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Composição do leite materno ÁGUA: É o maior componente do leite e desempenha papel fundamental na regulação da temperatura corporal. Na água estão dissolvidos ou suspensos as proteínas, os compostos nitrogenados não proteicos, os carboidratos, os minerais (íons monovalentes) e as vitaminas hidrossolúveis (C e Complexo B). Já que a maior concentração do leite é de água, então não há necessidade de dar água para o bebê mesmo em dias quentes; PROTEÍNAS: Na primeira semana o leite humano, colostro, é rico em proteínas protetoras especialmente a IgAs, que age contra infecções e alergia alimentar; O leite maduro contém mais proteínas nutritivas que o colostro, que são a caseína e as proteínas do soro. O leite humano fornece ao ser humano todos os aminoácidos essenciais (isoleucina, lisina, leucina, triptofano, treonina, metionina, fenilalanina, valina e taurina); OBS: Em relação ao leite de vaca: A concentração proteica no LM é < que no leite de vaca, não provocando sobrecarga renal (a TFG é baixa em RN, assim como a função tubular e a capacidade de concentração urinária); a sobrecarga renal também aumenta a necessidade de água na excreção renal, podendo causar desidratação no RN; A relação caseína/proteína do soro é cerca de 20/80 (ao contrário do de vaca, que é 80/20), fazendo com que o coalho humano seja mais macio; A proteína do soro com maior concentração é a alfalactoalbumina humana, que tem potencial alergênico praticamente nulo; O RN e o lactente são dotados de uma atividade anabólica intensa, dificilmente igualada em qualquer outro período de suas vidas; tal atividade necessita, pois, de uma oferta correspondente de nitrogênio a ser fornecida nos primeiros seis meses de vida O leite humano maduro fornece, em média, 1,2 g de proteína para cada 100 ml Sua composição inclui a alfa-lactalbumina, a lactoferrina, a lisozima, a soroalbumina, as imunoglobulinas e a betalactoglobulina. A alfa-lactalbumina, que constitui cerca de 40% das proteínas do soro do leite humano, é necessária para o transporte de ferro e ainda para a síntese de lactose na glândula mamária A lactoferrina, a lisozima e as imunoglobulinas, especialmente a IgA secretória, são proteínas do soro do leite humano envolvidas no sistema de proteção A lisozima, enzima com ação lítica da parede celular bacteriana de microrganismos suscetíveis através da clivagem de peptídeoglicanos, é encontrada em maior quantidade no leite maduro (0,014 a 0,039 g/dl), ao contrário dos demais fatores da defesa, mais concentrados no colostro A IgA secretória representa cerca de 90% das imunoglobulinas presentes no colostro e leite maduro, sendo suas concentrações médias, nestas duas fases, respectivamente de 1,74 g/dl e 0,1 g/dl Trata-se de glicoproteína com estrutura molecular especial que lhe confere maior resistência às alterações de pH e a digestão por enzimas proteolíticas. É produzida, em sua maior parte, por células linfoplasmocitárias sensibilizadas, presentes na glândula mamária, oriundas dos tecidos linfoides associados a órgãos maternos como intestinos (GALT) e brônquios (BALT), que são integrantes dos sistemas imunes êntero e broncomamário CASEÍNA Existe acentuada elevação do teor da caseína do leite humano durante a lactação, acompanhada de concomitante decréscimo dos níveis de proteínas do soro A caseína é constituída por um grupo de subunidades que tem a propriedade de formar micelas estáveis com cálcio e fósforo, conferindo a aparência branca do leite. Tais micelas favorecem o transporte desses minerais em quantidades bem maiores do que seria possível apenas através de sua solubilidade. Assim, os conteúdos lácteos do cálcio e fósforo mostram correlação significativa com o teor de caseína OBS: O perfil de aminoácidos do leite humano é bastante adequado às características metabólicas do RN. O neonato, especialmente o prematuro, revela imaturidade de alguns sistemas enzimáticos, que se traduz por limitada capacidade para conversão de determinados aminoácidos. A taurina, aminoácido condicionalmente essencial para o RN, em especial para o RN pré-termo, exerce importante papel na conjugação de sais biliares, aumentando a absorção lipídica, bem como no transporte de zinco; encontrada em concentrações elevadas em tecido cerebral, parece atuar como neuro- transmissor excitatório cerebelar, e ainda em tecido retiniano. A glutamina, também um aminoácido condicionalmente essencial, promove o crescimento de epitélio intestinal, sendo o principal combustível desse órgão durante período de estresse A carnitina, aminoácido também presente na fração solúvel do leite humano, parece não ser sintetizada por RN prétermo em quantidade suficiente para suas necessidades; daí a importância de sua inclusão na dieta de tais RN. A carnitina tem atuação marcante no metabolismo dos ácidos graxos de cadeia longa, facilitando seu transporte através da membrana mitocondrial, que permite a sua oxidação e parcial conversão a cetonas no fígado OBS: Os aminoácidos taurina, glutamina e carnitina têm sido acrescentados às fórmulas lácteas destinadas a RN pré-termo, em concentrações semelhantes àquelas do leite humano, numa tentativa de reproduzir suas importantes funções. LIPÍDEOS: É maior a concentração no final da mamada e no final do dia: As células mamárias alveolares sintetizam a gordura láctea, sendo tal síntese estimulada pelo esvaziamento da mama, especialmente através da amamentação, e ainda pela prolactina, secretada no lobo anterior da hipófise. As gorduras constituem a maior fonte de energia do leite humano. Seu conteúdo no leite maduro varia entre 3 e 4 g/dl, aproximadamente 45 a 55% do valor calórico total; já o colostro possui concentração lipídica algo menor, em torno de 1,8 a 2,9 g/dl, que se eleva para valores intermediários (2,9 a 3,6 g/dl) no leite de transição O leite humano possui ácidos graxos de cadeia longa w–6 (araquidônico) e w–3 (docosaexaenóico) Esses ácidos graxos são componentes importantes do cérebro e do sistema nervoso, além de possuírem outras ações biológicas; o DHA, especialmente, forma as membranas celulares envolvidas no processo de crescimento neural e de mielinização; Os principais ácidos graxos existentes no leite humano restringem-se aqueles com cadeias de 12 a 18 carbonos, ou seja, ácidos laúrico, mirístico, palmítico, palmitoléico, esteárico, oléico, linoléico e linolênico. Os ácidos linoléico e linolênico, considerados como ácidos graxos essenciais, são precursores dos ácidos graxos poliensaturados de cadeia longa (LCPUFA) - ácido araquidônico e ácido docosahexaenóico. Estes, sendo componentes dos fosfolípides das membranas celulares, exercem importante papel no crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso, através da mielinização e também da função retiniana e são precursores dos mediadores inflamatórios, como prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanes e leucotrieno OBS: O RN pré-termo, em especial aquele de muito baixo peso, possui capacidade limitada para sintetizar os LCPUFA a partir de seus precursores, de onde se infere a importância de sua oferta a partir do leite humano O teor de colesterol facilita o desenvolvimento enzimático que regula o seu metabolismo na vida adulta, tornando o lactente num adulto “Bom metabolizador” de colesterol; O colesterol é necessário ainda para a mielinização do sistema nervoso, para a produção de hormônios esteróides, de ácidos biliares e também da vitamina D. O leite humano tem maior digestibilidade, pois tem lipase, que é ativada logo que entra em contato com os sais biliares no duodeno sendo ativa mesmo em RN pré-termos A outra é uma lipase lipoproteíca com ação na glândula mamária, facilitando a captação e a hidrolise das lipoproteínasprovenientes do plasma para o leite humano Os lipídeos do leite humano são facilmente digeríveis e absorvíveis em decorrência da ação combinada de vários fatores, tais como a organização do glóbulo de gordura, a composição de ácidos graxos e comprimento de suas cadeias, a distribuição dos ácidos graxos na molécula do triglicéride e as atividades enzimáticas complementares16,26. Existem duas lipases no leite humano, cujas quantidades são suficientes para hidrolisar 30 a 40% dos triglicérides em duas horas, complementando a ação das lipases gástrica e pancreática CARBOIDRATOS: A lactose é o carboidrato mais abundante no leite humano → favorece a absorção do cálcio e fornece galactose para a mielinização do SNC, além de energia OBS: A lactose é um dissacarídeo e, como tal, necessita da presença de uma dissacaridase, a lactase, para ser hidrolisada em glicose e galactose. Existem evidências de que a alimentação precoce com leite humano estimula a atividade endógena da lactase em RN pré-termo26. Assim, a ingestão do leite humano pode facilitar a digestão da lactose Os outros carboidratos, presentes em concentrações muito inferiores são representados pela glicose (14 mg/dl), galactose (12 mg/dl), oligossacarídeos complexos (500 a 1200 mg/dl) e glicoproteínas A galactose é essencial para a formação dos cerebrosídeos e, por ser um açúcar não completamente digerido, facilita o amolecimento das fezes, essencial para os lactentes que não utilizam da prensa abdominal para evacuar; funciona também como substrato para a formação de ácidos orgânicos pela flora saprófita de lactobacilos, o que reduz o pH intestinal e aumenta a absorção de cálcio. O alto conteúdo da galactose acarreta grande acúmulo de água livre, ou seja, de água que não precisa ser obrigatoriamente excretada com sais pelos rins; esta constitui uma reserva para a termo-regulação, através da sudorese, nos lactentes amamentados Lactentes e RN, inclusive os RN pré-termo, tem capacidade de absorver mais de 90% do conteúdo de lactose do leite humano26. A permanência de pequena quantidade de carboidrato na luz intestinal é considerada como um efeito fisiológico normal da alimentação com leite humano, resultando em algumas conseqüências benéficas para a criança, tais como: Eliminação de fezes mais amolecidas, reduzindo a incidência de obstipação intestinal; Promoção do crescimento da flora bacteriana não patogênica na luz intestinal em conjunto com o fator bífido levando à queda do pH e tornando o ambiente impróprio ao crescimento de bactérias patogênicas; Ação facilitadora sobre absorção de cálcio e fósforo na luz intestinal, o que poderia auxiliar na prevenção da doença metabólica óssea em RN pré-termo. MICRONUTRIENTES ELETRÓLITOS: a ↓concentração de sódio impede a sobrecarga renal e diminui o risco de desidratação hipertônica frente a qualquer agravo. - Possíveis carências: FERRO: o ferro esta em baixa disponibilidade em ambos os leites, porém 50% do ferro do LM é absorvido, enquanto apenas 10% do ferro do LV é absorvido. O menor pH intestinal dos lactentes e a presença de lactoferrina aumentam a biodisponibilidade do ferro para os lactentes exclusivamente alimentados de LM; VITAMINA K: encontra-se em baixa concentração no LM e o intestino só começa a produção com 2 semanas de vida. Por isso, faz-se aplicação de vitamina K ao nascer; VITAMINA D: existe risco de deficiência de vitamina D em lactentes de mães com deficiência dessa vitamina e com pouca exposição ao sol, por isso as vezes deve-se suplementar vitamina D; FLUOR: a concentração do flúor no LM depende da concentração de flúor na água. A suplementação de flúor só é recomendada para crianças entre 6 meses e 3 anos, quando a concentração de flúor na água for menor que 0,3 ppm. ZINCO: É essencial ao organismo, encontra-se em maior quantidade no colostro; O colostro, além de proteínas e alguns minerais, também apresentam maiores teores de betacaroteno e demais vitaminas lipossolúveis; A vitamina D está presente no soro e na fração lipídica do leite em quantidades não suficientes. O mesmo ocorre com a vitamina K, que é administrada no bebê logo após o nascimento, ainda na sala de parto, e a vitamina D precisa ser reposta conforme indicação do pediatra quando a exposição solar não for suficiente. Sódio: Os RN pré-termo, especialmente os de muito baixo peso, não possuem mecanismos bem desenvolvidos para conservação de sódio, sendo sua fração de excreção elevada nos primeiros dez a catorze dias após o nascimento Assim, o conteúdo do mineral existente no leite humano pode resultar numa entidade conhecida como “hiponatremia verdadeira do RN pré-termo extremo”. O leite produzido por mães de RN pré-termo contém maiores concentrações de sódio durante o primeiro mês de lactação, mas mesmo estas são insuficientes para as elevadas necessidades desses RN, sendo necessária a suplementação Potássio Seus níveis no colostro são um pouco maiores em relação aos observados no leite maduro, sendo estes últimos da ordem 14 mEq/l. Tal concentração se eleva no decorrer da lactação, sendo seus valores, em qualquer fase, adequados as necessidades dos RN de termo e pré-termo Cálcio e fósforo Tanto o colostro como o leite maduro contém aproximadamente 28 a 33 mg/dl de cálcio e 13 a 15 mg/dl de fósforo. Estas quantidades são suficientes para que o RN de termo em aleitamento materno exclusivo apresente crescimento adequado, sem sinais de deficiência ou alterações esqueléticas O cálcio, bem como o magnésio, estão ligados ao fosfato nas micelas de caseína, o que contribui para o transporte dos minerais em quantidade maior do que seria possível através de sua solubilidade. O cálcio também se encontra no leite humano sob a forma ionizado, constituindo vários compostos como citrato e fosfato OBS: O leite produzido por mães de RN pré-termo contém as mesmas quantidades de cálcio e fósforo em relação ao produzido por mães de RN de termo. Considerando-se uma ingestão láctea média de 150 a 200 ml/kg/dia, obteremos uma oferta aproximada de 45-60 mg/kg/dia de cálcio e 22-30 mg/kg/dia de fósforo; esses valores são insuficientes para satisfazer as necessidades nutricionais de RN pré-termo, especialmente daqueles de muito baixo peso, que devem ser comparáveis à incorporação intra-uterina do terceiro trimestre da gestação (130 a 150 mg/kg/dia de cálcio e 75 a 85 mg/kg/dia de fósforo). Assim, a ingestão de leite humano não suplementado predispõe à chamada “doença metabólica óssea” nesses RN. MAGNÉSIO Suas concentrações em colostro e leite maduro são semelhantes oscilando ao redor de 2,5 a 3,3 mEq/l. Não se observa hipomagnesemia em RN de termo em aleitamento materno exclusivo. Nos RN de muito baixo peso, porém, alguns autores detectaram retenção inadequada de magnésio quando os mesmos foram alimentados com leite humano da própria mãe não suplementado. Segundo tais autores, os pequenos prematuros nascem com reservas especialmente baixas desse íon, uma vez que seu depósito intra- uterino é formado no terceiro trimestre da gestação. Não existe, no entanto, unanimidade entre os pesquisadores a respeito da necessidade de suplementação de magnésio para RN de muito baixo peso alimentados com leite humano VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS A maioria das vitaminas hidrossolúveis tem concentrações baixas no colostro, que aumentam no decorrer da lactação A vitamina B2 (riboflavina) pode fugir a essa regra, pois seu nível lácteo, bastante influenciado pela dieta materna, costuma ser elevado no início da lactação e decair durante os meses seguintes. As concentrações lácteas de vitamina B6 (piridoxina) podem estar drasticamente reduzidas em mães com história de utilização prolongada de contraceptivosorais VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS Suas concentrações são geralmente mais elevadas no colostro, sofrendo queda progressiva com o transcorrer da lactação Enquanto os níveis lácteos das vitaminas hidrossolúveis são largamente influenciadas pela dieta materna recente, os teores das vitaminas lipossolúveis parecem refletir em especial os depósitos vitamínicos maternos, resultantes dos padrões dietéticos anterior e habitual Vitamina A: O conteúdo lácteo de retinol livre é muito baixo, pois mais de 95% da vitamina A do leite humano está presente sob forma de ésteres retinil O leite produzido por nutrizes eutróficas contém concentração adequada de vitamina A, enquanto aquele produzido por mulheres desnutridas fornece quantidade insuficiente da substância para o lactente Vários autores recomendam suplementação da vitamina A para RN prétermo devido a seus baixos depósitos ao nascimento, a suas elevadas velocidades de crescimento e ainda à reduzida absorção gastrintestinal das vitaminas lipossolúveis Vitamina E A vitamina E inclui um grupo de compostos com vários graus de atividade biológica, dos quais o mais ativo é o alfa tocoferol Age primariamente como antioxidante, promovendo a remoção dos radicais livres e protegendo as membranas celulares contra a peroxidação dos LCPUFA Sua deficiência, especialmente em RN prétermo, pode resultar em anemia hemolítica, sendo seu nível sérico parcialmente relacionado às concentrações de LCPUFA, ferro e selênio Vitamina D As vitaminas D2 (ergocalciferol) e D3 (colecalciferol) são convertidas a seus metabólicos ativos, 25-OH colecalciferol e 1,25- (OH)2 calecalciferol, respectivamente, no fígado e nos rins. Tais compostos tem papel fundamental no metabolismo de cálcio e fósforo e no processo de mineralização óssea. A concentração de vitamina D no leite humano é baixa; assim, RN e lactentes em aleitamento materno exclusivo não recebem quantidade suficiente para promover e assegurar mineralização óssea adequada. Vitamina K A vitamina K1 (filoquinona) é a forma predominante na dieta, enquanto a vitamina K2 (menaquinona) é sintetizada por bactérias presentes na luz intestinal. Sua função principal é a síntese de proteínas relacionadas ao fenômeno da coagulação sanguínea. A vitamina K esta presente em concentrações semelhantes ao colostro e no leite maduro, permanecendo estável durante os seis primeiros meses de lactação Lactentes em aleitamento materno exclusivo não atingem níveis adequados de vitamina K em seu organismo, estando mais propensos à doença hemorrágica. Os níveis lácteos de vitamina K são insuficientes para impedir o desenvolvimento de deficiência após dois meses de lactação, mesmo em crianças que recebam tal vitamina por via intramuscular ao nascimento. Assim, tem-se recomendado repetição da dose em RN de termo para prevenção da doença hemorrágica FASES DO LEITE MATERNO 1) COLOSTRO Secretado nos primeiros três a cinco dias após o parto. Densidade: 1040-1060. Valor energético médio: 67-70 kcal/100 ml. Composição: Comparando-se com o leite maduro, o conteúdo de eletrólitos, proteínas, vitaminas lipossolúveis (principalmente vitamina A, que lhe confere coloração amarelada), minerais e a concentração de imunoglobulinas é maior, destacando-se a alta concentração de IgA e lactoferrina. Por outro lado, possui menos gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis. É um leite imaturo, basicamente um exsudato plasmático. Facilita a eliminação de mecônio nos primeiros dias (diminuindo a icterícia) e permite a proliferação de Lactobacillus bifidus na luz intestinal 2) TRANSIÇÃO Seu período de produção está entre 6-10 dias até a segunda semana do pós-parto. Composição: a concentração de imunoglobulinas torna-se progressivamente menor, assim como o teor de vitaminas lipossolúveis. Ocorre o aumento das vitaminas hidrossolúveis, lipídios e lactose. 3) MADURO Produzido a partir da 2ª quinzena pós-parto. Composição: maior teor lipídico e de lactose; menor quantidade de proteínas. O leite anterior (solução) é ralo e doce, ocorrendo predomínio de proteína do soro e lactose. é o leite que vem no início da mamada, rico em água e anticorpos. Para outros autores é o leite que é produzido pela ação da prolactina e depende da sucção do bebê. No meio da mamada (suspensão) é maior a quantidade de caseína. O leite posterior (emulsão) tem grande concentração de gordura, necessária para saciar o lactente. é o leite que vem no final da mamada, rico em gordura. Para outros autores é o leite que é produzido pela ação da ocitocina, não depende tanto da sucção, como a prolactina e sim das emoções da mãe (o que explicaria uma mãe pensar em seu bebê no trabalho e ter produção e ejeção do leite materno) OBS: O leite do início da mamada, o chamado leite anterior, pelo seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da água de coco. Porém, ele é muito rico em anticorpos. Já o leite do meio da mamada tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da concentração de caseína. E o leite do fi nal da mamada, o chamado leite posterior, é mais amarelado devido à presença de betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais de cor laranja, provenientes da dieta da mãe. 1) PREMATURO Composição: mais rico em proteínas (maior concentração de aminoácidos essenciais para o recém-nascido, como cisteína e taurina), gorduras, sódio, cloro, vitaminas A e E; menor teor de lactose e vitamina C. No fim do primeiro mês, o conteúdo é similar ao de nascidos a termo, exceto pela concentração de imunoglobulinas. Este leite materno especial produzido pela mulher que pariu precocemente seu filho é um dos pilares do cuidado mãe-canguru. Quanto à qualidade de proteínas, verifica-se que o leite de nutrizes de RN prematuros contém maior teor de aminoácidos condicionalmente essenciais como cistina, taurina e glutamina. Em relação às gorduras, observa-se uma equivalência quantitativa e uma diferença qualitativa: o leite de nutrizes de RN prematuros contém maior proporção de colesterol, fosfolipídios, ácidos graxos de cadeia média/intermediária e ácidos graxos poli-insaturados As concentrações de cálcio ionizado e fósforo são também maiores no leite de mães de prematuros. A forma de administrar o alimento depende do peso ao nascimento e do estado físico do prematuro. Caso este apresente condições de sugar e deglutir, devemos alimentá- lo ao seio. As refeições por sucção não devem ocorrer ou devem ser suspensas nos casos em que a idade gestacional for inferior a 34 semanas ao nascimento, ou na presença de doenças graves. O aporte calórico deve então ser fornecido através de gavagem ou por via parenteral. Neonatos com peso inferior a 1500 g devem ser alimentados com leite materno e oferta de cálcio, fósforo, sódio e proteínas complementares necessárias a esta condição, sob forma de suplementos acrescentados ao leite materno. TIPOS DE ALEITAMENTO Aleitamento Materno Exclusivo (AME): A criança recebe apenas leite humano, da própria mãe (diretamente do seio ou ordenhado) ou de outra fonte (ex.: banco de leite), sem outros líquidos ou sólidos à exceção de vitaminas, sais de hidratação e medicamentos (gotas ou xaropes). Aleitamento Materno Predominante (AMP): Além do leite humano, a criança recebe água, chás, suco de frutas, e outros fluidos/infusões em quantidades limitadas. Aleitamento Materno Complementado (AMC): Além do leite humano, a criança recebe alimentos sólidos ou semissólidos com o objetivo de complementar o leite materno, mas não substituí-lo. Os leites de outras espécies (ex.: leite de vaca, leite de cabra) não são considerados alimentos complementares. O termo “suplemento” é usado paraágua, chás e substitutos do leite materno. Aleitamento Materno Misto ou parcial (AMM): Além do leite humano a criança recebe outros tipos de leite. Aleitamento Materno: quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independente de receber ou não outros alimentos As recomendações atuais do Ministério da Saúde (MS), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) são: 1) Aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida. P Portanto, não é necessário oferecer à criança água, chás, sucos ou qualquer outro alimento durante os seis primeiros meses de vida. Se for oferecido outro alimento à criança durante esse período, o processo de desmame terá sido iniciado. 2) Aleitamento materno complementado de seis meses até dois anos de vida. A partir dos seis meses de vida, o leite materno como alimento único se torna insuficiente, e deve ter inicio a introdução de alimentação complementar. Entretanto, não se recomenda nenhum outro tipo de leite (industrializado, de vaca, soja, cabra, etc.). OBS: o leite materno sozinho após os seis meses é insuficiente, porém continua sendo importante, especialmente como fonte de vitamina C (cobre 95% das necessidades), vitamina A (cobre 45% das necessidades), proteínas (cobre 38% das necessidades) e energia (cobre 31% das necessidades), além é claro de fornecer elementos imunológicos para prevenção de doenças. 3) O leite materno deve ser mantido, no mínimo, até os dois anos de vida. QUAIS AS IMUNOGLOBULINAS PRESENTES NO LEITE MATERNO E POR QUÊ? Os fatores específicos são representados pelas imunoglobulinas (IgA, IgM e IgG), especialmente a IgA, sintetizada na própria glândula mamária e encontrada principalmente na sua forma dimérica, a IgA secretória. Como possui peso molecular elevado e não é digerida pelas secreções gástrica e intestinal, não é absorvida. É ambiente específica: subpopulações de linfócitos T dos tratos gastrointestinal e respiratório da mãe entram em contato com os patógenos ambientais, migram para a mama e estimulam a produção de IgA específica contra esses patógenos, que será transferida para o recém-nascido. A IgA secretória reveste a mucosa intestinal, impedindo a agressão por bactérias, toxinas ou antígenos estranhos. Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes no meio em que a mãe vive. A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então. Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófi los, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífi do. Este favorece o crescimento do Lactobacilus bifi dus, uma bactéria não patogênica que acidifi ca as fezes, difi cultando a instalação de bactérias que causam diarréia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. QUAIS AS CONTRAINDICAÇÕES PARA O ALEITAMENTO MATERNO? São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a substituição parcial ou total do leite materno. Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve ser recomendado: Mães infectadas pelo HIV; Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus da leucemia humana T- cell); Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fármacos são citados como contraindicações absolutas ou relativas ao aleitamento, como por exemplo os antineoplásicos e radiofármacos, usados no tratamento contra o câncer. Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve ser recomendado: Mães infectadas pelo HIV; Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2; Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fármacos são considerados contra-indicados absolutos ou relativos ao aleitamento materno, como por exemplo, os antineoplásicos e radiofármacos. Como essas informações sofrem frequentes atualizações, recomenda- se que previamente à prescrição de medicações a nutrizes o profissional de saúde consulte o manual Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose. Mães com Limitações Temporárias: Emocionais ou Físicas Casos graves de psicose puerperal, eclampsia ou choque. Lesões ativas na mama ou mamilo provocadas por herpes (as mães não poderão amamentar durante o período ativo da doença. Uma vez tratada a doença, a amamentação poderá ser reiniciada). Já nas seguintes situações maternas, recomenda-se a interrupção temporária da amamentação: Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia; Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta. A criança deve receber Imunoglobulina Humana Antivaricela Zoster (Ighavz), disponível nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIES), que deve ser administrada em até 96 horas do nascimento, aplicada o mais precocemente possível; Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente; Consumo de drogas de abuso: a Academia Americana de Pediatria (contraindica o uso durante o período da lactação das drogas de abuso anfetaminas, cocaína, heroína, maconha e fenciclidina. A Organização Mundial da Saúde considera que o uso de anfetaminas, ecstasy, cocaína, maconha e opióides não são contraindicadas durante a amamentação. Contudo, alerta que as mães que usam essas substâncias por períodos curtos devem considerar a possibilidade de evitar temporariamente a amamentação. Há carência de publicações com orientações sobre o tempo necessário de suspensão da amamentação após uso de drogas de abuso. No entanto, alguns autores já recomendaram determinados períodos de interrupção. Ainda assim, recomenda-se que as nutrizes não utilizem tais substâncias. Se usadas, deve-se avaliar o risco da droga versus o benefício da amamentação para orientar sobre o desmame ou a manutenção da amamentação. Drogas consideradas lícitas, como o álcool e o tabaco, também devem ser evitadas durante a amamentação. Contudo, nutrizes tabagistas devem manter a amamentação, pois a suspensão da amamentação pode trazer riscos ainda maiores à saúde do lactente OBS: Em todos esses casos, deve-se estimular a produção do leite com ordenhas regulares e frequentes, até que a mãe possa amamentar o seu filho Nas seguintes condições maternas, o aleitamento materno não deve ser contraindicado: Tuberculose: recomenda-se que as mães não tratadas ou ainda bacilíferas (duas primeiras semanas após início do tratamento) amamentem com o uso de máscaras e restrinjam o contato próximo com a criança por causa da transmissão potencial por meio das gotículas do trato respiratório. Nesse caso, o recém-nascido deve receber isoniazida na dose de 10 mg/kg/dia por três meses. Após esse período, deve-se fazer teste tuberculínico (PPD): se reator, a doença deve ser pesquisada, especialmente em relação ao acometimento pulmonar; se a criança tiver contraído a doença, a terapêutica deve ser reavaliada; em caso contrário, deve-se manter isoniazida por mais três meses; e, se o teste tuberculínico for não reator, pode-se suspender a medicação, e a criança deve receber a vacina BCG; Hanseníase: por se tratar de doença cuja transmissão dependede contato prolongado da criança com a mãe sem tratamento, e considerando que a primeira dose de rifampicina é suficiente para que a mãe não seja mais bacilífera, deve-se manter a amamentação e iniciar tratamento da mãe; Hepatite B: a vacina e a administração de imunoglobulina específica (HBIG) após o nascimento praticamente eliminam qualquer risco teórico de transmissão da doença via leite materno; Hepatite C: a prevenção de fissuras mamilares em lactantes HCV positivas é importante, uma vez que não se sabe se o contato da criança com sangue materno favorece a transmissão da doença; Dengue: não há contraindicação da amamentação em mães que contraem dengue, pois há no leite materno um fator antidengue que protege a criança; Consumo de cigarros: acredita-se que os benefícios do leite materno para a criança superem os possíveis malefícios da exposição à nicotina via leite materno. Por isso, o cigarro não é uma contraindicação à amamentação. O profissional de saúde deve realizar abordagem cognitiva comportamental básica, que dura em média de três a cinco minutos e que consiste em perguntar, avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar a mãe fumante (BRASIL, 2010b). No aconselhamento, o profissional deve alertar sobre os possíveis efeitos deletérios do cigarro para o desenvolvimento da criança, e a eventual diminuição da produção e da ejeção do leite. Para minimizar os efeitos do cigarro para a criança, as mulheres que não conseguirem parar de fumar devem ser orientadas a reduzirem o máximo possível o número de cigarros (se não possível a cessação do tabagismo, procurar fumar após as mamadas) e a não fumarem no ambiente em que a criança se encontra; Consumo de álcool: assim como para o fumo, deve-se desestimular as mulheres que estão amamentando a ingerirem álcool. A ingestão de doses iguais ou maiores que 0,3g/kg de peso pode reduzir a produção láctea. O álcool pode modificar o odor e o sabor do leite materno levando a recusa do mesmo pelo lactente. POR QUE NÃO SE RECOMENDA MAIS AMA DE LEITE (AMAMENTAÇÃO CRUZADA)? Traz diversos riscos ao bebê, podendo transmitir doenças, infecto- contagiosas, a mais grave, Aids. O perigo é o bebê ser contaminado por uma doença infecto– contagiosa, como a Aids, que é uma doença crônica grave e ainda sem tratamento absoluto, sem cura. Por exemplo, se uma mãe tiver hepatite B em atividade, e doar leite a outro bebê, que não tenha ainda as doses da vacina suficientes (ou seja, não está totalmente imunizado), ela poderá passar a doença para a criança, através do leite materno, em caso de sangramento do mamilo por trauma mamilar. Qual a diferença do leite do banco de leite para o leite de outra pessoa? A diferença fundamental do leite do Banco de Leite Humano para o leite doado diretamente por uma outra mãe é que no BLH o leite é tratado, pasteurizado e, por isso, isento de qualquer possibilidade de transmissão de doenças. A mãe não deve amamentar outra criança que não seja o seu filho. Mesmo se esta mãe estiver com os exames normais ou se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma janela imunológica, e esse bebê correr o risco de contrair alguma doença. No entanto, esta prática é PROIBIDA pelo Ministério da Saúde, porque aumenta o risco do bebê ser contaminado com alguma doença que passa pelo leite da outra mulher e o bebê não tem os anticorpos específicos para se protege Inúmeras doenças, como: hepatites, CMV (Citomegalovirus), HIV (AIDS), HTLV (Human T lymphotropic virus), Mononucleose infecciosa e, muitas outras podem ser transmitidas através da amamentação cruzada para os bebês e também para a própria mulher que está amamentando. IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO PARA O BEBÊ E PARA A MÃE BEBÊ 1) COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL IDEAL O leite materno é um alimento completo: atende completamente às necessidades nutricionais, metabólicas e calóricas do lactente nos primeiros seis meses de vida e é ideal para o sistema gastrointestinal e renal em amadurecimento. 2) Redução da mortalidade infantil. Estima-se que a amamentação reduza em média 13% das mortes em crianças abaixo de cinco anos. Diminuição da mortalidade por doenças respiratórias (50%) e das doenças diarreicas (66%). A proteção a esta classe de doenças infecciosas é maior quando o aleitamento materno é exclusivo!!! Diminuição da incidência e gravidade das doenças infecciosas diarreicas, bem como redução da probabilidade de ocorrência de distúrbios hidroeletrolíticos secundários (ex.: desidratação, hiponatremia e hipocalemia). Diminuição da incidência e gravidade das infecções respiratórias. Diminuição da ocorrência de doenças imunoalérgicas: sibilância recorrente, asma, dermatite atópica. Diminuição da ocorrência de doenças crônicas: 1) cânceres: leucemias, linfomas e doença de Hodgkin; 2) gastrointestinais: doença celíaca, doença de Crohn, retocolite ulcerativa; 3) metabólicas: diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2; sobrepeso/obesidade; hipercolesterolemia 4) cardiovasculares: redução da pressão arterial sistêmica. Melhor desenvolvimento cognitivo: os mecanismos ainda não foram totalmente esclarecidos; alguns estudiosos acreditam que o leite materno contenha substâncias que melhorem o crescimento/desenvolvimento cerebral, e outros apostam nos aspectos comportamental e emocional positivos do ato de amamentar. Desenvolvimento da cavidade oral: atualmente, sabe-se que a amamentação tem muitas outras vantagens, entre elas estimular o correto desenvolvimento das funções orais, com o adequado crescimento do sistema estomatognático. O uso de chupetas e mamadeiras eleva o palato, e com isso, a cavidade nasal fica menor. As consequências são alterações na respiração nasal, no processo de mastigação/deglutição e prejuízo da fala. Fortalecimento do vínculo afetivo mãe-bebê, reduzindo a incidência de maus-tratos. MÃE 1) PREVENÇÃO DA HEMORRAGIA PÓS PARTO O aleitamento imediatamente após o nascimento favorece a dequitação placentária, promove a involução uterina, a perda de peso e diminui a hemorragia pós-parto. Reflexo de Fergusson. A sucção do mamilo estimula a liberação de ocitocina pela hipófise posterior, hormônio responsável pela contração da musculatura uterina. 2) MÉTODO CONTRACEPTIVO A amenorreia lactacional prolongada pelo aleitamento materno exclusivo ou predominante evita a anemia e o aparecimento precoce da ovulação, o que condiciona o maior espaçamento gestacional, proporcionando melhores condições de saúde para mãe e filho. A eficácia anticoncepcional somente é alcançada para mães até seis meses após o parto, que estejam em aleitamento materno exclusivo ou predominante, e que estejam em amenorreia. Caso estas três condições estejam satisfeitas, a eficácia anticoncepcional do método da amenorreia lactacional chega a 98%. 3) REMINERALIZAÇÃO ÓSSEA Promove melhora da remineralização óssea pós-parto, com redução de fraturas do colo de fêmur no período pós-menopausa. 4) REDUÇÃO DO RISCO DE CANCER Diminui risco de câncer de mama e ovário. 5) PROTEÇÃO CONTRA O DIABETES TIPO 2 6) PROMOVE PERDA PONDERAL O gasto energético de uma nutriz em aleitamento exclusivo: 704 kcal/dia. 7) ECONOMIA E EFICACIA O leite materno é bom, barato e limpo. Estima-se que o gasto com fórmulas infantis nos primeiros seis meses de vida variem de 38% a 133% do salário-mínimo, sem contar os demais custos como mamadeiras, bicos e gás de cozinha AMAMENTAÇÃO PEGA O RN apresenta características anatômicas que facilitam a sua alimentação no período neonatal: Em decorrência da retração mandibular fisiológica (retrognatismo fisiológico), a língua do bebê apoia-se sobre a gengiva ou lábio inferior, numa posição anteriorizada e rebaixada, que obriga à respiração nasal; Ovolume aumentado da língua e o contato com o lábio inferior facilitam a postura adequada para a amamentação; A base da língua encontra-se bem próxima à epiglote e protege as vias aéreas inferiores durante a deglutição. Eventos da amamentação na criança: 1) Requer uma abertura ampla da boca, abocanhando não apenas o mamilo, mas também parte da aréola → forma-se um lacre perfeito entre as estruturas orais e a mama, fundamental para a formação do vácuo, com pressão intraoral negativa, o que mantém o mamilo e a aréola dentro da boca do bebê, apesar de sua natureza retrátil; 2) A mandíbula, apoiada sobre os seios lactíferos (onde o leite fica armazenado), realiza um ciclo de movimentos: (1) abaixamento para abertura da boca, (2) protusão para alcançar os seios lactíferos, (3) elevação para o fechamento da boca e compressão dos seios lactíferos e, finalmente, (4) retrusão para a extração efetiva do leite→ esses movimentos promovem o crescimento anteroposterior dos ramos mandibulares e a modelação do ângulo mandibular (crescimento harmônico da face do bebê); 3) A língua, apoiada na gengiva inferior, eleva-se na parte posterior da boca e funciona como um mecanismo oclusivo contra o palato mole, mantendo assim a pressão intraoral negativa; 4) O mamilo e parte da aréola são deslocados para o interior da boca, com a ponta do mamilo tocando a junção entre os palatos duro e mole → protegido de fricção e compressão, prevenindo traumas mamilares; 5) As bordas e a ponta da língua são elevadas lateralmente formando uma concha (canolamento), que leva o leite até a faringe posterior e o esôfago, ativando o reflexo de deglutição; 6) A extração (ordenha) do leite é feita suavemente graças a um movimento peristáltico rítmico, direcionado da ponta da língua para a orofaringe, que comprime suavemente o mamilo; 7) A ponta da língua se mantém na região anterior durante todo o processo, garantindo o vedamento da boca. Durante a extração do leite materno, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo o padrão de respiração nasal. Depende especialmente do posicionamento da dupla mãe/bebê e da pega/sucção (uma posição inadequada da mãe e/ou do bebê na amamentação dificulta o posicionamento correto da boca do bebê em relação ao mamilo e à aréola,resultando no que se denomina “má pega”); para boa técnica de amamentação, é importante que: Mãe e bebê estejam em posição confortável e relaxada, que não interfira com a capacidade do bebê de abocanhar tecido mamário suficiente (cerca de 2 cm de tecido mamário além do mamilo), de retirar o leite efetivamente e de deglutir e respirar livremente; A mãe deve segurar com firmeza o bebê completamente voltado para si; O bebê deve ter seu corpo voltado para a mãe, mantendo um eixo axial único, e sua boca deve estar bem centrada em frente ao mamilo; Em pega ótima, os lábios do bebê ficam levemente voltados para fora, e sua língua sobre a gengiva inferior (lábios apertados são indicação de que ele não conseguiu pegar tecido suficiente); Quando a criança é amamentada em uma posição adequada e tem uma pega boa, a mãe não sente dor.