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Câncer de Próstata

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@_rackellramos 
 
Epidemiologia 
O câncer de próstata é o mais comum no Brasil. Ele 
é o segundo tipo de câncer que mais mata homens 
no país, ficando atrás, apenas, do câncer de pulmão. 
Tem sido observado um aumento nas taxas de 
incidência devido os seguintes fatores: 
• Aumento da expectativa de vida; 
• Melhoria na qualidade dos registros; 
• Maior disponibilidade de métodos 
diagnósticos; 
• Aumento do sobrediagnóstico → PSA e 
toque retal. 
O sobrediagnóstico ocorre quando um câncer, que 
não evoluiria clinicamente, é encontrado por meio 
de exames de rastreamento. 
Etiologia 
A maior idade leva a perda de genes supressores 
tumorais, como p53, Rb e o p21, além da ativação 
de oncogenes, aumentando o potencial do câncer. 
Mutações do gene BRCA2 aumentam a chance do 
desenvolvimento de câncer de próstata. Nesses 
casos, a doença costuma aparecer de forma 
precoce. 
Hormônios andrógenos não constituem agentes 
causadores, mas contribuem para o 
desenvolvimento de tumores pré-existentes. 
Patologia 
Neoplasia intraepitelial prostática (NIP) é uma 
proliferação celular que acomete glândulas ou 
ácinos com estrutura benigna. Porém, estudos 
apontam que essa estrutura precede o 
desenvolvimento do câncer de próstata em 50% dos 
homens. 
O adenocarcinoma é o tipo histológico mais 
frequente, dos quais a grande maioria localiza-se na 
zona periférica da glândula. Estes tumores são, 
histologicamente, bem heterogêneos. 
Score de Gleason 
O método de graduação histológica mais utilizado 
é o de Gleason, que considera os dois padrões 
histológicos mais predominantes no tumor. 
Em virtude da heterogeneidade observada nesse 
câncer, o primeiro score (1-5) descreve o padrão 
dominante, e o segundo, o padrão secundário (1-5). 
O prognóstico do paciente está significativamente 
relacionado com o score de Gleason primário. Por 
exemplo, a soma de Gleason de 3+4 e 4+3 são 
ambas 7; porém, o câncer com a última soma tem 
prognóstico menos favorável. 
O padrão um são os tumores mais bem 
diferenciados, enquanto o cinco representa lesões 
mais indiferenciadas, como perda completa da 
arquitetura glandular. 
Scores mais altos determinam um tumor mais 
agressivo, como maior probabilidade de invasão 
extracapsular, envolvimento nodal e mais risco de 
metástase. 
 
 
A fosfatase ácida e o antígeno prostático específico 
(PSA) são marcadores tumorais específicos da 
próstata. Contudo, esses marcadores não possuem 
alta sensibilidade e podem não estar presentes nas 
células tumorais. Nos tumores indiferenciados, é 
mais comum a positividade da fosfatase do que o 
PSA. 
@_rackellramos 
 
Rede de Atenção à Saúde 
Atenção aos sinais de alerta para o câncer de 
próstata: 
• Dificuldade de urinar; 
• Demora em iniciar e finalizar o ato urinário; 
• Presença de sangue na urina; 
• Diminuição do jato urinário; 
• Necessidade de urinar mais vezes durante o 
dia ou à noite. 
Esses sinais de alerta também estão presentes em 
outras patologias, como ITU’s e hiperplasia 
benigna de próstata. 
Na presença de sinais de alerta e/ou fatores de risco, 
na atenção especializada, são feitos exames 
complementares para a investigação diagnóstica. A 
confirmação só se dá pela avaliação 
histopatológica de material coletado em biópsia. 
 
O Ministério da Saúde e a OMS não indicam o 
rastreamento, tendo em vista que os danos 
associados a essa prática superam os possíveis 
benefícios. 
A American Cancer Society e a National 
Comprehensive Cancer Network (NCCN) 
recomendam atualmente uma cuidadosa discussão 
entre paciente e médico antes da realização desse 
rastreamento. 
Malefícios do rastreamento: 
• Falso-positivo; 
• Infecções; 
• Sangramentos resultantes de biópsias; 
• Ansiedade associada ao sobrediagnóstico; 
• Efeitos adversos resultantes do 
sobretratamento. 
O diagnóstico precoce diz respeito a abordagem de 
pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais, enquanto o 
rastreamento é a aplicação de testes em uma 
população assintomática. 
A atenção primária tem papel no controle do câncer 
de próstata no que se refere a: 
• Incentivo a estilos de vida saudáveis; 
• Esclarecimento da população. 
Fatores de risco 
1. Idade avançada 
2. Histórico de câncer na família 
Alterações nos genes BRCA 1 e 2 estão associados 
ao surgimento da doença de forma mais precoces e 
com pior prognóstico. 
3. Sobrepeso e obesidade 
Não está muito explicito na literatura a forma que 
se dá essa associação, acredita-se ter associação 
com o metabolismo esteroide sexual desregulado, a 
hiperinsulinemia e níveis elevados de citocinas 
pró-inflamatórias. 
4. Raça (homens negros) 
Também é influenciada pelos fatores sociais, como 
dificuldade de acesso ao serviço de saúde, que pe 
mais comum nesse grupo. 
5. Nutrição 
A dieta pode agir como fator protetor ou agravante. 
Dieta rica em gordura animal, carne vermelha, 
embutidos e cálcio predispõem à doença. 
Por outro lado, há estudos que defendem que o 
licopeno (presente no tomate), carotenoides, 
vitamina E, selênio, ômega 3 e polifenóis possuem 
efeito protetor no desenvolvimento desse câncer. 
Diagnóstico 
@_rackellramos 
 
 
Na prática, um toque retal normal + PSA menor que 
2,5ng/mL indicam risco quase nulo da presença de 
neoplasia. Contudo, é importante ressaltar que 
dosagens altas de PSA podem ser encontradas em 
diversas afecções, como HPB e prostatite, pois ele 
é um marcador próstata específico, e não um 
marcador câncer de próstata específico. Os valores 
de referência também mudam conforme a idade: 
PSA (ng/mL) Idade 
0,0-2,5 40-49 
0,0-3,5 50-59 
0,0-4,5 60-69 
0,0-6,5 70-79 
Além disso, há diversos fatores que podem 
aumentar os níveis séricos de PSA devido à 
estimulação prostática: 
• Toque retal; 
• Massagem prostática; 
• Relação sexual; 
• Retenção urinária; 
• Biópsia transretal. 
Logo, não se deve medir o PSA imediatamente 
após essas atividades. Recomenda-se esperar 24-
48h e, no caso de biópsia, esperar 4 semanas. 
Usuários de finasterida (usado na alopecia masculina) há 
mais de 6 meses tem os valores de PSA basal 
diminuídos. 
A ultrassonografia transretal é um método 
desconfortável para o paciente e só é indicada em 
casos duvidosos de toque retal e dosagem de PSA*. 
Esse exame pode revelar uma área hipoecoica, que 
corresponde a um carcinoma localizado. 
É indicado que a biópsia seja bilateral, com o 
mínimo de 12 fragmentos. 
Estadiamento 
Os métodos para estadiamento do tumor incluem 
toque retal e exames complementares, como 
fosfatases, PSA, ultrassonografia transretal, etc. 
• T (tumor): tamanho do tumor primário e se 
ele cresceu fora da próstata; 
• N (linfonodo): se o câncer se espalhou para 
os linfonodos: 
• M (metástase): se o câncer se espalhou para 
partes distantes do corpo; 
 
Os linfonodos próximos incluem os hipogástricos, 
obturadores, ilíacos internos e externos e os 
linfonodos sacrais. 
Os estadiamento geralmente é realizado duas 
vezes: 
• Estágio clínico (c): antes de qualquer 
tratamento – EF, biópsia e teste de imagem; 
• Estágio patológico (p) ou cirúrgico é 
determinado pelo exame do tecido 
removido durante a cirurgia. 
A classificação, segundo a The National 
Comprehensive Cancer Network (NCCN): 
1. Risco muito baixo: Estádio T1c, escore de 
Gleason ≤ 6 (ou Grau 1), PSA < 10 ng/mL, 1-2 
fragmentos de biópsia positivos com ≤ 50% de 
comprometimento em cada fragmento e 
densidade do PSA < 0,15 ng/mL/g. 
2. Risco baixo: Estádio ≤ T2a, escore de Gleason 
≤ 6 (ou Grau 1) e PSA < 10 ng/mL, excluídos 
TOQUE RETAL + PSA
ULTRASSONOGRAFIA PÉLVICA
BIÓPSIA PROTÁTICA TRANSRETAL
HISTOPATOLÓGICO DA BIÓPSIA
GRADUAÇÃO PELO SISTEMA DE GLEASON
@_rackellramos 
 
os pacientes com características de risco muito 
baixo (acima). 
3. Risco intermediário favorável: Estádio T2b 
ou T2c e escore de Gleason 3 + 4 = 7 (Grau 2) 
e PSA 10-20 ng/mL e menos de 50% de 
biópsiascomprometidas. 
4. Risco intermediário desfavorável: Estádio 
T2b ou T2c ou PSA 10-20 ng/dl e escore de 
Gleason 4 + 3 = 7 (Grau 3) e/ou ≥ 50% de 
biópsias comprometidas. 
5. Risco alto: Estádio T3a ou escore de Gleason 
8, Grau 4, ou escore de Gleason 9 ou 10, Grau 
5, ou PSA > 20 ng/mL. 
6. Risco muito alto: Estádio T3b ou T4 ou padrão 
do escore de Gleason primário 5/Grau 5 ou > 4 
fragmentos com Gleason escore 8-10/Grau 4 ou 
5. 
Tratamento 
O tratamento depende do estadiamento da doença, 
da idade e do estado geral do paciente. Geralmente, 
a cirurgia, a radioterapia e a terapia hormonal 
costumam ser as opções mais comuns, de forma 
isolada ou combinadas. 
 
Em pacientes de baixo risco (de acordo com o PSA 
e score de Gleason), faz-se uma vigilância ativa, 
com monitoramento periódico do caso. 
O seguimento desses pacientes consiste em 
dosagens de PSA + toque retal, a cada 3 meses, por 
2 anos. A partir daí, a cada 6 meses, se o PSA se 
mantiver estável. Deve ser feita uma nova biópsia 
de 6 a 12 meses após o diagnóstico inicial e devem 
ser repetidas a cada 3-5 anos, até os 80 anos de 
idade. 
1. Cirurgia: 
Prostectomia radical é a cirurgia mais frequente e 
radical, que inclui a ressecção total da próstata, 
vesículas seminais ou outras estruturas pélvicas 
acometidas por tumor maligno. Incontinência 
urinária e disfunção erétil são possíveis efeitos 
colaterais. 
A ressecção transuretral da próstata é indicada 
apenas em caráter paliativo para alívio de sintomas. 
 
A retropúbica radical envolve uma incisão na linha 
média, do umbigo até a sínfise púbica. Enquanto a 
perineal é realizada através de uma incisão na linha 
média, entre o escroto e o ânus. 
 
2. Radioterapia: 
Na teleterapia, também chamada de radioterapia 
externa, a radiação é emitida por um aparelho que fica 
afastado do paciente, direcionado ao local a ser tratado. 
Já na braquiterapia, é usada fonte de radiação em 
contato direto com os tecidos a serem irradiados. 
A teleterapia é feita várias vezes por semana e os 
efeitos colaterais mais comuns são diarreia, micção 
frequente, ardor ao urinar, sensação de bexiga cheia 
e hematúria. 
Dificuldades de ereção podem surgir, mas esses 
pacientes geralmente respondem bem aos 
medicamentos de disfunção erétil. 
N
eo
p
la
si
as
 L
o
ca
li
za
d
as
Vigilância 
Expectante
Prostatectomia 
Radical
Radioterapia Isolada
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v
an
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M
et
as
tá
ti
ca
s Privação 
Androgênica por 
Orquiectomia 
Privação 
Androgênica por 
Agonistas de LHRH
Prostectomia
Retropúbica 
Radical
Amosta de 
Linfonodos
Perineal 
Radical
Laparoscópica
Amostra de 
linfonodos
@_rackellramos 
 
A braquiterapia envolve aplicações de sementes 
radiativas na próstata, de forma temporária ou 
permanente. 
As indicações para braquiterapia são: T1c-T1a N0 
M0, Gleason < 6, volume prostático < 50mL, PSA 
inicial < 10ng/mL, presença de infiltração tumoral 
e, no máximo, metade dos fragmentos. 
3. Hormonioterapia: 
A hormonioterapia inibe os hormônios masculinos 
que estimulam o crescimento do câncer, 
proporcionando a redução do volume tumoral – é 
recomendada também em casos de metástase e 
recidivas. 
O Principal hormônio ou androgênio masculino é a 
testosterona, que é produzida, em sua maior parte, 
pelos testículos e, em menor quantidade, pelas 
glândulas suprarrenais. 
O hormônio luteinizante liberador de hormônio 
(LHRH) e o hormônio liberado de gonadotropina 
(GnRH) são hormônios produzidos pelo 
hipotálamo e induzem os testículos a fazer 
testosterona. 
A terapia hormonal raramente é usada de forma isolada 
do tratamento do câncer de próstata. 
A privação do hormônio masculino pode ser obtida 
através da castração cirúrgica (orquiectomia 
bilateral) ou pela castração química. 
Terapias Hormonais Sistêmicas (clínicas): 
 Agonistas de LHRH: impedem que os 
testículos produzam testosterona.; 
 Antagonistas de LHRH: bloqueiam ou 
impedem a glândula pituitária (ligada ao 
hipotálamo) de produzir LHRH, o que faz com 
que os testículos parem de produzir 
testosterona; 
 Antiandrogênicos: bloqueiam a captação de 
testosterona pelos receptores das células 
cancerosas; 
 Corticosteroides: hormônios sintéticos que 
podem impedir as suprarrenais e outros tecidos 
de produzir testosterona. Ex.: dexametasona; 
 Estrogênio: impede as suprarrenais e outros 
tecidos de produzir testosterona. um tipo de 
estrogênio sintético utilizado é o 
dietilstilbestrol (DES); 
 Inibidores da síntese de andrógenos: drogas 
que bloqueiam a produção de androgênio 
Os efeitos colaterais, em ambos os casos, são perda 
da libido, ondas de calor, ginecomastia, 
osteoporose, fraqueza, perda de massa muscular, 
depressão, aumento do peso e risco de doenças 
cardiovasculares. 
4. Quimioterapia 
É mais utilizada em casos refratários aos 
hormônios e quando a hormonioterapia sozinha 
não é capaz de conter a doença. Pode ser utilizada 
também no início do tratamento, em pacientes que 
se apresentam já com um grande volume de doença 
metastática ao diagnóstico. 
Câncer Metastático de Próstata 
O câncer de próstata se disseminar 
preferencialmente para linfonodos regionais e 
ossos. A cintilografia óssea e a ressonância são 
utilizadas para avaliar o envolvimento ósseo, 
enquanto a TC ou a ressonância são utilizadas para 
avaliar os linfonodos. 
O teste do PSA é utilizado para acompanhar a 
eficácia do tratamento de câncer de próstata, assim 
como diagnostica recidiva em estágios iniciais e 
progressão da doença mesmo após tratamento 
inicial. 
Referências: 
CHABNER, Bruce; LONGO, Dan. Manual de 
Oncologia de Harrison. 2ª edição. AMGH 
Editora, 2015. 
MARQUES, Cristiana et al. Oncologia: Uma 
Abordagem Multidisciplinar. Editora CARPE 
DIEM. 2015. 
NCCN Guidelines for Patients. Câncer de 
próstata, Estágio Inicial, 2020. Disponível 
em:<NCCN Guidelines for Patients Early Stage 
Prostate Cancer>. 
Informativo Detecção Precoce nº 2 - 2017 
(câncer de próstata), INCA - Instituto Nacional de 
Câncer. 
https://www.nccn.org/patients/guidelines/content/PDF/prostate-early-patient-PT.pdf
https://www.nccn.org/patients/guidelines/content/PDF/prostate-early-patient-PT.pdf

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