Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de Aperfeiçoamento de Atendimento Nutricional para o paciente com Diabetes Mellitus Aline Reis Nutricionista. Mestre em Neurociências e Comportamento (PPGNC/NTPC/UFPA). Pós-graduada em Alimentação Escolar (UPA) e Comportamento Alimentar (IPGS). Qualificada em Educação em Diabetes (SBD/ADJ/IDF) Membro do Grupo Educativo em Diabetes Tipo 1 (GEDIA/UFPA) MINICURSO Gabriela Uliana Nutricionista. Mestranda em Neurociências e Comportamento (PPGNC/NTPC/UFPA). Membro do Grupo Educativo em Diabetes Tipo 1 (GEDIA/UFPA) e do Grupo de Pesquisa em Comportamento Alimentar (CNPQ/UFPA) Parte 2 Conteúdo programático Dia 04/11 -Contagem de Carboidratos: Parte 2 -Os macronutrientes e suas diferentes respostas glicêmicas - Adesão ao tratamento do paciente com diabetes - Caso clínico - Simulado ENADE COMO FOI CONTAR OS CARBOIDRATOS DO SEU JANTAR? QUAIS FORAM SUAS MAIORES DIFICULDADES? QUAIS REFERÊNCIAS VOCÊ UTILIZOU? Documentos utilizados como referência Manuais elaborados por profissionais de saúde (SBD, 2016; BRUNZELL et al., 2016) Diabetes M Minsulin Conceitos referentes à contagem Fator de Correção (FC) É o cálculo para saber a dose de insulina para correção da hiperglicemia BOLUS DE CORREÇÃO GLICEMIA DO MOMENTO – GLICEMIA META FATOR DE SENSIBILIDADE Fator de Sensibilidade (FS) O quanto 1UI insulina rápida ou UR baixa a sua glicemia Bolus de correção Quantidade de insulina UR necessária para corrigir hiperglicemias Conceitos referentes à contagem Razão Insulina - Carboidrato O quanto 1UI insulina consegue metabolizar de CHO ingerido. Bolus Alimentação Quantidade de insulina rápida ou UR necessária para cobrir os carboidratos ingeridos. BOLUS ALIMENTAÇÃO CHO (G) DA REFEIÇÃO RAZÃO INSULINA - CHO DOSE DE INSULINA BOLUS ALIMENTAÇÃO + BOLUS CORREÇÃO Vale ressaltar que: Essa razão deve ser indicada pelo seu endocrinologista Esse valor pode variar ao longo do dia Deve-se sempre monitorar a glicemia pré e pós-prandial para identificar se essa razão é diferente ao longo do dia (Souto & Rosado, 2010) Vamos praticar? Exemplo: Maria verificou que sua glicemia está 300mg/dL, sua sensibilidade à insulina é de 40mg/dL para cada 1UI e o endocrinologista definiu que sua meta glicêmica é 160 mg/dL. Calcule o quanto Maria deve aplicar de insulina UR para normalizar sua glicemia. Bolus de correção = Glicemia do momento – glicemia meta Sensibilidade insulínica Bolus de correção = 300– 160 = 140 = 3,5 UI 40 40 O que isso significa??? Significa que Maria precisa aplicar 3,5UI de UR para corrigir a hiperglicemia PRESCRIÇÃO DA CONTAGEM PELO NUTRICIONISTA ▪ Determinar junto com o endocrinologia as metas de glicemia pré e pós ingestão ▪ Monitorar a glicemia pré e 2 horas pós a refeição ▪ Criar diários que permitam o registro do consumo alimentar e glicemias diárias ETAPAS DA PRESCRIÇÃO 1. Realizar a avaliação nutricional do paciente e cálculo das necessidades nutricionais (g de CHO) 1. Identificar quantas gramas de CHO o paciente consome 1. Adequar a quantidade de CHO por refeição (quando aumentar a quantidade deve ajustar a insulina) 1. Se possível, praticar o tamanho das porções pesando e medindo (balança de alimentos) 1. Ter sempre em mãos a tabela de contagem de carboidratos ou aplicativos 1. Procurar ingerir as mesmas quantidades de CHO por refeição ao menos no início da terapia, para conhecer a sensibilidade à insulina EXEMPLO... •Indivíduo com peso atual de 59 Kg, altura 1,65m e IMC 21,6Kg/m2 = Eutrofia •Peso atual x 25 kcal/kg/dia = Necessidades energéticas diárias •59kg x 25 (manutenção) = 1475 Kcal ~ 1500Kcal •Quantidade total diária de CHOs (kcal)= VET diário x % de carboidratos •Quantidade total diária de CHOs (kcal)= 1500 kcal x 55% •Quantidade total diária de CHOs (kcal)= 825 Kcal •Quantidade total diária de CHOs (g)= Total de carboidratos diário (kcal) ÷ 4 (kcal de 1g de carboidratos) •Quantidade total diária de CHOs (g)= 825 Kcal ÷ 4 •Quantidade total diária de CHOs (g)= 206g •Distribuir a quantidade total de gramas de CHOs para cada refeição, de acordo com o padrão alimentar do paciente e recomendações nutricionais •Ex: desjejum 20%, colação 10%, almoço 30%, lanche da tarde 10%, jantar 30% e ceia 10% Facilite o acesso do paciente aos dados do acompanhamento Ins. Basal (UI): Ins. Bolus (UI): Razão Ins x CHO: Fator de sensibilidade: Peso (kg) 59 Kg Altura (m) 1,65m IMC (Kg/m³) 21,6Kg/m2 Diag. Nutric. Eutrofia g CHO/Dia 206g Distribuição (g) Desjejum 41,2g Lanche da Manhã 20,6 Almoço 61,8g Lanche da Tarde 20,6g Jantar 61,8g Ceia 20,6g Meta pré-prandial: Meta pós-prandial: OS TIPOS DE CONTAGEM Substituição x Gramas LISTA DE SUBSTITUIÇÕES ▪Alimentos: agrupados de forma que cada “porção” corresponda a 15 g de CHO (8 a 22g). ▪Grupos: formados com base na função nutricional e composição química, estão descritos em listas de equivalentes PÃO / MASSA / BATATA 1 Fatia de Pão de forma 1 Pão Francês 2 Col Sopa Ch Arroz FRUTA 1 Laranja 15 Uvas 1 Manga peq LEITE 240 mL Leite 1 copo de Iogurte VEGETAIS 1 Xíc Chá Vegetal Cru 1 Xíc Chá Vegetal Cozido CARNE 1 Bife (30g) Carne moída 2 Col Sopa GORDURA 1 Col de Margarina DESJEJUM ALIMENTO SUBST. 1 copo de leite (240 ml) 1 1 xícara de café (50 ml) 0 1 und francês (50g) 2 ½ colher margarina 0 ½ und mamão 1 Nº SUBSTITUIÇÕES 4 E se acrescentar 2 fatias de queijo?... Ainda 4 Substituições! Queijo = PTN e LIP 1 PORÇÃO DE CHO = 15g LANCHE = = http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://bentouworld.files.wordpress.com/2008/01/13_mvg_copo-de-leite.jpg&imgrefurl=http://bentouworld.wordpress.com/2008/01/27/leite-ajuda-mesmo/&usg=__XhkQCz31IxQH14_UH6cqzXMRMYg=&h=460&w=360&sz=11&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=ouX8k3eTReJtBM:&tbnh=128&tbnw=100&prev=/images?q=leite&gbv=2&hl=pt-BR&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://olivrodosdias.files.wordpress.com/2009/06/coffee_cup_xicara_cafe_450.jpg&imgrefurl=http://olivrodosdias.wordpress.com/2009/06/03/a-moca-e-a-xicara/&usg=__8s_w3nJL3B93Pvw46SbzOMSD7Tg=&h=273&w=450&sz=25&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=Mu66ClhgOjPrtM:&tbnh=77&tbnw=127&prev=/images?q=x%C3%ADcara+caf%C3%A9&gbv=2&hl=pt-BR&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.lucianopires.com.br/0-arquivos/CB%2041/Pao%20Frances.jpg&imgrefurl=http://www.lucianopires.com.br/idealbb/view.asp?topicID=1875&usg=__mh4IYjQR7Oq7QirAVq4KsJGStkA=&h=142&w=166&sz=12&hl=pt-BR&start=11&um=1&tbnid=TqS28y8jPJfq4M:&tbnh=85&tbnw=99&prev=/images?q=p%C3%A3o+franc%C3%AAs&gbv=2&hl=pt-BR&sa=G&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.jornaldosamigos.com.br/margarina.jpg&imgrefurl=http://www.jornaldosamigos.com.br/gordura_vegetal.htm&usg=__m3JGbjKy0JGPPlfMmrQnn7i5PWI=&h=140&w=165&sz=16&hl=pt-BR&start=2&um=1&tbnid=tx5AWX_2GyiSmM:&tbnh=84&tbnw=99&prev=/images?q=margarina&gbv=2&hl=pt-BR&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.goodlight.com.br/Images/Artigos/destaque_gd_mamao.jpg&imgrefurl=http://www.goodlight.com.br/Pense/artigos/mamao__bolachas_ou_leite_.aspx&usg=__A1RJ8WmGNuCB1dfNSvT6bwSdQPQ=&h=295&w=310&sz=25&hl=pt-BR&start=25&um=1&tbnid=Mh-UcpvuWzRntM:&tbnh=111&tbnw=117&prev=/images?q=mam%C3%A3o&gbv=2&ndsp=20&hl=pt-BR&sa=N&start=20&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://arliquido.blogs.sapo.pt/arquivo/Maca.jpg&imgrefurl=http://batatadapatetica.blogspot.com/2005/08/ma-enfim-quem-liga-pra-ma-digo-n-ruim.html&usg=__5osZb0qYUEEEEq5HoTx31Peu1HM=&h=307&w=304&sz=14&hl=pt-BR&start=2&sig2=mJJHFAHmtZEDBSmCGHLogw&tbnid=fOLvH4VOuSOukM:&tbnh=117&tbnw=116&ei=XAt2ScH_CdKwmQeE-8GZBw&prev=/images?q=ma%C3%A7%C3%A3&gbv=2&hl=pt-BR http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://ensinarevt.com/conteudos/textura/imagens/artificiais/Bbread.jpg&imgrefurl=http://ensinarevt.com/conteudos/textura/index.html&usg=__vUWzkCYvY1dYO7b__wF9L0rYXP4=&h=285&w=250&sz=20&hl=pt-BR&start=1&sig2=nrUpspJO2TwmPSlaYhCQNQ&tbnid=0TqcPcZNXMTWjM:&tbnh=115&tbnw=101&ei=8Qx2SYelO9bJmQe4tISPBw&prev=/images?q=fatia+de+p%C3%A3o&gbv=2&hl=pt-BRhttp://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.e-loureiro.com.br/upload/imagem_ecommerce_produto_generico_media/1813/27615.jpg&imgrefurl=http://www.e-loureiro.com.br/website/ecm_produto_detalhar.asp?cod=1813&idi=1&moe=48&id_produto=27615&usg=__gAUqw3nypADz4RPHgpXMIdAfJmk=&h=200&w=200&sz=4&hl=pt-BR&start=1&sig2=oIJd4iq0ichpAEdO-e1e0w&tbnid=KjCgopsnYeJxVM:&tbnh=104&tbnw=104&ei=5A12SdXgONbJmQeYtOyOBw&prev=/images?q=iogurte+light&gbv=2&hl=pt-BR MÉTODO DE CTC POR GRAMAS ▪ Rótulos ▪ Tabelas de composição dos alimentos ▪ Soma da quantidade (em gramas) de CHO de cada refeição PESO DO ALIMENTO ≠ TOTAL DE CARBOIDRATO 1 fatia (60g) = 30g de CHO INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Pão de forma - Porção de 1 fatia Quantidade por porção . . % VD (*) 3%Valor Calórico 80kcal Carboidratos 15g 4% Proteínas 2 g 4% Gorduras Totais 3 g 4% Gorduras Saturadas 0 g 0% Colesterol 0 mg 0% Fibra Alimentar 0 g 0% Cálcio 0 mg 0% Ferro 0 mg 0% Sódio 66 mg 3% Outros Minerais (1) mg ou mcg Vitaminas (1) mg ou mcg EXEMPLO DE CTC POR GRAMAS DESJEJUM ALIMENTO GRAMAS 1 Copo de Leite (240 ml) 11,76 1 Xícara de Café (50 ml) 0 1 und Pão Careca (50g) 27,7 ½ colher Margarina 0,13 ½ und Mamão 11 Nº SUBSTITUIÇÕES 50,59 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://bentouworld.files.wordpress.com/2008/01/13_mvg_copo-de-leite.jpg&imgrefurl=http://bentouworld.wordpress.com/2008/01/27/leite-ajuda-mesmo/&usg=__XhkQCz31IxQH14_UH6cqzXMRMYg=&h=460&w=360&sz=11&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=ouX8k3eTReJtBM:&tbnh=128&tbnw=100&prev=/images?q=leite&gbv=2&hl=pt-BR&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://olivrodosdias.files.wordpress.com/2009/06/coffee_cup_xicara_cafe_450.jpg&imgrefurl=http://olivrodosdias.wordpress.com/2009/06/03/a-moca-e-a-xicara/&usg=__8s_w3nJL3B93Pvw46SbzOMSD7Tg=&h=273&w=450&sz=25&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=Mu66ClhgOjPrtM:&tbnh=77&tbnw=127&prev=/images?q=x%C3%ADcara+caf%C3%A9&gbv=2&hl=pt-BR&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.lucianopires.com.br/0-arquivos/CB%2041/Pao%20Frances.jpg&imgrefurl=http://www.lucianopires.com.br/idealbb/view.asp?topicID=1875&usg=__mh4IYjQR7Oq7QirAVq4KsJGStkA=&h=142&w=166&sz=12&hl=pt-BR&start=11&um=1&tbnid=TqS28y8jPJfq4M:&tbnh=85&tbnw=99&prev=/images?q=p%C3%A3o+franc%C3%AAs&gbv=2&hl=pt-BR&sa=G&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.jornaldosamigos.com.br/margarina.jpg&imgrefurl=http://www.jornaldosamigos.com.br/gordura_vegetal.htm&usg=__m3JGbjKy0JGPPlfMmrQnn7i5PWI=&h=140&w=165&sz=16&hl=pt-BR&start=2&um=1&tbnid=tx5AWX_2GyiSmM:&tbnh=84&tbnw=99&prev=/images?q=margarina&gbv=2&hl=pt-BR&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.goodlight.com.br/Images/Artigos/destaque_gd_mamao.jpg&imgrefurl=http://www.goodlight.com.br/Pense/artigos/mamao__bolachas_ou_leite_.aspx&usg=__A1RJ8WmGNuCB1dfNSvT6bwSdQPQ=&h=295&w=310&sz=25&hl=pt-BR&start=25&um=1&tbnid=Mh-UcpvuWzRntM:&tbnh=111&tbnw=117&prev=/images?q=mam%C3%A3o&gbv=2&ndsp=20&hl=pt-BR&sa=N&start=20&um=1 COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS ALIMENTO SUBSTITUIÇÕES GRAMAS 1 Copo de Leite (240 ml) 1 11,76 1 Xícara de Café (50 ml) 0 0 1 und Pão Careca (50g) 2 27,7 ½ colher Margarina 0 0,13 ½ und Mamão 1 11 Nº SUBSTITUIÇÕES 4 x 15= 60g 50,59 = 51g Gramas: mais preciso Substituição: arredonda valores ESTABELECENDO O BOLUS DE ALIMENTAÇÃO I - REGRA GERAL: 1 unidade de insulina rápida ou ultra rápida cobre 15g CHO ou 1 substituição É VARIÁVEL… • Variável (exemplo: atividade física no dia) • Resistência Periférica à Insulina • Fator de sensibilidade (individualizado) É NECESSÁRIO SABER: FS : quanto 1 UI de insulina reduz a glicemia METAS GLICÊMICAS: pré e pós refeição PESO (Kg) UND / g CHO 45 – 49 1:16 49,5 – 58 1:15 58,5 – 62,5 1:14 63 – 67 1:13 67,5 – 76 1:12 76,5 – 80,5 1:11 81 – 85 1:10 85,5 – 89,5 1:9 90 – 98,5 1:8 99 – 107,5 1:7 > 108 1:6 II – PESO CORPORAL: CONTAGEM DE CARBOIDRATOS REGRA GERAL PARA ADULTOS: 1:15 – 1 unidade de insulina para cada 15g CHO ALIMENTO Quantidade g Leite 1 Copo 12 Pão francês 1 unid 28 Margarina 1 col chá 0 TOTAL 40 Regra geral: 1 UI – 15g CHO 40:15 = 2,6 UI de UR ALIMENTO SUBST. GRAMAS 1 copo leite (240 ml) 1 11,76 1 xíc café (50 ml) 0 0 1 und pão francês (50g) 2 27,7 ½ col margarina 0 0,13 ½ und mamão 1 11 Nº SUBSTITUIÇÕES 4 x 15= 60g 50,59 = 51g TOTAL DE INSULINA 4 UI 3,4 UI PRATICANDO… ▪ Café da manhã: 50g CHO / 15 = 3,5 UI ultra rápida ▪ Colação: 12g CHO / 15 = 0,8 UI ultra rápida – Avaliar a necessidade do bolus alimentação ▪ Almoço: 50g CHO / 15 = 3,5 UI ultra rápida ▪ Lanche: 33g CHO / 15 = 2,2 UI ultra rápida ▪ Jantar: 51g CHO / 15 = 3,4 UI ultra rápida ▪ Ceia: 25g CHO / 15 = 1,66 UI ultra rápida – Avaliar a necessidade do bolus alimentação PERFIL DE AÇÃO DA INSULINA Uso de insulina ultra rápida no café da manhã, almoço e jantar Este é o melhor esquema para pacientes com múltiplas doses de insulina, pois a glargina tem pouco ou nenhum pico de ação Uso de insulina ultra rápida no café da manhã, almoço e jantar Este esquema insulínico é bastante empregado no Brasil: Uso da insulina NPH e análagos de insulina rápida ▪O pico de ação da NPH quando é administrada a noite (19-22h) é cerca de 6 horas depois (1-4h da madrugada), portanto, o paciente fica sem receber glicose enquanto a insulina tem seu pico de ação ▪Se o pico de ação da insulina acontece de madrugada, há tempo para normalizar a glicose e a glicose de jejum pode estar normal ▪Sobrecarga de CHO à noite: Hiperglicemia na madrugada ▪Solução: Prescrever fonte de proteínas na ceia com cerca de 15g de CHO para prevenir hipo (1 fatia de queijo, 1 copo de leite, 1 iogurte) MOMENTO PARA A APLICAÇÃO DA INSULINA ▪ Essas recomendações devem ser seguidas por aquelas pessoas que tem certeza que vão consumir integralmente o que foi estabelecido para a refeição ▪ Para um adulto que almoça em restaurantes, seria mais prudente aplicar a insulina imediatamente após a refeição, pois seria arriscado não conseguir comer ▪ Orientar o paciente que o ajuste não deve ser feito com insulina lenta (risco de hipoglicemia) • INSULINA RÁPIDA: • 30 minutos a 1 hora ANTES das refeições • INSULINA ULTRA RÁPIDA: • 15 minutos ou imediatamente ANTES das refeições O passo a passo da Contagem de CHO Mensurar a glicemia pré-prandial Quando em hiperglicemia: bolus correção; Quando em normoglicemia: contar os carboidratos da refeição; Quando em hipoglicemia: corrigir com doses de carboidratos de rápida absorção. Quantificar quantos gramas de CHO irá ingerir • Para alimentos industrializados: Observar rótulos e porções; • Para alimentos in natura ou minimamente processados: Pesar ou usar medidas caseiras. Qualidade do alimento Ex.: Lista de ingredientes Leitura de rótulos Quantidade de CHO Quantificar quantos gramas de CHO irá ingerir • Para preparações caseiras: Listar todos os ingredientes e suas quantidades Identificar as quantidades de CHO de cada ingrediente e da preparação Verificar o rendimento da preparação Calcular a quantidade de CHO por porção (SBD, 2016) Calcular o bolus alimentação e aplicar a insulina ▪ O bolus alimentação e correção não devem ser feitos com insulina lenta. ▪ Injeção de bolus alimentação de 15-20 minutos antes das refeições-> menor glicemia, menos hiperglicemia e menos hipoglicemia pós-refeição quando antes da refeição os níveis de glicose estavam na meta (SLATTERY et al., 2018) INSULINA RÁPIDA: 30 minutos a 1 hora ANTES das refeições INSULINA ULTRA RÁPIDA: 15 minutos ou imediatamente ANTES das refeições ▪ Para as alimentações em restaurantes e eventos -> aplicar a insulina imediatamente após a refeição -> não consumir tudo que foi servido. Vamos supor que você tem DM1, esses são seus dados: -Fator de sensibilidade: 50 -Razão Insulina-CHO: 1 para 10 Glicemia do pré-prandial do jantar de ontem: 230mg/dl Glicemia meta pré-prandial: 130mg/dL Quantidade de CHO: a que você calculou no jantar de ontem. Quanto você deveria ter aplicado de insulina para trazer sua glicemia para a metae metabolizar os CHO da refeição? Bolus de correção = Glicemia do momento – glicemia meta Sensibilidade insulínica Bolus alimentação = CHO (G) DA REFEIÇÃO RAZÃO INSULINA - CHO Para quem tem DM2 Peso (kg) 59 Kg Altura (m) 1,65m IMC (Kg/m³) 21,6Kg/m2 Diag. Nutric. Eutrofia g CHO/Dia 206g Distribuição (g) Desjejum 41,2g Lanche da Manhã 20,6 Almoço 61,8g Lanche da Tarde 20,6g Jantar 61,8g Ceia 20,6g Respostas diferentes para refeições com composições nutricionais diferentes Atenção! • Smart et al (2013) comprovaram que a ingestão de refeições com alto teor de gordura e alto teor de proteínas resultaram em taxas de glicose mais altas 3h a 5h após a refeição. • A adição de gorduras tende a lentificar o esvaziamento gástrico e minimizar a resposta glicêmica pós-prandial, aumentando risco de hipoglicemia a curto prazo e hiperglicemia ao longo de algumas horas após a refeição em pessoas com diabetes. • Atenção! • Smart et al (2013) descobriram que 35g de proteína adicionada a uma refeição contendo 30g de carboidratos aumentou a glicemia em 47mg/dl após 5 horas. Na ausência de carboidratos, uma porção de 12,5 - 50g proteínas não aumentou a glicemia, enquanto que a adição de 75 -100g promoveu aumento da glicose plasmática semelhante à produzida por 20g de carboidratos “A contagem frequente de CHO imprecisa está associada a maior variabilidade glicêmica, portanto, pode ser benéfico avaliar regularmente os indivíduos quanto à capacidade de contar CHO e ter intervenções educacionais adequadas e oportunas para reforçar suas habilidades” (BRAZEAU et al, 2013) ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR A ADESÃO • Diário alimentar: Instrumento que auxilia a auto-observação e autocontrole • Escala de avaliação da fome e saciedade: Auxilia a comer intuitivamente • Oficinas culinárias: Amplia as opções de preparações culinárias, reconstrói a relação do paciente com o alimento e amplia a independência • Oficinas de EAN: Abordar temas práticos como leitura de rótulos, auxílio na tomada de decisão, treino de atenção plena durante as refeiçoes, etc • Grupos de apoio: Rodas de conversa sobre as dificuldades encontradas no dia-a-dia na adesão ao tratamento (automonitoração, praticidade da alimentação, situações de risco, recaídas, etc). De preferência, realizar junto com o psicólogo. O PACIENTE COM DIABETES... ▪ QUAL O TEMPO DE DIAGNÓSTICO? ▪ QUAL SEU NÍVEL DE INSTRUÇÃO? ▪ O QUE ELE SABE SOBRE A DOENÇA? ▪ QUEM FORAM OS PROFISSIONAIS QUE O ATENDERAM? ▪ QUAL A SUA EXPERIÊNCIA PRÉVIA COM O SERVIÇO DE SAÚDE? ADESÃO AO TRATAMENTO Consequências negativas do tratamento diminuem a chance de ocorrer adesão ao tratamento. A monitorização dos índices biológicos pode funcionar como punição da adesão se os resultados forem negativos Barreiras culturais Eficácia do tratamento Entendimento da família sobre características da doença Relacionamento com o serviço de saúde Relacionamento da família, principalmente do cuidador primário O PACIENTE COM DIABETES PERFIL 1: Pacientes que não entendem a necessidade e a importância das mudanças no estilo de vida para controlar a doença. Não aceitam a responsabilidades por seus comportamentos e são resistentes à mudança. PERFIL 2: Pacientes que demonstram urgência em mudar e são muito rigorosos e pouco flexíveis consigo mesmos. Tendem a viver em função da doença e podem adotar comportamentos pouco saudáveis e extremistas a fim de manter o controle glicêmico. COMPORTAMENTO ALIMENTAR ▪ Foco do atendimento: Mudança de comportamento ▪ Os TA são mais comuns em pacientes com DM1 que na população em geral ▪ O diagnóstico de TA pode ser dificultado, pois o controle alimentar e a exclusão de alimentos pode estar presente também em pacientes sem TA ▪ No DM2, o comer transtornado precede o quadro em 90% dos casos de TA e pode ser um fator contribuinte para a obesidade Deve-se investir mais na mudança de comportamentos, não apenas focando em um controle glicêmico ideal, para favorecer a manutenção desse padrão comportamental em longo prazo. MUDANÇA DE COMPORTAMENTO Diante dos riscos e fatores etiológicos dos TA associados ao DM, recomenda-se uma conduta nutricional mais realista e flexível, não apenas focando em um controle glicêmico ideal “Descobri que sou diabético e que não posso comer quase nada!” “Não tenho a menor vontade de mudar meu jeito de comer, mas tenho medo de perder uma perna, igual meu tio” “Tenho medo de comer qualquer coisa. Se eu pudesse viver sem comer mais seria melhor, porque comer perdeu a graça.” ALGUNS RELATOS COMUNS... E AGORA? COMO PROCEDER? “Descobri que sou diabético e que não posso comer quase nada!” “Deve ser difícil pra você pensar em uma vida cheia de restrições... Como você se sente em relação a isso?... O que acha que é importante mudar na sua alimentação?” “Não tenho a menor vontade de mudar meu jeito de comer, mas tenho medo de perder uma perna, igual meu tio” “Entendo que mudar hábitos seja difícil e que você tem medo das consequências de não mudar. Mas quais seriam os benefícios de mudar a sua alimentação?” “Tenho medo de comer qualquer coisa. Se eu pudesse viver sem comer seria melhor, porque comer perdeu a graça.” “Quando você diz que tem medo de comer, qual a pior coisa que você acha que pode acontecer?... E quais as estratégias que você poderia usar para prevenir isso?” ALGUMAS POSSIBILIDADES DE RESPOSTAS... UMA BOA COMUNICAÇÃO PROPORCIONA: • Mudança de comportamentos • Probabilidade de seguimento das instruções de adesão ao tratamento • Autocuidado • Autocontrole com o tratamento • Relatos de não seguimento do tratamento • Vínculo com o paciente HABILIDADES BÁSICAS 1. Manter o contato visual 2. Demonstrar empatia 3. Manter a voz no nível apropriado 4. Demonstrar confiança 5. Não ser julgador 6. Falar devagar e de forma calma 7. Fazer uma pergunta por vez 8. Importante chamar o paciente pelo nome Compreensão profunda e objetiva dos sentimentos e do comportamento do outro Ser curioso, procurar esclarecer e entender (Alvarenga et al., 2015) É preciso sensibilidade para captar o que despertamos no paciente (transferência), e aquilo que eles despertam em nós (contratransferência), seja ela verbal ou não-verbal. (Antonaccio et al., 2019) É preciso aprender a reagir às demonstrações emotivas Emoções básicas: raiva, medo, alegria e tristeza Sentimentos não são escolhidos, controlados ou passíveis de interrupção por vontade própria. Pensamentos podem ser interrompidos, redirecionados ou adicionados de novas ideias. Exemplos de perguntas para fazer durante a consulta • Qual mudança eu quero fazer? • Quais são os 3 melhores motivos para fazer esta mudança? • O quanto esta mudança é importante em uma escala de 0 a 10? • Como eu planejo fazer esta mudança? • Quais estratégias e ferramentas eu vou utilizar? • O que eu farei quando me deparar com momentos difíceis? • Como as pessoas ao meu redor podem me ajudar? • Como vou monitorar meu progresso? Balança Decisória de Ganhos e Perdas • Objetivo: auxiliar em decisões, listando motivadores associados ao prazer e sabotadores associados à dor. • Indicações: com dificuldades em fazer escolhas relacionadas à alimentação. • Aplicação: Entregar a tabela vazia e explicar o objetivo. Focar em um contexto único (ex: aniversário, churrasco, buffet) e alocar os alimentos nas colunas. Exemplo de Balança Decisória de Ganhos e Perdas Mudança: ______________________________________ O que você ganhará se conseguir isto? (motivadores/prazer) - - O que você perderá se conseguir isto? (sabotadores/dor) - - O que você ganhará se não conseguir isto? (sabotadores/prazer) - - O que você perderá se não conseguir isto? - - Fazer a monitorização glicêmica Sabe a realidade sobre a sua glicemia Esposa e filhos param de reclamar Sabe os efeitos dos alimentos na glicemia Dinheiro Tempo Tempo Não vai sentir a dor do exame A informação sobre como está sua glicemia Paz de espírito (Esposa e filhos voltama reclamar) Não sabe mais os efeitos dos alimentos na glicemia Histórico de dietas/restrições • Objetivo: ajudar tanto o profissional, quanto o paciente a sensibilizar e refletir sobre o impacto de restrições alimentares relacionados ao diabetes. • Indicações: pacientes que relatam restrições devido à doença. • Aplicação: mostrar ao paciente a tabela e preencher com ele ou passar para preencher sozinho e fazer uma reflexão sobre o que ele trouxer na consulta seguinte. A L IM E N T O R E S T R IN G ID O V O C Ê G O S T A / G O S T A V A D E S T E A L IM E N T O ? Q U E M R E C O M E N D O U A R E S T R IÇ Ã O ? Q U A L A E X P L IC A Ç Ã O ? C O N S E G U IU D E IX A R D E C O M E R O U D IM IN U IR A IN G E S T Ã O ? P O R Q U A N T O T E M P O M A N T E V E E S S A D IE T A / R E S T R IÇ Ã O ? C O M O V O C Ê S E S E N T IU E M R E L A Ç Ã O A IS T O ? Farinha Sim Médico Prejudica a glicemia Sim 1 semana Triste e irritada, pois come farinha desde a infância, já que morava em Bragança/PA Exemplo de histórico Recordatório Alimentar • Objetivo: identificar os hábitos alimentares por meio de um recorte, que pode ser de 24h ou de mais dias, para refletir junto com o profissional. • Indicação: todos os pacientes. • Aplicação: Preencher a tabela do recordatório juntamente com o paciente e depois fazer a reflexão sobre as informações passadas. O instrumento pode ser quantitativo (tradicional), qualitativo, ou misto. (Adaptada do Método Sophie) Em construção... Avalie de 0 à 10 a sua satisfação em cada área. Quais são as áreas que demandam prioridade/atenção? A RODA A linha do tempo Situação difícil Reação de fuga Efeitos a curto prazo Efeitos a longo prazo “Minha esposa reclama toda vez que como bolo ou pudim” “Eu como escondido” “Glicemia sobe e me sinto culpado” “Complicações relacionadas ao DM e se minha esposa descobrir, nosso casamento pode ficar abalado” Kotsou, 2014 “Diante do que você acabou de me contar, o que você acredita que precisa fazer a partir de agora?” Diferencie necessidades e expectativas Kotsou, 2014 Expectativas/Exigências Necessidade(s) Não comer bolo nunca mais Participar do aniversário da filha Só tomar suco e café com adoçante Corrigir hipoglicemia (cenário: apenas suco com açúcar por perto) Outras ferramentas • Baralhos, cartas... • Mitos e verdades • Mesa das “tentações” Caso clínico 1 • Marina, 10 anos. Diagnosticada com DM1 há 1 mês, em ajuste de sistema basal x bolus. Fora do período de lua de mel. Mora com os pais e 1 irmão mais velho. Não está indo para a escola em decorrência do diagnóstico de DM1. Esquema basal x bolus: -07h da manhã, em jejum, aplica 10UI de Lantus. - Antes de cada refeição aplica 01Ui de novorapid. - A mãe não trouxe o diário de glicemia. •O que você perguntaria para Marina e sua mãe? •Qual estratégia nutricional você prescreveria para Marina? •Escreva as orientações nutricionais que você daria para Marina e sua família. Caso clínico 2 • João, 55 anos, com DM2 há 15 anos. Utiliza metformina duas vezes ao dia, depois do almoço e jantar. • Consulta de Rotina: - Aumentou 10 kg nos últimos 5 anos - Não faz restrições alimentares - Sedentário - Fumante de 10 cigarros por dia há 10 anos. - Pai teve infarto agudo do miocárdio e mãe obesa Nega diabetes na família. - Exame Físico : - IMC: 30,8 kg/m2 Cintura: 100 cm PA: 150 / 95 mmHg - Só sabe sua glicemia nos exames de sangue feitos em laboratórios a cada ano - O endocrinologista prescreveu insulina basal pela manhã e bolus antes do almoço e jantar, mas João não quer seguir por medo da agulha . Caso clínico 2 • Exames Laboratoriais • Glicemia jejum = 132mg/dL • Hemoglobina glicada = 10% • Glicemia 2h após as refeições [pós prandial] = 201 mg/dL • Colesterol total = 230 mg/dL • LDL = 140 mg/dL • HDL = 30 mg/dL • Triglicérides = 300 mg/dL Caso clínico 2 • O que você perguntaria para João? • Quais orientações nutricionais você repassaria a João? • Como você explicaria para João a importância de se manter uma alimentação saudável? • Como você relacionaria o uso de insulina e a alimentação no caso de João? Simulado ENADE • Disponível pelo forms de 04/11 (16h) até 06/11 (16h); • Necessário para a finalização do curso e recebimento do certificado de participação. Acesso o simulado Obrigada! a.leaoreis@gmail.com @alinereis.nutri nutri.gabrielauliana@gmail.com @nutri.gabrielauliana
Compartilhar