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Sigmund Freud
Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/1912/sigmund-
freud-o-explorador-da-mente
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 214, 01 de Agosto | 2008
Pensadores da Educação
Sigmund Freud, o
explorador da mente
Os estudos do pai da psicanálise provocaram impacto em
várias áreas, inclusive na Educação
Márcio Ferrari
Da antropologia à teoria literária, da
filosofia à ciência política, poucas
áreas do pensamento humano
escaparam à influência do médico
austríaco Sigmund Freud (1856-1939).
A Educação não é exceção. Como o
próprio Freud observou, suas
pesquisas começaram pela
observação da histeria em mulheres,
mas aos poucos foram se deslocando
para a psicologia infantil. 
Um dos motivos da ampla influência
da psicanálise é que seu autor a
desenvolveu em duas vertentes: no
estudo do psiquismo (o conjunto de
processos mentais conscientes e inconscientes) e no do método terapêutico.
Portanto, ao mesmo tempo que abre caminho para um profundo
conhecimento do ser humano, essa ciência tem noção dos limites e das
dificuldades de sua aplicação como cura ou solução. Por isso, tentar fazer uso
prático da psicanálise na escola é perda de tempo. "Muita gente utiliza
diversas teorias na Educação como quem se vale de uma caixa de
ferramentas", diz Leandro de Lajonquière, psicanalista e professor da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. As maiores
contribuições de Freud nessa área estão no conhecimento do
desenvolvimento sexual da criança (leia a reportagem sobre educação sexual)
e no papel da linguagem.
https://novaescola.org.br/conteudo/1912/sigmund-freud-o-explorador-da-mente
/educacao-infantil/4-a-6-anos/assunto-sexo-serio-422865.shtml
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Pelo menos em duas ocasiões, Freud escreveu que Educação, política e
psicanálise são atividades "impossíveis", pois as três lidam com a palavra.
"Mas isso não quer dizer que não há como exercê-las. Temos de ter em
mente que, quando a linguagem é o instrumento, o resultado profissional
nunca é exatamente o pretendido", explica De Lajonquière.
Repressão sexual
As pesquisas que Freud fez sobre linguagem se relacionam a um dos objetos
de estudo da psicanálise, o inconsciente - região psíquica à qual a pessoa não
tem acesso voluntário, mas que se manifesta em sonhos, atos falhos e
sintomas de neuroses e psicoses. O conceito já era estudado por Jean Charcot
(1825-1893), com quem Freud trabalhou. O jovem austríaco, porém, concluiu
que os conflitos da mente tinham origem na sexualidade. 
O cientista chegou a apostar que a escola desempenharia um papel
revolucionário caso abolisse ou atenuasse a função sexualmente repressora
que sempre exercera. Porém, com o tempo ele passou a ver as coisas de
outro modo. Mas advertiu que o sofrimento que a Educação infligia aos
alunos ao lidar com pulsões e afetos sexuais poderia ser, de certa forma,
atenuado. "A pedagogia sempre ignorou a sexualidade, que se manifesta
queira a escola ou não", observa De Lajonquière. 
Freud detectou uma ampla gama de impulsos operando dentro e fora da
libido (energia sexual) do indivíduo desde o nascimento. O contato corporal
com a mãe - sobretudo pela amamentação - a transforma no primeiro objeto
amoroso do ser humano. A descoberta de conexões libidinais e mecanismos
de percepção que emergem durante os primeiros anos de vida levou Freud a
elaborar a teoria do complexo de Édipo - que não é doença, como sugere o
uso deturpado da palavra "complexo", mas um processo universal ao qual
todos estamos sujeitos. 
Simplificadamente, ele refere-se ao desejo sexual dos meninos pela mãe e à
rivalidade com o pai na disputa pelo amor materno. Na menina ocorreria um
processo similar, também relacionado ao vínculo inicial com a mãe. Em
ambos os casos, a superação dessa fase resultaria, entre outras coisas, no
redirecionamento da libido e na internalização da autoridade paterna - etapa
fundamental da formação do superego, uma das três partes do aparelho
psíquico formador da personalidade, juntamente com o ego e o id. 
O id é a parte primal da mente, que contém forças instintivas inacessíveis à
consciência. Já o superego se forma juntando aspectos de censura e ideais
construídos por inf luência dos pais, dos educadores e dos valores
civilizacionais. E o ego representa a razão, a busca de controle e equilíbrio e a
tentativa de defesa contra pulsões agressivas e auto-agressivas.
Sublimação e arte 
Essas três instâncias administram a rede de pulsões de satisfações sexuais e
de morte, que coexistem em todos os seres humanos. Os critérios de cada
um para lidar com elas obedecem às necessidades de autoconservação, de
prevenção do sofrimento e de maximização do prazer. A complexidade do
processo leva à inibição ou à repressão de instintos. Um dos resultados desse
processo é a sublimação, que conduz à produção cultural por uma atividade
psíquica de reelaboração da pulsão do prazer. 
Essas constatações fizeram Freud concluir que não haveria civilização sem
repressão. Mas, para ele, a escola poderia direcioná-la para o lado bom: a
sublimação que leva à produção artística. "Porém, como todo processo
psíquico, esse mecanismo é inconsciente e não pode ser conduzido por uma
programação feita pela escola", explica De Lajonquière. 
Há pelo menos uma observação feita por Freud aos pais que vale para os
educadores: "Nós nos preocupamos demais com os sintomas e muito pouco
com o lugar do qual provêm. E quando criamos os filhos queremos
simplesmente ser deixados em paz, queremos uma 'criançamodelo' sem nos
perguntarmos se isso é bom ou ruim para ela".
Biografia 
Experiências próprias pontuaram sua obra 
Sigismund Schlomo Freud, que passou a assinar Sigmund Freud, nasceu em
1856 em Freiberg, na Áustria, numa família judia de classe média que, três
anos depois, se mudaria para Viena, onde Freud se formou em medicina. Seu
interesse pela pesquisa o levou a estudar neuropatologia em Paris e a se
associar ao médico Joseph Breuer (1842-1925). Casou-se com Martha
Bernays, com quem teve seis filhos. Experiências clínicas e pessoais, como a
morte do pai, foram elaboradas por Freud como teoria psicanalítica e
apresentadas pela primeira vez de modo sistemático no livro A Interpretação
dos Sonhos (1900), ao qual se seguiram Psicopatologia da Vida Cotidiana
(1904) e Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905). A obra de Freud
adquiriu amplitude de temas em Totem e Tabu (1913) e O Mal-Estar na
Civilização (1930). Acuado pelos nazistas, ele mudou-se com a família em 1938
para Londres, onde morreu no ano seguinte.
Os caminhos de Freud
A cura pela palavra e pela livre associação 
Sigmund Freud trabalhou com a intuição dos processos inconscientes nos
estudos clínicos feitos em Paris com o neurologista Jean Charcot, que usava a
hipnose para tratar histeria. Em Viena, ele teve contato com Joseph Breuer,
que cuidou da paciente conhecida como Anna O. Num estado próximo da
MÉTODO HIPNÓTICO Charcot, dando
aula em 
Paris, mostra como conhecer o
inconsciente.
auto-hipnose, ela falava sobre as
primeiras vezes que experimentou os
sintomas de histeria, e só isso reduziu a
incidência e a violência dos surtos. Nos
casos que acompanhou, Freud percebeu
que a relutância em associar idéias, os
silêncios e as dificuldades de pronúncia
indicavam conf lito entre o consciente e o
inconsciente reprimido, geralmente
material de natureza sexual. A psicanálise
surgiu da crença de que trazer à tona
esse teor e tratar dele pela fala seria um
meio de desatar o nó psíquico. Freud
começou então a afirmar a existência da
sexualidade infantil e a necessidade de conhecê-la.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA 
De Piaget a Freud, Leandro de Lajonquière, 256 págs., Ed. Vozes, tel. (11) 3105-7144 , 38,70 reais 
Freud e a Educação, Maria Cristina Kupfer, 104 págs., Ed. Scipione, tel. (11) 3990-1788 , 29,90 reais

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