallus konjac, conhecida como konjac ou língua-do-diabo. Utilizada em derivados de leite como sorvete e cream cheese devido sua propriedade funcional de agente espessante e gelificante.
Compartilhar