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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS Thalissa Melo Garcia Vinagre Dourados 2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS MAJUREN KEURY VIEIRA SILVEIRA- 392.246 THALISSA MELO GARCIA-RGM:392.226 XÊNIA ROSEMARIE DE CAMPOS-392.232 Vinagre Trabalho apresentado na Disciplina de Ciências dos alimentos e nutrição 2º semestre do Curso de Tecnologia em Gastronomia da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. Professora: Samara Teodoro. Dourados 2021 Introdução Como parte da aula de ciência da fermentação, da disciplina Ciências dos Alimentos, destacaremos informações sobre o vinagre como: Matéria prima; Pais que mais produz tipo de fermentação; Micro-organismos predominantes (tipo e espécie); Método de Produção; Principais marcas comerciais no país e finalizamos com um prato produzido com o vinagre balsâmico. Considera-se que na alimentação, o vinagre seja um dos primeiros produtos de fermentação espontânea utilizados pelo homem. Desde a antiguidade se tinha conhecimento deste produto. Há muito tempo vem sendo utilizado como condimento e conservante de alimento, além de possuir propriedades nutritivas e biorreguladoras consideradas como complementos indispensáveis à alimentação do homem. Matéria prima: Como o ácido acético do vinagre é obtido pela oxidação do álcool, todas as matérias primas alcoólicas e as que contenham carboidratos podem a princípio ser utilizadas para a produção de vinagre. Os vinagres são produzidos a partir de uma ampla variedade de frutas e cereais e sua classificação acontece de acordo com a matéria prima utilizada. O vinagre de frutas é mais nutritivo por conter mais substâncias assimiláveis pelo organismo, como vitaminas, ácidos orgânicos, proteínas e aminoácidos, originários do fruto. Os vinhos de frutas dão origem a vinagres mais suaves e menos agressivos ao paladar por seu pH atenuado pelas substâncias orgânicas. O principal componente do vinagre é o ácido acético: A produção do vinagre: O vinagre é produzido a partir de uma reação química denominada de fermentação, na qual a substância orgânica etanol (C2H6O) é transformada em outra substância orgânica, o ácido acético (H4C2O2). C2H6O + O2→ H4C2O2 + 2 H2O O que vai caracterizar a composição do vinagre é a matéria-prima que o originou. Além disso, o vinagre é formado basicamente por: Ácido acético: é o principal componente do vinagre, independente de qual tenha sido o substrato que deu origem a ele. Sua concentração é expressa em graus acéticos (gramas de ácido acético por 100 ml de vinagre). Álcool etílico (etanol) residual: quando ocorre a fabricação industrial do vinagre, busca-se obter o maior nível de rendimento na transformação de etanol em ácido acético. Extrato seco: é composto por substâncias não voláteis presentes no produto, tais como glicerina, substâncias pécticas, substâncias nitrogenadas, entre outras. Cinzas: o teor de cinzas determina os minerais contidos no produto. Conforme Marques, “O vinagre é uma solução diluída de ácido acético, elaborada por dois processos consecutivos: a fermentação alcoólica, quando o açúcar é convertido em etanol; e a oxidação fermentativa, transformando álcool em ácido acético.” (MARQUES, 2008 apud SCHIMOELLER, 2011). Micro-organismos predominantes (tipo e espécie): As bactérias acéticas pertencem à família Pseudomonodaceae e aos gêneros Acetobacter e Gluconobacter. As principais espécies de bactérias acéticas são: Acetobacter aceti, Acetobacter pasteurianus, Acetobacter xylinum, Acetobacter schützenbachii e Gluconobacter oxydans. Quando falamos em teor alcoólico, é interessante que o vinho apresente entre 8% v/v e 10% v/v, ainda que as técnicas atuais de fermentação acética permitam utilizar vinhos com 10% v/v a 12% v/v de álcool. Por outro lado, quando se utiliza vinho com baixo teor alcoólico, obtém-se vinagre com baixa acidez e com sabor inferior, quando comparado aos outros tipos, além de favorecer a contaminação durante o processo de produção. Métodos de produção: Processo Lento, Orleans ou Francês: O vinagre produzido à partir desse método é considerado superior, quando comparado ao vinagre obtido por outros métodos, pois o amadurecimento total do produto acontece antes dele ser retirado, isto reduz o sabor picante, tornando-o mais suave e mais agradável. É o mais antigo e consiste, basicamente, na produção de vinagre a partir do vinho ou substrato alcoólico colocado em barricas de madeira semi-cheias, em temperatura elevada. A fermentação acontece, nesse caso, devido à ação de leveduras através da exposição do substrato alcoólico ao ar. O processo de produção é contínuo, pois o substrato é renovado quando o vinagre produzido é extraído. Existe uma torneira para a retirada do vinagre e um orifício superior para a entrada do substrato alcoólico. Processo Rápido ou Alemão: Esse método surgiu na Alemanha no início do século XIX, a partir da observação da importância da aeração no processo Lento, tornando-se o principal método de produção industrial do vinagre até meados do século XX. O sistema de produção que utiliza um gerador é considerado como um dos mais comuns e acontece em um gerador em formato de tanque cilíndrico dividido em três compartimentos: a seção superior, onde acontece o processo de avinagramento, por meio de um dispositivo borrifador; a seção maior (a do meio), a qual é preenchida com aparas de madeira, sabugos de milho ou outro material que permita a passagem de ar e onde acontece a oxidação do álcool para ácido acético, devido à ação das bactérias acéticas; e por fim, a seção inferior, onde é depositado o vinagre. A passagem de uma seção para a outra ocorre através de gotejamento. A entrada de ar no gerador acontece por meio de orifícios localizados no fundo falso da seção do meio. Esse ar é esquentado e aspirado por cima, com o cuidado de não ultrapassar a temperatura de 30ºC. Para que isso não aconteça, existem serpentinas refrigeradoras. De modo semelhante ao processo Lento, um novo gerador deve receber vinagre não pasteurizado em sua parte mediana para formar o inóculo responsável pelo início da fermentação no meio. Essas bactérias ainda podem circular através do gerador. Processo submerso: Destaca-se pela alta produtividade em relação aos outros métodos de produção do vinagre, o que é condizente com as demandas industriais da atualidade. Esse processo caracteriza-se pelo fato de as bactérias acéticas estarem submersas no líquido a fermentar, local aonde irão se multiplicar e oxidar a mistura alcoólica em vinagre. Para catalisar essa reação, é necessário que a oxigenação seja bem administrada em todos os pontos do compartimento, por isso o equipamento utilizado (de grande capacidade) geralmente é feito em aço inoxidável, contendo uma turbina de ar no fundo e tubos onde circula a água que refrigera esse sistema. O substrato é colocado no fermentador e inoculado com vinagre forte ou com bactérias acéticas. Existe no equipamento um aparelho que registra o teor alcoólico do meio e que também é responsável por dispensar o vinagre pronto: todo o sistema é automatizado. O produto final deve conter 0,2% de álcool. Após a retirada do vinagre, deve-se adicionar mais substrato alcoólico, utilizando como inóculo parte do volume do vinagre produzido antes no tanque. Depois, pode- se retirar a cada 24 horas um volumede vinagre que corresponde a um quarto do valor retirado do tanque, obtendo-se um aumento de 4% ao dia na ordem da acidez. Seus aspectos negativos constituem o elevado custo de investimento inicial, incluindo a necessidade de mão de obra especializada para a manutenção, além da obrigatoriedade da constância na produção, para que a aeração não seja alterada por pequenas interrupções. O vinagre produzido por esse processo mostra-se turvo, o que requer tratamento por filtração para obter um líquido mais límpido. Outros processos de formação do vinagre: Existem ainda outros processos para a produção do vinagre, como o processo de gerador por mergulho, processo Mackin, processo Bourgenois, processo Fardon ou de gerador por sifonagem. Porém, os três processos descritos anteriormente são os principais e ilustram o desenvolvimento do processo de produção do vinagre, em escala semi-industrial e industrial. Um vinagre de destaque que é muito utilizado na gastronomia é o vinagre balsâmico. Este produto é tradicionalmente italiano que se destaca devido ao seu processo de elaboração e por suas características aromáticas que adquire ao longo do processo de produção. O tipo de vinagre balsâmico mais conhecido é o "Vinagre Balsâmico Tradicional de Modena" que é protegido por uma "Denominação de Origem" desde 1983. Sua história inicia-se na região de Modena, já que as condições climáticas propiciam a produção de vinhos com baixa graduação alcoólica, indicado para produção de vinagre. O tempo mínimo de elaboração do vinagre balsâmico é de 20 anos, sendo comum encontrar vinagres com 50 anos. Sua obtenção se dá através da fermentação alcoólica e acética do mosto cozido de uva Trebbiano, o qual, por sua vez, é obtido a partir da uva esmagada e separado no início da fermentação alcoólica. O cozimento é feito em fogo direto até o teor de açúcar alcançar valor compreendido entre 28 e 33ºBabo, o que corresponde a uma redução de 20% a 30% do volume inicial do mosto. Quanto mais cozido for o mosto, mais doce será o vinagre balsâmico. O mosto concentrado é colocado em recipientes de madeira até tornar-se vinagre balsâmico. O vinagre pode também ser extraído de frutas, como a laranja, o kiwi. Através do substrato dessas frutas é possível se obter condições propensas para a produção do vinagre. Tipos de Fermentação Trata-se de um alimento produzido por duas fermentações sucessivas, alcoólica e acética, tornando necessário utilizar apenas matérias-primas com amidos e/ou açúcares fermentescíveis, sendo que os polissacarídeos devem primeiramente ser hidrolisados para conversão em açúcares mais simples. Fermentação alcoólica: No processo produtivo do vinagre a fermentação alcoólica pode ocorrer de duas formas distintas; a espontânea, que ocorre pela ação das bactérias e/ou leveduras presentes no substrato e no meio; ou por meio da adição controlada das mesmas. A Saccharomyces cerevisiae é a levedura mais utilizada na produção do vinagre. Fermentação acética: Quando termina a fermentação alcoólica inicia-se a fermentação acética, onde ocorre a transformação do etanol em ácido acético pelo metabolismo das bactérias acética. Nesta etapa outros processos químicos e bioquímicos ocorrem: a formação e rupturade ligações tipo éster, a geração furfural, entre outros. Na fermentação acética, as espécies de bactérias Acetobacter Gluconobacter são as mais utilizadas para a produção do vinagre, por ter uma alta capacidade de oxidar o etanol em ácido acético e sua forte resistência aos mesmos. Tipos de vinagres Vinagre Balsâmico (aceto balsâmico): escuro e bastante aromático, é feito com uvas Trebbiano selecionadas da região de Modena, Itália. Vinagre de Vinho: é o mais comum e elaborado a partir do vinho tinto ou branco. Fermentado Acético de Sidra (ou de maçã): obtida a partir do suco fermentado de uma variedade de maçã. É o menos ácido. Fermentado Acético de malte: é um produto escuro fermentado, feito a partir do malte da cevada. Fermentado Acético de arroz: é o vinagre japonês obtido a partir da fermentação do arroz. Mais suave e ligeiramente adocicado. O chinês é mais forte e ligeiramente ácido. Fermentado Acético de Álcool: o mais forte de todos, apresenta elevada % de álcool. Fermentado Acético de Champanhe (ou de cava na Espanha ou de espumante no Brasil): trata-se de um produto de cor pálida e sabor elegante, como a bebida da qual procede. Fermentado Acético de Xerez: produto típico da Espanha possui sabor delicado e exclusivo. Fermentados Acéticos Aromatizados: os vinagres podem ser aromatizados com ervas, especiarias, frutas ou alho. Os maiores produtores: Dentre os países que se destacam na produção estão a China, Japão, Espanha e Itália. Principais marcas de comerciais no país: Vinagre de Vinho tinto Castelo. Aceto Balsâmico di Modena Colavita. Receita gastronômica: Queijo coalho ao molho balsâmico cremoso Ingredientes •1 pacote de queijo coalho (6 espetos) •1 frasco de Molho Cremoso Balsâmico Castelo •Galhos de alecrim para decorar •Espetos de madeira para servir Modo de preparo: Aqueça uma chapa com frisos e coloque sobre elas os 6 espetos de queijo coalho por alguns segundos, virando a todo instante de forma que não derreta, ficando somente tostado com o desenho dos frisos. Retire os queijos do espeto, corte em cubinhos. Corte alguns espetos na medida de aproximadamente 8cm e espete nos cubinhos já dourados. Acrescente o Molho Balsâmico Cremoso Castelo sobre os cubinhos de forma que escorra pelas laterais, decorando o prato. Decore com os galhos de alecrim. Dica: Sirva como aperitivo acompanhado de vinho branco frisante. Rendimento: 6 porções Tempo de preparo: 15 minutos Referências Bibliográficas: BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 6. Aprova o regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 2012. MENEGUZZO, J.; RIZZON, L. A. Sistema de produção de vinagre. Sistemas de Produção (Embrapa Uva e Vinho), Bento Gonçalves, n. 13, ago. 2006. Disponível em: . Acesso em: 07 mar. 2013. Revista Eletrônica Científica Inovação e Tecnologia Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Medianeira Medianeira, Paraná, Brasil SCHMOELLER, R.; BALBI, M. Caracterização e controle de qualidade de vinagres comercializados na região metropolitana de Curitiba/PR. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 11, n. 2, p. 80-92, jul./dez. 2010. Disponível em: . Acesso em: 09 mar. 2013. SPINOSA, W. A. Isolamento, seleção, identificação e parâmetros cinéticos de bactérias acéticas provenientes de indústrias de vinagre. 2002. 244 f. Tese (Doutorado em Ciência de Alimentos) – Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002. Disponível em: . Acesso em: 07 mar. 2013. VELOSO, Camila Leão Sistema de produção de vinagre Instituto Euvaldo Lodi – IEL/BA 22/5/2013 https://www.comidaereceitas.com.br/salgados/queijo-coalho-ao-molho- balsamico-cremoso.html