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PROFESSOR(A): NOME DO PROFESSOR WEBCONFERÊNCIA Nº 1 UNIDADE 1 ZILMEIRE MARQUES 1. Apropriação do conhecimento sobre a História da alimentação e da culinária; 2. Compreender a relação dos costumes e hábitus alimentares com o processo de construção das sociedades humanas; 3. Identificar a importância da história nas vivências humanas articulado aos hábitos alimentares; 4. Identificar a historicidade cultural e alimentar dos grupos humanos; 5. Compreender as mudanças gastronômicas no processo histórico; 6. Identificar as razões socioculturais da diversidade gastronômica brasileira; 7. Relacionar as bases da formação histórica e social do Brasil com a diversidade gastronômica brasileira. COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS UNIDADE I: A GASTRONOMIA E SEU PROCESSO HISTÓRICO • CONCEITOS: A HISTÓRIA E A GASTRONOMIA • A ALIMENTAÇÃO NA PRÉ-HISTÓRIA; • AS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES E SEUS HÁBITOS ALIMENTARES: MESOPOTÂMIA, ÌNDIA, CHINA. • O ANTIGO EGITO E SEUS HÁBITOS ALIMENTARES UNIDADE II: A GASTRONOMIA E SEU DESENVOLVIMENTO ALIMENTAR • A GRÉCIA ANTIGA E SEUS COSTUMES ALIMENTARES • ROMA ANTIGA E SUA CONTRIBUIÇÃO NO PROCESSO HISTÓRICO DA ALIMENTAÇÃO • HÁBITOS ALIMENTARES NA IDADE MÉDIA • A ALIMENTAÇÃO E SUA SIMBOLOGIA Apresentação – Plano de Ensino UNIDADE III: A COLONIZAÇÃO BRASILEIRA E A GASTRONOMIA • A COZINHA NO BRASIL COLONIAL • A COZINHA NO BRASIL E A INFLUÊNCIA DOS COSTUMES ALIMENTARES DOS POVOS INDÍGENAS • A COZINHA AFRICANA E AS INFLUÊNCIAS NA GASTRONOMIA BRASILEIRA • A COZINHA PORTUGUESA E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DA COZINHA BRASILEIRA UNIDADE IV: GASTRONOMIA E TRADIÇÃO • A IMPORTÂNCIA PARA A COZINHA BRASILEIRA DO BINÔMIO FEIJÃO E FARINHA – A INTRODUÇÃO DA FEIJOADA • ALIMENTAÇÃO NOS RITUAIS DE OFERENDA • FOLCLORE NA ALIMENTAÇÃO BRASILEIRA • A DIVERSIDADE GASTRONÔMICA BRASILEIRA E A CONTEMPORANEIDADE Apresentação – Plano de Ensino Apresentação da Disciplina • Alimentação na Pré-História; • Hábitos alimentares das antigas civilizações; • Alimentação na Idade Média; • Origem e Desenvolvimento da Gastronomia Brasileira; • Hábitos alimentares dos povos influenciadores da Gastronomia Brasileira; • Cozinha típica das regiões brasileiras; • Influência dos Imigrantes na Gastronomia Brasileira; A HISTÓRIA E A GASTRONOMIA História: uma ciência “fechada”. Registro de grandes acontecimentos (época ou nação), pensamentos e escritos de grandes homens. Pouco interesse pelo comer e beber. Início do século XX: “Nova História” – União com outras ciências (Antropologia, Sociologia, Economia, Psicologia). Caminhos da História - Gastronomia A Historia deve se ocupar, de tudo aquilo que diz respeito ao homem, tudo o que ele tocou ou modificou. Dança, canções, folclore, brincadeiras, sentimentos, oralidade, hábitos alimentares. O grego Arquestratus (séc. IV a.C.) - Gastronomia: gaster (estômago) e nomo (lei) – “Leis do estômago”. No Brasil Gilberto Freyre já considerava a alimentação, pelo ponto de vista cultural, uma das grandes áreas intelectuais ao qual o homem deveria se dedicar; isso ainda na década de 1920. Da mesma forma, o folclorista potiguar Câmara Cascudo se dedicou aos estudos da alimentação no Brasil, com a sua monumental História da Alimentação Brasileira. Hábitos alimentares na Pré-História • Pré-História – Antes da História: Escrita. • Vamos considerar que a pré-história é, de maneira clássica, dividida em três fases, o Paleolítico (que, por sua vez, se divide em inferior, médio e superior), o Mesolítico e o Neolítico. Caça de grandes animais (atividade coletiva). •Consumo de carne valorizado. •Armas de caça e corte. •Coleta de frutas, legumes e raízes. •Nômades. Paleolítico Caça de animais menores. Armas mais elaboradas. Pesca, domesticação de animais e plantio. Uso de animais para trabalho, uso do leite e carne (chifres e couro). Mesolítico FOGO Mesolítico Herbívoros que eram inicialmente caçados passam a ser valorizados pela sua força, resistência, pelo leite que produzem e pela sua carne, além de outros derivados, como couro e chifres. Algo semelhante ocorre com as plantas, que são cruzadas entre si para produzir espécies que sejam de interesse ao homem. • Pecuária e agricultura estabelecidas e o nomadismo dá lugar ao Sedentarismo. • Divisão de trabalho: Homens - armas, caçavam e pescavam, e protegiam o grupo; Mulheres - cuidavam dos filhos, plantar, colher e preparar os alimentos. • Excedente da agricultura (Arado): Utensílio de cerâmica para armazenar. Troca de excedentes (comércio). FOGO: Proteção contra animais, Alimentos mais palatáveis, Aumento da variedade de alimentos, Armazenamento de alimento por mais tempo. Neolítico Mesopotâmia “ Criação da escrita cuneiforme – Marcas em forma de cunha que eram impressas sobre tabletes de argila, formando palavras com um alfabeto próprio. com instruções sobre como alguns pratos deveriam ser elaborados e quais ingredientes poderiam ser utilizados.” Mesopotâmia Os membros mais abastados e importantes da sociedade podiam se dar ao luxo de uma dieta mais variada. Utilizava-se o alhoporó, o cominho, a hortelã, a menta, o vinagre, endro, alho, cebolas e até mesmo o sal. Primeiros registros escrito da profissão de cozinheiro (2000 a. C.). Tabernas - cerveja, pão, ensopado de grãos e um pouco de carne. Mesopotâmia Pães – trigo (cereal nobre) e cevada (pão líquido e sólido). Conservas a base de sal, azeite e gordura animal. Doces – bolos a base de mel, frutas e bebidas alcoólicas. Índia Influência na culinária: Religião e clima. Religiosidade: Budismo e Hinduísmo. • Sacralidade dos animais – Vegetarianismo. • A panificação é extremamente variada na Índia. • Cultivo e consumo de cereais ao longo do rio Indo. • Curry – mistura de ervas e temperos (para cada região). • Poucas referências da alimentação da antiguidade. • Pastas agridoces conhecidas como chutneys. •Cereais (trigo, milho, sorgo,lentilha). •Pães (chapatis e naan). •Café – chegada com os mulçumanos. Curry Masalas China Grande extensão territorial – Variedade gastronômica regional. Arroz (I a. C.) - simboliza a fertilidade e a vida. Soja e Shoyu. Peixes e crustáceos. Pouco consumo de carne. Origem do macarrão – feito de milhete. Uso do hashi (kuàizi) – Sabedoria dos antigos. Rasgar, cortar e mexer. Egito Antigo • Civilização avançada (jurídico, agricultura, religiosa, engenharia, arquitetura e alimentação). • Delta do Nilo (riachos e bacias): Crescente fértil – humo. • Plantações de cereais – trigo e cevada (cerveja). • Desenvolvimento da pecuária (suíno) e Pesca. • Alimento para mumificação. • Intensa produção de vinho. • Cerveja (Bouza)- “põem-se para fermentar a quente, na água e no trigo triturado, pedaços de pão de cevada ou de trigo malcozidos, a fim de preservar as enzimas da fermentação; em seguida, filtra-se esse líquido espesso, deixando-o descansar em jarros de cerâmica”. A gastronomia e seu desenvolvimento alimentar UNIDADE II A Grécia antiga e seus costumes alimentares. Roma antiga e sua contribuição no processo histórico da alimentação. Hábitos alimentares na idade média. A alimentação e sua simbologia. Antiguidade Clássica Se desenvolveu entre as publicações dos poemas épicos de Homero (A ilíada e A Odisseia), no século III anterior à Era Cristã, até a queda do Império Romano no Ocidente, no ano de 476 depois da Era Cristã. ALIMENTAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA Antiguidade Clássica (séc. III a.C. – 476 d.C). Grécia: conjunto de cidades-estados – Mar Mediterrâneo. Pesca: intenso comércio – contato com diversas culturas. Também se alimentavam de carnes (caça, bovina, suínos e aves) – sacrifício. Queijos e frutas (secas e frescas). GRÉCIA ANTIGA Os gregos buscavam variar sua alimentação, consumindo não apenas aquilo que plantavam ou que tiravam do mar, mas também a carne de animais, tais como a de caça (javali, lebre, cervos, todos selvagens), aves (pombos, perdiz, ganso,pato) e também dos domesticados (bovinos, suínos e ovinos), desde que fizessem parte do sacrifício a algum deus. GRÉCIA ANTIGA Esses povos pescavam e navegavam, inicialmente por cabotagem o que daria origem não apenas a um comércio bastante intenso e lucrativo, mas também a uma troca muito grande entre todas essas culturas, abarcando três continentes diferentes, inclusive uma parte da Ásia ALIMENTAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA Azeite, vinho e trigo - cultivados há muito tempo em torno do Mediterrâneo. Bebidas: vinho tinto (melas) e branco (leukos). Camponeses bebiam Zurrapa (vinagre e água). Agricultura de subsistência – se alimentavam do plantio. GRÉCIA ANTIGA Embora todos se reconhecessem como parte do mesmo povo, havia algumas diferenças entre as sociedades de cada local, que funcionavam como países independentes. ALIMENTAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA Contribuição Grega para a gastronomia: Criação da profissão de padeiro: além de moer e cozinhar o pão, também misturas com frutas secas, ervas, sementes aromáticas e especiarias. Hipócrates: “Pai da medicina” – associou a alimentação à saúde. Difusão do Vegetarianismo: Pitágoras (580 a. C) - veneração religiosa, saúde física e responsabilidade ecológica Pitagorianos. Fazia-se três refeições diárias: o akratismon (desjejum), o ariston (almoço) e o deiphon (refeição do fim do dia). ALIMENTAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA Banquetes aos deuses: Dionísio (vinho), Demetér (cereais). Rituais e sacrifícios de animais. Alimentos com maior importância – carne e vinho (facilitador das idéias nos symposions). Simpósios (485 a.C). Iniciaram as profissões de mestre de cerimônias e do especialista em vinhos. ALIMENTAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA Eram as divindades que abençoavam e permitiam os grandes banquetes, e eram em seu nome que eram feitos os sacrifícios de animais. Esse ritual se refletia também no próprio ato de comer, com comidas que possuíam mais importância do que outras. O vinho, cujo álcool tinha a função de facilitar a conversa e a troca de ideias durante uma reunião de abastados, como o symposion.. OS ROMANOS Mesmo com toda a sua influência e poderio, a civilização grega viria a cair diante de um povo ainda mais poderoso e determinado: os romanos. CIVILIZAÇÃO ETRUSCA Mas os gregos não foram o único grupo do sul da Europa a prosperar na Antiguidade. Surgiria a civilização etrusca, que tinha muitos pontos em comum a grega. Viviam em cidades-estados, tais como a Perugia e Tarquinia, que formavam a Etrúria. Esta civilização já possuía um sistema relativamente avançado de cultivo, conhecido como alqueive. Sua farinha era de baixa qualidade. A Etrúria permaneceu poderosa no mediterrâneo por muito tempo, até que Roma interrompeu sua glória e a incorporou ao seu Império. ALIMENTAÇÃO NA ROMA ANTIGA Origem: Toscana, Itália. Sistema de cultivo avançado: alqueive – rodízio. Cultivo de cereais e grãos. Farinha de baixa qualidade - atrasou o desenvolvimento de sua panificação. “Mingau”: trigo, água e leite. Pecuária: animais de grande porte eram usados para a tração, movendo moendas e o arado. Consumo: cabras, porcos e galinhas (leite e ovos). ALIMENTAÇÃO NA ROMA ANTIGA No que o Império se expandiu através de sucessivas conquistas militares, ficou cada vez mais difícil manter essa unidade cultural, com províncias que juravam fidelidade ao imperador nos lugares mais afastados, das longínquas ilhas britânicas até a distante Constantinopla. A solução, então, foi conceder uma certa autonomia a estes lugares, de forma que pudessem se governar de forma mais eficiente, desde que mantivessem sua lealdade à Roma. OS HÁBITOS ALIMENTARES Podiam variar enormemente. •Mesmo o cerimonial do banquete, herdado dos gregos, foi adaptado pelos romanos de maneira geral, e modificado pelas províncias em suas especificidades. •Sacrifícios de animais. •O Império realmente se esforçava em manter seus súditos alimentados e até certo ponto satisfeitos, dessa forma evitando que revoltas populares abalassem a paz do governo. ALIMENTAÇÃO NA ROMA ANTIGA Três refeições ao dia: jentaculum (desjejum), cibus meridianus ou prandium e a cena. Obsonium Proteína – grande importância (porco, de cordeiro, de cabrito e de frango). Pompeia – vulcão Vesúvio (79 a.C.). Técnicas de cocção: além de assar e cozinhar, cozinhavam em fogo brando, lentamente, colocar alimento na água ou fritar. Preocupavam com a alimentação e saúde. Experimentando diferentes métodos de cocção, impactos diversos sobre os corpos dos enfermos. IDADE MÉDIA Esse período se estendeu entre os séculos V e o XV, tendo como marcos principais a queda de Roma e, posteriormente, de Constantinopla. HÁBITOS ALIMENTARES NA IDADE MÉDIA Queda de Roma: invasão dos bárbaros (povos estrangeiros) e corrupção interna. Roma havia adotado o cristianismo como religião. Culturas diversas + cristianismo base da cultura medieval. Características: 1. Rural; 2. Fervorosamente cristã; 3. Supersticiosa; 4. Pouca mobilidade de classes (sociais), suseranos e vassalos. SOCIAL A nobreza possuía as terras e os meios, cobrando a plebe pelo seu cultivo e pelo uso de seus equipamentos, e tinha a obrigação de defender o povo em caso de guerras; O clero cuidava da almas de ricos e pobres, era isento do pagamento de impostos e podia vender absolvições e relíquias supostamente sagradas; O camponês se endividava com seu senhor e, dessa forma, se tornava efetivamente preso à terra, arcando com a maior parte da carga tributária e sustentando nobreza e clero com o seu trabalho. HÁBITOS ALIMENTARES NA IDADE MÉDIA Legumes e frutas frescos – alimentação (suja) dos pobres. Conhecimento retido aos mosteiros: igrejas, conventos e abadias possuíam bibliotecas oficinas – técnicas de agricultura, drenagem, irrigação, pecuária. Contudo, ainda mais do que no período anterior, o acesso à educação era restrito e, mais importante, passava obrigatoriamente pelo crivo da Igreja Católica, detentora não apenas de terras e riquezas, mas também de conhecimento e da estrutura para desenvolvê-lo. A Alimentação Clerical na Idade Média A Igreja Medieval recebia muitos donativos em espécie e, por isto, sempre tinham cereais estocados. Além disso, como a Igreja também possuía muitas terras, ela também se tornava suserana de vassalos que cultivavam cereais e criavam bovinos, caprinos, ovinos, suínos e galináceos. Também produziam vinhos, queijos ao mesmo tempo em que praticavam a apicultura, a piscicultura e aperfeiçoavam as técnicas de cultivo no campo. Detentores quase que exclusivos das letras, das artes e do conhecimento filosófico e científico, desenvolverem as técnicas de irrigação e de drenagem de terras férteis, a criação dos vinhos fortificados (com adição de frutas, sementes, especiarias, cascas, ou resinas de árvores para aromatizá-los), a produção de manteiga, de verduras e o aperfeiçoamento de métodos de conservação de carnes salgadas, ou defumadas. A ALIMENTAÇÃO E SUA SIMBOLOGIA Ao contrário do que se propagou por muito tempo, a idade Média não foi um período de trevas e ignorância absoluta. Embora parte do conhecimento acumulado na Antiguidade Clássica tenha se perdido em meio aos tumultos e instabilidade trazidos pelas invasões bárbaras, que contribuíram para derrubar o Império Romano. A Alimentação dos Camponeses Era uma dieta que, evidentemente, variava por país e também por região, mas que basicamente consistia de couve, cebolas, alho-porró, favas, ervilhas, pães, sopas grossas, mingaus de cereais e, por vezes, alguma carne gordurosa, como o toucinho. Havia ainda frutas, como maçãs, peras, nozes e avelãs. Quando possível, apanhavam rãs e peixes. A Alimentação da Nobreza Especiarias trazidas de longe, como pimentas, noz-moscada ou a canela eram produtos exóticos e muito caros. Com o tempo, o sistema feudal entraria em declínio. Inovações tecnológicas e mercadores ricos. Uma burguesia que, pouco a pouco, passou a rivalizar, em recursos e poder,até mesmo a nobreza. PONTOS IMPORTANTES Antiguidade Clássica se iniciou com o desenvolvimento da civilização grega, com suas cidades-estados independentes, sua filosofia e pensamento (até certo ponto) democrático, sua religiosidade politeísta com divindades humanizadas e uma cultura alimentar que valorizava principalmente o trigo, o vinho e o azeite, com a prática da agricultura nas planícies e da pesca no Mar Mediterrâneo.
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