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RECURSOS NO 
PROCESSO PENAL
ÍNDICE
1. DISPOSIÇÕES GERAIS ....................................................................................................3
2. RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO (RESE) .............................................................6
Cabimento do RESE.............................................................................................................................................................6
Principais Casos de RESE ..................................................................................................................................................7
Características do Recurso em Sentido Estrito ................................................................................................8
3. JULGAMENTO DOS RECURSOS.................................................................................11
4. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ................................................................................14
5. REVISÃO CRIMINAL .....................................................................................................16
6. RECURSO EXTRAORDINÁRIO .................................................................................20
7. CARTA TESTEMUNHÁVEL ......................................................................................... 23
8. HABEAS CORPUS ......................................................................................................... 25
9. APELAÇÃO .................................................................................................................... 27
www.trilhante.com.br 3
1. Disposições Gerais
O recurso é o meio de impugnação da decisão judicial prolatada, é instrumento hábil a 
reformar uma decisão, buscando seu reexame, desde que tenha havido sucumbência, 
necessária ao surgimento do interesse recursal.
No processo penal, o tema é abordado nos arts. 574 ao 580 do Código de Processo 
Penal. Vejamos o art. 574, CPP:
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, 
de ofício, pelo juiz:
I - da sentença que conceder habeas corpus;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime 
ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
Assim, podemos concluir que os recursos, em regra, são voluntários, ou seja, ninguém 
será obrigado a recorrer sem assim desejar. Todavia, podemos verificar que os incisos 
apresentam duas situações em que serão os recursos obrigatórios:
1. sentença que conceder habeas corpus; e
2. sentença que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de 
circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena (ex: legítima defesa).
Importante ressaltar que esses recursos obrigatórios serão interpostos sempre de ofício, 
pelo juiz, ocorrendo então o reexame obrigatório.
Em seguida, temos os arts. 575 ao 577, que assim dispõem:
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem 
seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu 
procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou 
modificação da decisão.
Destarte, podemos extrair do art. 575 que, mediante falha do Estado ou agente que o 
represente, não podem as partes sofrer as consequências, sendo certo que não restarão 
prejudicados os recursos que tiverem seguimento negado ou apresentação intempestiva 
nesta hipótese.
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O disposto no art. 576 é autoexplicativo, sendo certo que o Ministério Público não tem 
a faculdade de desistir de recurso que tenha interposto, ainda que se tenha chegado à 
conclusão posterior de que o réu é inocente.
Por fim, o art. 577 dispõe acerca do sujeito ativo do recurso. Sujeito ativo é aquele que 
deu início ao recurso, o qual poderá ser interposto pelo MP, por quem prestou a queixa, 
ou pelo réu, seu advogado ou defensor público. Ademais, não se admite recurso da 
parte que não tiver interesse na reforma da decisão, ou seja, é preciso que haja interesse 
da parte para recorrer, donde se decorre que réu inocentado não recorre.
Analisaremos o art. 578, que assim dispõe:
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por 
seu representante.
§1º Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na 
presença de duas testemunhas.
§2º A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do 
prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.
§3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos 
os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.
Assim, importante destacar as informações mais importantes deste dispositivo e mais 
suscetíveis de cair em prova.
Primeiramente, a interposição do recurso pode dar-se por petição ou por termo. O 
recurso em sentido estrito pode processar-se de duas formas:
• mediante formação de instrumento, ou
• nos próprios autos.
Nesta segunda opção, a parte assina um termo nos autos logo após a sentença, e esse 
ato de assinatura já significa a interposição do recurso, momento em que será aberto 
prazo para que o recorrente apresente suas razões.
Diante da hipótese de recurso mediante assinatura de termo e não por petição, o escrivão, 
sob pena de suspensão de 10 a 30 dias, deverá proceder à conclusão dos autos ao juiz, 
até o dia seguinte ao último do prazo.
Se o réu, por qualquer razão, não tiver condições de assinar seu nome, o termo será 
assinado por terceiro, mediante sua vontade, na presença de duas testemunhas.
Nesse passo, passemos a analisar os arts. 579 e 580, CPP:
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Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por 
outro.
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, 
mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por 
um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos 
outros.
Inicialmente, temos que Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 
25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não 
sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
o art. 579 prevê uma vertente do princípio da instrumentalidade das formas, que ensina 
que, ainda que o ato processual seja praticado de modo diverso daquele predeterminado 
pela lei, será convalidado pelo juiz caso atinja sua finalidade essencial, isto é, não cause 
prejuízo às partes.
O art. 579 prevê que, mediante erro material e ausência de má-fé, a parte não deverá 
ser prejudicada pela interposição de um recurso por outro, sendo que o tribunal ou o 
próprio juiz, assim que reconhecerem a improbidade do recurso, devem processá-lo de 
acordo com o rito do recurso cabível.
No art. 580 temos a possibilidade de aproveitamento de recurso processual diante da 
hipótese do concurso de agentes. Por exemplo, se João e José foram processados e 
condenados juntos em 1º grau, mas somente o advogado de João recorreu da decisão, 
a decisão de 2º grau valerá para os dois (se for fundada em motivos que não sejam de 
caráter exclusivamente pessoal).
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2. Recursos em Sentido Estrito (RESE)
Cabimento do RESE
O recurso em sentido estrito é a impugnação voluntária do interessado contra decisões 
do juízo de primeiro grau, de forma geral, contra despachos interlocutórios e em situações 
especiais, inclusive contrasentenças, conforme previsto no artigo 581 do CPP.:
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronuncia o réu;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão 
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
VI - (Revogado)
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
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XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A 
destaLei.
Principais Casos de RESE
1) Contra decisão que não receber denuncia
2) Contra decisão que concluir que o juízo é incompetente
3) Contra decisão que pronunciar o réu (júri)
4) Contra decisão que conceder ou negar habeas corpus
5) Contra decisão que mantiver, substituir, revogar ou deixar de revogar medida de 
segurança
Lembre-se que a pronúncia é expediente exclusivo do rito de júri. Encerra a chamada 
primeira fase da ação penal, a partir da qual, uma vez preclusa, o processo avança à fase 
de plenário. Para a pronúncia do/a acusado/a, basta o convencimento da materialidade 
do fato e indícios de autoria (ou participação).
Atenção: da decisão de impronúncia, cabe APELAÇÃO.
Vale lembrar que, muito embora o rol das decisões passíveis de recurso em sentido estrito 
seja taxativo, nada impede a utilização da chamada interpretação extensiva, desde que 
não se desvirtue em demasia a natureza da decisão impugnada.
A interposição do recurso em sentido estrito com suas razões permite ao magistrado a 
reanálise da matéria discutida, possibilidade que se denomina efeito regressivo.
O recurso em sentido estrito tem prazo de cinco dias para interposição, nos termos 
do artigo 586 do Código de Processo Penal, in verbis: “o recurso voluntário poderá ser 
interposto no prazo de cinco dias”.
Uma vez interposto, o juiz o recebendo determinará a intimação do recorrente para 
apresentação de suas razões no prazo de dois dias, a teor do artigo 588 do Código de 
Processo Penal.
De tal sorte, o recurso em sentido estrito se procede em dois momentos distintos: 
o primeiro, para a interposição, consiste na petição na qual há manifestação do 
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descontentamento com a decisão e da vontade de vê-la reanalisada. Vale mencionar 
que a petição de interposição é salutar para se aferir a tempestividade da impugnação! 
Já em segundo momento, devem ser apresentadas as razões do recurso em sentido 
estrito.
Características do Recurso em Sentido Estrito
Seguindo com a compreensão do recurso, teceremos breves comentários sobre os 
artigos subsequentes ao 581 do CPP.
ENDEREÇAMENTO DO RESE
Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV.
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do Tribunal de Apelação.
O “Tribunal de Apelação” mencionado no artigo é o tribunal competente para examinar 
os recursos, o juízo “ad quem”. Nas exceções dos incisos V e X, o recurso é direcionado 
primeiramente ao magistrado que prolatou a decisão impugnada, para então ser 
redirecionado ao tribunal.
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
I - quando interpostos de oficio;
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer 
deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
Os recursos que sobem nos próprios autos são aqueles que suspendem o processo 
enquanto não são resolvidos (efeito suspensivo). Por esse motivo, não há necessidade 
fazer cópia do processo, mas sim de enviar o próprio processo junto ao recurso. Como 
disposto no artigo, isso só acontece em hipóteses específicas.
No parágrafo único temos uma situação em que o recurso sobe em traslado (apartado 
dos autos do processo). Ocorre quando o juiz pronuncia os corréus e qualquer um deles 
se conforma com a decisão (opta por não recorrer) ou quando todos os corréus ainda 
não receberam a intimação da pronúncia.
Quanto às hipóteses em que o RESE deve subir em traslado, o código prevê:
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Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou em 
requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado.
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco dias, e dele constarão 
sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a 
oportunidade do recurso, e o termo de interposição.
Existe uma exceção à irrecorribilidade da pronúncia, apontada no art. 585:
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos 
em que a lei a admitir.
EFEITO SUSPENSIVO
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de livramento 
condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
§1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o 
disposto nos arts. 596 e 598.
§2º O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.
§3º O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da 
metade do seu valor.
As hipóteses do caput tratam de decisão que:
• denega apelação ou a julga deserta;
• decide sobre unificação de penas; e
• converte a multa em detenção ou em prisão simples.
PRAZOS
O recurso em sentido estrito tem prazo de cinco dias para interposição. Uma vez 
interposto, o juiz o recebendo determinará a intimação do recorrente para apresentação 
de suas razões no prazo de dois dias (vide arts. 585 e 588).
OUTRAS CARACTERÍSTICAS
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Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, 
reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem 
necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá 
recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, 
independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo 
até o dobro.
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias da publicação 
da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentrodo mesmo prazo.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos, dentro de 
cinco dias, ao juiz a quo.
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3. Julgamento dos Recursos
Esse é um tema que não costuma ser muito acolhido em provas, então analisaremos 
rapidamente os artigos 609 a 618 do CPP que tratam do assunto. Vejamos:
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou 
turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária.
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-
se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da 
publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à 
matéria objeto de divergência. 
Assim, percebemos três requisitos para os Embargos Infringentes e de Nulidade: decisão 
não unânime, em segunda instância e desfavorável ao réu.
O art. 610 do CPP realmente não costuma ser objeto de questionamento em provas, 
mas basicamente informa o papel do Procurador-Geral, que é o chefe do Ministério 
Público. Assim, é válida sua leitura, mas não existem maiores observações quanto ao 
assunto:
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e nas apelações interpostas 
das sentenças em processo de contravenção ou de crime a que a lei comine pena de detenção, os autos 
irão imediatamente com vista ao procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por 
igual prazo, ao relator, que pedirá designação de dia para o julgamento.
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes, com a presença 
destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo 
prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, 
quando o requerer, por igual prazo.
No art. 612, temos uma exceção a esse capítulo, vez que ele é, de fato, importante para o 
nosso estudo, vez que trata do habeas corpus e do direito de liberdade de locomoção. 
Segundo esse dispositivo, temos que o HC, após designação do relator, deverá ser 
julgado logo na primeira sessão:
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão julgados na primeira sessão
Seguindo a ordem no nosso estudo desta parte do Código de Processo Penal, vejamos 
o disposto no art. 613 do CPP:
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Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em processos por crime a que a lei comine 
pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas pela forma estabelecida no Art. 610, com as 
seguintes modificações:
I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual prazo para o exame do processo 
e pedirá designação de dia para o julgamento;
II - os prazos serão ampliados ao dobro;
III - o tempo para os debates será de um quarto de hora.
Destarte, possível compreender que as apelações de crimes com previsão de reclusão 
deverão ser julgadas de forma similar ao supramencionado art. 610, que trata do 
procurador-geral, ou seja, os autos irão imediatamente com vista ao procurador pelo 
prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá 
designação de dia para o julgamento.
Todavia, diante da maior gravidade dos crimes, surgem algumas modificações, que 
podem ser verificadas nos incisos acima. Contudo, ressaltamos que essas observações 
não costumam ser objeto de questionamento em prova mas, sendo parte da matéria, é 
essencial que a apresentemos.
Art. 614.  No caso de impossibilidade de observância de qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 
613, os motivos da demora serão declarados nos autos.
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.
§1º Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o presidente do tribunal, câmara ou turma, 
não tiver tomado parte na votação, proferirá o voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a 
decisão mais favorável ao réu.
§2º O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo 
de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.
Os artigos 614 e 615 são bem simples e autoexplicativos. O art. 614 diz respeito ao princípio 
da razoável duração do processo, implicando aos julgadores e ao MP a necessidade de 
explicação diante de atraso de suas funções.
O art. 615 diz respeito ao procedimento decisório, sendo certo que será determinada 
a procedência ou improcedência de acordo com a maioria simples de votos, sendo 
o empate decidido pelo presidente do tribunal, câmara ou turma, se este não tiver 
participado da votação. Caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.
Por fim, temos os arts. 616 a 618 do CPP:
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Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a novo interrogatório 
do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências.
Art. 617.  O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no 
que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da 
sentença.
Art. 618.  Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares para o 
processo e julgamento dos recursos e apelações.
Esses artigos também não apresentam maiores problemas interpretativos. O mais 
importante deles é o art. 616, que prevê a possibilidade de, em âmbito de apelação, 
realizar-se novo interrogatório do acusado, testemunhas, e determinarem-se novas 
diligências.
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4. Embargos de Declaração
Agora analisaremos os embargos declaratórios, que estão previstos nos arts. 619 e 620 
do CPP. Vejamos:
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos 
embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença 
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
A parte final do artigo é a mais importante, vez que esse recurso só é cabível mediante 
a presença de um desses quatro vícios (ambiguidade, obscuridade, contradição ou 
omissão). Ademais, atenção ao prazo, que se diferencia do prazo no processo civil, sendo 
aqui, na esfera penal, de apenas dois dias!
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em 
que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.
§1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão, na primeira 
sessão.
§2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o 
requerimento.
 Podemos extrair do art. 620 que os embargos devem atacar especificamente um dos 
quatro vícios supramencionados, devendo apontar exatamente na decisão tal defeito, 
sendo certo que, se não forem preenchidas essas condições, o relator indeferirá desde 
logo o requerimento. Por fim, possível concluir que, assim como no HC, os embargos 
terão prioridade, sendo julgados logo na primeira sessão.
Apesar de trazer o prazo para a oposição dos embargos de declaração, o CPP não traz 
uma regra sobre os efeitos e julgamento dos mesmos. Portanto, utiliza-se analogicamente 
o art. 1.026 do CPC, em decorrência do que é disposto no art. 3º do CPP:
CPP
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de direito.
CPC
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a 
interposição de recurso. 
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Vamos entender agora o que são esses vícios que podem aparecer na sentença.
• Ambiguidade: A ambiguidade surge de questão ou ponto apresentado na sentença que, 
por estar disposto de forma muito ampla, confusa ou pouco objetiva, gera duas ou mais in-
terpretações diversas.Nesses casos, não se sabe qual foi realmente a decisão do juiz sobre 
determinado tópico controvertido pelas partes e, por esse motivo, interpõe-se o embargo.
• Obscuridade: A obscuridade resume-se em uma questão analisada pelo juiz que apre-
senta tamanha confusão, que se torna inviável interpretar o direcionamento tomado pelo 
julgador. É um pouco diferente da ambiguidade porque nesses casos o problema é a falta 
de clareza na decisão para que a mesma seja interpretada, enquanto que o problema da 
ambiguidade é trazer uma amplitude de interpretações.
• Contradição: A contradição é a situação em que o juiz profere uma decisão com pontos 
divergentes e incompatíveis entre si, tornando inviável, por exemplo, a execução da sen-
tença. Nesse caso de contradição, a execução de uma medida impossibilitaria a outra, por 
isso existe a necessidade de revisão da sentença.
• Omissão: A omissão ocorre quando o juiz deixa de analisar determinados pontos que 
foram controvertidos pelas partes, deixando vacante a tutela jurisdicional demandada. Um 
bom exemplo é uma sentença que deixa de analisar o mérito de um pedido trazido na peti-
ção inicial pelo autor ou deixa de apontar qual o valor da causa a ser liquidado.
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5. Revisão Criminal
A revisão criminal é uma ação penal constitutiva, que equivale à ação rescisória cível, e 
tem por finalidade a reparação de eventuais erros judiciários, estando prevista nos arts. 
621 ao 631 do CPP.
A revisão criminal poderá almejar a alteração da classificação do delito, a absolvição do 
acusado, a modificação da pena, a anulação do processo, entre outros. Destarte, por 
óbvio, a revisão criminal tem por objeto o processo findo, ou seja, aquele que já terminou, 
buscando sua revisão.
A revisão criminal pro societate tem cabimento quando ocorrem erros in iudican-
do ou in procedendo em decisão de mérito absolutória transitada formalmen-
te em julgado. Objetiva a desconstituição da sentença favorável ao acusado, 
proferida em desacordo com a lei e/ou com a verdade material dos fatos, em 
prejuízo da sociedade e da própria Justiça.
Ela será admitida (I) “quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso 
da lei penal ou à evidência dos autos; (II) quando a sentença condenatória se fundar em 
depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; (III) quando, após a 
sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância 
que determine ou autorize diminuição especial da pena”, conforme o artigo 621, do 
Código de Processo Penal. Frisa-se que a revisão “pro societate” é vedada no Direito 
Brasileiro.
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. 
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no 
caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
A previsão do art. 622 no tocante à expressão “em qualquer tempo” deve ser compreendida 
de forma abrangente, sendo certo que, ainda que o réu condenado venha a falecer ou 
cumprir integralmente a pena, é cabível a revisão criminal, sendo seu direito o de ver 
reconhecido o erro do Poder Judiciário e o de pleitear indenização perante o Estado.
Ademais, possível verificar, no parágrafo único do referido artigo, que a revisão criminal 
não é instrumento para reiteração de pedido, devendo apresentar novas provas se assim 
o fizer.
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No art. 623, temos a legitimidade ativa da revisão criminal, sendo possível que o pedido 
seja realizado pelo próprio réu ou seu advogado e, no caso de morte do condenado, por 
algum familiar (Cônjuge, Ascendente, Descendente ou Irmão - CADI).
Com efeito, vejamos o que dispõe o art. 624 do Código de Processo Penal:
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele proferidas;
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais casos.
§1º No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Recursos o processo e julgamento obedecerão 
ao que for estabelecido no respectivo regimento interno.
§2º Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado pelas câmaras ou turmas criminais, 
reunidas em sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno. 
§3º Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas criminais, poderão ser constituídos dois 
ou mais grupos de câmaras ou turmas para o julgamento de revisão, obedecido o que for estabelecido 
no respectivo regimento interno. 
Frise-se, nesta matéria, primeiramente, que os Tribunais de Alçada não existem mais, 
vez que o texto do CPP é antigo, mas esse dispositivo se refere aos TJ’s e TRF’s, que 
compõem a 2ª instância no judiciário.
Ademais, é fundamental consultar o Regimento Interno do respectivo tribunal, pois lá 
também se encontram regras da organização interna que dizem respeito à competência, 
mas não deverão ser objeto de provas gerais como a OAB, mas passível de questionamento 
em provas para cargos específicos.
Em todo e qualquer caso, a revisão criminal não poderá ter como relator a mesma 
pessoa que anteriormente tenha atuado no julgamento da apelação ou outro recurso. 
Essa é a exegese que se extrai do art. 625 do Código de Processo Penal, segundo o qual:
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como relator 
um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo.
§1º O requerimento será instruído com a certidão de haver passado em julgado a sentença condenatória 
e com as peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos.
§2º O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se daí não advier dificuldade à 
execução normal da sentença.
Diante da decisão de procedência da revisão, pode o Tribunal alterar a classificação da 
infração (ex: transformar um roubo em furto) ou absolver complemente o réu. Além 
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disso, é possível ainda modificar a pena ou anular completamente o processo, sendo, 
contudo, impossível agravar a pena imposta no processo de revisão (vedação ao instituto 
da reformatio in pejus), conforme disposto no art. 626 do CPP.
Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude da 
condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de segurança cabível.
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares 
para o processo e julgamento das revisões criminais.
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condenatória, o juiz mandará juntá-la 
imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da decisão.
Diante da absolvição, a revisão implica o restabelecimento de todos os direitos perdidos 
em virtude da condenação, sendo certo que cabe ao tribunal impor as medidas de 
segurança cabíveis. Nesse passo, os próprios regimentos dos Tribunais de Apelação 
devem estabelecer as normas procedimentais para o julgamento das revisões criminais, 
devendo o acórdão que cassar a sentença condenatória ser juntado o mais rápido 
possível aos autos originais para que se cumpra a nova decisão.
Art. 630.  O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização 
pelos prejuízos sofridos.
§1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver 
sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva 
justiça.
§2º A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como 
a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa,cuja condenação tiver de ser revista, o presidente 
do tribunal nomeará curador para a defesa.
Como mencionado anteriormente, o art. 630 prevê a possibilidade de indenização 
pelo erro do Estado. Assim, o tribunal poderá reconhecer, mediante requerimento do 
interessado, o direito à reparação de danos diante dos prejuízos sofridos, vez que uma 
sentença condenatória acaba por acarretar diversos problemas na esfera individual do 
indivíduo.
Diante do reconhecimento do direito à indenização, que será liquidada no juízo cível, 
responderão a União (Justiça Federal) ou o Estado, Distrito Federal ou Território (Tribunal 
de Justiça Comum).
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Nesse passo, importante ressaltar as disposições do parágrafo segundo do 630, que 
dispõe acerca da desnecessidade de indenização mediante erro do próprio condenado, 
como uma confissão ou ocultação de prova em seu poder e o caso de acusação 
meramente privada (ex: crime contra a honra).
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6. Recurso Extraordinário
O Capítulo VIII do Código de Processo Penal trata do recurso extraordinário em âmbito penal. Vejamos:
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os 
autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução da sentença.
Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial serão processados e julgados no Supremo Tribunal 
Federal e no Superior Tribunal de Justiça na forma estabelecida por leis especiais, pela lei processual civil 
e pelos respectivos regimentos internos.
O recurso extraordinário combate decisões que vão de encontro à Constituição Federal, 
sendo julgado e processado no STF (Supremo Tribunal Federal). Esse recurso, conforme 
o art. 637 citado acima, não possui efeito suspensivo, isso quer dizer que a sentença 
proferida da qual se recorre começa a ser executada ainda que o recurso esteja em 
julgamento. Essa execução da pena é legitimada também diante da decisão do STF 
sobre a constitucionalidade da prisão em segunda instância (ainda que sem repercussão 
geral).
Em redação anterior, o art. 638 previa somente o julgamento do recurso extraordinário 
pelo STF, sujeito ao regulamento interno do tribunal. Entretanto, a Lei 13.964/19 fez 
algumas alterações no CPP, incluindo o art. 638.
Tanto o recurso extraordinário (STF) quanto o recurso especial (STJ) passam a respeitar 
a forma estabelecida em leis especiais, o cpc e também pelos regimentos internos. 
Basicamente, a alteração dá ao cpc e às leis específcas a premissa de versar sobre os 
procedimentos de julgamento desses recursos nos tribunais superiores.
Quanto ao regimento interno do STF,  é possível observar a presença de regras 
procedimentais importantes para o andamento do Recurso Extraordinário. Primeiramente, 
vale destacar que um Recurso Adesivo pode ser proposto juntamente ao RExt pela 
parte recorrida, sendo processado dependendo da admissibilidade do recurso principal.
Regimento Interno do STF (RISTF)
Art. 321
§1º Se na causa tiverem sido vencidos autor e réu, qualquer deles poderá aderir ao recurso da outra parte 
nos termos da lei processual civil.
§2º   Aplicam-se ao recurso adesivo as normas de admissibilidade, preparo e julgamento do recurso 
extraordinário, não sendo processado ou conhecido, quando houver desistência do recurso principal, ou 
for este declarado inadmissível ou deserto.
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Além disso, o RISTF (Art. 322) traz a necessidade de matéria de repercussão geral para 
a análise do recurso. A repercussão geral é considerada a existência de questão que 
ultrapasse os interesses subjetivos das partes, possuindo relevância do ponto de vista 
econômico, político, social ou jurídico.
O Presidente do Tribunal pode se manifestar sobre a repercussão geral por meio 
eletrônico, encaminhando a sua opinião aos demais Ministros que, no prazo comum de 
20 dias, também se manifestarão sobre a questão da repercussão geral. Vale ressaltar 
que, se o prazo se esgota sem manifestações suficientes para a recusa do recurso, ele 
será reputado como de repercussão geral.
RISTF
Art. 324. Recebida a manifestação do(a) Relator(a), os demais Ministros encaminhar-lhe-ão, também por 
meio eletrônico, no prazo comum de vinte dias, manifestação sobre a questão da repercussão geral.
§1º  Decorrido o prazo sem manifestações suficientes para recusa do recurso, reputar-se-á existente a 
repercussão geral.
A presunção de repercussão geral trazida pelo art. 324 do regimento não se aplica 
quando o relator declarar que a matéria trazida é infraconstitucional, sendo aplicável o 
disposto no Art. 1.033 do CPC.
CPC
Art. 1.033.  Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no 
recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á 
ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
Ademais, entende-se que a recusa do recurso pode ser embargada, mas não recorrida. 
Além disso, a decisão que nega o recurso por falta dos requisitos mínimos deve cumprir 
com o princípio da publicidade:
RISTF
Art. 326. Toda decisão de inexistência de repercussão geral é irrecorrível e, valendo para todos os recursos 
sobre questão idêntica, deve ser comunicada, pelo(a) Relator(a), à Presidência do Tribunal, para os fins do 
artigo subsequente e do art. 329.
Art. 327. A Presidência do Tribunal recusará recursos que não apresentem preliminar formal e fundamentada 
de repercussão geral, bem como aqueles cuja matéria carecer de repercussão geral, segundo precedente 
do Tribunal, salvo se a tese tiver sido revista ou estiver em procedimento de revisão.
§2º Da decisão que recusar recurso, nos termos deste artigo, caberá agravo.
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Art. 329. A Presidência do Tribunal promoverá ampla e específica divulgação do teor das decisões sobre 
repercussão geral, bem como formação e atualização de banco eletrônico de dados a respeito.
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7. Carta Testemunhável
De acordo com Guilherme de Souza (2014), a carta testemunhável “cuida de um recurso 
peculiar, destinado a provocar o processamento ou o conhecimento de outro recurso, 
para que este possa ser devidamente encaminhado à instância superior (arts. 639 a 646, 
CPP).”
Nesse sentido, podemos dizer que é uma espécie de recurso, e que tem por finalidade 
o reexame da decisão que denega ou não dá seguimento a outro recurso interposto, 
ou seja, será instrumento para garantir o prosseguimento de outro recurso, conforme 
expressa o artigo 639 do Código de Processo Penal, verbis:
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: 
I - da decisão que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.
Assim, a motivação pela qual se denega o recurso, ou a razão para obstaculizar o 
seguimento ao recurso interposto – seja pela falta de interesse de agir, pela ilegitimidade 
de parte ou pela intempestividade – não impede o recebimento da carta testemunhável, 
que será admitida sempre que estiverem presentes as hipóteses descritas na legislação 
processual penal, conforme acima indicadas. A respeito disso, Guilherme de Souza 
(2014), ainda menciona que:
“Se o juiz obstar o prosseguimento do recurso em sentido estrito ao tribunal, sem amparo legal a tanto, 
cabe à parte interessada interpor carta testemunhável. Esta é utilizada quando não houver outro recurso 
cabível. Ex.: se o magistrado indeferir o processamento de apelação, cabe recurso em sentido estrito (art. 
581, XV, CPP), logo, inexiste razão para interpor carta testemunhável. Porém, se indeferir o processamento 
de recurso em sentido estrito, o caminho é a carta”.
A competência para julgar a carta testemunhável é do Juízo ad quem ao qual seria 
remetido o recurso, se este fosse provido e remetido.
Os arts. 640 a 642 do Código de Processo Penal trazem os aspectos formais que a carta 
testemunhável terá. Primeiramente a carta testemunhável serárequerida ao escrivão ou 
ao secretário do respectivo Tribunal no prazo de 48 horas a contar da data do despacho 
que denegar o recurso. O requerente indicará as peças que serão remetidas.
A carta testemunhável é interposta ao servidor da justiça por ser um recurso anômalo. 
Ora, seria ineficiente a apreciação da carta pelo próprio Juiz que denegou, ou não remeteu 
o recurso, podendo isto importar inclusive interposições seguidas, não se atingindo a 
eficiência, como assevera o professor Guilherme Nucci:
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“Justifica-se a interposição ao servidor da justiça, pois é um recurso anômalo, visando ao combate da 
decisão que não permite o recebimento ou o seguimento de outro recurso de uma das partes. Seria, 
pois, inócuo apresentar a carta diretamente à autoridade que negou a interposição do primeiro recurso. 
Poderia fazê-lo de novo, denegando-lhe seguimento, o que iria provocar uma interposição após outra, sem 
solução. Encaminha-se, então, ao escrivão ou secretário do tribunal, conforme o caso, para que este envie a 
carta ao tribunal competente a analisa-la, sob pena de responsabilidade funcional.” (NUCCI, Guilherme de 
Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.)
Impende gizar que o escrivão ou secretário que se negar a dar o recibo, ou deixar de 
entregar a carta, sofrerá punição de suspensão de 30 (trinta) dias. Em caso extremo do 
testemunhante não ser atendido, este poderá fazer reclamação ao presidente do Tribunal 
ad quem, que evocará os autos para julgá-los, e restará aos responsáveis penalidades.
Faz-se mister ainda atentar-se ao fato de que a carta testemunhal, uma vez conhecida, 
seguirá o trâmite destinado ao recurso a que a dita carta visa provimento. Caso seja 
recurso em sentido estrito, observará o disposto nos arts. 588 a 592, caso seja recurso 
extraordinário, seguirá o procedimento destinado a esse nos arts. 637 e 638 do CPP etc.
Uma vez julgada a carta testemunhável pelo tribunal, câmara ou turma, mandar-se-á que 
o recurso seja processado, ou, caso a carta esteja suficientemente instruída, decidir-se-á 
de logo, de meritis (quanto ao mérito), conforme o entendimento do art. 643 do CPP.
Por fim, cabe ainda ressaltar que, conforme o art. 646 do CPP, a carta testemunhável não 
terá efeito suspensivo.
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8. Habeas Corpus
A expressão habeas corpus significa “apresente o corpo”. Ele é uma garantia constitucional 
que tutela a liberdade de locomoção. Assim, o habeas corpus é um remédio constitucional 
cabível sempre que alguém tiver sofrendo constrangimento ilegal no seu direito de ir e 
vir, ou quando estiver na iminência de sofrer tal constrangimento.
Preceitua o art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal que, “conceder-se-á habeas-
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.
Nesse passo, vejamos os arts. 647 e 648 do CPP:
Art. 647.  Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência 
ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648.  A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade.
Assim, possível verificar primeiramente que o HC não será possível em casos de punição 
disciplinar, o que pode ocorrer, por exemplo, no âmbito de um quartel militar.
Importante dizer que o HC não é um recurso, embora o Código de Processo Penal o 
enquadre como tal. Isso porque a utilização de recursos pressupõe uma decisão não 
transitada em julgado, e o remédio constitucional em questão pode ser impetrado a 
qualquer momento, ainda que esgotadas todas as instâncias.
Além disso, ele pode ser impetrado tanto contra decisão judicial, quanto contra ato 
administrativo, bastando que haja a ameaça ou a violência ao direito de ir e vir de 
determinada pessoa.
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Art. 650. (...)
§1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de autoridade judiciária de 
igual ou superior jurisdição.
§2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, dos responsáveis por 
dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento 
nos prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitação ou de depósito do alcance 
verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.
Diante do art. 650, podemos concluir que a competência do HC será sempre para a o 
agente hierarquicamente superior, ou seja, se o delegado decretar a prisão, o HC será 
direcionado ao juiz. Se este decretou a prisão, o HC será direcionado ao Tribunal de 
Justiça, etc.
Ademais, importante atentar-se ao parágrafo segundo, que representa a segunda 
exceção de HC, vez que, além da prisão militar, ele não será cabível diante de prisão 
administrativa cuja causa envolver valores pertencentes à Fazenda Pública.
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9. Apelação
A Apelação, em regra, é o recurso cabível nos casos em que forem proferidas Sentenças 
Judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo, no prazo de 5 (cinco) 
dias. Desta forma, não é cabível o Recurso de Apelação para atacar os despachos de 
mero expediente, inclusive pelo fato de eles serem sempre irrecorríveis, e, via de regra, 
também não é cabível a Apelação para atacar Decisões Interlocutórias.
O rol de hipóteses de Apelação consta no art. 593 do CPP, sendo considerado pela 
doutrina e jurisprudência como meramente exemplificativo. Vejamos:
(I) SENTENÇAS DEFINITIVAS DE CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO PROFERIDAS POR 
JUIZ SINGULAR (ART. 593, I, CPP)
Será cabível o recurso de Apelação quando o Magistrado vir a proferir sentença 
condenando ou absolvendo o réu. Estes dois tipos de sentença são consideradas 
definitivas, já que resolvem o mérito da causa.
As disposições referentes às sentenças condenatórias e absolutórias estão previstas no 
art. 386 e 387 do CPP, no caso de rito comum ordinário e sumário, bem como no art. 492, 
I e II, do CPP, no caso de rito do Tribunal do Júri.
(II) DECISÕES DEFINITIVAS, OU COM FORÇA DE DEFINITIVAS, PROFERIDAS POR JUIZ 
SINGULAR NOS CASOS NÃO PREVISTOS NO CAPÍTULO ANTERIOR (ART. 593, II, CPP)
Esta hipótese de Apelação é chamada de residual, pois ocorre todas as vezes que o 
Juiz resolver uma questão definitiva ou com força de definitiva e que não era caso de 
Recurso em Sentido Estrito.
(III) DECISÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI, QUANDO (ART. 593, III, CPP) ...
a) Ocorrer nulidade posterior à pronúncia (art. 593, III, a, CPP): esta hipótese de Apelação 
relaciona-se às nulidades relativas, tendo em vista que as nulidades absolutas podem ser 
alegadas em sede de apelação mesmo que tenham ocorrido antes da pronúncia.
b) For a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados 
(art. 593, III, b, CPP): no Tribunal do Júri, o Juiz Presidente está adstrito à decisão 
dos jurados em matéria de mérito. Em caso de descumprimento, seja da decisão do 
Conselho de Sentença, seja de previsão legal, caberá Recurso de Apelação com base 
nesta alínea. Também será cabível a Apelação com base nesta hipótese se a sentença do 
Juiz Presidente for contrária à lei expressa.
c) Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança 
(art. 593, III, c, CPP): nesta hipótese, o Juiz Presidente, após a deliberação dos jurados, 
aplicou a pena de forma incorreta, ou seja, houve um erro no quantum ou na qualidade 
da pena que deveria ter sido imposta ao condenado.
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d) For a decisão dosjurados manifestamente contrária à prova dos autos (art. 593, III, 
d, CPP): esta hipótese somente ocorrerá no caso de existir uma contradição gritante 
entre a decisão dos jurados e as provas trazidas aos autos. Ou seja, existe um completo 
descompasso entre a decisão dos jurados e as provas produzidas dentro do processo. 
Esta hipótese tem como razão de existir o fato de que a soberania dos veredictos no júri 
NÃO é tida de forma absoluta!
Na Apelação, com base neste inciso, deve-se pedir a nulidade do feito, devendo haver a 
realização de um novo julgamento e com novos jurados, nos termos da Súmula 206 do 
STF e do art. 593, § 3º, do CPP. Vale lembrar o teor da súmula e do dispositivo:
Súmula 206 do STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou 
em julgamento anterior do mesmo processo.
Art. 593. III, d, §3º. Se a apelação se fundar no nº III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer 
de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para 
sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.
Com efeito, vejamos as disposições do art. 600, CPP:
Art. 600.  Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias 
cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três dias.
§1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público.
§2º Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do 
parágrafo anterior.
§3º Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.
§4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior 
instância serão os autos remetidos ao tribunal ‘ad quem’ onde será aberta vista às partes, observados os 
prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial. 
Assim, conforme ensinando anteriormente, o apelante terá prazo de 5 (cinco) dias para 
interpor a apelação, informando ao juízo que deseja recorrer da decisão, após esse prazo 
inicial ele terá mais 8 (oito dias) para apresentar as razões de reforma da sentença.
Os parágrafos 1º ao 3º são autoexplicativos. Assim, importante explicar o que o texto do 
parágrafo 4º quer dizer: se, por exemplo, num processo na cidade de Sertãozinho, interior 
de São Paulo, eu apresento o termo de apelação dentro do prazo de 5 dias, na própria 
comarca de Sertãozinho, eu posso pedir para que o juiz remeta os autos ao Tribunal de 
Justiça, e somente quando o TJ-SP me intimar, iniciar-se-á o prazo de 8 (oito) dias para 
apresentação das razões de apelação.
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Prazos Importantes
Interpor Recurso: 5 dias
Razões do Recurso: 8 dias
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