Prévia do material em texto
Antes de qualquer procedimento: Deve-se fazer uma anamnese bastante detalhada nestes pacientes, assim como bons exames extra e intraorais, e exames complementares Lembretes Importantes! Quem são os PACIENTES ESPECIAIS? Crianças Idosos Portadores de alterações cardiovasculares Pacientes com histórico de desordens convulsivas {Crianças} Tratamento Odontológico em Crianças Anestesia troncular em crianças é proibido! Há uma alta probabilidade de injeção intravascular (60%) É importante conhecer a solução anestésica que será utilizada Usar AL com vasoconstritor (diminui a velocidade de absorção) Beta-Bloqueadores • Bloqueador Seletivo: Pode ser utilizado qualquer vasoconstritor; • Bloqueador Não-Seletivo: Qualquer VC, menos catecolaminas (norepinefrina, epinefrina, dopamina); • Bloqueador Misto: Qualquer VC. Pacientes Depressivos • Deve ser sedado, pois Ansiedade é diferente de Depressão; • Dependendo do antidepressivo que o paciente toma, deve-se mudar o anestésico local (tricíclicos (antidepressivos mais baratos) e vasoconstritores do AL podem causar pico na PA. Antibióticos e Anticoncepcionais • O uso de antibióticos pode cortar o efeito do anticoncepcional por até 7 dias após o término da medicação; • Sempre alertar a paciente sobre essa possibilidade. Portadores de insuficiência renal ou hepática Asmáticos Diabéticos Gestantes Evitar injeção intravascular (sempre fazer a aspiração prévia) e fazer uma injeção lenta USAR A MENOR DOSE POSSÍVEL Reduzir para 1/3 da dose usual quando a criança estiver debilitada ou sedada! Crianças apresentam: Maior sensibilidade às drogas depressoras do SNC Maior possibilidade de injeção intravascular acidental Anestesia Local Procedimentos rápidos (menos de 20 minutos) Mepivacaína 3% sem vasoconstritor (não evita hemostasia, mas dura menos e evita automutilação) Procedimentos acima de 20 minutos Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000 Prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/mL (risco de metemoglobinemia) Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 (tanto na maxila quanto na mandíbula; NÃO usar para bloqueio NAI e nem em crianças menores de 4 anos, pois elas possuem uma menor quantidade de proteínas plasmáticas) NÃO usar Mepivacaína 3% em procedimentos que demandam volumes relativamente grandes em crianças pequenas (dose máxima de Mepi em crianças é de 5mg/Kg) MELHOR ESCOLHA: Lido 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 ou Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 Controle de Ansiedade Benzodiazepínicos Diazepam (Valium) 0,3mg/Kg (máximo de 5mg): Dissolver de ½ a 1 comprimido em água e administrar por VO, 1h antes do procedimento Midazolam (Dormonid) 0,2 a 0,5mg/Kg Anti-histamínicos Pimetixeno (Muricalm solução 1mg/mL = 30 gotas; 1 gota/Kg, 1h antes do procedimento) Sedação consciente N2O/O2 Altas taxas de sucesso em crianças NÃO substitui a anestesia geral {Idosos} Prevalência do Uso de Medicamentos 85% dos idosos tomam medicamentos 1 a 4 medicamentos por pessoa (pacientes ambulatoriais) 80 a 84% têm pelo menos uma doença crônica Alterações na Farmacocinética A melhor opção é a Articaína 4%, melhor do que a Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000, já que a Articaína é mais lipossolúvel Absorção Redução em: Fluxo sanguíneo esplâncnico, secreção gástrica, absorção de ferro, superfície de absorção, motilidade gastrointestinal Aumento do pH gastrointestinal Distribuição Redução de: Albumina plasmática (causa aumento da toxicidade da droga, maior quantidade de droga livre), volume de plasma, débito cardíaco, água corporal (essa redução faz com que a droga se concentre mais no tecido do paciente) Ocorre a substituição da massa muscular por gordura Metabolismo Redução de: Massa hepática, fluxo sanguíneo hepático, inducibilidade e atividade enzimática (citocromo p450), fase I do metabolismo (hidroxilação, oxidação, n- desmetilação e hidrólise) Excreção Redução de: Massa renal (30% menor aos 80 anos), número de néfrons funcionais, fluxo sanguíneo renal, filtração glomerular Aumento de esclerose glomerular espontânea Alterações na Sensibilidade Tecidual Maior sensibilidade à sedação por BDZP (por conta das alterações na farmacocinética e pelo aumento de gordura corporal) Maior incidência de confusão e desorientação com os antidepressivos tricíclicos Maior frequência de hipoglicemia com a clorpropamida e tolbumida Fármacos Lipossolúveis Armazenado na gordura (efeito mais prolongado) Controle de Ansiedade Sedação consciente com N2O/O2 BDZP de ação curta (Lorazepam 1mg) 1 comprimido 2h antes do procedimento 1 comprimido na noite anterior e 1 comprimidos 2h antes do procedimento Lembrar que o Alprazolam diminui a PA! Se o paciente já faz uso de BDZP, deve-se ajustar o horário para que se coincida com o tratamento! Tratamento Odontológico Analgésicos Paracetamol (750mg a cada 6h) Dipirona Sódica (500mg a cada 4h) Antimicrobianos Penicilinas Claritromicina (para os alérgicos à penicilina) Anestesia Local Procedimentos rápidos (menos de 20 minutos) Mepivacaína 3% sem VC (1 a 2 tubetes) Sempre evitar trabalhar com o paciente idoso na posição supina! Procedimentos acima de 20 minutos Lidocaína 2% com epinefrina 1:200.000 ou 1:100.000 Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000 Prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/mL (2 a 3 tubetes) Procedimentos de longa duração Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000 (2 tubetes) Problemas na Terapêutica Falta de aderência ao tratamento (não compreensão ou esquecimento) Uso de drogas não prescritas pelo profissional (laxantes, vitaminas, analgésicos, remédios para tosse, resfriado ou estômago): Pacientes poli-farmácia Uso de dose maior ou menor ou suspensão do tratamento Uso de medicamentos vencidos ou drogas restantes de tratamentos anteriores Prescrição Terapêutica Se possível, usar drogas com intervalos de tempos maiores Formas líquidas são preferíveis a cápsulas ou comprimidos grandes {Gestantes} Estado fisiológico caracterizado por sobrecarga anabólica e catabólica, novas condições endócrinas e modificações na permeabilidade capilar sanguínea, representando uma verdadeira reação de “stress” Alterações Bucais Gengivite Diminuição de fluido e aumento de hormônios É relacionada com a pré-existência de gengivite Granuloma piogênico (ocorre de 1 a 5% das grávidas) Aumento dos hormônios sexuais, irritação gengival (biofilme) ou trauma em qualquer época da gravidez Mudanças salivares Alteração na composição da saliva Diminuição do sódio e do pH Aumento de proteínas, potássio e níveis de estrogênio Tratamento Odontológico Avaliar o trimestre da gravidez e a saúde do paciente Tratamento eletivo: Apenas no 2º trimestre Emergência: Qualquer momento Confirmar se está em tratamento pré-natal Pré-natal odontológico: Orientação, adequação do meio bucal e controle de placa Orientação da importância da saúde oral Higiene deficiente (devido à náusea) pode levar à gengivite e cárie Mãe com baixo nível de S. mutans: Menor risco de cárie no filho Minimizar a exposição radiográfica e o uso de drogas Evitar atendimentos longos Juntamente com outros profissionais, o CD deve orientar a gestante sobre a dieta Alterações Fisiológicas Aumento da frequência cardíaca e respiratória Maior demanda de insulina Enjoos matutinos (hipoglicemia, elevação da gonodotrofina coriônica) Tratamento Odontológico Primeiro Trimestre Período que ocorre maiores divisões celulares do bebê, portanto há maiores riscos teratogênicos e abortos espontâneos Fadiga, náuseas, síncope Orientações sobre as mudanças durante a gravidez Ênfase na OHB e terapia de controle de placa Tratamento dental limitado: Apenas profilaxia dental e emergências Evitar radiografias de rotina Segundo Trimestre Organogênese já está completa e por isso o risco teratogênico é baixo A mãe se sente bem Tratamento eletivo está liberado (controle ativo de doenças orais) OHB e CPP Evitar radiografias de rotina, usar somente se necessário Terceiro Trimestre Não há risco para o feto, mas a grávida pode ter desconforto Fazer as consultas com o posicionamento adequado (evitar síndrome hipotensiva) É seguro realizar um tratamento dental de rotina Anestesia Local Todos os sais anestésicos atravessam facilmente a “barreira placentária” AL com vasoconstritor retarda a sua absorção (↑toxicidade, ↓duração) Quanto maior a % de ligação proteica, maior o grau de proteção ao feto IDEAL: Lidocaína 2% com epinefrina 1.100.000 (máximo de 2 tubetes) ou 1:200.000 (máximo de 4 tubetes); a Articaína também pode ser utilizada Mepicaína NÃO pode ser utilizada em gestantes (metabolização muito lenta, bradicardia fetal – esta última também podendo ser causada Bupivacaína) Prilocaína também deve ser evitada, pois como gestantes geralmente têm anemia, o risco de causar metemoglobinemia no feto (e na gestante) é maior Preferir anestésico tópico de Lidocaína Controle de Ansiedade Tranquilização verbal ou outros métodos de condicionamento psicológico Evitar o uso de medicamentos e não usar fitoterápicos sedativos (não há estudos) TODA mulher em idade fértil deve ser considerada GRÁVIDA, até que se prove o contrário! Para evitar a hipotensão ortostática, a paciente deve ficar na posição semi- inclinada e, ao término da sessão, mantê-la sentada de 4 a 5 minutos Sedação com N2O/O2 é mais segura a partir do 2º trimestre Lactantes Tomar cuidado com antibióticos: A microbiota intestinal do bebê ainda não consegue metabolizar os antibióticos A Lidocaína 2% também é segura em lactantes {Diabéticos} Grupo de doenças metabólicas, com etiologias diversas, caracterizado por hiperglicemia, que resulta de uma deficiente secreção de insulina pelas células β, resistência periférica à ação da insulina, ou ambas Glicemia ideal: Abaixo de 100, ou seja, em torno de 70 a 94mg/dL e máximo de 140 para os mais idosos Atendimento Odontológico Anamnese bem dirigida Verificar se o paciente está compensado: Acompanhamento médico, complicações recentes, último exame de glicemia, xerostomia, polidipsia, poliúria ou polifagia Antes de atender um paciente diabético, deve-se sempre medir a glicemia – de preferência quando o paciente estiver desestressado (1ª consulta) Se precisar realizar atendimentos de maior duração (endo de molar, preparo protético) ou procedimentos que provoquem limitação de função (exodontia), deve-se fazer o ajuste do regime alimentar no pré e no pós-op, além da dose da insulina: Tudo isso para prevenir a hipoglicemia Diabéticos NÃO PODEM usar AINES, pois eles reagem com os hipoglicemiantes Deslocamento dos hipoglicemiantes orais do local de ligação às proteínas plasmáticas - HIPOGLICEMIA Controle de Ansiedade Sedação consciente com N2O/O2 BDZP Tratamento de Diabético Não-Compensado Eliminar focos de infecção: A infecção torna difícil o controle da glicemia {Asmáticos} O anestésico local não causa muito problema, mas o CD deve tomar cuidado com AINES e sulfitos Fatores desencadeadores de crise: Situações de estresse, fatores inespecíficos, inalação de ar frio ou irritantes, exposição a alérgenos específicos, ingestão de medicamentos Fatores psicológicos podem agravar a crise Tratamento Odontológico Evitar estresse Compensados e Não-Compensados: Não há restrição quanto à presença ou ao tipo de VC no anestésico local! Sedação com N2O/O2, Midazolam 7,5mg ou Diazepam 5mg Evitar estímulos dolorosos e odores irritantes Solicitar ao paciente que traga às consultas seu aerossol broncodilatador Anestesia profunda com VC Anestesia Local PREVALÊNCIA DE ALERGIA A SULFITOS Prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/mL (cirurgia) Mepivacaína 3% sem vasoconstritor (procedimentos mais simples) {Doença Renal Crônica} Diminuição da filtração glomerular Diminuição da eritropoietina (↓ na produção de hemácias – ANEMIA) Disfunção das plaquetas (↑sangramento) Alterações imunológicas (imunossupressão): Candidíase, gengivite, úlceras Atendimento Odontológico Se o paciente faz hemodiálise, o atendimento deve ser feito no DIA SEGUINTE À HEMODIÁLISE Se o atendimento for feito antes, o sangue já vai estar em um nível extremamente tóxico Anestésico: Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 (sempre na menor dose possível); a Articaína também pode ser utilizada (metabolismo mais leve) NÃO USAR AINES (vasoconstrição renal) Antibióticos e ansiolíticos: Dose deve ser ajustada pelo médico BDZP: Sem ajuste de dose, mas tomar cuidado Usar medidas locais para controle de sangramento {Doença Hepática} Cirrose, hepatite: Não há contra-indicação ao uso de N2O/O2 NENHUM BDZP deve ser prescrito (metabolismo no fígado) Anestésico: Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 (Lidocaína também) Analgésico: Dipirona (Paracetamol NÃO) Antibiótico: Penicilina (é excretada in natura, não passa pelo metabolismo no fígado) Corticóide: Dose única NÃO PODE USAR AINES {Hipertireoidismo} Produção excessiva de hormônios da tireoide Perda de peso, insônia, sudorese, nervosismo, fadiga, taquicardia, tremores, exoftalmia Quando controlado: Diazepam 5mg, Midazolam 7,5mg ou Lorazepam 1 a 2mg; AL com vasoconstritor Quando NÃO controlado: CONTRA INDICAÇÃO ABSOLUTA ao tratamento odontológico; em caso de URGÊNCIA, usar AL com felipressina {Porfiria Hepática} Anestesia: Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000 (metabolismo hepático mais leve), talvez Articaína Mepivacaína e Lidocaína são contra-indicadas! {Alterações Cardiovasculares} Hipertensão, doença cardíaca isquêmica (angina, IAM), ICC, anormalidades das válvulas cardíacas, arritmias cardíacas Hipertensão: PA normal: 120/80 Hipertensão 1: 140-159/90-99 o Medir a PA por 3 sessões consecutivas (confirmar depois de 5 minutos) o Controle da Ansiedade: N2O/O2 durante o atendimento Alprazolam 0,75mg – 45 minutos antes (preferir esse, pois reduz a PA) Midazolam 7,5mg – 30 a 45 minutos antes Lorazepam 1mg – 2h antes o Anestésico Felipressina 0,03UI/mL (máximo de 3 tubetes) Epinefrina 1:100.000 (máximo 2 tubetes) Epinefrina 1:200.000 (máximo 4 tubetes) Hipertensão 2: 160-179/100-109 o Atendimento ideal em ambiente hospitalar o Medir novamente a PA após 5 minutos, se ainda estiver elevada, encaminhar para avaliação médica o Tratamento de rotina após controle da PA o Até 110/180: Avaliar o caso, remover a dor o Anestésico: Prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/mL (máximo de 2 tubetes, procedimento rápido) Hipertensão 3: 180/100 Riscos: o Diastólica acima de 95: ↑ chance de problemas nas aa. Coronárias o Sistólica acima de 160: ↑ chance de AVC Aferir a PA e FC de TODOS os pacientes na primeira consulta (e em TODAS as sessões dos pacientes com alterações cardiovasculares) Para aferir, o paciente não pode estar de barriga cheia, ter praticado exercícios, ter ingerido café ou álcool, ter fumado nos últimos 30 minutos (o paciente pode descansar por 5 ou 10 minutos em um ambiente calmo) DC Isquêmica (Angina ou IAM – o ideal é que tenha ocorrido a mais de 6 meses) Deve ser utilizado AL com vasoconstritor (se limitar a 2 tubetes por sessão) Tratamento e anestesia local: Pacientes sem limitação de atividade física rotineira para o seu trabalho Controle de Ansiedade: Midazolam 7,5mg, Diazepam 5mg ou Lorazepam 1 a 2mg Anestésico: Com felipressina 0,03UI/mL ou epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 Cardiopata compensado: o Mínimo de 4 a 6 semanas após o IAM o 3 meses após cirurgia de revascularização o Angina estável Evitar a posição supina em pacientes com ICC Para procedimentos que envolvam sangramento em pacientes que usam anticoagulantes e antiagregantes plaquetários, entrar em contato com o médico para verificação do tempo de coagulação