Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução Neoplasia – proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma na qual as células perdem a capacidade de se diferenciar em consequência de alterações nos genes que regulam o crescimento e a diferenciação celular. O que é um tumor? É um crescimento anormal de células em qualquer (aumento de volume, de massa). Enquanto o câncer é algo maligno, que se espalha pelo, o tumor é algo benigno, uma “massa” bem delimitada (diferenciado), que não desenvolve metástase e pode ser facilmente removida (na maioria). Definições Proto-oncogenes – genes que codificam proteínas que estimulam a proliferação e diferenciação em células normais (ajudam as células a crescer, aumento de proliferação celular). Oncogenes – PO alterados presentes em células tumorais (Quando um proto-oncogene sofre mutações ou existem muitas cópias dele, torna-se um gene "ruim", que pode ficar permanentemente ligado ou ativado quando não deveria ser assim). Crescimento desenfreado. Vírus oncogênicos (Epstein-Barr – HPV) – associação entre a infecção e o câncer. Genes supressores – são genes normais que retardam a divisão celular, reparam erros de DNA e indicam quando as células devem morrer (inibem o crescimento da célula, funcionando como um freio). Proto-oncogenes atuam de forma positiva no progresso do ciclo celular, enquanto genes supressores de tumor atuam de forma negativa, parando o ciclo celular para correções, caso haja erros na replicação do DNA. O ciclo celular e o câncer As células possuem um sistema de controle do ciclo celular, o qual garante que o tempo e a taxa de divisão das células ocorram de maneira adequada. Enquanto algumas células humanas se dividem frequentemente, outras células não se dividem. As células cancerígenas, no entanto, não obedecem adequadamente aos sinais que regulam o ciclo celular. Elas apresentam uma divisão celular descontrolada, que desencadeia a formação de tumores. G1 - fase de estímulo para a célula se preparar para duplicar o DNA (célula começa a aumentar de tamanho e duplicar seus componentes do citoplasma, tbm formação de RNA e proteínas) S – é a fase de síntese de DNA G2 – a célula se prepara para divisão nuclear Mitose – é a fase da divisão celular propriamente dita Há Checkpoints em G1 G2 e M – caso tenha alteração, avisa para inibir a divisão, direcionando para a apoptose, se esse mecanismo falha, formam-se células cancerígenas Sophia Cruz – M40 FMJ https://escolakids.uol.com.br/ciencias/cancer.htm CARCINOGÊNESE: As células que sofreram influência de agentes químicos, físicos e biológicos, e acabam resultando em danos do DNA, é encaminhada para apoptose ou reparo, porém, quando sofrem mutações (genes defeituosos) elas driblam o processo “conserto” e acabam se multiplicando formando as células cancerígenas. Características e propriedades Bioquímicas - Síntese de isoformas de enzimas embrionárias ou substâncias que não deveriam estar no individuo (beta HCG em homem – CA testículo) – pode indicar presença de CA - Maior captação de aminoácidos - Maior resistência a hipóxia Comportamento de células malignas Imortalidade – expressão exagerada da telomerase (prolongando a vida celular e induzindo a divisão) - Perda de inibição por contato - Alterações da forma - Síntese dos próprios fatores de crescimento Exemplos de disfunção do apoptose Crescimento celular anormal / inibição do apoptose - HPV inativa o gene promotor do p53 (pró apoptótico) - Algumas leucemias B expressam níveis elevados de bcl-2 (antiapoptótica) - Alguns tipos de tumores expressam níveis elevados de FasL induzindo apoptose dos linfócitos T citotóxicos Perda da adesividade - Irregularidades na membrana - Diminuição ou ausência de estruturas juncionais - Redução de moléculas de adesão - Diminuição de fibronectina - Grande eletronegatividade da face externas da membrana que causa repulsão - Diminuição do cálcio nas células - Alteração do glicocálice Motilidade - Menor adesividade - Perda da inibição por contato - Maior desenvolvimento e modificação do citoesqueleto Nomenclatura Histogênese – epitelial ou mesenquimal Comportamento biológico – benigno ou maligno Tumores benignos Designação tecidual + OMA Epiteliais Arranjo tecidual Revestimento: PapilOMA Tubular/glandular: AdenOMA Tumores malignos Epiteliais Designação tecidual + CARCINOMA Tubular/glandular: AdenoCARCINOMA Neoplasias mesenquimais Nem tudo que acaba em OMA é uma neoplasia (hematoma, granuloma, glaucoma) Algumas neoplasias acabam em OMA, mas são malignas (linfoma, melanoma) A instabilidade genômica e as mutações são o resultado de diferentes tipos de alterações genéticas que podem modificar a sequência do DNA, na forma de mutação de nucleotídeo único, deleções, translocações, entre outras transformações que podem até chegar a modificações ao nível cromossômico, como aneuploidia, translocações cromossômicas ou inversões. No entanto, há alterações que podem modificar a expressão de algum conjunto de genes sem afetar a sequência de nucleotídeos, como no caso das alterações epigenéticas. Este conjunto de alterações genéticas e epigenéticas é, por sua vez, produto de fatores físicos, químicos e biológicos externos, como exposição à radiação, gases tóxicos, tabagismo, alcoolismo, infecções virais, entre muitos outros. Além disso, também contribuem fatores internos, como no caso das mutações herdadas. Os mecanismos genéticos e epigenéticos envolvidos no câncer interagem muitas vezes através da ativação de oncogenes e do silenciamento de genes supressores de tumor para criar vias que beneficiem o acúmulo de outras características do câncer de forma progressiva. OBS: Com o aumento do tempo de vida das pessoas (envelhecimento populacional) junto com outros fatores, estima-se que a incidência do câncer continue em ascensão, evidenciando que nas próximas décadas os casos de câncer irão duplicar, caso não sejam tomadas medidas de prevenção ativa e mudança de estilo de vida. Valores de referência de um hemograma completo Epigenética A epigenética é a capacidade que o corpo humano desenvolveu de ativar ou desativar alguns dos nossos genes de acordo com o ambiente ou o estilo de vida que levamos, mas sem alterar a sequência de nucleotídeos do DNA. Por exemplo, experiências vividas pelos pais (dieta, traumas emocionais, tratamento hormonal) podem ser transmitidas para os descendentes através da “memória epigenética” Tipos de mutações pontuais A) Silenciosa B) De sentido trocado C) Sem sentido Todas envolvem a substituição de uma base Proteínas da família RAS são acopladas na face interna da membrana e transmitem info da membrana para o núcleo A proteína RAS está ativa quando combinada com GTP e inativa quando com GDP. É convertida ao estado ativo pela troca da GDP por GTP estimulada pela GEF. Quando ativa ela pode se ligar a outras proteínas que estimulam a via MAP quinase e dirigir a proliferação e diferenciação celular. A RAS tem sua atividade finalizada pela hidrólise de GTP estimulada por proteínas ativadoras de GTPase (GAPs) retornando ao estado inativo. Localização de um gene ou mutação em determinado cromossomo Ex: 17q12.4 (cromossomo: 17, q: braço longo, 1: região, 2: banda, 4: sub-banda) As mutações podem ser adquiridas enquanto a linhagem de células é fenotipicamente normal, por meio de processos infecciosos (durante a divisão celular normal) ou carcinógenos endógenos (exposição ambiental e estilo de vida). Essas alterações na maioria das vezes são passengers (mutações passageiras), mas pode ser que em algum momento uma alteração driver (mutações condutoras) ocorra em um gene importantee inicie o desenvolvimento tumoral. Defeitos em genes com função de reparo do DNA pode contribuir para o fenótipo mutacional. Recidivas após quimio pode ser associado com mutações que conferem resistência. Controle do ciclo celular O ciclo é constituído de interfase (S, G1 e G2) e mitose. Durante a fase S (A) a célula duplica material genético. Duplicação de centríolos se inicia em G1 e termina em G2. As cromátides recém duplicadas (B) são condensadas e a célula progride nas diferentes fases da mitose, que envolvem a segregação cromossômica e a citocinese. A homeostase, é uma das prioridades que se traduz em mecanismos que asseguram que as condições celulares internas permaneçam estáveis e relativamente invariáveis. A célula eucariótica normal mantém a homeostase por meio da programação envolvida no sistema que controla o ciclo celular. Este sistema consiste numa rede de proteínas intra e extracelulares (como ciclinas e quinases dependentes de ciclinas ‘CDKs’) que regulam a progressão da célula através das diferentes fases do ciclo celular. Este sistema controlador do ciclo celular funciona como um relógio, que faz com que cada evento do ciclo tenha um tempo determinado e limitado para a sua realização. Além disso, ele é um mecanismo robusto que mantém a ordem dos eventos e assegura o sucesso da operação através da supervisão do desempenho do ciclo em três checkpoints já estabelecidos que verificam, entre outras coisas, a qualidade do DNA e as condições do meio para a progressão normal do ciclo Ciclinas é uma família de proteínas encarregadas de controlar a progressão do ciclo celular através das diferentes etapas. Elas desempenham esta função por meio da ativação de quinases dependentes de ciclinas ou CDKs. Quinases dependentes de ciclinas: as CDKs são uma família de proteínas encarregadas da regulação do ciclo celular através da sua função quinase, ou seja, de transferência de grupos fosfato, que ativa ou desativa a molécula que o recebe. Como seu nome o indica, estas proteínas precisam da ligação de ciclinas para poder desempenhar seu papel fosforilador. Três pontos de checagem Primeiro ponto de checagem G1 – S Ambiente favorável a divisão? SIM (nutrientes e mitógenos) Cíclicas se associam as CDK’s e ocorre formação do componente central do sistema de controle CDK inativa pRb (proteína de retinoblastoma) e ativa E2F (fator de transcrição de proteínas de replicação do DNA) – síntese de DNA na fase S Danos no DNA? NÃO Controle de dano de DNA pela proteína P53 A Mdm2 (ubiquitina) marca proteínas indesejadas para serem degradadas por um proteossomo (complexo proteico) – p53 ligada ao DNA SIM P53 ativa a transcrição de p21 (inibidora de CDKs) Com a inibição de CDK (ativação de E2F – síntese de enzimas) o ciclo é interrompido ate que o reparo seja realizado, sua continuidade é determinada pelas condições do meio e integridade do DNA. Segundo ponto de checagem G2 – M DNA replicado corretamente? SIM CDK + ciclina M = mCDK – fosforilação Histonas e condensinas fazem a condensação dos cromossomos Proteínas motoras organizam os microtúbulos Lâmina fazem desorganização do núcleo para iniciar eventos mitóticos NÃO Cinase não atua em mCDK para fosforilação Terceiro ponto de checagem Metáfase – anáfase Como estão os cromossomos? LIGADOS AO CINETÓCORO E ALINHADOS NO EQUADOR DA CÉLULA CDC20 liga e ativa APC (complexo promotor da anáfase) APC liga ubiquitina Mdm2 á securina liberando separase Separase degrada coesinas (separa cromátides irmãs) APC liga ubiquitina a ciclina M inativando mCDK (desfosforilação de histonas e condensinas que descondensam os cromossomos, motores e lâmina reorganizam microtúbulos e há reestruturação do citoesqueleto interfásico e do núcleo) DESALINHADOS MAS inativa CDC20 até que estejam corretamente ligados aos microtúbulos Quando inativa CDC20, inativa APC, impedindo a inativação de securina e ativação da separasse APC é ativada no ciclo seguinte, garante as CDKs inativas evitando sequencias de divisão. Quando as CDKs são ativadas por estímulos externos, o APC é desligado favorecendo acumulo de ciclinas e a sequência do ciclo.
Compartilhar