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AFECÇÕES PODAIS EM EQUINOS E BOVINOS

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CAPÍTULO I
1- INTRODUÇÃO 
 
As afecções podais podem ser primárias e secundárias, sendo primárias a dermatite digital, a dermatite interdigital, o panarício e a laminite. São afecções secundárias a úlcera da sola, os abcessos podais, o tiloma, a dolorosa erosão do talão, a fissura vertical e a fissura horizontal. As afecções podais são consideradas como um dos maiores problemas de saúde nos Haras e em fazendas de gado leiteiro. O total de perdas provocadas pelas afecções podais em vacas e em equinos atinge 15% da produção em países desenvolvidos e 30 a 40% nos países em desenvolvimento, sem do que as perdas econômicas referem à redução da vida útil dos animais, diminuição da produção, diminuição da fertilidade com o alto custo com tratamento e esse problema ocorre com uma alta prevalência no Brasil. A tendência de especialização na atividade de produção, observada nos últimos anos, introduziu nos sistemas de produção alguns fatores diretamente relacionados com o aumento de afecções do aparelho locomotor. Entre eles, citam-se o confinamento e a predominância de animais de raças como os mais importantes e pesar da importância econômica dessas afecções, a sua prevalência até hoje ainda não é bem conhecida, dificultando o diagnóstico da situação e a elaboração de uma estratégia de controle. 
 
CAPÍTULO II
2- REFERÊNACIAL TEÓRICO
Os equinos são considerados como animais ungulados por apoiarem-se apenas sobre as extremidades de seus membros, representada de uma forma precisa pelos cascos, que são estruturas extremamente queratinizadas, possuindo uma estrutura muito resistente e flexível conferindo uma excelente capacidade de adequação as mais diferentes e diversas condições de superfície.
Na natureza, existe uma plena sincronia entre o crescimento e o desgaste do casco, pois o equino encontra-se sempre em um constate movimento em busca de água, alimento e fugindo de predadores, promovendo atrito, e desgaste, equivalendo a uma taxa de crescimento, que é de aproximadamente de 0,6 a 1 cm ao mês.
A partir do momento que os cavalos passaram a serem manejados pelo homem, ocorreu uma quebra desse equilíbrio, devido aos animais permanecerem na maior parte do tempo confinados, reduzindo o desgaste dos cascos, ou então quando submetidos a realizarem exercícios sobre superfícies que promovem um grande atrito, acelerando o desgaste.
O que era desnecessário sobre condições naturais, passou então a ser um dos principais manejos na equinocultura, como ocorre no casqueamento e no ferrageamento, que se resume em corrigir um problema que o próprio homem causou com o empo ao cavalo.
A grande maioria das causas de claudicações; ex: Manqueira, é decorrente de afecções do casco que possui uma intima relação com o seu manejo inadequado.
O casco desse nobre animal é dividido em parede ou muralha, que é a parte externa, visível com o animal em plena estação e que envolve a terceira falange; ex: osso do casco, responsável em suportar o peso do animal que é subdividida em pinça, quartos e talões, sendo que a sola, recobre a região solear dos cascos e possui um formato côncavo que consegue impedir um contato direto com o solo e a ranilha, que se localiza de uma forma central na região solear, possuindo um formato triangular, de consistência elástica atuando como um amortecedor durante o movimento.
É um equívoco achar que aparar os cascos de um equino, seja uma tarefa de fácil realização, pois o corte adequado segue diversas diretrizes devendo ser muito equilibrado, exigindo uma grande habilidade do ferrador. A frequência em que se deve manejar os cascos dos equinos é variável, sendo influenciada por características individuais, do ambiente, da nutrição e da plena disponibilidade de um bom profissional.
Normalmente, intervalos entre 45 dias parecem ser adequados para realizar as trocas das ferraduras e os ajustes no equilíbrio podal na maioria dos casos apresentados, pois em animais de esporte, onde ocorre uma grande exigência física, esse intervalo poderá ser menor e nos casos de éguas utilizadas para reprodução, criadas costumeiramente de uma forma extensiva, poderá se espaçar o intervalo de casqueamento não se fazendo necessário o uso costumeiro de ferraduras.
Na possibilidade do casco encontrar-se em um grave desequilíbrio, devido normalmente a negligencia do proprietário em relação ao casqueamento e do ferrageamento, a tendência será o animal ficar sujeito aos tropeços e as lesões em tendões e nos ligamentos, não se devendo se realizar o casqueamento buscando o equilíbrio perfeito logo em um primeiro momento, pois isso exigiria a retirada de grande quantidade de tecido, acarretando em um aumento de chances na ocorrência de traumatismos, impossibilitando que o animal caminhe de uma forma correta e segura, devendo nesses cascos realizar um ajuste de uma forma gradual, até atingir um perfeito equilíbrio desejado.
Além disso, a ferradura deverá sempre ser ajustada ao casco do animal e não ao contrário, pois cada cavalo apresenta um tamanho e um formato próprio que deverá sempre ser respeitado, devendo apenas estar apoiando a parede do casco, sem apresentar sobras laterais e/ou na parte de trás, podendo acarretar riscos ao animal.
As práticas de casqueamento e do ferrageamento deverão sempre fazer parte da rotina de manejos dos equinos desde as suas primeiras fases de vida, usufruindo de uma forma plena de um animal hígido por um maior tempo possível.
2.1- Principais afecções do casco de Equinos
2.1.1 Osteíte Podal
 Está caracterizado com a desmineralização da margem e/ou processos palmares, sendo muito mais comum em membros anteriores/bilateral, podendo estar relacionado a concussões. A ocorrência de um processo infeccioso poderá estar presente em conjunto com uma laminite crônica possuindo alguns sinais clínicos variáveis, sendo bem visualizados através de um Diagnóstico radiográfico.
 O seu tratamento está relacionado com a retirada da causa, o balanceamento dos cascos, AINES, uso de uma palmilha fechada e a realização de uma neurectomia que possui como principal objetivo subtrair a dor do animal, através do bloqueio do nervo digital palmar (NDP), responsável pela condução dos impulsos sensitivos e nervosos.
2.1.2- Calcificação da Cartilagem Alar
 Mineralização da cartilagem, estando relacionado a expansão do membro anterior, possuindo como etiologia a ocorrência de traumas, exercícios prolongados e ferrageamento.
O diagnóstico é realizado através de radiografia e o seu tratamento é realizado através de repouso adequado no caso de processos agudos, AINES, ferrageamento e neurectomia, conforme orientação do veterinário.
2.1.3- Feridas Perfurantes
 São muito comuns, possuindo uma gravidade variável entre superficiais ou profundas, geralmente causadas por corpos metálicos ou por pedaços de madeira. 
Os seus sinais clínicos são diferenciados como superficiais; (forma crônica), ou profundas; (forma aguda), com a possibilidade do aparecimento de fístulas e o seu diagnóstico se baseia nos achados ocorridos, sinais clínicos e Raio X. O seu tratamento se baseia na utilização de AINES/soro antitetânico, lavagem sinovial e curativos.
2.1.4- Hematoma e Abscesso Solear 
Se relaciona com uma causa traumática, relacionado com a ocorrência de uma perfuração ou concussão. O animal poderá apresentar uma pré-disposição relacionada a sola fina e plana, piso duro, exercício prolongado e casqueamento inadequado. O seu diagnóstico está profundamente relacionado com o casqueamento realizado. O tratamento inclui a utilização de drenagem, pedilúvio e antibiótico.
2.1.5- Rachaduras e Fissuras
Variam quanto a causa, o local de início, extensão, direcionamento e a profundidade.
A predisposição é muito frequente, estando relacionado na composição e na morfologia do casco, ressecamento, tipo de piso, trabalho, casqueamento e ferragiamento inadequado e lesões coronárias, possuindo sinais clínicos variáveis, com dependência da profundidade da lesão. O diagnóstico realizadoatravés da prática de exercício físico e radiográfico e o seu tratamento é realizado através da correção da causa, curetagem do bordo, grosamento no ponto de apoio, ferrageamento ortopédico, sutura adicionado com a resina e suplementos.
2.1.6- Avulsões
É uma causa traumática, geralmente grave, possuindo como tratamento a remoção da porção destacada preservando a área vascular, curativo, estabilização do casco e suplementos.
 
2.2- Principais Afecções Podais em Bovinos 
2.2.1- Dermatite Digital
A dermatite digital é uma doença que possui uma etiologia multifatorial e com uma complexa patogenia, sendo um problema econômico para a pecuária mundial. Causa um desconforto extremo ao animal e é caracterizada pela inflamação superficial da epiderme, que se inicia no espaço entre os talões, evoluindo até a destruição por inteiro.
Diferentes microrganismos, principalmente as bactérias anaeróbias gram-negativas e espiroquetas como a Dichelobacter nodosus, Fusobacterium necrophorum, Treponema spp e
Borrelia spp, têm sido considerados como desencadeadores da dermatite digital juntamente a fatores de riscos, sendo consideradas as condições de excessiva umidade e acúmulo de fezes e de urina como contribuintes para que isso ocorra. A Bacteroides fragilis, Fusobacterium nucleatum e F. mortiferum também têm sido isolados de amostras obtidas de vacas portadoras de dermatite digital. A transmissão direta de animais com cascos acometidos para animais com cascos não infectados é um possível meio de infecção, assim como a transmissão indireta por instrumentos aparadores de casco.
A lesão apresenta um aspecto erosivo ou ulcerativo, sendo chamada de doença do morango, ou aspecto proliferativo denominada de dermatite verrucosa ou papilomatosa.
É circunscrita por uma borda epitelial de cor branca, com um centro avermelhado e com variadas papilas córneas brancas, dando um aspecto de morango ou com a presença de projeções papiliformes de queratina enegrecida que podem se estender de 10 a 15mm da superfície do casco.
As lesões típicas podem acometer qualquer um dos membros, mas os pélvicos são mais comuns. A localização e a extensão da pele afetada são variáveis, incluindo a pele interdigital, margens anterior e posterior da fenda interdigital e lesões distintas que não tocam a banda coronária. 
 O diagnóstico é baseado na presença de animais com claudicação no rebanho e no encontro de lesões características da dermatite digital. O diagnóstico diferencial para outras afecções podais é complicado, considerando-se as manifestações clínicas variadas e pela falta de padronização da nomenclatura, visto que as dermatites digitais, papilomatosa e verrucosa são manifestações diferentes da mesma doença e as dermatites digital e interdigital possuem etiologia semelhante. Os tratamentos de lesões claudicantes podem ser demorados, invasivos e muito onerosos aos proprietários. São realizados com antibióticos tópicos e sistêmicos, em rebanhos com grande número de animais infectados e o seu tratamento individual consome muito tempo e por isso são usados pedilúvios.
A antibioticoterapia parenteral à base de tetraciclina possui pouca eficácia, sendo necessária a curetagem da lesão, seguida da aplicação tópica de oxitetraciclina e violeta de genciana em spray, sendo que a cura completa pode ocorrer em dois a três dias após o início do tratamento.
A evolução do tratamento com a aplicação local de oxitetraciclina é de progressão lenta, mas eficiente se administrada por quatro aplicações na fase inicial do processo. A antibioticoterapia, o uso de anti-inflamatórios associados ao tratamento cirúrgico das lesões, a aplicação tópica de substâncias antissépticas e cicatrizantes e o uso de pedilúvio, geralmente, apresentam bons resultados. No entanto, a eliminação da dermatite digital no rebanho é raramente observada, sendo necessária a aplicação repetida dos tratamentos para prevenir a recorrência da infecção.
Caso o tratamento não seja mais uma opção a ser seguida, deve ser feita a eutanásia considerando o alívio da dor do animal. A resposta de anticorpos é produzida por vacas leiteiras quando são infectadas com dermatite digital, não sendo a mesma suficiente para prevenir novas infecções, visto que alguns animais apresentam infecções repetidas. Algumas vacas em rebanhos endêmicos nunca desenvolvem lesões, porém todas as vacas nesses rebanhos terão anticorpos para pelo menos duas espécies de treponemas.
Para o controle da dermatite digital além do tratamento medicamentoso devem-se adotar medidas como higiene das instalações, exames periódicos dos animais, quarentena de animais que serão introduzidos no rebanho, diminuição da densidade nos lotes, uso correto do 
pedilúvio, redução da distância percorrida dos piquetes à sala de ordenha e esterilização do material utilizado para o casqueamento.
A prevenção e o controle devem ser conduzidos para estabelecer medidas de biossegurança objetivando interromper a cadeia de transmissão da doença, assim identificando e eliminando os possíveis fatores de risco. 
2.2.2- Podo dermatite Séptica 
A pododermatite é uma doença caracterizada por inflamação da região interdigital, na junção da pele com o casco; (pododerma ou córion), causando no animal além de claudicação grave, lesões de aspecto necrótico purulento. É uma doença infecciosa conhecida também como Foot Root ou frieira, causada por bactérias presentes no solo como Fusarium necrophorus e Dichelobacter nodosus. Existem três estágios de evolução da doença, nos primeiros dez dias ocorre o estágio agudo, o subagudo de dez a quarenta e cinco dias e o estágio crônico, que é acima de quarenta e cinco dias.
O início das lesões não é visível, iniciam-se por tumefação na pele do espaço interdigital, aumento de volume da extremidade do membro e em alguns casos pode ocorrer fistulação com exsudação de líquido com odor fétido, sem lesões macroscópicas no estojo córneo, espaço interdigital, perioplo, sola e talão. Com a evolução do quadro, observa-se hiperemia da região ungular, sensibilidade ao toque, claudicação, presença de ponto amarelados na pele do espaço interdigital e fissura na pele interdigital com necrose dos tecidos subjacentes.
Em algumas situações pode ocorrer evolução da enfermidade, podendo ocorrer complicações articulares; (inflamatórias, anquilosantes), ósseas (neoformações ósseas periarticulares, osteomielites com necrose do osso da terceira falange), tendíneas (tendinite e ruptura), deformações anatômicas e exongulação da unha.
A ocorrência da lesão em bovinos leiteiros está relacionada ao sistema de manejo, do ambiente e da raça. Animais de todas as idades podem ser acometidos, inclusive bezerros, mas acomete principalmente animais adultos. Animais zebuínos são mais resistentes a essas afecções quando comparados a taurinos, sendo que a raça taurina holandesa, por ser mais pesada, é mais susceptível do que raças leves como a Jersey.
 Observa-se a presença da doença o ano todo, porém a prevalência é maior nas estações úmidas, mas a enfermidade também pode ocorrer com frequência em estações secas, quando o terreno está firme e seco. Os solos pedregosos, caminhos cheios de cascalhos pontiagudos e o pastoreio em restolho grosso também predispõe a doença.
O agravamento das lesões está relacionado ao difícil diagnóstico da doença, pois inicia-se no tecido interno do casco; (lâmina), onde nesta fase a lesão não é visível, sendo observada somete quando o animal apresenta claudicação e odor fétido.
Para o tratamento pode ser utilizado antissépticos e bandagens locais, mas os antibióticos parenterais são a parte mais importante. Nesses casos muitos antibióticos são eficazes, um bom exemplo é o ceftiour que possui um bom resultado e não requer o descarte do leite.
Em casos de infecção por Fusobacterium necrophurum que é resistente a alguns antibióticos, o uso de Tilosina é recomendado. O uso de antibióticos deve ser feito quando se sabe ao certo o diagnóstico, para que animais não sejam tratados erroneamente, evitando resistência a antimicrobianos.Como manejo preventivo pode-se utilizar de vacinações, instalações adequadas com áreas adequadas para que os animais possam se locomover em superfícies firmes, livre de materiais cortantes e abrasivos. Em locais onde possui trechos com lama e pedras, deve-se realizar o aterro para que não haja riscos de contaminação e ferimentos. O uso de pedilúvio duas vezes ao dia com solução de sulfato de cobre e formaldeído de 5 a 10%, diminui surgimento de podo dermatite.
2.2.3 Fissura de linha Branca
A linha branca é formada pelo cório laminar e é constituída por três zonas, exterior, intermediária e interior. As zonas exterior e intermediária formam a pinça do casco e a inferior forma uma junção com a pinça e túbulos laminares frouxamente dispostos. Essa constituição anatômica tornam a cápsula do casco mais suave e menos resistente nessas porções, podendo ocorrer danos por fatores mecânicos como pedras, bactérias e cortes.
As lesões de linha branca começam geralmente com uma degeneração fibrosa, ocorrendo pequenas fissuras ou espaços, ficando um local propício para infiltração de pedras, terra, fezes e outros materiais.
A infiltração desses materiais pode ser visualizada como linhas escuras dentro da linha branca, principalmente na região abaxial da junção da linha branca com a muralha; (parede), do casco. Essas lesões podem estar acompanhadas por outros processos infecciosos avançados como abscessos de sola.
O principal sinal clínico apresentado pelos animais é a claudicação, os animais ficam sem poder tocar o membro acometido no chão. Na inspeção do casco observa-se separação das aparas com impactação da linha branca, podendo levar a um abscesso, causando pressão, dor e acúmulo de pús abaixo da sola do casco.
O tratamento consiste em localizar a lesão e o abscesso, drenar e limpar para aliviar a pressão exercida pelo abscesso, diminuindo a dor do animal. Alguns casqueadores optam por utilizar um taco de madeira no dígito contralateral sadio, afim de diminuir a força e o peso exercido sobre o dígito afetado. Se as lesões forem muito graves a antibioticoterapia sistêmica é aconselhada, além de anti-inflamatório não esteroidal e curativos impermeáveis para evitar a contaminação do casco pelo ambiente. 
Como forma de tratamento e prevenção deve-se remover os animais doentes de ambiente úmidos e coloca-los em um local seco e forrado com maravalha ou feno. Para o restante dos animais utilizar o pedilúvio regularmente e o casqueamento preventivo, além de melhorias nas instalações com um piso menos abrasivo e sem materiais que possam infiltrar nos cascos dos animais.
2.2.4 Erosão de talão
A erosão de talão, chamada também de podridão do talão, é caracterizada como a perda de tecido epidérmico da região dos talões, de forma irregular, surgindo sulcos e fissuras, que pode ter ou não exsudato fétido e com uma coloração escura. Afeta geralmente os membros posteriores, nas faces axiais de animais mais velhos. É apontado por muitos autores como um estágio avançado da dermatite interdigital, estando associados a agentes como o Dichelobacter nodosus, principal agente da dermatite interdigital e o Fusarium necrophotum.
 A principal função dos talões é amortecer os impactos gerados no contato com o solo e 
quando ocorre essa afecção esta função deixa de ser exercida. A claudicação ocorre quando os
tecidos mais internos são afetados, surgindo assim os sinais clínicos, como a própria claudicação e a relutância em locomover-se, sendo que esses sinais ocorrem devido à dor gerada na locomoção.
 O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, pela anamnese e pela inspeção dos cascos, encontrando lesões características. Dentre os fatores predisponentes para a ocorrência da erosão de talão a baixa qualidade dos tecidos córneos é um deles e está relacionada principalmente a laminites anteriores. Também estão relacionados todos os fatores que predispõe o enfraquecimento dos cascos, como sujidades, umidade, agentes infecciosos, má formações e alteração no crescimento, como talões baixos e cascos achinelados.
O tratamento deve ser realizado de acordo com a gravidade das lesões, sendo que em casos leves faz-se a retirada de tecidos acometidos através do casqueamento, até que o casco tenha sua conformação correta, podendo fazer o uso de soluções que causem uma constrição e o estreitamento dos tecidos reduzindo as secreções, como o sulfato de cobre. Nos casos em que o comprometimento das estruturas é maior, desenvolvendo infecções secundárias, recomenda-se a retirada de tecidos mortos, administração de antibióticos sistêmicos, como a oxitetraciclina ou o ceftiofur, uso de antiinflamatórios não esteroidal, como o flunixin e a colocação de bandagem. Além disso, o uso de tacos pode ser empregado no dígito sadio para que a carga seja menor no dígito afetado, possuindo assim uma recuperação mais rápida. Uma medida de tratamento e profilaxia é a introdução de animais em locais de pastagens que sejam secos e sem pedregulhos.
Como profilaxia, se recomenda o casqueamento regular e o tratamento tópico, limpeza das instalações, retirada de pedras e objetos que podem causar lesões nos cascos, pedilúvio e uso de cal nas instalações para redução de agentes patogênicos.
2.2.5 Úlcera de sola
Também chamada de pododermatite circunscrita, a úlcera de sola é uma lesão específica da sola e está presente principalmente em rebanhos leiteiros confinados, sendo considerada como uma lesão secundária à laminite, podendo ser agravada se fatores ambientais como pisos ásperos, duros e úmidos estiverem presentes.
Uma úlcera de sola é definida como um completo defeito ou uma quebra na espessura da epiderme, expondo o cório. A úlcera inicialmente caracteriza-se por uma hemorragia; (hematoma), na sola e essa fase é caracterizada pela ausência de sinais clínicos, que surgem quando o animal sente dor ou quando uma pressão é exercida sobre ela.
O local de ocorrência pode ser em qualquer dígito, mas o mais comum é nos cascos dos membros pélvicos, nas unhas laterais. Especificamente ocorre com uma maior frequência no cório que recobre o processo flexor da terceira falange em bovinos soltos no pasto, onde as lesões poderão se localizar próximo a pinça do casco.
Outro local de ocorrência é na junção do talão com a sola, sendo que as lesões são mais prevalentes em animais confinados em free-stall, locais em que os animais são mantidos em piso de concreto e frequentemente podem estar com laminite subclínica.
As úlceras podem ser classificadas como abertas ou fechadas, clinicamente as fechadas acontecem quando uma pressão é feita na região de hemorragia e o animal não demonstra dor e desconforto. Se for pressionada a região, o animal irá demonstrar dor e um desconforto, considerando-se uma úlcera aberta e o material deverá ser drenado.
São vistos, em caso de úlceras crônicas, sinais clínicos como claudicação intensa, o membro afetado erguido, animais que param de caminhar, ficando a maior parte do tempo deitados, perdem peso e diminuem a produção de leite, além da diminuição na taxa de manifestação de cio, pode ainda ocorrer um inchaço unilateral do dígito acometido.
O tratamento inicia-se com a limpeza com água e sabão, retira-se o tecido necrosado e
de granulação, podendo-se fazer ainda uma cauterização com um iodo a 20%, Oxitetraciclina em pó e sulfato de cobre, sendo aplicados sobre a úlcera e uma bandagem deverá ser utilizada para evitar contaminação do ambiente.
 Geralmente utiliza-se um taco de madeira no dígito sadio, diminuindo a pressão exercida no dígito afetado, devendo administrar antibióticos e anti-inflamatórios não esteroidais sistêmicos em casos graves e crônicos e quando a úlcera afetar uma grande porção do casco sugere-se a amputação do dígito. 
As medidas de controle e profilaxia são baseadas no casqueamento do rebanho e no balanceamento da dieta, evitando uma laminite subclínica, alojar os animais em lugares confortáveis e secos, mantendo os animais em pisos menos abrasivos e traumáticos.
CAPÍTULO III
3-CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no presente estudo, pode-se concluir que as afecções podais principalmente em equinos confinados e em vacas confinadas, possuem uma prevalência consideravelmente elevada nos Haras e nas fazendas, sendo que o correto manejo e a detecção das afeções deverá ser muito bem realizada devido ao elevado número de animais com poucos sintomas ou não evidentes das lesões, trazendo sempre um longo e elevado prejuízo econômico a todos os envolvidos.
CAPÍTULO VI
4- REFERÊNCIAS:
A Importância de Manejar os Cascos dos Equinos. Revista SB RURAL.
 Disponível em:
<https://www.udesc.br/arquivos/ceo/id_cpmenu/1043/caderno_166_15198241982486_1043.pdf>. Acesso em 20/02/21.
FERREIRA, P.M. Enfermidades Podais em Rebanho Leiteiro Confinado. Belo Horizonte, 2003, 79 f. Tese (Doutorado) – Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. 
GETTY, R. Anatomia dos Animais Domésticos. Ed. Rio de Janeiro: Ed. Interamericana. v.1, 1981, 1134p. 
PFIZER. Ênfase nas Afecções do Casco. Cenário Pfizer. 2011. v.1 pag. 1-20.
SERRÃO, A. A. P. S.; Contribuição para o Estudo da Patologia Podal da Vaca Leiteira. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. Lisboa: Faculdade
De Medicina Veterinária – Univer

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