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TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 TEMA: RESÍDUOS HOSPITALARES Objetivos de aprendizagem: 1. Classificar os resíduos hospitalares segundo as normas sanitárias 2. Descrever o manejo e o tratamento dos resíduos hospitalares 3. Compreender os cuidados ambientais para a prevenção de doenças infectocontagiosas 4. Descrever o fluxo de atendimento e conduta para os acidentes com suspeita de contaminação* (*IMPORTANTE PARA A PROVA) 1. Classificar os resíduos hospitalares segundo as normas sanitárias De acordo com a definição publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), resíduos hospitalares ou resíduos de serviços de saúde (RSS) são todos os descartes produzidos por estabelecimentos da saúde, como centros de pesquisa, hospitais, laboratórios e unidades de atendimento da saúde humana ou animal. Por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. RDC 222/18: Esta Resolução se aplica aos geradores de resíduos de serviços de saúde – RSS cujas atividades envolvam qualquer etapa do gerenciamento dos RSS; sejam eles públicos e privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa; Para efeito desta resolução, definem-se como geradores de RSS todos os serviços cujas atividades estejam relacionadas com a atenção à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de piercing e tatuagem, salões de beleza e estética, dentre outros afins. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE → GRUPO A (RISCO BIOLÓGICO) Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. Subgrupo A1 Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os medicamentos hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos, atenuados ou inativados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Resíduos resultantes da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Subgrupo A2 Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica. Subgrupo A3 Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares. Subgrupo A4 Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes classe de risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica. Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. Subgrupo A5 Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, de casos suspeitos ou confirmados, bem como quaisquer materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, suspeitos ou confirmados, e que tiveram contato com órgãos, tecidos e fluidos de alta infectividade para príons. GRUPO B (RISCO QUÍMICO) Resíduos contendo produtos químicos que apresentam periculosidade à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quantidade. Produtos farmacêuticos Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas. Demais produtos considerados perigosos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos. GRUPO C (REJEITOS RADIOATIVOS) Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa especificados em norma da CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Enquadra-se neste grupo o rejeito radioativo, proveniente de laboratório de pesquisa e ensino na área da saúde, laboratório de análise clínica, serviço de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução da CNEN e Plano de Proteção Radiológica aprovado para a instalação radiativa. GRUPO D (LIXO COMUM) Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, gorros e máscaras descartáveis, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, luvas de procedimentos que não entraram em contato com sangue ou líquidos corpóreos, equipo de soro, abaixadores de língua e outros similares não classificados como A1. Sobras de alimentos e do preparo de alimentos. Resto alimentar de refeitório. Resíduos provenientes das áreas administrativas. Resíduos de varrição, flores, podas e jardins. Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. Forrações de animais de biotérios sem risco biológico associado. Resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica associada.Pelos de animais. GRUPO E (PERFUROCORTANTES) Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; ponteiras de micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. 2. Descrever o manejo e o tratamento dos resíduos hospitalares Conforme a Resolução da Diretoria Colegiada, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA - RDC Nº 306, de 7 de dezembro de 2004, o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS) é constituído por um conjunto de procedimentos de gestão. Estes procedimentos são planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos de serviços de saúde e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. O gerenciamento inicia pelo planejamento dos recursos físicos e dos recursos materiais necessários, culminando na capacitação dos recursos humanos envolvidos. Todo laboratório gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, baseado nas características dos resíduos gerados. O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas federais, estaduais e municipais, e ainda deve estar de acordo com os procedimentos institucionais de Biossegurança, relativos à coleta, transporte e disposição final. → Manejo O manejo dos resíduos de serviços de saúde é o conjunto de ações voltadas ao gerenciamento dos resíduos gerados. Deve focar os aspectos intra e extra-estabelecimento, indo desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas: 1) Segregação Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. (A, B, C, D, E) 2) Acondicionamento Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em sacos resistentes à ruptura e vazamento e impermeáveis, de acordo com a NBR 9191/2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Deve ser respeitado o limite de peso de cada saco, além de ser proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. Colocar os sacos em coletores de material lavável, resistente ao processo de descontaminação utilizado pelo laboratório, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, e possuir cantos arredondados. Os resíduos perfurocortantes devem ser acondicionados em recipientes resistentes à punctura, ruptura e vazamento, e ao processo de descontaminação utilizado pelo laboratório. 3) Identificação Esta etapa do manejo dos resíduos, permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações sobre o correto manejo dos RSS. Os sacos de acondicionamento, os recipientes de coleta interna e externa, os recipientes de transporte interno e externo, e os locais de armazenamento devem ser identificados de tal forma a permitir fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos. O Grupo A de resíduos é identificado pelo símbolo internacional de risco biológico, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. O Grupo B é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco. O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão “Rejeito Radioativo”. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 O Grupo D são resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares O Grupo E possui a inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo 4) Transporte Interno Esta etapa consiste no translado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta. O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos. Os carros para transporte interno devem ser constituídos de material rígido, lavável, impermeável, resistente ao processo de descontaminação determinado pelo laboratório, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, e identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo neles contidos. Devem ser providos de rodas revestidas de material que reduza o ruído. Os recipientes com mais de 400 L de capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos de rodas deve observar os limites de carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas reguladoras do Ministério do Trabalho e Emprego. 5) Armazenamento Temporário Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não pode ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento. O armazenamento temporário pode ser dispensado nos casos em que a distância entre o ponto de geração e o armazenamento externo justifiquem. A área destinada à guarda dos carros de transporte interno de resíduos deve ter pisos e paredes lisas, laváveis e resistentes ao processo de descontaminação utilizado. O piso deve, ainda, ser resistente ao tráfego dos carros coletores. Deve possuir ponto de iluminação artificial e área suficiente para armazenar, no mínimo, dois carros coletores, para translado posterior até a área de armazenamento externo. Quando a sala for exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve estar identificada como “Sala de Resíduos”. Não é permitida a retirada dos sacos de resíduos de dentro dos recipientes ali estacionados. Os resíduos de fácil putrefação que venham a ser coletados por período superior a 24 horas de seu armazenamento, devem ser conservados sob refrigeração, e quando não for possível, serem submetidos a outro método de conservação. O armazenamento de resíduos químicos deve atender à NBR 12235 da ABNT. 6) Tratamento O tratamento preliminar consiste na descontaminação dos resíduos (desinfecção ou esterilização) por meios físicos ou químicos, realizado em condições de segurança e eficácia comprovada, no local de geração, a fim de modificar as características químicas, físicas ou TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 biológicas dos resíduos e promover a redução, a eliminação ou a neutralização dos agentes nocivos à saúde humana, animal e ao ambiente. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental,de acordo com a Resolução CONAMA nº. 237/1997 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. O processo de esterilização por vapor úmido, ou seja, autoclavação, não de licenciamento ambiental. A eficácia do processo deve ser feita através de controles químicos e biológicos, periódicos, e devem ser registrados. Os sistemas de tratamento térmico por incineração devem obedecer ao estabelecido na Resolução CONAMA nº. 316/2002. 7) Armazenamento Externo Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. Neste local não é permitido a manutenção dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali estacionados. 8) Coleta e Transporte Externos Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana. A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT. 9) Disposição Final Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº.237/97. O tratamento faz parte da destinação, pois consiste na aplicação de processo que modifique as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de dano ao meio ambiente ou à saúde pública, após tratamento disposição definitiva de resíduos no solo ou em locais previamente preparados para recebê-los. (Aterro sanitário ou Incinerador de resíduos) ATENÇÃO: Somente os rejeitos do grupo D que não são recicláveis devem ser encaminhados ao aterro sanitário. Após coleta dos resíduos para posterior destinação final, a empresa responsável deve emitir à instituição geradora um manifesto de transporte de resíduos - MTR, esse documento contém dados do gerador, tipo e quantidade de resíduos, dados do transportador e dados do local de destinação final. O documento deve estar assinado pelo gerador, pelo transportador e pelo destinatário dos resíduos, ficando uma cópia com cada um destes. O documento deve ficar armazenado na área contratante do serviço pelo prazo mínimo de cinco anos. Manejo GRUPO A Os sacos brancos leitosos e vermelhos utilizados para o acondicionamento dos resíduos sólidos do grupo A devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou o mais breve possível em casos de resíduos de fácil putrefação. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 Descartar os resíduos sólidos infectantes, nos recipientes com sacos plásticos de cor branca, encaminhar para o abrigo interno (sala de utilidades) para posterior coleta interna e armazenamento em abrigo externo onde será realizada a coleta externa para destinação final, incineração; Resíduos de Grupo A1 e A2 devem receber tratamento intrahospitalar como é o caso de resíduos laboratoriais e vacinas que devem ser submetidos à autoclave 121ºC e recolhidos em saco branco como resíduo biológico. Os resíduos do Grupo A4 não precisam de tratamento intrahospitalar por tanto devem ser armazenados no saco branco e encaminhado para o abrigo de resíduos e posterior coleta pela empresa responsável. ATENÇÃO: As peças anatômicas deverão ser acondicionadas em saco vermelho, caso necessário, utilizar um segundo saco, devendo este ser lacrado e identificado “PEÇAS ANATÔMICAS”, deve ser realizada caracterização, listar as peças, informar formalmente ao setor de Hotelaria Hospitalar quais as peças e encaminhá-las ao abrigo de resíduos onde será pesado para posterior coleta e incineração. Identificação de membros com o nome do paciente após prévio acordo e encaminhar para sepultamento, cremação, incineração ou outra destinação licenciada pelo órgão ambiental competente. Acondicionamento de blocos de parafina em saco branco e descarte como resíduo infectante. Para os resíduos do subgrupo A5, utilizar dois sacos vermelhos como barreira de proteção, com preenchimento somente até 2/3 de sua capacidade, sendo proibido o esvaziamento ou reaproveitamento, na ausência do saco vermelho e em acordo com as empresas responsáveis pela coleta e incineração utilizar o saco branco. Manejo GRUPO B Medicações vencidas devem ser recolhidas pela farmácia dispensadas em bombonas, realizada caracterização com nome das medicações, onde será encaminhada a Hotelaria Hospitalar para que o profissional da coleta recolha o material para o abrigo de resíduos e acione as empresas da coleta e tratamento para posterior destinação final. Resíduos de equipamentos do laboratório devem ser inativados com hipoclorito a 2,5% (conforme pop da instituição) e descartado na rede de esgoto no local de sua geração. Em relação ao Xilol e Formol o serviço de anatomia patológica deve realizar uma caracterização encaminhar ao serviço de Hotelaria Hospitalar para que possa ser informado as empresas responsáveis pela coleta e tratamento e posterior destinação final. Glutaraldeído 2% residual deve ser neutralizado com Bissulfito de sódio 2%( conforme pop da instituição) e descartado na rede de esgoto no local de sua geração. ATENÇÃO: Os resíduos químicos devem ser acondicionados em sacos plásticos na cor laranja com simbologia de resíduo tóxico e encaminhado para incineração. As embalagens primárias vazias de produtos químicos com algum tipo de periculosidade, submetidas à limpeza com técnicas validadas ou reconhecidas, são consideradas rejeitos e devem ser encaminhadas para disposição final ambientalmente adequada. Os reveladores utilizados em radiologia devem ser tratados, podendo ser submetidos a processo de neutralização para alcançarem pH entre 7 e 9 e serem posteriormente TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 lançados na rede coletora de esgoto com tratamento, atendendo às determinações dos órgãos de meio ambiente e do serviço de saneamento. Os fixadores usados em radiologia, quando não submetidos a processo de recuperação da prata, devem ser encaminhados para tratamento antes da disposição final ambientalmente adequada. O descarte de pilhas, baterias, acumuladores de carga e lâmpadas fluorescentes deve ser feito de acordo com as normas ambientais vigentes/Logística reversa retornando ao fabricante. Caso não retorne ao fabricante deve ser contratada empresa para coleta destes. Quadro com substâncias que devem ser segregadas, acondicionadas e identificadas separadamente: Manejo GRUPO C Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com o radionuclídeo ou natureza da radiação, estado físico, concentração e taxa de exposição. Seu acondicionamento deve ser adequado às características físicas, químicas, biológicas e radiológicas dos rejeitos, possuir vedação e ter o seu conteúdo identificado, conforme especificado nas normas vigentes. Os RSS químicos radioativos devem ser acondicionados em coletores próprios, identificados quanto aos riscos radiológico e químico presentes, e armazenados no local de decaimento até atingir o limite de dispensa. Os rejeitos radioativos devem ser armazenados em condições adequadas, para o decaimento do elemento radioativo, podendo ser realizado na própria sala de manipulação ou em sala específica, identificada como "SALA DE DECAIMENTO". Manejo GRUPO D Descartar os resíduos comuns não recicláveis desde que não estejam contaminados por produtos químicos, radioativos ou materiais infectantes, nos recipientes com sacos plásticos de cor preta, deve ser encaminhado para o abrigo interno (sala de utilidades) para posterior coleta interna e armazenamento em abrigo externo onde será realizada a coleta externa para destinação final no aterro municipal; TUT06- PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 Reciclagem: Processo de transformação dos resíduos sólidos, transformando suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos; Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada; A PNRS tem como objetivo: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Entre os instrumentos definidos pela PNRS estão a coleta seletiva; os sistemas de logística reversa; o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas e outras formas de associação dos catadores de materiais recicláveis, e o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR). Os contentores e coletores, assim como os sacos plásticos ou quaisquer outros recipientes de acondicionamento de resíduos deverão ser identificados com as cores padronizadas pela Resolução CONAMA n° 275/01: Amarelo (metal em geral), Azul (papel, papelão), Branco (resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde), cinza (resíduo geral não reciclável ou misto, ou contaminado não passível de separação), Laranja (resíduos perigosos), Marrom (resíduos orgânicos), Preto (madeira), Roxo (resíduos radioativos), Verde (vidro), Vermelho (plástico). ATENÇÃO: Os efluentes líquidos podem ser lançados em rede coletora de esgotos. O lançamento de rejeitos líquidos em rede coletora de esgotos, conectada à estação de tratamento, deve atender às normas ambientais e às diretrizes do serviço de saneamento. Artigos e materiais utilizados na área de trabalho, incluindo vestimentas e Equipamento de Proteção Individual (EPI), desde que não apresentem sinais ou suspeita de contaminação química, biológica ou radiológica, podem ter seu manejo realizado como RSS do Grupo D. Só podem ser destinadas para compostagem forrações de animais de biotérios que não tenham risco biológico associado, os resíduos de flores, podas de árvores, jardinagem, sobras de alimentos e de seu pré-preparo, restos alimentares de refeitórios e restos alimentares de pacientes que não estejam em isolamento. Os restos e sobras de alimentos só podem ser utilizados como rações animais se forem submetidos a processo que garanta a inocuidade do composto, com a concordância do órgão competente do Ministério da Agricultura e de Vigilância Sanitária. Manejo GRUPO E Os materiais perfurocortantes devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos, providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento. Devendo estes recipientes serem substituídos de acordo com a demanda ou quando o nível de preenchimento atingir 3/4 (três quartos) da capacidade ou de acordo com as instruções do fabricante, sendo proibidos seu esvaziamento manual e seu reaproveitamento. Após o lacre da caixa que deve ser realizado pela equipe de enfermagem a mesma deve ser envolvida em saco branco leitoso identificado e encaminhado para o abrigo interno (sala de utilidades) para posterior coleta interna e armazenamento em abrigo externo onde será realizada a coleta externa para destinação final. ATENÇÃO: TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 Os RSS do Grupo E, quando contaminados por agentes biológicos, químicos e substâncias radioativas, devem ter seu manejo de acordo com cada classe de risco associada. É permitida a separação do conjunto seringa agulha com auxílio de dispositivos de segurança, sendo vedada a desconexão e o reencape manual de agulhas. Perfurocortantes radioativos devem ser transportados do local de geração até o local de armazenamento para decaimento em recipiente blindado. 3. Compreender os cuidados ambientais para a prevenção de doenças infectocontagiosas (?) DAR UMA OLHADA NESSE OBJETIVO EM OUTRAS FONTES Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Saúde Ambiental são todos aqueles aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, que estão determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente. Também se refere à teoria e prática de prevenir ou controlar tais fatores de risco que, potencialmente, possam prejudicar a saúde de gerações atuais e futuras (OMS, 1993). Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde (SINVAS) O Sinvas é um sistema de característica multiinstitucional e multidisciplinar criado para atuar em vigilância ambiental, estando inserido no arcabouço da vigilância à saúde. Visando a efetivar a implantação da vigilância ambiental em saúde no Brasil, o Sinvas tem como objetivos principais: - normatizar os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações relacionadas à vigilância ambiental em saúde nas diversas instâncias de competência; - identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores condicionantes e determinantes das doenças e agravos à saúde relacionados aos ambientes naturais e antrópicos; - intervir, com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de riscos à saúde humana; - promover ações junto aos órgãos afins, para proteção, controle e recuperação da saúde e do meio ambiente, quando relacionadas aos riscos à saúde humana; - conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento visando ao fortalecimento da participação da população na promoção da saúde e qualidade de vida. Assim sendo, as atribuições da vigilância ambiental em saúde são pertinentes aos processos de integração, processamento e interpretação de informações visando ao conhecimento dos problemas de saúde existentes, relacionados aos fatores ambientais, sua priorização para tomadas de decisão e execução de ações relativas às atividades de promoção, prevenção e controle recomendadas e executadas por este sistema e sua permanente avaliação. Como características norteadoras do sistema de vigilância destacam-se: - ser um sistema descentralizado, em cada esfera de governo, observando os princípios gerais que orientam as ações de saúde no SUS, quais sejam: de universalidade do acesso, integralidade das ações, eqüidade no atendimento e solidariedade no financiamento; - promover ações para a melhoria da saúde humana; TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 - colaborar na proteção e recuperação do meio ambiente visando à promoção da saúde humana; - participar da formulação de políticas das áreas de meio ambiente e saúde. Em relação à atuação da vigilância ambiental em saúde em todas as esferas de governo, o Sinvas destaca a necessidade de articulação constante com os diferentes agentes institucionais públicos, privados e com a comunidade para que as ações integradas sejam implementadas de forma eficiente, a fim de assegurar que os setores assumam suas responsabilidades de atuar sobre os problemas de saúde e ambiente em suas respectivas áreas. A vigilância ambiental em saúde tem como universo de atuação todos os fatores ambientais de riscos que interferem na saúde humana com as inter-relações entre o homem e o ambiente nos dois sentidos. Considerando que tais fatores ambientais abrangem fatores físicos, químicos, biológicos e antrópicos, com uma grande diversidade nas respectivas áreas, implicando em formas diferenciadas de abordagem tanto para a vigilância quanto para o controle dos riscos, a vigilância ambiental em saúde divide-se em duas grandes subáreas: - vigilância e controle de fatores de risco biológicos; - vigilância e controle de fatores de risco não biológicos. Estas subáreas de atuação englobam atividades que devem ser prioritariamente tratadas na estruturação das ações integradas na vigilância ambiental em saúde, onde se destacam: - desenvolvimento de estudos e métodospara ações integradas em saúde e as relacionadas com a Agenda 21; - diagnóstico da situação de saúde e ambiente no Brasil, nos estados e municípios; - definição de linhas de pesquisa e estudos em saúde e ambiente, visando à adoção de novas abordagens para o enfrentamento dos problemas surgidos pela adoção de novas tecnologias do setor produtivo e às formas de consumo; - estabelecimento de sistema de informação integrado visando aos indicadores de desenvolvimento sustentável; - avaliação de riscos de locais e/ou atividades relativas aos processos produtivos que tenham impacto para a saúde e o ambiente; - apoio na implementação de banco de dados para o Sistema de Vigilância Ambiental em Saúde. Vigilância e controle de fatores de risco biológicos Em relação aos fatores de risco biológicos para a saúde humana, já existe uma longa e histórica atuação do setor saúde, tanto nos aspectos de vigilância, quanto em relação ao controle, podendo-se listar as ações do setor quanto às chamadas doenças transmitidas por vetores, hospedeiros e reservatórios (malária, febre amarela, dengue, esquistossomose, leptospirose, raiva, etc.). A abordagem da vigilância dos fatores de risco biológicos objetiva viabilizar ações integradas de vigilância e controle desses fatores permitindo que se tenha uma maior efetividade de ações e maximização dos recursos aplicados. Quanto aos fatores de risco não biológicos para a saúde humana, a atuação do setor saúde esteve predominantemente voltada para aspectos relacionados às questões assistenciais, tratando diretamente os indivíduos quanto aos impactos dos produtos e atividades envolvendo tais fatores. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 Destes destaca-se que a vigilância ambiental em saúde tem necessariamente um caráter integrador inter e intrassetorial, considerando-se que é impossível realizar atividades de vigilância e controle de riscos ambientais para a saúde humana, relacionados a qualquer de seus fatores, sem uma avaliação e ação conjunta de todos os setores envolvidos com o ambiente e a saúde humana em um determinado território. A divisão operacional entre fatores de risco biológicos e não biológicos não implica a dissociação entre tais áreas. A necessidade de integração é imprescindível inclusive com a vigilância epidemiológica. A vigilância ambiental dos fatores de risco biológicos apresenta três áreas de agregação que são: 1) vetores; 2) hospedeiros e reservatórios; e 3) animais peçonhentos. - Vetores: A vigilância e controle de fatores de risco biológicos relacionados aos vetores (Anopheles, Aedes aegypti, Culex, Flebótomos e Triatomíneos) de doenças (malária, febre amarela, dengue, etc.) têm como finalidade o mapeamento de áreas de risco em determinados territórios, utilizando a vigilância entomológica (características, presença, índices de infestação, avaliação da eficácia dos métodos de controle, etc.), ações de controle (químico, biológico ou físico) e as relações com a vigilância epidemiológica quanto à incidência e prevalência destas doenças e do impacto das ações utilizadas. - Hospedeiros e reservatórios: A vigilância e controle de fatores de risco biológicos relacionados aos hospedeiros e aos reservatórios (caramujos, cães/gatos, morcegos, roedores, sagüis, raposas, suínos/bovinos e aves) de doenças (raiva, leishmaniose, equinococose, leptospirose, peste, chagas, sarna, toxoplasmose, etc.) têm como finalidade o mapeamento de áreas de risco em determinados territórios utilizando a vigilância, ações de controle e as relações com a vigilância epidemiológica quanto à incidência e prevalência dessas doenças e do impacto das ações utilizadas. - Animais peçonhentos: A vigilância e controle de fatores de risco biológicos relacionados a animais peçonhentos (serpentes, escorpiões, aranhas, heminópteros e lepidópteros), que podem resultar em acidentes de interesse para a saúde pública, têm como finalidade o mapeamento de áreas de risco em determinados territórios, ações de controle e as relações com a vigilância epidemiológica para avaliação dos acidentes e das medidas de controle utilizadas. Vigilância e controle de fatores de risco não biológicos A vigilância ambiental dos fatores de risco não biológicos apresenta, por sua vez, também, três áreas de agregação: 1) água de consumo humano; 2) contaminantes ambientais; e 3) desastres naturais e acidentes com produtos perigosos. - Água para consumo humano: A vigilância e controle de poluentes ambientais têm como finalidade o mapeamento de áreas de risco em determinado território, mantendo a constante vigilância desses poluentes, de forma a minimizar os riscos de doenças decorrentes da exposição aos mesmos, quer seja na atmosfera, nas coleções hídricas ou no solo. Caracteriza-se por uma série de ações, compreendendo a identificação de poluentes, de fontes de poluição e de modificações no meio ambiente que derivem em risco à saúde. O levantamento de dados e a análise dessas informações, incluindo a coleta de amostras, para exames laboratoriais e para o cruzamento dessas informações com outras variáveis epidemiológicas e ambientais, são definidas como ações de controle. Em situações detectadas como de risco iminente à saúde, decorrente de poluição ambiental, TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 algumas ações de controle poderão ser realizadas pelo setor saúde e também demandadas aos responsáveis por essa poluição ambiental quando for o caso. - Desastres naturais e acidentes com produtos perigosos: Na vigilância e controle de desastres naturais são enfatizados os riscos e os efeitos causados à saúde decorrentes de eventos relacionados a inundações, a secas, a desmoronamentos e a incêndios em vegetações. A integração com as instituições locais que atuam nas situações de emergência é imprescindível para o levantamento e análise das informações referentes às situações de risco e aos efeitos dos desastres naturais sobre a população e as repercussões nos serviços de saúde. Acidentes com produtos perigosos são eventos ou situações perigosas provocadas por descargas acidentais de substâncias que envolvam riscos para a saúde humana ou para o meio ambiente. As atividades de vigilância e controle são articuladas com as instituições que atuam com a prevenção, preparação para emergências e respostas aos acidentes químicos. 4. Descrever o fluxo de atendimento e conduta para os acidentes com suspeita de contaminação Recomendações: Condutas após o acidente: 1) Cuidado com a área exposta: - Lavagem do local exposto com água e sabão nos casos de exposição percutânea ou cutânea. - Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou solução salina fisiológica - Não há evidência de que o uso de antissépticos ou a expressão do local do ferimento reduzam o risco de transmissão, entretanto, o uso de antisséptico não é contra-indicado. - Não devem ser realizados procedimentos que aumentem a área exposta, tais como cortes e injeções locais. A utilização de soluções irritantes (éter, glutaraldeído, hipoclorito de sódio) também está contra-indicada. 2) Avaliação do acidente: - Estabelecer o material biológico envolvido: sangue, fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, líquor, líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico), fluidos orgânicos potencialmente não-infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva), exceto se contaminado com sangue. - Tipo de acidente: perfurocortante, contato com mucosa, contato com pele com solução de continuidade. - Conhecimento da fonte: fonte comprovadamente infectada ou exposta à situação de risco ou fonte com origem fora do ambiente de trabalho; Fonte desconhecida. 3) Aconselhar o acidentado: - Com relação ao risco do acidente. - Possível uso de quimioprofilaxia. - Consentimento para realização de exames sorológicos. - Comprometer o acidentado com seu acompanhamento durante seis meses. - Prevenção da transmissão secundária. - Suporte emocional devido ao estresse pós-acidente.- Orientar o acidentado a relatar de imediato os seguintes sintomas: linfoadenopatia, rash, dor de garganta, sintomas de gripe (sugestivos de soroconversão aguda). TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 - Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas em serviço. 4) Notificação do acidente (CAT/Sinan): - Registro do acidente em CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). - Preenchimento da ficha de notificação do Sinan (Portaria n.º 777) (BRASIL, 2004a). Como deve ser avaliado a exposição no acidente com material biológico? Deve ocorrer imediatamente após o acidente e, inicialmente, basear-se em uma adequada anamnese do acidente, caracterização do paciente fonte, análise do risco, notificação do acidente e orientação de manejo e medidas de cuidado com o local exposto. A exposição ocupacional a material biológico deve ser avaliada quanto ao potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV com base nos seguintes critérios: a. Tipo de exposição b. Tipo e quantidade de fluido e tecido c. Status sorológico do acidentado d. Susceptibilidade do profissional exposto No que tange ao tipo de exposição as exposições ocupacionais podem ser: - Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias). - Exposições em mucosas: respingos em olhos, nariz, boca e genitália. - Exposições em pele não-íntegra: por exemplo: contato com pele com dermatite, feridas abertas, mordeduras humanas consideradas como exposição de risco, quando envolverem a presença de sangue. Nesses casos, tanto o indivíduo que provocou a lesão, quanto aquele que foi lesado, devem ser avaliados. Quanto ao tipo de fluido e de tecido, as exposições de maior gravidade envolvem: Maior volume de sangue: Lesões profundas provocadas por material cortante. Presença de sangue visível no instrumento. Acidentes com agulhas previamente utilizadas em veia ou artéria de paciente-fonte. Acidentes com agulhas de grosso calibre. Agulhas com lúmen. Maior inoculação viral: - Paciente-fonte com HIV/AIDS em estágio avançado - Infecção aguda pelo HIV - Situações de viremia elevada - Deve-se observar, no entanto, que há a possibilidade de transmissão, mesmo quando a carga viral for baixa e quando houver a presença de pequeno volume de sangue. Deve-se observar o status sorológico da fonte, ou seja, a origem do acidente. O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, hepatite B e hepatite C, no momento da ocorrência do acidente. Somente serão consideradas as informações disponíveis no prontuário sobre resultados de exames laboratoriais, história clínica prévia e diagnóstico de admissão se positivos para determinada infecção (HIV, HBV, HCV). Quando a fonte é conhecida: - Caso a fonte seja conhecida mas sem informação de seu status sorológico, é necessário orientar o profissional acidentado sobre a importância da realização dos exames HBsAg, Anti-HBc , Anti-HCV e Anti-HIV. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 - Deve ser utilizado o teste rápido para HIV, sempre que disponível, junto com os exames acima especificados. - Caso haja recusa ou impossibilidade de realizar os testes, considerar o diagnóstico médico, sintomas e história de situação de risco para aquisição de HIV, HBC e HCV. - Exames de detecção viral não são recomendados como testes de triagem. Quando a fonte é desconhecida: - Levar em conta a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência de infecção naquela população, local onde o material perfurante foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico, diálise), procedimento ao qual ele esteve associado, presença ou não de sangue, etc. O risco de transmissão de algum patógeno, após um acidente com material perfurocortante, depende de vários fatores. O primeiro é o próprio patógeno. No caso do HIV, o risco estimado após acidente por material perfurocortante contaminado é em torno de 0,23%. No HCV, estima-se o risco em cerca de 1,8%. Já na HBV, depende da pessoa-fonte estar em período de replicação viral. Caso esteja, o risco é de 22-31% da pessoa exposta (acidentada) desenvolver hepatite clínica e de 37-62% para conversão sorológica de infecção. Se não estiver em fase replicante, o risco é de 1-6% para a hepatite clínica e de 23-37% para soroconversão. → Condutas frente à exposição ao HIV Paciente-fonte HIV positivo: Um paciente-fonte é considerado infectado pelo HIV quando há documentação de exames Anti-HIV positivos ou o diagnóstico clínico de aids. - Conduta: análise do acidente e indicação de quimioprofilaxia anti-retroviral (ARV)/Profilaxia Pós-Exposição (PPE), conforme o fluxograma. Paciente-fonte HIV negativo: Envolve a existência de documentação laboratorial disponível e recente (até 60 dias para o HIV) ou no momento do acidente, através do teste convencional ou do teste rápido. - Conduta: Não está indicada a quimioprofilaxia anti-retroviral. Paciente-fonte com situação sorológica desconhecida: Um paciente-fonte com situação sorológica desconhecida deve, sempre que possível, ser testado para o vírus HIV, depois de obtido o seu consentimento; deve-se colher também sorologias para HBV e HCV. Paciente-fonte desconhecido: Na impossibilidade de se colher as sorologias do paciente-fonte ou de não se conhecer o mesmo (p.ex., acidente com agulha encontrada no lixo), recomenda-se a avaliação do risco de infecção pelo HIV, levando-se em conta o tipo de exposição, dados clínicos e epidemiológicos. Indicação da Profilaxia Pós-Exposição (PEP): Quando indicada, a PEP deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente, nas primeiras duas horas após o acidente. Estudos em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz quando iniciada de 24 a 48 horas após a exposição. Recomenda-se que o prazo máximo, para início de PEP, seja de até 72 horas após o acidente. A duração da quimioprofilaxia é de 28 dias. Atualmente, existem diferentes medicamentos anti-retrovirais potencialmente úteis, embora nem todos indicados para PEP, com atuações em diferentes fases do ciclo de replicação viral do HIV. - OBS: Mulheres em idade fértil: oferecer o teste de gravidez para aquelas que não sabem informar sobre a possibilidade de gestação em curso. Nos casos em que se suspeita que o paciente-fonte apresenta resistência aos anti-retrovirais, iniciar a PEP com os anti-retrovirais habituais e encaminhar o acidentado para um especialista. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 Esquemas PEP: Os esquemas preferenciais para PPE estabelecidos pelo Ministério da Saúde são: 1) Básico: – ZIDOVUDINA (AZT) + LAMIVUDINA (3TC) – Preferencialmente combinados em um mesmo comprimido. 2) Expandido: AZT + 3TC + INDINAVIR OU NELFINAVIR. Doses habitualmente utilizadas na infecção pelo HIV/aids devem ser prescritas nos esquemas de PPE. O esquema padrão de AZT (zidovudina) associado à 3TC (lamivudina) está indicado para a maioria das exposições. O esquema preferencial da profilaxia para o HIV é feito com antirretrovirais (ARV), sendo eles o Tenofovir (TDF)/Lamivudina (3TC) e Dolutegravir (DTG), na dose de 01 comprimido coformulado de TDF/3TC 300mg/300mg, uma vez ao dia, associado a 01 comprimido DTG 50mg, também uma vez ao dia. A duração total da profilaxia é de 28 dias. Para a escolha do esquema profilático em exposições envolvendo pacientes-fonte infectados pelo HIV/aids, deve-se avaliar a história prévia e atual de uso dos anti-retrovirais e os parâmetros que possam sugerir a presença de vírus resistentes como o tratamento anti-retroviral prolongado e a ocorrência, durante o tratamento, de progressão clínica, aumento de RNA viral, queda dos níveis de linfócitos CD4+ e falta de resposta na troca do esquema medicamentoso. Medicamentos anti-retrovirais diferentes do esquema padrão podem ser indicados quando há suspeita de exposição a cepas virais resistentes. Nestes casos, uma avaliação criteriosa deve ser feita por médicos especialistas na área de infecção pelo HIV/aids. Ressalta-se quea falta de um especialista, no momento imediato do atendimento pós-exposição, não é razão suficiente para retardar o início da quimioprofilaxia. Nestes casos, recomenda-se o uso dos esquemas habituais (como AZT + 3TC + IP) até que o profissional acidentado seja reavaliado quanto à adequação da PPE, iniciada preferencialmente nas duas primeiras horas, dentro do prazo ideal de até 72 horas após a exposição. Prevenção à transmissão secundária: Nos casos de exposição ao HIV, o profissional acidentado deve realizar atividade sexual com proteção pelo período de seguimento, mas principalmente nas primeiras seis a 12 semanas pós-exposição. Deve também evitar: gravidez, doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos e sêmen. O aleitamento materno deve ser interrompido. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 → Condutas frente à exposição ao HBV As recomendações vão depender do status sorológico do paciente fonte e dos níveis de Anti-HBs do profissional acidentado. A dosagem de anticorpos, para verificação de imunidade passiva, após a aplicação de IGHAHB, deve aguardar um período de três a seis meses. Com o objetivo de excluir a possibilidade da fonte ou acidentado estarem na janela imunológica de um quadro agudo ou em fase de convalescença de hepatite B, quando o HBs Ag pode ser negativo, solicita-se também o Anti-HBc Total para o acidentado. Os acidentados cuja fonte for HBs Ag positiva, Anti-HBc Total positiva ou desconhecida e não estiverem imunizados para hepatite B, devem entrar em protocolo de seguimento realizando HBs Ag, três e seis meses após o acidente. A vacina atual para HBV é aplicada, na dosagem de 10 a 20 mcg/ml (conforme o fabricante), no esquema de três doses, exclusivamente em deltóide, com intervalos de zero, um e seis meses. Após obter-se uma dosagem de Anti-HBs Ag >10 UI/l não estão indicadas dosagens posteriores. As pessoas que fizeram um esquema vacinal completo e não respondem à vacinação, ou seja, Anti-HBs < 10 UI/ L, devem receber uma dose de reforço, testar novamente o nível de anticorpos e, caso continuem não-respondedoras, devem receber mais duas doses de vacina e após um a três meses realizar o Anti-HBs. Se ainda persistirem não-respondedoras, são indicadas outras doses da vacina convencional ou a vacina “hiperantigênica”. Não há nenhuma restrição quanto às atividades laborais, para as pessoas que não responderam à vacinação para hepatite B. No entanto, caso sofram acidente com material biológico, elas devem procurar o serviço médico de referência com a maior brevidade para avaliar a necessidade de profilaxia pós-exposição. As pessoas que trabalham nos centros de hemodiálise e que são não-respondedoras devem realizar Anti-HBc e HBs Ag a cada seis meses. Prevenção da transmissão secundária: : O profissional de saúde exposto ao vírus da hepatite B precisa tomar precauções especiais para transmissão secundária, durante o período de seguimento. Deve evitar doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos ou sêmen. Deve adotar práticas sexuais seguras e interromper o aleitamento materno. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 → Condutas frente à exposição ao HCV Até o momento não existe nenhuma profilaxia pós-exposição contra o HCV. A incubação do HCV é de duas a 24 semanas (em média seis a sete semanas). Pode ocorrer alteração na TGP em torno de 15 dias e a positividade do RNA-HCV (PCR – reação em cadeia da polimerase) aparece entre oito e 21 dias. O Anti-HCV (3.ª geração) já pode ser detectado cerca de seis semanas após a exposição. Considerando que a positivação do Anti-HCV pode ser tardia e que grande parte dos profissionais acidentados terão a eliminação espontânea do vírus até 70 dias após a exposição, é recomendada a realização do RNA-VHC qualitativo (que já se apresenta detectável dias após a contaminação) 90 dias após a data do acidente. Caso positivo, o profissional acidentado será orientado a realizar o tratamento. Dessa forma, o acompanhamento preconizado para trabalhadores que se acidentaram com fonte HCV positiva ou desconhecida consiste na realização dos seguintes exames: Em caso de soroconversão deve-se realizar teste confirmatório por PCR. Quando se identifica precocemente a infecção pelo HCV, o acidentado deve ser informado sobre a possibilidade de tratamento e encaminhado para um serviço de referência. Prevenção da transmissão secundária: O profissional de saúde exposto ao vírus da hepatite C precisa tomar precauções especiais para transmissão secundária, durante o período de seguimento. Deve evitar doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos ou sêmen. Sugere-se adotar práticas sexuais seguras e evitar a gravidez. Não há necessidade de interromper o aleitamento materno. TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 Vigilância Está centrado na Ficha de Investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) que levará ao registro do acidente de trabalho nos níveis municipal e estadual, cabendo ao órgão local o acompanhamento e a fiscalização dos locais de trabalho com maior incidência de acidentes de trabalho. Registros Todos os casos de acidente com material biológico devem ser comunicados ao INSS por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e ao Ministério da Saúde por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), conforme previsto na Portaria n.º 777, de 28 de abril de 2004, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004a). Além disso, a instituição deve manter um registro interno com os dados do acidente: setor em que ocorreu, data e hora do acidente, função que exerce o acidentado, tipo de acidente (contato com mucosa, perfurocortante, pele íntegra, pele lesada), material biológico implicado (sangue, soro, outros), uso de EPI, modo e condições que podem ter favorecido a ocorrência do acidente (falta de espaço nas coletas no leito, paciente agitado, descarte inadequado, recapeamento de agulha, etc). De posse desses dados deve-se proceder da seguinte maneira: 1) Relacionar todos os motivos implicados na geração dos acidentes. 2) Verificar os motivos mais frequentes. 3) Iniciar o processo de busca de soluções. 4) Implementar as ações corretivas como parte de um projeto piloto. 5) Verificar a eficácia das mesmas nesse projeto. 6) Finalmente, adotar as ações corretivas como rotina. DIRETRIZES LEGAIS - A Lei nº 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. - RDC nº 222/2018 da Anvisa Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. - RDC nº 306/2004 da Anvisa dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. - A Resolução Conama nº 358/2005 dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde, preocupando-se com os riscos ao meio ambiente. - Resolução Conama nº 275/2001 no 117-E, dispõe sobre o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. - NBR 12810/2016 esta norma fixa os procedimentos exigíveis para coleta interna e externa dos resíduos de serviços de saúde, sob condições de higiene e segurança. - NBR 7500 esta norma estabelece os símbolos convencionais e seu dimensionamento, para serem aplicados nas unidades de transporte e nas TUT06 - PROBLEMA 1 - FECHAMENTO João Marcos Carvalho - P4 embalagens para indicação dos riscos e dos cuidados a tomar no seu manuseio, transporte e armazenamento, de acordo com a carga contida. - ABNT NBR 10.004 esta norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. - Portaria 344/98 aprova o regulamento técnicosobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. - Norma Regulamentadora 32 - NR 32 estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. - Norma Regulamentadora 7 – NR 7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, docência Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
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