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Sheila Prates – 93 DTM Diagnóstico das Disfunções Temporomandibulares Exame clínico 1. Anamnese – analisar o que o paciente relata para tentar descobrir o diagnóstico Considerar que todo o paciente tenha uma disfunção muscular e se reclamar de “estalos” no ouvido, disfunção articular. Se a queixa for de que mexe em algum lugar e reflete em outro local do corpo: dor referida. Por isso a anamnese precisa ser muito bem realizada, pois o relato completo da dor do paciente importa muito para o diagnóstico. A ficha da anamnese precisa ser ampla e completa para que sejam coletadas todas as informações. Importante perguntar profissão do paciente já que a atividade profissional reflete na postura e comportamento, escolaridade para saber como se referir ao paciente e entender seu aspecto cognitivo. 2. Exame físico Intraoral Extraoral Analises no paciente: Postura Conformação craniomandibular Assimetria facial Perguntar sua queixa principal, há quanto tempo sente a queixa principal, se já realizou algum tratamento anteriormente e quais foram os resultados. Característica da dor: • Aguda (mais fácil resolução) • Crônica (mais difícil tratamento) • Contínua • Pulsátil - vascularização • Ardente/queimação ou choque -neuralgia do trigêmeo Perguntar se houve algum trauma na face Hábitos do sono O sono contribui para a má postura e hábitos como bruxismo do sono. Bruxismo não é sinônimo de DTM, mas se relacionam. Hábitos pessoais que indiquem parafunções ou alterações posturais Trabalhos que ficam muitas horas na mesma posição/postura ou o mesmo mecanismo de trabalho. Computador/celular. Más posturas geram alteração cervical, má postura de mandíbula... Perguntas sobre problemas de saúde em geral, alergias e medicamentos em geral Solicitar os medicamentos que o paciente ingere para que não haja conflitos fármacos caso o CD necessite prescrever novos medicamentos. Avaliação dos tecidos moles • Gengiva • Língua • Assoalho da boca • Orofaringe • Bochechas Avaliação dos dentes Anotar no odontograma as alterações clínicas – restaurações, fraturas, desgastes, doenças periodontais, endodontias... Sintomas otológicos Dores no ouvido, sensação de ouvido tampado, dificuldade auditiva. Dores de ouvido e “zumbido” é competência do médico otorrino. Mas algumas alterações auditivas estão relacionadas à musculatura, como o m. temporal e m. pterióide lateral que levam a sensibilidade auditiva Sintomas oftalmológicos • Dor nos olhos? • Vermelhidão nos olhos? • Lacrimejamento? • Visão dupla? • Sente os olhos coçarem? – dor miofascial Avaliação muscular (escala VAS: 0 a 10) Pressão na palpação muscular: 1kg Pressão na palpação da ATM: 0,5kg Manter a pressão por 15 segundos – em seguida, perguntar se a dor está localizada ou reflete para outro lugar da face/pescoço. Palpação do músculo temporal • Temporal anterior • Lateral médio • Lateral posterior Palpação do músculo masseter (superficial e profundo) Origem no zigomático e inserção no ângulo da mandíbula m. profundo: a frete do trágus Palpação pterigoideo medial Origem no processo pterigóide e inserção no ângulo da mandíbula na parte medial. Apalpar abaixo do ângulo da mandíbula Avaliação muscular • Esternocleidomastóideo • Trapézio Avaliação articular • Pólo lateral condilo • Meato acústico externo – colocar o dedo mindinho por dentro da orelha, empurrar e pedir ao paciente para abrir e fechar a boca – descobrir do retrodiscal • Região retroauricular Perguntar se há estalos e sons de crepitação na ATM quando abre e fecha a boca – pode-se colocar o estetoscópio papa auscultar os ruídos. Exame da movimentação mandibular: em milímetros • MIH • Overbite • Medida do overbite • Abertura máxima sem auxílio e sem dor • Abertura máxima com auxílio • Overjet • Protrusão • Lateralidade direita (máxima) • Lateralidade esquerda (máxima) Quando há ganho de abertura, a causa provável é muscular. Quando não há ganho de abertura, disfunção articular. Desvio da linha média • Em oclusão • Em abertura máxima Dimensão vertical: em milímetros – compasso de Willis • De repouso (DVR) • De oclusão (DVO) • Espaço funcional livre (ESL) Teste funcional articular – com espátula – por 15 segundos • Lado esquerdo • Lado direito - • * contra teste: alívio – Paciente morde a espátula e relata que sentiu dor: se a dor foi localizada do mesmo lado da espátula, a dor é de origem muscular. Se a dor foi irradiada para o lado oposto, solicitar ao paciente morder com a espátula no lado oposto, se a dor continuar, é de origem muscular, se a dor parar, é de origem articular. Padrão de abertura • Reto • Desvio lateral direito (não corrigido) • Desvio lateral direito corrigido (“S” • Desvio lateral esquerdo (não corrigido) • Desvio lateral esquerdo corrigido (“S”) Marcar todas as dores que o paciente sentiu durante os exames. Fazer uma seta do local da dor até o local de irradiação, caso houver. Exames de imagem recomendados • Radiografias Periapicais – dor de origem dental • Radiografia Panorâmica – protocolo obrigatório • Radiografia Transcraniana • Lateral de ATM – duas posições: boca aberta e boca fechada. Avalia côndilo, eminência articular, fossa, meato acústico externo • Cone Beam TC feixe cônico • Tomografia computadorizada • Imagem por ressonância magnética – disco articular e tecido mole *Descrever achados relevantes na avaliação imagenológica Hipoóteses diagnósticas – indicar 2 ou 3 hipóteses. Elaboração do diagnóstico