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DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS RENAIS PROFA. DRA. ALINE CORADO IRA – Efeitos fisiológicos Retenção de água e eletrólitos Edema Hipertensão Retenção de potássio - arritmias Retenção de H - acidose IRA – TRATAMENTO Evitar substâncias nefrotóxicas Retirada de cálculos Aguardar recuperação da função renal Diálise IRA – SUPORTE NUTRICIONAL OBJETIVOS Evitar desnutrição energético-proteica Minimizar a inflamação Melhorar função imune Evitar complicações e distúrbios metabólicos LRA – SUPORTE NUTRICIONAL RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Nutrientes Recomendação Energia 20 a 30kcal/kg – peso seco ou ideal (obesidade ou muito baixo peso) -Iniciar <70% das necessidades estimadas -3 a 4 dias depois: aumentar oferta para 80 a 100% Lipídeos 0,8 a 1g/kg Proteína -Não catabólicos sem diálise: 0,8 a 1,0g/kg -Hipercatabólicos em diálise: 1,3 a 1,5g/kg Pacientes em terapia renal substitutiva contínua e hipercatabólicos: 1,7g/kg a 2,5g/kg Carboidrato 5 a 6g/kg LRA – SUPORTE NUTRICIONAL Vias de Adm. Da dieta A dieta enteral deve ser iniciada nas primeiras 24 horas na impossibilidade de dieta via oral TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA Hemodiálise Diálise Peritoneal Indicações para o início de terapia dialítica TFG<10ml/min/1,73m2 Pericardite Hipervolemia refratária a diuréticos Sinais e sintomas de encefalopatia Sangramentos atribuíveis à uremia Náuseas e vômitos persistentes Hiperpotassemia não controlada Acidose metabólica não controlada HEMODIÁLISE HEMODIÁLISE DIÁLISE PERITONEAL • Independência• Contínua →Liberdade da dieta • > Preservação da função renal residual DOENÇA RENAL CRÔNICA – ESTADIAMENTO DOENÇA RENAL CRÔNICA – AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Desnutrição x obesidade •Obesidade = fator protetor na DRC? DRC – AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Presença de edema •Peso seco- após diálise Diálise peritoneal – descontar volume presente na cavidade abdominal • IMC<23 – Risco nutricional DRC Tratamento conservador Estágio 1 ao 4 Paciente não faz diálise ↓Ritmo de progressão da disfunção renal Prevenir complicações Tratar comorbidades DRC Medidas que retardam a progressão da DRC Controle de PA Tratamento DM Tratamento de dislipidemia, correção da anemia e da acidose DRC Recomendações de proteína e energia no tratamento conservador Ingestão de PTN Proteinúria, danos histológicos Ingestão de PTN Pressão intraglomerular, estresse oxidativo renal, formação de produtos nitrogenados tóxicos DRC Recomendações de proteína Estágio da DRC e especificidades Necessidade proteica 1 e 2 0,8 a 1g/kg 3 a 5 (sem diálise) 0,6 a 0,8g/kg OU 0,3 a 0,4g/kg + suplementação com cetoácidos ou aminoácidos essenciais Diabetes (3 a 5 sem diálise) 0,8g/kg Hemodiálise ou diálise peritoneal 1,2g/kg 50% do total de ptn deve ser de alto valor biológico Utilizar o peso ajustado em caso de inadequação (obesidade) OBS: Para que a restrição proteica seja benéfica, a ingestão de energia deve ser suficiente para atender as necessidades corporais DRC Recomendações de kcal Semelhante às dos indivíduos saudáveis que fazem atividade leve 25 a 35kcal/kg Obesos → mínimo de 25kcal/kg Desnutrição → 35kcal/kg DRC Recomendações de CHO e LIP CHO 50 A 60% LIP 25 A 35% DRC OUTROS NUTRIENTES Potássio • Hipercalemia → arritmias cardíacas Tto conservador • Controle na dieta quando houver elevação da concentração sérica • Ferver duas vezes 3g/dia • 3 porções de frutas com pequena ou média quantidade de potássio ou 1 a 2 porções de grupo de elevada quantidade • 2 porções de hortaliças com menor teor de potássio ou 1 a 2 porções com maior quantidade DRC OUTROS NUTRIENTES DRC OUTROS NUTRIENTES DRC OUTROS NUTRIENTES DRC OUTROS NUTRIENTES Sódio e líquidos • Tto conservador → controle da ingestão hídrica raramente empregado Fase dialítica • Sódio: 2000 a 2300mg/dia • 5 a 6g de sal • Líquidos: 500 a 1000ml/dia + volume de diurese residual de 24 horas • Ganho de peso interdialítico não deve ultrapassar 4% do peso seco Sal light • Não utilizar • Rico em potássio DRC OUTROS NUTRIENTES Fósforo •Controle dietético deve ser feito quando houver hiperfosfatemia •Alimentos: Proteína e fósforo Fase dialítica •Escolher alimentos com menor relação proteína/fósforo •Utilizar quelantes de fósforo Alimentos processados •Aditivos alimentares à base de fósforo DRC OUTROS NUTRIENTES DRC CARAMBOLA VAMOS PRATICAR!! Sobre as recomendações diárias de proteína na fase não dialítica ou no tratamento conservador, segundo Cuppari (2009), analise as assertivas abaixo: I. Não existem evidências de benefícios da restrição proteica para pacientes com Taxa de Filtração Glomerular (TFG) acima de 60 mL/min. O consumo para esses pacientes é semelhante ao dos indivíduos saudáveis (0,8 a 1 g/kg/dia). II. Quando a TFG é inferior a 60 mL/min, a dieta deve conter 0,6 g/kg/dia de proteína, sendo que, pelo menos, 30 a 40% devem ser de proteínas de alto valor biológico. III. Em fases mais avançadas da insuficiência renal crônica, duas formas de restrição proteica podem ser empregadas: a dieta hipoproteica convencional (0,6 g/kg/dia) ou a muito restrita em proteína, com 0,3 g/kg/dia, suplementada com 0,3 g/kg/dia de aminoácidos essenciais ou uma mistura de aminoácidos essenciais e cetoácidos. IV. Pacientes com proteinúria e pacientes diabéticos com controle glicêmico inadequado devem receber uma quantidade de proteína mais elevada (1,2 g/kg/dia). Quais estão corretas? •A Apenas I e II. •B Apenas I e III. •C Apenas II e IV. •D Apenas I, II e III. •E Apenas II, III e IV. VAMOS PRATICAR!! A doença renal crônica (DRC) é causada pela perda lenta, progressiva e irreversível da função renal. A modificação da alimentação desses pacientes se faz necessária, a fim de proporcionar seu bem-estar e melhorar o prognóstico da doença. Com base na terapia nutricional recomendada para pacientes com DRC, é INCORRETO afirmar que •A a restrição hídrica deve ser avaliada de forma individualizada de acordo com o estágio da doença e a presença de edema. •B uma estratégia para o tratamento do paciente com DRC é a redução do consumo de potássio por meio do cozimento de frutas e legumes em água. •C a ingestão de proteínas para pacientes com DRC em tratamento dialítico é sugerida de 1,5 a 2,0g/ kg/dia com, ao menos, 50% de proteína de alto valor biológico. •D os alimentos: tomate, cenoura e pepino devem ser evitados por pacientes com hiperfosfatemia, por ter elevada razão de fósforo/proteína. VAMOS PRATICAR!! O paciente em procedimento dialítico requer recomendação proteica maior que a de indivíduos normais devido: A) à retenção de líquido entre as sessões de diálise. B) às perdas de aminoácidos e peptídeos, catabolismo proteico C) ao aumento do apetite durante a diálise. D) a melhor absorção dos carboidratos associada à redução na digestibilidade das proteínas. E) ao quadro de diarreia, refluxo gastresofágico e sonolência. VAMOS PRATICAR!! A assistência nutricional é um aspecto crucial do tratamento da insuficiência renal (IR). Quanto a este tratamento é correto afirmar, EXCETO: •A É recomendada dieta restrita em proteína para pacientes com IR crônica em tratamento dialítico. •B É recomendada dieta restrita em líquidos para o paciente que se submete à hemodiálise. •C Deve-se procurar manter o paciente em bom estado nutricional e retardar ou impedir a progressão da IR. •D Objetiva-se prevenir ou minimizar a toxicidade urêmica e os desarranjos metabólicos da insuficiência renal. LITÍASE RENAL Desequilíbrio entre solubilidade e precipitação de sais na urina 70 a 80% dos casos (oxalato de cálcio) ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NA LITÍASE RENAL Cálcio: Sem restrição – 800 a 1000mg/dia Oxalato: Grandes quantidades em alimentos de origem vegetal Cálcio = quelante de oxalato ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NA LITÍASE RENAL Sódio: Eleva cálcio urinário Potássio: Reduz calciúria Evitar ingestãoelevada Efeito protetor ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NA LITÍASE RENAL Vitamina C: Talvez aumente a excreção de oxalato Proteína: Proteína animal → hipercalciúria (↓reabsorção tubular de cálcio) Evitar suplementos em quantidades superiores a 500mg/dia ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NA LITÍASE RENAL Proteína: 0,8 a 1g/kg – máximo 50% de origem animal (carnes) Litíase por ácido úrico: evitar vitela, bacon, cabrito, carneiro, fígado, língua, rim, sardinha, arenque, bacalhau ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NA LITÍASE RENAL Líquidos: Elevada ingestão hídrica ↓Concentração dos promotores de cristalização 30ml de líquidos/kg Efeito relaxante na musculatura lisa do ureter ESTUDO DE CASO IDENTIFICAÇÃO: Nome: M. B. L Nº Prontuário:10276670 Data intern. 02/05/21 Clínica: PS Sexo: (x)M ( )F Idade:54 Nacionalidade: Brasileiro Naturalidade: Trindade Procedência: Goiânia Escolaridade: ensino fundamental incompleto Profissão: Mestre de obras Ocupação: Aposentado Estado civil:Viúvo 2-QUEIXA PRINCIPAL (QP): (conforme relato do paciente) “febre e calafrio” DIAGNÓSTICO / HIPÓTESE DIAGNÓSTICA (HD): Doença renal crônica estágio final em tratamento de hemodiálise e choque séptico HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): Foi admitido na emergência dia 02 de maio de 2021, com febre, calafrios e infecção de corrente sanguínea. Evoluiu com choque séptico e necessidade de IOT em UTI. Diagnóstico prévio: Doença renal crônica estágio final em tratamento de hemodiálise (HD) 3x/semana. Estado geral: paciente recebeu alta da UTI para enfermaria, restrito ao leito, necessita de ajuda com autocuidado, em respiração espontânea, com auxílio de catéter de O2, em tratamento de HD 3x/semana. ESTUDO DE CASO HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP): Possui Diabetes Melittus e Gota (uso de anti-inflamatório há 15 anos). HISTÓRIA FAMILIAR (HF): Pai faleceu de problemas cardíacos, mãe faleceu de febre tifóide. Nega alergias HISTÓRIA SOCIAL E AMBIENTAL (HSA): Condições de moradia: Nº Pessoas na casa: - Quem são: - Alterna sua estadia na casa de suas irmãs Relacionamento familiar: Relacionamento conturbado Ambientes costumam freqüentar: Apenas casa Quantos contribuem com a renda: 1 Renda familiar: 998 reais Renda per capita: 998 reais Eletrodomésticos básicos: Geladeira e fogão Aquisição dos alimentos: Supermercado Produção doméstica de alimentos: (x)Não ( )Sim O quê: Etilismo (tipo, freq): não Tabagismo: parou de fumar há 36 anos Drogas ilícitas: não Sono: Dorme pouco (após falecimento da esposa) Ativ. Física (tipo, freq): não Atividades da vida diária: ( )Normais (x)Reduzidas Outros relevantes ao caso: ESTUDO DE CASO HISTÓRIA ALIMENTAR (HA) Acompanhante nega alergia alimentar e intolerâncias. Ingestão alimentar anterior à internação: baixo consumo de vegetais e carne vermelha. Muito baixa ingestão alimentar e hiporexia 4 dias anteriores a internação. EXAME FÍSICO REG Paciente sonolento, cabelo pigmentado, fácil de arrancar, ausência de sinal de bandeira, hidratado, olhos com brilho lacrimal preservado, anictéricos, conjuntiva ocular hipocorada, ausência de xeroftalmia, ausência de manchas de Bitot, mucosa bucal hipocorada, lábios, língua e gengivas hipocorados, ausência de sangramento, presença de língua saburrosa, ausência de queilose e glossite, ausência de sialorreia, presença de xerostomia, dentição completa, face hipocorada, ausência de sinal de chave, musculatura bitemporal depletada, bola gordurosa de Bichat preservada, unhas íntegras e sem manchas, músculo adutor do polegar depletado, musculatura interóssea depletada, ausência de icterícia em região palmar, presença de sinal da concha, ausência de bócio tireoidiano, presença de fúrcula esternal, depleção de musculatura infra e supraclavicular, musculatura Intercostal e musculatura vertebral/paravertebral preservadas, abdome flácido e normotenso, flacidez de bíceps e tríceps, ausência de fossa de quadríceps, musculatura da panturrilha depletada, pele hipocorada, hidratada, sinal da prega desaparece rapidamente, presença de fístula em braço direito, ausência de náuseas e vômitos, presença de diarreia (fezes líquidas, 4 episódios em grande quantidade), oligúria ( diurese em SVD, 400ml/24h). Obs: realização de HD no dia da avaliação nutricional. ESTUDO DE CASO Estatura 1,75 AJ (cm) PA (kg) seco 60kg DCT (mm) 10 CB (cm) 26 CP (cm) 31 EXAMES LABORATORIAIS ref. 10/5 Hb (g/dl) 12-16 7,7 Ht (%) 38-47 22.9 RDW (%) 11,5-14,5 - Plaquetas 150.000-400.000 269000 Leucócitos (céls/mm³) 4.000-10.000 22400 Albumina (g/dl) 3,5-5,5 2,2 Cálcio (mEq/l) 8,8-10 8,4 Fósforo (mg/dl) 2,5-4,8 5,2 Sódio (mEq/l) 130-145 140 Potássio(mEq/l) 3,5-4,5 5,1 Magnésio (mg/dl) 1,6-2,5 2,4 Ureia (mg/dl) 15-40 233 Creatinina (mg/dl) 0,7- 1,4 5,1 PCR <0,5 36 ESTUDO DE CASO 1- Diante dos dados presentes no caso, estabeleça o estado nutricional do paciente. Justifique com base na ingestão alimentar, antropometria, exame físico e exames bioquímicos 2- Estabeleça os objetivos da terapia nutricional para esse paciente 3 – Faça a prescrição nutricional, estabelecendo: via de alimentação, forma de administração, total de kcal, kcal/kg, total de proteína, ptn/kg, percentual de macronutrientes, monitoramento de micronutrientes, hidratação.
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