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História da gastronomia mundial Uniasselvi 2020 Guia Michelin O inicio do guia Michelin Tudo começou em Clermont-Ferrand, no centro da França, em 1889, quando os irmãos Andre e Edouard Michelin fundaram sua empresa de pneus homônima, alimentada por uma grande visão para a indústria automobilística francesa em uma época em que havia menos de 3 mil carros no país. Para ajudar os motoristas a realizar suas viagens – aumentando, assim, as vendas de carros e, por sua vez, as compras de pneus –, os irmãos Michelin produziram um pequeno guia com informações úteis para os viajantes, como mapas, como trocar um pneu, onde encher o tanque de gasolina, e maravilhosamente – para o viajante em busca de descanso das aventuras do dia – uma lista de lugares para comer ou passar a noite. Por duas décadas, toda essa informação era fornecida sem nenhum custo. Até um encontro fatídico, que até hoje é contado em tom de sarcasmo, quando Andre Michelin chegou a uma loja de pneus e viu seus amados guias sendo usados para sustentar uma bancada de trabalho. Baseado no princípio de que “o homem só respeita verdadeiramente aquilo que paga”, um novo guia MICHELIN foi lançado em 1920 e vendido por sete francos. Pela primeira vez, contemplaram-se uma lista de hotéis em Paris e listas de restaurantes de acordo com categorias específicas. Foram excluídos os anúncios pagos do guia. Reconhecendo a crescente influência da seção de restaurantes do guia, os irmãos Michelin também recrutaram uma equipe de clientes ocultos – ou inspetores de restaurantes, como os conhecemos hoje – para visitar e rever restaurantes anonimamente. Em 1926, o guia começou a conceder as estrelas aos restaurantes em destaque, inicialmente marcando-os apenas com uma única estrela. Cinco anos depois, uma hierarquia de zero, uma, duas e três estrelas foi introduzida e, em 1936, os critérios para os rankings estrelados foram publicados. Os critérios do guia: Estrelas O guia MICHELIN transmite suas resenhas de restaurante através de resumos curtos de duas a três linhas e um extenso sistema de símbolos, sendo as estrelas o mais reverenciado mundialmente. Os restaurantes podem receber de zero a 3 estrelas pela qualidade de seus pratos com base em cinco critérios: qualidade dos ingredientes utilizados; domínio do sabor e técnicas culinária; a personalidade do chef em sua culinária; valor pelo dinheiro (value for money;) e consistência entre as visitas. Os inspetores de restaurantes não olham para a decoração interior, para a mesa ou para a qualidade de serviço quando atribuem estrelas – estas são indicadas pelo número de 'talheres' que recebe, representados pelo símbolo do garfo e colher. Inicialmente, os restaurantes foram marcados com um símbolo vermelho “R” para indicar aos leitores que esses estabelecimentos serviam “boa cozinha a preços razoáveis”. Especificamente, uma refeição de três pratos com entrada, prato principal e sobremesa, dentro de uma faixa de preço fixo (hoje, €36 na maioria das cidades europeias; US$40, nas cidades americanas; HK300, em Hong Kong; Y5,000, em Tóquio; cerca de R$90, no Brasil). Quem são os inspetores do guia, e como funciona o trabalho: Invejados por muitos por terem, possivelmente, o melhor emprego do mundo, os inspetores do guia MICHELIN são todos funcionários em tempo integral do grupo Michelin, que frequentam regularmente os estabelecimentos para apresentar as melhores recomendações de restaurantes e hotéis. A maioria deles estudou nas melhores escolas de hotelaria do mundo, viajou bastante e/ou viveu e trabalhou em vários países – e é responsável coletivamente pela classificação de mais de 30.000 hotéis e restaurantes em mais de 30 países em três continentes. Critérios de avaliação: • Para manter a independência de sua opinião, os inspetores sempre visitam os estabelecimentos anonimamente, pagam suas refeições e, em seguida, avaliam sua experiência de acordo com cinco critérios de avaliação reconhecidos publicamente: 1.Qualidade dos produtos 2.Domínio do sabor e técnicas culinárias 3.A personalidade do chef na sua cozinha 4.Relação qualidade/preço 5.Consistência entre visitas Valores fundamentais: • Tendências e tecnologias na gastronomia vêm e vão mas, por mais de um século, o guia MICHELIN se mantém firme em sua missão de fomentar uma cultura de viagens e experiências gastronômicas, e sua promessa de ajudar as pessoas a fazer a escolha certa, com base em seis valores principais: 1. Anonimato – embora nossos inspetores trabalhem para o guia MICHELIN, eles são, acima de tudo, clientes como os demais, testando os restaurantes em completo anonimato para assegurar que não recebam tratamento especial; 2. Independência – todos nossos inspetores são funcionários do grupo Michelin, que sempre pagam pelas refeições nos restaurantes que estão testando, para assegurar que não recebam tratamento especial; 3. Expertise – nossos inspetores são verdadeiros especialistas nas indústrias de alimentação e hospitalidade, setores em que muitos deles trabalharam previamente; 4. Confiabilidade – as diferentes categorias premiadas pelo guia não são, jamais, fruto do julgamento de uma só pessoa; são formados por uma decisão coletiva, fruto de um longo processo; 5. Paixão – qual seria o sentido de tanto trabalho e uma abordagem tão rígida se nossos inspetores não adorassem comer? 6. Qualidade – qualquer restaurante pode ser recomendado pelo nosso guia, desde que sua comida seja de alta qualidade. Movimentos Gastronômicos do séc XX Observa-se que a Gastronomia nunca foi tão valorizada como está sendo agora. Podemos atribuir esse sucesso as contribuições trazidas pelos canais da internet, da televisão, das revistas físicas e onlines e etc. Para que possamos compreender a cozinha contemporânea, precisamos conhecer um pouco da história da gastronomia para sabermos como ela se desenvolveu. Assim, esse trabalho acadêmico tem por objetivo fazer uma revisão bibliográfica através de livros e artigos científicos que abordem os temas: Nouvelle Cuisine, Slow Food e Gastronomia Molecular. O início do século XX foi muito importante, no sentido geográfico e social. O transporte ferroviário estava muito mais rápido; as curas termais estavam em alta, o que incentivou o aumento dos hotéis; e, houve um aumento das viagens transatlânticas, o que elevou o nível da gastronomia. A Europa entrava na era do automóvel e essas viagens favoreceram a descoberta da cozinha regional e a descentralização dos modelos culinários. Observa-se que a Gastronomia nunca foi tão valorizada como está sendo agora. Podemos atribuir esse sucesso as contribuições trazidas pelos canais da internet, da televisão, das revistas físicas e onlines e etc., que mostram diversos produtos sendo lançados ou relançados todos os dias com roupagens diferentes, que os tornam cada vez mais atraentes. Isso é possível graças a tecnologia que vem sendo aplicada aos equipamentos da indústria alimentícia. O resultado disso é uma maior procura aos novos pratos e um crescimento notável do setor de turismo. Toda essa atenção voltada para a gastronomia tem feito crescer a chamada culinária contemporânea, que é a nossa culinária atual. Além disso, existem importantes movimentos que defendem a tradição a mesa e a cozinha regional. Podemos citar como exemplo o movimento slow food. Muitos profissionais encantados por esse sucesso dos chefs, resolveram sair da cozinha e de dedicar mais aos estudos e mais tarde, puderam lançar seus próprios livros. É claro que isso só é possível após muito tempo de estudo e depois de muitas revisões bibliográficas, mas essa foi uma contribuição muito positiva que a mídia nos trouxe. Além disso, o crescimento dos cursos técnicos, de graduação e pós-graduação em gastronomia cresceram muito desde o ano de 2000. O Brasil possui excelentes escolas especializadas neste segmento, algumas inclusive, com formação internacionalque permitem ao aluno trabalhar no exterior futuramente . Para que possamos compreender a cozinha contemporânea, precisamos conhecer um pouco da história da gastronomia para sabermos como ela se desenvolveu. Assim,é necessário fazer uma revisão bibliográfica através de livros e artigos científicos que abordem os temas: Nouvelle Cuisine, Slow Food e Gastronomia Molecular. O surgimento da NOUVELLE CUISINE • O pós-guerra, na década de 50, foi marcado pela retomada dos países, pelo impulso na industrialização e nas tecnologias, pela tendência por uma alimentação mais saudável e valorização das cozinhas regionais, pelos avanços na medicina, pela emergência dos países asiáticos neste momento de valorização da alimentação como parte integrante do ser, pelo crescimento repentino do turismo e o crescente intercâmbio entre diferentes culturas. Os Chefs franceses passaram a visitar o Oriente com mais frequência, ensinando a culinária francesa e aprendendo a culinária japonesa (LECOLE BRASIL, acesso em 18 de outubro de 2017). No final da década de 60 a França passou por grandes mudanças na relação homemnatureza, o que levou a um rompimento do tradicionalismo. A Nouvelle cuisine nasceu nos anos 70 com o chef Paul Bocuse, como uma reação à culinária tradicional. Paul Bocuse nasceu na França e teve como seus “mentores” os irmãos- cozinheiros Troisgros e Michel Guérard. Em 1965 ele abriu seu próprio restaurante, que levava o seu nome, e com ele recebeu a sua terceira estrela Michelin. O auge da sua carreira foi em 1970 quando lançou um livro com receitas inovadores e que priorizavam ingredientes frescos, molhos leves e pratos bem apresentados. O movimento foi diretamente influenciado por outros importantes chefs como, Alain Chapel, Roger Vergé e Raymond Oliver. • O movimento Nouvelle cuisine teve também a participação dos jornalistas e críticos gastronômicos franceses Henri Gault e Christian Milau, que incentivavam uma apresentação mais simples e natural da comida. Ou nouveaus cuisiers rejeitavam o excesso de riqueza e as complicações nos pratos, pois entendiam que eles não combinavam com uma geração que se preocupava tanto com a saúde e que, por isso, não deveria consumir alimentos em excesso e nem alimentos gordurosos. Os preceitos básicos do movimento eram: Absoluto frescor dos ingredientes; Luminosidade e harmonia natural nos acompanhamentos; e, simplicidade no modo de cozinhar. Assim, os preceitos culminaram em uma cozinha com pratos mais leves, com sabores naturais, de cocção rápida e sem gordura. Sua principal característica eram os pratos arrumados em pequenas porções, que eram elegantemente organizadas em pratos grandes, geralmente brancos, e apresentados com o mínimo de acompanhamentos. Em 1973, os críticos Henri Gault e Christian Millau publicaram os que eles chamaram de “Os 10 mandamentos da Nouvelle Cuisine”, alguns deles eram: Os alimentos não deveriam ser submetidos a uma cocção longa; Os produtos tinham que ser de boa qualidade e bem frescos; Os cardápios deveriam ser leves; Molhos com manteiga deveriam ser eliminados; Os cozinheiros deveriam ser bastante criativos, etc. Isso trouxe novas harmonias como por exemplo a combinação de frutas com peixes e os sabores doce- salgados e agridoces. Houve, então, uma grande valorização dos gostos e sabores que identificavam as diferenças naturais entre os ingredientes utilizados. A redução do tempo de cozimento, da manipulação dos alimentos e da preparação individual de cada ingrediente, derivou de uma influência da culinária japonesa, que visa preservar a identidade dos alimentos. A cultura oriental também influenciou na apresentação dos pratos, que deixaram de ser pratos normais de serviço e passaram a ser pratos em porcelana individuais, grandes, com pequenas porções e sem nenhuma decoração, para que não houvesse interferência nos aromas da comida. Portanto, nouvelle cuisine segue o estilo minimalista japonês, que segue uma linha de alimentos assimétricos, espontâneos e com grande respeito aos elementos naturais e crus. O objetivo era provocar uma experiência que despertasse os cinco sentidos, praticando o paladar. O Chef adepto da Nouvelle Cuisine preparava uma refeição com uma mistura de aromas, texturas e sabores, e ainda harmonizava com a estética da apresentação. O prato deveria ser apreciado, degustado e percebido. Um exemplo dessa experiência seria um ratatouille Paul Bocuse e a Nouvelle Cuisine Mais do que um cozinheiro renomado, Bocuse foi mentor de muitos chefs da atualidade. Da mesma forma, ele continua sendo inspiração para muitos estudantes de gastronomia. Bocuse foi o inventor da nouvelle cuisine (nova cozinha, em francês). Devido a ter sido o primeiro chef francês a priorizar uma cozinha simples, porém refinada. A cozinha de Bocuse dispensava os exageros da culinária francesa e dos seus molhos pesados, pois se utilizava de ingredientes frescos e locais. A maioria dos ingredientes que compunham os pratos de Bocuse eram comprados nos mercados de Lyon, cidade que é considerada capital da gastronomia francesa. A história do chef Bocuse Paul Bocuse nasceu em 11 de fevereiro de 1926 na cidade de Collonges-au-Mont- d’Or, que fica localizada no leste da França. Filho e neto de cozinheiros, a história de amor entre o chef e a cozinha francesa começou quando o Bocuse tinha apenas oito anos. Porque foi com essa idade que, orientado por seu pai, Bocuse preparou o seu primeiro prato, uma refeição com rins de vitela. Aos 15 anos de idade, Paul Bocuse se tornou aprendiz de cozinheiro no restaurante do chef Claude Maret. No entanto, em 1944 o jovem chef deixou a cozinha. Na ocasião, Paul havia completado 18 anos. Assim, ele se alistou voluntariamente nas Forças Francesas Livres para combater contra a Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Durante o combate, Paul foi ferido à bala e tratado por soldados americanos. Devido a isso, eles lhe tatuaram um galo no braço esquerdo, imagem que o chef carregou até o dia da sua morte. Aos 20 anos e já condecorado com uma importante medalha militar francesa (a Croix de Guerre), Paul Bocuse retornou ao mundo da culinária. Ele retomou o seu aprendizado com Eugénie Brazier, que era uma renomada chef da França e que passou, então, a ser a sua mentora. No ano de 1958, Bocuse conseguiu recuperar o L’Auberge du Pont, o restaurante da família que por motivos adversos, precisou ser vendido. A loja foi rebatizada com seu próprio nome e em 1965 já havia recebido as três estrelas Michelin. Foi lá que um dos seus mais famosos pratos foi produzido. Instituto Paul Bocuse O Instituto Paul Bocuse foi criado no ano de 1990 pelo chef. O empreendimento fica localizado em Ecully, que é uma cidadezinha localizada próxima de Lyon, na França. Na realidade, trata-se de uma importante escola de gastronomia e hotelaria, que é reconhecida mundialmente. No instituto são oferecidos cursos de gastronomia e hotelaria com duração média de três anos. Durante esse período, os alunos têm aulas de culinária francesa clássica e moderna, além de confeitaria e panificação. O conhecimento adquirido é colocado à prova no estágio, que é realizado dentro do próprio instituto. Lá, os alunos trabalham na cozinha do refeitório que serve cerca de 200 refeições diárias para professores, funcionários e para os próprios estudantes. O Bocuse d’Or Em 1987 Paul Bocuse fundou o Bocuse d’Or, que é um campeonato mundial de culinária. O evento também é conhecido como as “Olimpíadas da Gastronomia” e acontece de dois em dois anos. Suas edições são realizadas na cidade de Lyon, na França. No Bocuse d’Or, participantes de 24 países competem durante dois dias. Depois de prontos, os pratos são avaliados pelos jurados, que podem oferecer a cada um o máximo de 100 pontos. Esses pontos são divididos da seguinte maneira: 40 pontos para o sabor, 20 pontos para a apresentação e 20 pontos para a originalidade do prato.Os 20 pontos restantesconsideram aspectos básicos como higiene, desperdício de alimentos e trabalho em equipe. O concurso é importante porque promove os novos chefs no mercado gastronômico internacional. Ou seja, os vencedores do Bocuse d’Or já iniciam suas vidas profissionais com certo destaque no mundo da culinária. E isso é essencial para qualquer carreira de sucesso. O legado de Bocuse Dos ensinamentos de Bocuse surgiram chefs estrelados como Alain Ducasse, Jean- Georges Vongerichten e Daniel Boulud. E mesmo aqueles que não tiveram a oportunidade de trabalhar diretamente com o mestre da culinária, se sentem impactados pelos seus ensinamentos, além das técnicas culinárias, Bocuse também trabalhava a vida profissional e pessoal dos seus discípulos. Além disso, Paul mudou a imagem que se tinha de um chef de cozinha, movido à competição. Para ele, o comprometimento e o trabalho em equipe eram as palavras-chave para o sucesso. O Chef Paul Bocuse morreu no dia 20 de janeiro de 2018 na sua cidade natal enquanto dormia. Ele tinha 91 anos e sofria do Mal de Parkinson. Mas antes de nos deixar, Bocuse construiu um verdadeiro império gastronômico de reconhecimento mundial. Atualmente o Paul Bocuse Group conta com mais de 15 empreendimentos. Além do considerado o mais importante de toda a sua trajetória do mundo gastronômico, o L’Auberge du Pont de Collonges. O restaurante, que antes pertencia à família de Bocuse, foi o divisor de águas para a sua fama internacional. O L’Auberge du Pont de Collonges ostenta as 3 estrelas Michelin até os dias de hoje. UM contraponto ao FAST FOOD: O SLOW FOOD O movimento Slow Food teve início na Itália em 1986, em Piemont porque pessoas apaixonadas pela boa alimentação vinham se questionando sobre mudanças nos sabores dos alimentos e se aborrecendo com o avanço do Fast Food, inclusive com o aparecimento do Mc Donald´s por lá. Num pais onde se prima por fartos antepastos, massas, carnes, sobremesas e do costume de conviver à mesa, se sentiram afrontados e criaram o movimento antagônico – Slow food– tendo como símbolo um caracol (escargot) não só pela sua lentidão, como também por serem facilmente encontrados na maioria das partes do mundo, e também porque dele faziam pratos muito apreciados, como o Scargot à Boaurguignone O movimento foi liderado por Carlo Petrini, que adorava comer uma salada de pimentão quadrado de uma Região, e certa vez, quando esteve lá, o sabor havia mudado completamente. Ao procurar saber, o chef informou a ele que estavam importando o pimentão da Holanda e que os produtores locais, estavam plantando bulbo de tulipas e exportando para a Holanda para ganharem mais. Outros episódios como este, caracterizaram que o comercio estava se sobrepondo ao alimento e a formação do movimento se baseou aí em resgatar a comida de verdade com a ideia de que comida não é comercio, comida é vida. Iniciou pequeno, mas logo se expandiu para o mundo e em 1989 se tornou Internacional, inclusive com início em 2000 no Brasil com Margarida Nogueira Este movimento acredita que o prazer da alimentação inclui o uso de produtos locais e de qualidade, respeitando ao mesmo tempo a cultura, o meio ambiente e as pessoas envolvidas na produção. Incentiva as pessoas a cozinharem e assumirem a responsabilidade de saber como o alimento está sendo produzido, desde o cultivo até chegar ao prato. É, portanto, uma tomada de consciência e de posição. A ideia principal tem 3 pilares para o alimento: Bom – saboroso e de qualidade; Limpo- produzido com a preocupação de não prejudicar o meio ambiente; e, Justo- que o preço seja bom para que o produz e para quem o consome. A missão do Slow food, portanto é unir o prazer da boa comida com a preservação das comunidades locais, suas culturas e tradições e com respeito ao meio ambiente, sendo chamado de ecogastronomia. Para isto, o movimento organiza atividades que defendam a biodiversidade na cadeia de distribuição alimentar, difundem a educação do gosto, e aproximam produtores e consumidores Gastronomia Molecular A gastronomia vem sofrendo mudanças ao longo do tempo, em especial a partir do século XX, quando começou um processo de intercâmbio cultural e gastronômico permitindo que ingredientes antes desconhecidos ou exóticos, se tornassem comuns em várias partes do mundo, assim como as novas técnicas culinárias. Essa evolução levou ao surgimento da gastronomia molecular, com um estilo bem moderno de cozinhar e que é praticada por cientistas e profissionais de alimentos em muitas cozinhas e laboratórios e tiram vantagens dessas inovações técnicas Definição de gastronomia molecular A gastronomia molecular é o estudo cientifico dos processos químicos e físicos que ocorrem durante o cozimento, criando novos métodos, técnicas e equipamentos, além de aperfeiçoar os que já existem. A cozinha molecular lança mão os conhecimentos descobertos da gastronomia molecular em seus pratos Não é nova a ideia de usar técnicas, através da química e da física para o estudo dos alimentos. Antoine Laurent Lavoisier é o mais famoso entre eles, em 1783, ele estudou os processos de preparação de massa através da medição da densidade para avaliar a qualidade. Outra figura importante foi Benjamin Thompson, que estudou transformações culinárias e fez muitas invenções para melhora-los, como inventar uma cafeteira especial para uma melhor fermentação. O conceito de gastronomia molecular foi talvez um presságio por Marie Antoine Carême (1784-1833), um dos chefs franceses mais famosos, que disse no início do século XlX que ao fazer um estoque de alimentos observou que o caldo deveria ferver lentamente para que a albumina não coagulasse, ou seja, a agua não tendo tempo para penetrar na carne, impedia a parte gelatinosa do osmazone de separar-se. Apesar de ter começado a se popularizar mais recentemente, o nome gastronomia molecular foi criado em 1988, pelo físico húngaro Nicholas Kurti e o químico francês Hervé This. Nicholas Kurti trabalhou no projeto da bomba atômica, mas teve por hobby cozinhar ao longo da vida, morreu em 1998. Hervé This, de renome internacional, iniciou seus estudos no início dos anos 80. Escreveu uma tese sobre gastronomia molecular e física, e foi convidado a se juntar ao laboratório do Nobel de química molecular Jean Marie Lehn. Publicou diversos livros em francês, incluindo gastronomia molecular, explorando a ciência do sabor, mistérios da cozinha. Hoje Hervé This, faz gratuitamente uma vez ao mês seminário sobre gastronomia molecular no INRA na França e uma vez ao ano dá um curso público e gratuito sobre gastronomia. Nicholas Kurti e Hervé This iniciaram assim, um novo conceito gastronômico, com o objetivo de introduzir novas ferramentas, ingredientes e métodos para cozinhar, inventado novos pratos. Dentre esses chefs da atualidade, nesse seguimento da culinária modernista, o chef catalão Ferran Adriá é referência. A mais de 20 anos desenvolvendo um trabalho brilhante, onde revolucionou radicalmente a culinária. Considerado o melhor chef do mundo, com inúmeros prêmios na França e Espanha Para desenvolver 1.500 receitas sob a ótica de física e química, mais do que bons ingrediente e técnicas é necessária tecnologia, com experimentos científicos sobre a melhor forma de grelhar um bife ou fritar uma omelete. Assumiu o restaurante Ell Bulli, numa praia perto de Barcelona, que tinha uma fila de espera acima de seis meses, onde revolucionou a alta gastronomia ao incorporar ao ato de cozinhar as técnicas e os equipamentos usados nos laboratórios de química, assim criando espumas, sopas e cremes aerados e surpreendentes. Adriá começou a usar furadeiras, nitrogênio líquido, centrifugas industriais e autoclaves de esterilização de material cirúrgico. Como técnica de cocção para transformar os alimentos, optou pelo cozimento a vácuo. Nessa técnica, os alimentos são colocados num saco plástico e selado a vácuo. O alimento é imerso em agua quente ecozido em baixas temperaturas por horas (ou mesmo dias). Com verduras e legumes, o resultado é um alimento crocante que mantem sua coloração original, mas com sabor intensificado. As carnes cozinham sem perder o sumo. A gastronomia molecular através da química e da física, revolucionou apresentando as mudanças que ocorrem durante a cocção dos alimentos, aprimorando técnicas e receitas existentes, com pratos criativos e inovadores. É a cozinha mais moderna da atualidade, capacitando chefs e cozinheiros a lidar com eficácia os alimentos. O importante é que estas tendências, sobretudo vem focando pela preservação da natureza, prezando pela defesa das cozinhas regionais, valorizando tradições e uma alimentação mais saudável, natural e menos industrializada com ênfase nos alimentos orgânicos e valorizando as pessoas que produzem, incentivando a pratica de preços justos envolvidos em toda cadeia. E estas tendências nos trazem a esperança de um futuro melhor com uma reversão no desgaste que tem sido gerado no planeta pelo uso indiscriminado de seus recursos, e pelo aquecimento global gerado pela forma como os alimentos são tratados ainda hoje. Os 100 melhores chefs (2019 Le Chef) 1: Arnaud Donckele – Residence De La Pinede (Saint Tropez, France) 2: Michel Troisgros – Maison Troisgros Restaurant (Ouches, France) 3: Jonnie Boer – De Librije (Netherlands) 4: Yannick Alleno – Alleno Paris (Paris, France) 5: Seiji Yamamoto – Nihonryori Ryugin (Tokyo, Japan) 6: Paul Pairet – Ultraviolet (China) 7: Emmanuel Renaut – Flocons De Sel (Megève, France) 8: David Kinch – Manresa (California, United States) 9: Alexandre Couillon – La Marine (France) 10:Rene Redzepi – Noma 11: Alain Ducasse – France 12: Joan Roca – Spain 13: Pascal Barbot – France 14: Martin Bergasategui – Spain 15: Yoshihiro Narisawa – Japan 16: Dan Barber – USA 17: Grant Achatz – USA 18: Olivier Bellin – France 19: Gilles Goujon – France 20: Pierre Gagnaire – France 21: Virgilo Martinez – Peru2 2: Alain Passard – France 23: Michel Bras – France 24: Arnaud Lallement – France 25: Rasmus Koford – Denmark 26: Enrico Crippa – Italy 27: Andoni Luis Aduriz – Spain 28: David Munoz – Spain 29: Christophe Bacquie – France 30: Tetsuya Fujiwara – Japan 31: Bernard Pacaud – France 32: Mauro Colagreco – France 33: Richard Ekkebus – Hong Kong 34: Regis Marcon – France 35: Eric Frechon – France 36: Daniel Humm – USA 37: Claude Bosi – England 38: Nadia Santini – Italy 39: Gerald Passedat – France 40: Massimiliano Alajmo – Italy 41: Heston Blumenthal – England 42: Anne-Sophie Pic – France 43: Yoshihiro Murata – Japan 44: Alex Atala – Brazil 45: Eric Pras – France 46: Ben Shewry – Australia 47: Jérôme Banctel – France 48: Julien Royer – Singapore 49: Victor Arguinzoniz – Spain 50: David Toutain – France 51: Paul Bocuse – France 52: Sven Elverfeld – Germany 53: Andre Chiang – Singapore 54: Clare Smyth – England 55: Magnus Nilsson – Sweden 56: Alexandre Gauthier – France 57: Massimo Bottura – Italy 58: Michel Guérard – France 59: Jiro Ono – Japan 60: Dominique Crenn – United States 61: Marc Veyrat – France 62: Franck Giovannini – Switzerland 63: Stefano Baiocco – Italy 64: Motokazu Nakamura – Japan 65: Kevin Felhing – Germany 66: Christophe Hardiquest – Belgium 67: Felipe Bronze – Brazil 68: Eneko Atxa – Spain 69: Matthieu Viannay – France 70: Cesar Ramirez – United States 71 Onno Kokmeijer – Netherlands 72 Alexandre Mazzia – France 73 Hans Haas – Germany 74 Dani Garcia – Spain 75 Tristan Brandt – Germany 76 Pedro Subijana – Spain 77 Heinz Reitbauer – Austria 78 Jean-Georges Klein – France 79 Peter Goossens – Belgium 80 Edouard Loubet – France 81 Bjorn Frantzen – Sweden 82 Paolo Casagrande – Spain 83 Yoann Conte – France 84 Thomas Keller – Usa 85 Rene et Maxime Meilleur – France 86 Andreas Caminada – Switzerland 87 Gert de Mangeller – Belgium 88 Corey Lee – Usa 89 Eric Ripert – Usa 90 Frederic Anton – France 91 Harald Wohlfart – Germany 92 Carlo Cracco – Italy 93 Gaston Acurio – Peru 94 Jordi Cruz – Spain 95 Kei Kobayashi – France 96 Olivier Nasti – France 97 Gaggan Anand – Thailand 98 Andrea Camastra – Poland 99 Jacob Jan Boerma – Netherlands 100 Normand Laprise – Canada
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