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Camila Martins Macêdo Belo MED-UniFTC APLICAÇÃO: TAQUIARRITMIAS Camila Martins Macêdo Belo MED-UniFTC CASO CLÍNICO 01 Paciente do sexo masculino, 10 meses, deu entrada na emergência com história de palidez, dificuldade para respirar e vômitos hoje/quadro súbito. Ao exame, encontra-se em REG, pálido, taquidispnéico, gemente, FR 78 irpm, FC 220 bpm, sat 88%, pulsos centrais palpáveis/ com pulso, ou seja, não está em PCR. ACV: BRNF em 2T taquicárdicas sem sopros. AR: MVBD sem RA. Extremidades frias e pulsos finos → estado de choque/sinal de instabilidade. 1. QUAL A CONDUTA TERAPÊUTICA IMEDIATA A SER INSTITUÍDA AO PACIENTE? (a) Posição de conforto, abrir via aérea, oxigenação, monitor e expansão volêmica. *o volume pode até entrar na evolução, mas não é o ponto principal. O principal é monitorizar e realizar o ECG. (b) Abertura de via aérea, ventilação por bolsa valva máscara e intubação. *não tem indicação de intubação (ainda ventila). (c) Manobras de reanimação e intubação. *o paciente não está em parada. (d) Posição de conforto, abertura de via aérea, O2 suplementar, monitorizar e realizar ECG 12 derivações −− diante de um paciente com FC 220 bpm, o primeiro passo é monitorizar e realizar o ECG, para definir a conduta adequada. O foco para esse paciente é baixar a FC. ECG realizado constatou: TSV Quadro súbito + FC 220 bpm + QRS estreito + Ausência de onda P 2. QUAL A CONDUTA TERAPÊUTICA ADEQUADA? (a) Manobra vagal − se o paciente está instável, chocado, não pode perder tempo com manobra vagal. A manobra vagal pode ser adotada quando o paciente está estável. (b) Adenosina −− a conduta terapêutica adequada é cardioverter. Nas crianças com TSV, a primeira escolha sempre é a tentativa de cardioversão química, porque elas respondem muito bem. (c) Cardioversão elétrica. (d) Amiodarona. (e) Iniciar RCP − paciente não está em PCR. Camila Martins Macêdo Belo MED-UniFTC TSV: paciente instável Pode ser considerada uma manobra vagal, mas sem fazer com que isso retarde o tratamento. O tratamento principal é a adenosina/ cardioversão química. Primeira dose: 0,1 mg/kg rápida, em bolus (máx 6 mg) Segunda dose: 0,2 mg/kg rápida, em bolus (máx 12 mg) Se não tiver um acesso e o paciente estiver já com sinal de instabilidade importante, pode-se tentar a cardioversão elétrica sincronizada com midazolam intranasal ou IM. Primeiro choque: 0,5-1J/Kg Segundo choque: 2J/Kg Amiodarona ou Procainamida + Terceiro choque CASO CLÍNICO 02 Paciente do sexo masculino, 10 anos, passado de cirurgia cardíaca, deu entrada na emergência com história de dor torácica e dispneia hoje. Ao exame, encontra-se em BEG, responsivo, leve palidez, leve taquipneia, FC 180 bpm, pulsos presentes, PA 110x60 mmHg. AVC: BRNF em 2T taquicardicas sem sopros. AR: MVBD sem RA Extremidades bem perfundidas. Esse paciente está estável: não está hipotenso, não tem sinais de choque, pulsos presentes, não tem comprometimento de consciência. ECG realizado constatou: TV monomórfica 1. QUAL A CONDUTA TERAPÊUTICA ADEQUADA? (a) Manobra vagal − não entra no algoritmo da TV. (b) Adenosina − como o paciente está estável, independente de TV polimórfica ou monomórfica, tenta se a adenosina, porque, com frequência, taquicardias supraventriculares de condução aberrante se manifestam na criança como uma TV. Trata-se de um teste terapêutico. Se a taquicardia estiver saindo da junção AV (como é o caso da TV), a adenosina não fará efeito algum, porque ela lentifica o nó SA. Ela não modifica a condução do nó AV. (c) Cardioversão elétrica − se o paciente estivesse instável. (d) Amiodarona − caso o paciente não tenha nenhuma resposta à adenosina, pode-se tentar uma cardioversão química com amiodarona ou procainamida. Camila Martins Macêdo Belo MED-UniFTC A droga de escolha para o tratamento inicial de uma criança com taquicardia supraventricular que se encontra em bom estado clínico geral e sem sinais de descompensação hemodinâmica é: (a) Sulfato de magnésio. (b) Adenosina. (c) Amiodarona. (d) Lidocaína. (e) Propranolol. Criança de 5 anos apresenta taquicardia supraventricular com pulso. Os sinais vitais estão estáveis com exceção à frequência cardíaca aumentada. Oxigênio suplementar já foi instalado. Qual a próxima intervenção mais apropriada para essa criança? (a) Cardioversão sincronizada. (b) Desfibrilação. (c) Amiodarona. (d) Manobra vagal sem atrasar a administração do antiarrítmico. (e) Lidocaína. Adolescente de 16 anos, sexo masculino, foi levado à emergência há dois meses, por tonteiras, fraqueza e dor abdominal durante a aula de educação física, realizada no último horário escolar matutino e sob uma temperatura de 380 C. O adolescente referia ter feito um lanche às 9h. Exame físico: corado; lúcido; RCR 2T. Permaneceu na emergência em observação por 12 horas, sem manifestar mais os sintomas, sendo liberado sem medicação. Há sete dias, foi levado a atendimento ambulatorial, devido a palpitações, malestar, “sensação de coração na boca”, após atividade física de rotina. Exame físico: corado; desorientado, mas cooperativo; RCR 2T; BNF; SS+/6+; 185bpm; PA=135x75mmHg. O diagnóstico provável é: (a) intermação (b) hipoglicemia (c) hipertensão arterial (d) síncope vasogênica (e) taquicardia supraventricular A taquicardia supraventricular é caracterizada por início e término abruptos, podendo durar segundos ou horas, com FC superior a 180 bpm. Em alguns casos, a única queixa é de sensação de coração batendo rápido. É relativamente bem tolerada pelas crianças. Em adolescentes, a taquicardia supraventricular mais comum é a síndrome de Wolff- Parkinson-White, que apresenta risco pequeno de morte súbita, caso não seja diagnosticada corretamente. O paciente deve realizar monitoração ambulatorial com Holter de 24 horas. Uma das alterações do ritmo cardíaco mais frequente na criança é a arritmia sinusal. Essa modificação chama atenção por estar associada a distintos parâmetros fisiológicos do organismo em crescimento e em diferenciação funcional. A respeito desse assunto, assinale a opção correta. (a) A arritmia sinusal diminui nas doenças febris e com o uso de drogas vagotônicas como a digital. (b) A arritmia sinusal intensifica-se com o exercício físico. (c) Taquicardia associada à apneia periódica é arritmia sinusal comum no prematuro. (d) Arritmia sinusal é variação fisiológica normal nas descargas de impulsos do nódulo sinusal relacionadas à respiração. (e) A frequência cardíaca aumenta durante a expiração e diminui na inspiração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AULA: Dra. Clarissa Cavalcante Pediatric Advanced Life Support (PALS)- PALS Manual 2016.