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Diabetes Mellitus Tipo 2

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Gabrielle Vasconcelos - ENF 19.2
DIABETES MELLITUS TIPO 2
CONCEITO
Trata-se de uma doença metabólica crônica cuja principal característica é a hiperglicemia,
que é o excesso de glicose (açúcar) no sangue, e pela resistência do organismo à insulina
(hormônio produzido pelo pâncreas). A insulina, por sua vez, é responsável por controlar os
níveis de açúcar no sangue, portanto sua ausência total ou parcial no organismo pode levar a
uma incapacidade desse hormônio em exercer suas funções adequadamente. Vale dizer que os
efeitos da hiperglicemia a longo prazo contribuem para o surgimento de complicações, como
danos à retina (tecido no fundo do globo ocular), problemas cardíacos, lentidão em
cicatrizações, insuficiência renal e lesões e infecções nos pés.
COMO FUNCIONA O METABOLISMO NORMAL DE GORDURA E GLICOSE?
Tudo começa com a ingesta do alimento, onde a gordura e a glicose são digeridas pelo
organismo e distribuídas pela corrente sanguínea. A glicose, então, segue para o pâncreas,
onde as células-beta do órgão recebem a glicose junto com íons de cálcio. Esse processo gera
a liberação de insulina. Essa insulina, junto com a glicose e a gordura, segue pela corrente
sanguínea até as células do corpo. É dentro da célula que acontece o metabolismo destas
substâncias. Agora entram em ação 4 diferentes proteínas:
● ENPP-1, que recebe insulina e a deixa passar para dentro da célula;
● IRS, que recebe e fosforila a insulina;
● GLUT-4, que recebe e permite a entrada da glicose na célula (por meio da insulina
fosforilada);
● CAPN-10, que decompõe a gordura.
OBS.: Essas proteínas são sintetizadas no nosso DNA, através do RNA Polimerase, que faz a
síntese de RNA mensageiro e possibilita que ele, já codificado, vá para o Ribossomo traduzir
suas bases. No final do processo, ocorre a formação da proteína IRS, assim como todas as
outras que atuam no metabolismo da gordura e glicose.
CAUSAS
A causa do DM2 está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos
elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Também pode ser causado por
fatores genéticos:
● Causa 1: Mutação no gene produz a proteína IRS. DNA com mutação recebe RNA
Polimerase, que faz a síntese de RNA mensageiro e libera o RNAm codificado com a
mutação para o Ribossomo traduzir suas bases. Tem-se, então, a formação da proteína
IRS defeituosa. Essa IRS com mutação não consegue fosforilar a insulina, o que
deixa em acúmulo de glicose extracelular, bem como aumento de glicose na
circulação sanguínea.
● Causa 2: Mutação no receptor de insulina ENPP-1. O ENPP-1 defeituoso não se
abre para receber a insulina, o que resulta no acúmulo de glicose e insulina
extracelular e aumento de glicose e insulina na circulação sanguínea.
Gabrielle Vasconcelos - ENF 19.2
● Causa 3: Mutação no receptor de glicose GLUT-4. O GLUT-4 defeituoso não
consegue deixar a glicose passar para dentro da célula, o que causa acúmulo de
glicose extracelular e aumento de glicose na circulação sanguínea.
● Causa 4: Excesso de gordura. É quando a decomposição de gordura pela CAPN-10
não é suficiente e possibilita que o acúmulo de gordura obstrua os canais das proteínas
ENPP-1 e GLUT-4. Isso causa um aumento de glicose, insulina e gordura
extracelular, assim como na circulação sanguínea.
SINAIS E SINTOMAS
Em 90% dos casos, não existem sintomas, e eles só aparecem anos depois da instalação da
doença. Os sintomas aparecem com mais frequência no DM1, que é o menos frequente mas é
o mais agressivo (destruição das células beta-pancreáticas), e podem ser:
● Polifagia (aumento do apetite): O organismo não consegue usar a glicose como fonte
de energia, então a pessoa sente muita fome.
● Perda de peso: Apesar de ter muita fome e comer muito, a pessoa acaba
emagrecendo, pois como o corpo não consegue usar glicose como fonte de energia e
como alternativa utiliza a gordura.
● Cansaço e fraqueza: Dificuldade do corpo da pessoa em produzir ATP/energia.
● Poliúria (aumento do volume urinário): O excesso de glicose no sangue faz com que
os rins tenham dificuldade de concentrar a urina, então a urina sai diluída e em maior
quantidade.
● Polidipsia (aumento da sede): É consequência da poliúria, pois a pessoa perde mais
água pela urina.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do DM2 é feito a partir da realização do exame de glicose em jejum, que vai
permitir a identificação de hiperglicemia. Se o nível de glicose estiver igual ou maior que 126
mg/dL, em pelo menos duas ocasiões, já assegura a presença de diabetes. Se o resultado da
glicose de jejum estiver entre 100 e 125 mg/dL, indica pré-diabetes.
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES
O tratamento do diabetes tipo 2 busca reduzir os níveis de glicose e gordura no sangue,
através das seguintes medidas:
● Alimentação balanceada: mais frutas, proteínas, fibra, e menos amido, gordura e
açúcar;
● Praticar atividades físicas: 30min/dia ajudam a perder peso e melhorar a saúde;
● Parar de fumar também pode trazer benefícios à saúde;
● Acompanhamento médico regular.
Em outras palavras, o gatilho para o DM2 está fortemente associado ao estilo de vida.
Portanto, maus hábitos alimentares e sedentarismo desencadeiam uma das principais causas
da doença, a obesidade. Como o ganho de peso favorece a resistência à insulina, uma das
principais medidas para evitar o problema é não permitir a subida do ponteiro da balança. E
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isso vale também para as crianças, que não estão livres de desenvolver a doença, embora o
aparecimento do DM2 se dê sobretudo em pessoas acima dos 45 anos.

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