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Reconstrução cutânea Introdução - Os tumores/neoplasias são as causas mais frequentes de ocorrer; - Traumas com perdas extensas de pele também exigem reconstrução cutânea. - Primeira tentativa: sutura de aproximação; - Grandes tumores > apenas retirar e suturar de forma convencional, não consegue aproximar a pele; - Sempre que retirar o tumor com características malignas, precisa retirar com margem de segurança: Células acometidas pelo tumor podem estar ao redor da neoplasia; Padrão: no mínimo 3 centímetros de distância da incisão. Princípios da reconstrução cutânea - Técnicas de alívio de tensão; - Retalhos cutâneos; - Enxertos cutâneos. Alívio de tensão: - Lavagem abundante do tecido + desbridamento do tecido morto + aproximação convencional da pele; - Linha de sutura fica tensa > incisões para aliviar a tensão > cicatriza por segunda intenção; - Sutura de escolha geralmente é o colchoeiro vertical. Incisões de alívio de tensão paralela ao local. Enxertos x Retalhos: - Enxerto = tecido de pele livre de comunicação com seu leito doador; - Retalho = porção de tecido de pele em que se traciona e cobre o local que há necessidade, tendo uma comunicação da base do tecido, ou seja, tem uma comunicação com o local em que se retirou. Decisão entre o enxerto e o retalho: - Localização da lesão; - Lesões muito distais geralmente se opta por enxerto, pois fazer retalho nessa região é muito complexo; - Quando se há lesões acima da articulação do joelho e do cotovelo, opta-se pelos retalhos. - Região de joelho, em que há muito movimento, não é adequado para promover enxertia; - Um dos princípios da enxertia é o pós-operatório. Enxertos cutâneos Definição - É um segmento da epiderme e da derme que é completamente removido do corpo e transferido para o local receptor; - Sua sobrevida nesse local depende do desenvolvimento de uma nova irrigação sanguínea > se não for revascularizada, a pele morre. Indicações - Impossibilidade de reconstrução por justaposição ou retalhos. Classificação - Auto-enxertos (mesmo animal); - Homo ou aloenxertos (mesma espécie); - Hetero ou xenoenxertos (espécies diferentes) > curativo biológico. Espessura total e parcial: - Espessura total/completa: todas as camadas da derme e epiderme; - Parcial: enxertos finos, médios e espesso. · Precisa de um dermátomo (instrumental). Enxerto de espessura total: - Geralmente feito com malhas (pequenas incisões no enxerto) para drenar o exsudato; - Muito comum haver o acúmulo de líquido entre a pele e o enxerto > perda da aderência da pele; - Locais da malha de contraem, cicatrizam e cresce pelo. Fases da revascularização dos enxertos - Pele vai passando por fases; - Inosculação, crescimento e penetração de novos vasos; - Vasos do leito se inosculam (abrem), aderindo ao leito do doador e iniciam um processo de revascularização do leito. Leitos não indicados - Ossos, cartilagens, tendão ou nervo; - Feridas infectadas, tecidos esmagados, tecido de granulação antigo e úlceras crônicas. Preparo do leito - Curativo Tie Over > várias suturas ao redor da pele com fio grosso, coloca material para compressão da ferida e amarra. Preparo do leito receptor: - Trata a ferida por segunda intenção; - Deixa crescer um tecido de granulação; - Cirurgia para enxertia. - Local mais comum para coletar a pele para doar é a região lateral do tórax > sobra de pele grande e consegue tracionar suturando adequadamente, sem ter prejuízo para o paciente. Técnica cirúrgica - Se está trabalhando com tecido de granulação, primeiro desbrida (passa o bisturi para deixar a pele viva/sangrante novamente para receber o enxerto); - Faz uma boa hemostasia > acúmulo de hematoma impede a revascularização do enxerto; - Prepara o leito receptor, cobrindo com uma gaze úmida com solução fisiológica para hidratar o local e procede a coleta do leito doador; - Mensura o tamanho do leito com régua ou papel autoclavável; - Após a coleta da pele, coloca em uma cuba estéril com solução fisiológica estéril, fazendo a síntese da retirada de pele; - Retira o tecido subcutâneo da pele com o bisturi > impede a revascularização e inosculação dos vasos; - Faz a malha na pele; - Posiciona, fazendo pontos simples isolados ao redor da região; - Curativo: recobrir com camada de pomada, colocando gaze, ataduras, algodão ortopédico e outra atadura; - Tala para o animal não movimentar o membro. Cuidados pós-operatórios - Imobilização; - Curativos acolchoados; - Antibioticoterapia; - AINEs; - Troca de curativo deve ser feita a cada 48h com um médico veterinário > última atadura, gase tem que estar embebida com solução fisiológica para que, ao retirar a gaze, não retire o enxerto junto. Complicações pós-operatórias - Principal: isquemia > separação do enxerto a partir do leito receptor; - Infecção: antibioticoterapia; - Presença de movimentos (imobilização do membro e troca de curativos). Aspectos esperados Retalhos cutâneos Classificação - Tem uma base que comunica; - Subdérmica (pequenos vasos); - Padrão axial (artéria e veia, vascularizando o retalho). Retalhos subdérmicos - Em avanço; - Rotacionais; - Transposição; - Interpolação; - Em bolsa ou dobradiça; - Tubulares. Avanço em U/Unipediculados: - Situação em que se tira uma neoplasia/tumor e aumenta a incisão de pele no sentido contrário, fazendo uma divulsão e traciona a pele para a região; - Base vascularizada é o que vai nutrir o local; - Chance de um retalho sobreviver é muito maior que um enxerto cutâneo. - Precisa preservar ao máximo a vasculatura que irá nutrir a região de enxertia. Plastia em H: - São dois avanços em U, fica em formato de H; - Muito utilizada em neoplasias cutâneas torácicas. Transposição: - Faz uma angulação de 90° para o local. Retalho rotacional: - Pequeno giro da pele. Retalho em bolsa: - Raramente utilizado; - Exige muito do tutor e do veterinário; - Causa muito desconforto para o paciente; - Incisão em pele tubular; - Faz a sutura na região, deixando 14/15 dias; - Faz o corte, fazendo uma sutura novamente. Retalho tubular: - Raramente utilizado; - Faz-se um tubo na pele no paciente, esperando 14 dias; - Após os 14 dias, faz uma incisão, gira a pele até o leito doador; - Sutura e espera mais 14 dias para retirar o tubo de pele. Retalhos de padrão axial - Escolhe uma artéria que irá irrigar o local. Pontos críticos da cirurgia - Delicadeza; - Hemostasia delicada; - Bordos; - Extensão do retalho > quanto mais extenso o retalho, mais chance de necrose na região distal dele; · É comum ter uma porção de necrose, mas não tanto. Manejo de feridas Classificação das feridas Densidade bacteriana: - Limpas: até 4 horas; - Baixa contaminação: até 8 horas; - Contaminadas: 8 a 12 horas; - Sujas: acima de 12 horas de ocorrência. Apresentação clínico-cirúrgica: - Fechadas (abrasões, ralados); - Abertas: · Lacerativas > grandes perdas de pele; · Incisas > promovidas por material perfurocortante; · Punctórias. Tipos de cicatrização Primeira intensão: - Bordos suturados e alinhados, sem contaminação. Segunda intensão: - Feridas com mais de 8-12 horas; - Tratar a ferida, esperar descontaminar e cicatrizar sozinha. Terceira intensão: - Trata-se por segunda intensão, e após, realiza-se a plastia (sutura). Princípios gerais para o tratamento de feridas - Tranquilização ou anestesia geral do paciente; - Tricotomia e limpeza local (muito importante) > água e sabão! - Lavagem com NaCl 0,9% + PVPI ou Clorexidine degermante (pressão); - Debridamento da ferida > retirar tecidos mortos, desvitalizados. - Se a ferida tem menos de 8 horas > tratar por primeira intensão; - Segue-se este procedimento e realiza-se a síntese; - Feridas por mordedura ou arranhadura não devem ser fechadas por primeira intensão! - Não utilizar água oxigenada (cáustica) e álcool (ardência). Antibioticoterapia: - Utilizar em feridas contaminadas; - Ferida limpa: não utilizar, desde que o proprietário seja cuidadoso; - AINEs + colar elisabetano. Oclusão ou não da ferida: - Deve-se ocluir quando hánecessidade de reduzir o acúmulo de fluido e quando há necessidade de formar tecido de granulação; - Troca-se de 1 a 2x por dia. Uso de pomadas: - Várias no mercado; - PHMB, polihexanida; - Vetaglós; - Ragepil; - Dersani.
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