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MICOSES SUBCUTÂNEAS OROFACIAIS- ESPOROTRICOSE E CROMOMICOSE- MICROBIOLOGIA (1)

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Mic�e� Subcutânea� Orofaciai� SOFIA IZABELLA-ODONTO 107
As micoses subcutâneas normalmente são sequelas de implantação de material com
contaminação fúngica em camadas abaixo da pele e/ou resultado de feridas puntiforme ou
abrasões profundas;
Patologias relacionadas com sítios orofaciais:
● Esporotricose
● Entomoftoromicose
● Rinosporidiose
Esporotricose:
● Doença subaguda ou crônica do homem e de animais;
● Na maioria das vezes se resume a uma infecção benigna limitada a pele e ao tecido
celular subcutâneo;
● Micose crônica produzida por fungos dimórficos;
● Micose subcutânea mais prevalente;
● Agente Etiológico: Sporothrix schenckii
● Reservatório Natural: solo, vegetais, palha, madeira apodrecida;
● Distribuição Geográfica: áreas de clima tropical e temperado (áreas mais quentes e
úmidas);
● Pode ser endêmica em algumas regiões;
● Via de infecção (inoculação):
○ Tegumentar: traumatismo ou ( raramente) através de mordida ou
arranhadura de animais-gatos
○ Inalatória (raro- vias aéreas- doenças sistêmicas)
○ Digestivas- raro, mais ligados a casos de doenças sistêmicas)
● Fatores predisponentes:
○ Umidade
○ Sexo
○ Raça
○ Zona rural- indivíduos jardineiros, empalhadores ou tratadores de gatos;
● Quadro Clínico: Lesão Nodular aliada a linfangite ascendente;
○ Lesão na área traumatizada é bloqueada pelo sistema imunológico,
permanecendo localizada ou inicia sua invasão de tecidos linfáticos;
○ Atinge a pele, mucosas e órgãos internos;
○ Pode ser uma infecção oportunista;
○ Localização da lesão: cutânea, cutâneo linfática, extracutânea (mucosa,
ocular, óssea, articular), visceral e disseminada;
○ Lesões evidentes em: membros superiores (braços, mãos e dedos)
● Exame Direto: se apresenta como células fúngicas ovais, redondas, em formas de
charuto e cercados por halo claro que lembra a cápsula;
● Cultura: Forma miceliana cresce em cerca de 3 a 5 dias, colônias de micélios aéreos
visíveis, com crescimento a superfície fica enrugada e dobrada, tornando-se
acastanhada e enegrecida;
● Meio de Cultura: Ágar Sabouraud + antibiótico ( inibe o crescimento bacteriano,
aumentando a capacidade de identificação e visualização dos fungos)
● Identificação:
○ Características macroscópicas
○ Características microscópicas
● Formas de lesão - Esporotricose:
○ Forma Cutânea Localizada:
■ Decorrente de boa resistência ao invasor,
visto que ele não se dissemina para outras
áreas do corpo;
■ Lesão papulosa, verrucosa/ ulceração
■ Face- Difícil diagnóstico
○ Forma Cutâneolinfática:
■ Mais comum- 75% dos casos
■ Cancro de inoculação: nódulo/ goma ➞ vai se ulcerar ➞ gerando
lesões ao longo do trajeto linfático até a cadeia ganglionar regional (
cordão linfangítico centrípeto) indolor;
○ Forma Mucosa Localizada:
■ Rara;
■ Se desenvolve na faringe, conjuntiva,
boca e aparelho lacrimal;
■ Forma nódulos, úlceras e vegetações;
○ Forma Disseminada:
■ Disseminações
hematogênicas - indivíduos
imunodeprimidos;
■ Decorre principalmente da:
ingestão ou inalação do S.
schenkii (forma primária);
■ Casos secundários são
precedidos de lesão
cutânea primária;
■ Pode se associar AIDS, alcoolismo, diabetes e quimioterapia;
○ Forma Extracutânea:
■ Glândula mamária, testículo, tireóide,
ossos, músculos, SNC, periósteo,
articulações e músculos;
■ Pode atingir 1 ou vários órgãos;
■ Depende da imunidade do hospedeiro
○ Formas Viscerais
■ Atingem rins, fígado, baço, pâncreas e
outros
● Diagnóstico- Esporotricose:
○ Cultura: ágar Sabouraud 37°- crescimento entre 3-
5 dias: se inicia como uma colônia branca e posteriormente se torna
enegrecida;
○ Exame Histopatológico: presença de granuloma peculiar, presença de
infiltrado linfoplasmocitário parasitos raros, visualização de corpos
asteroides- célula fúngica com coroa radiada de material eosinofílico;
○ Intradermoreação: esporotriquina;
○ Teste de aglutinação: 95% sensível, fixação de complemento,
imunofluorescência indireta;
○ Inoculação em animais
● Diagnóstico Diferencial:
○ Leishmaniose - úlcera grande e linfangite pequena
○ Tumores
○ Tuberculose Cutânea
○ Sífilis secundária
○ Micobacterioses
● Tratamento- Esporotricose:
○ Aplicação de iodeto de potássio: durante 4-8 semanas, administrando 2-4 g
ao dia, via oral. Manutenção: 1-2 meses após cura clínica;
○ Anfotericina B, itraconazol, fluconazol, cetoconazol, voriconazol;
○ Injeção intradérmica de esporotriquina, criocirurgia (tratamento de lesões
pela administração de temperaturas baixíssimas) nas formas localizadas;
○ Pode haver cura espontânea- casos de formas localizadas
OBS: Diagnóstico Laboratorial Micológico(forma mais generalizada)-
● Recolhimento de amostras clínicas- escamas epidérmicas, secreções medulares,
material obtido de biópsias;
● Exame direto- a fresco, clarificado- KOH a 20%;
Cromomicose:
● Infecção micótica crônica de evolução lenta;
● Acomete: pele e tecido celular subcutâneo do homem
e dos animais;
● Pode ser chamada de cromoblastomicose;
● Apresenta-se na forma de: nódulos ou verrugas que
podem ulcerar posteriormente;
● Agentes Etiológicos:
○ Fonsecaea pedrosoi (mais comum no Brasil)
○ F. compacta
○ Phialophora verrucosa
○ Cladosporium carrionii
○ Rhinocladiella aquaspersa
● Acontece em áreas de clima tropical e subtropical: quente e úmido;
● Fonte de infecção: plantas e solo;
● Localização das lesões: membros inferiores (pés e pernas);
● Quadros clínicos: lesões verrucosas, nodulares e granulomatosas;
● Diagnóstico Laboratorial:
○ Amostras Clínicas: escamas
epidérmicas, secreções medulares e
material obtido através de biópsias;
○ Exame Direto: células fúngicas globosas,
ovaladas na parede de coloração
castanha, apresentando ou não
septação interna ( corpos fumagóides),
a fresco, clarificado- KOH a 20%;
○ Cultura: colônia fúngica escura e
filamentosa ➞ não permitindo o
diagnóstico correto de gênero e
espécie;
DÚVIDA: O TRATAMENTO DA CROMOMICOSE É O MESMO QUE O DA ESPOROTRICOSE?