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MINERAIS E EXERCÍCIO PROFA. MARCELLA TAMIOZZO @nutri.marcellatamiozzo MINERAIS Assim como as vitaminas, os minerais funcionam como coenzimas, capacitando o organismo a exercer adequadamente suas funções enzimáticas e reações celulares, como produção de energia, crescimento e reparo Devido à função reguladora, contribuindo para a função osmótica, equilíbrio ácido-básico, estímulos nervosos, ritmo cardíaco e atividade metabólica. Dos 28 minerais existentes, apenas 12 são essenciais e podem ser divididos em dois grupos, de acordo com a sua necessidade diária: Macrominerais: são aqueles cuja necessidade diária é maior que 100 mg. Suas funções principais estão ligadas à estrutura e formação dos ossos, regulação dos flúidos corporais e secreções digestivas. Microminerais ou elementos traço: são aqueles que possuem necessidade inferior a 100 mg por dia. As funções destes minerais estão relacionadas à reações bioquímicas, ao sistema imunológico e ação antioxidante. MINERAIS Os minerais são substâncias inorgânicas essenciais para as funções celulares normais. Eles compõem cerca de 4% do peso corporal e estão presentes em altas concentrações no esqueleto e dentes, encontram-se dentro e fora das células e dissolvidos nos fluidos corporais. Ao contrário das vitaminas, é menos comum a suplementação de minerais pela população atlética, possivelmente devido às menores qualidades ergogênicas imputadas a minerais específicos. MINERAIS MACROMINERAIS • Cálcio • Fósforo • Magnésio • Sódio • Potássio • Cloro • Enxofre MICROMINERAIS • Ferro • Zinco • Selênio • Cobre • Iodo • Manganês • Cromo CÁLCIO (CA) O cálcio é um mineral fundamental à saúde, sendo o mais abundante no corpo humano. 99% dele está no nosso esqueleto e nos nossos dentes. E o 1% restante também tem funções vitais no nosso organismo. O exercício físico pode induzir o aumento da massa óssea. A pressão e a força impostas pela musculatura induzem a fixação de cálcio no osso e o aumento da massa óssea. Estudos têm sido realizados inter-relacionando a prática de exercícios físicos com o aumento da massa óssea. Crianças e adolescentes que praticam esportes na fase de crescimento apresentam maior densidade óssea FUNÇÃO • Mantêm a integridade dos ossos e, portanto, a integridade para a locomoção • Participa da coagulação sanguínea, • Excitabilidade neuromuscular (controle da contração e relaxamento muscular) • Parte integrante da ATP e dos fosfolipídios etc. • Papel importante na ativação enzimática e na regulação da permeabilidade da membrana celular, ambas importantes para o metabolismo e essencial para a função muscular normal. • O consumo de cálcio em quantidades adequadas é crucial para a saúde dos atletas. • O baixo consumo de cálcio pode levar à retirada desse mineral dos ossos e dentes, levando a osteopenia. Para ser propriamente absorvido pelos ossos, o cálcio precisa de uma aliada fundamental, que é a vitamina D. Ao substituir os lácteos pelas fontes vegetais, é preciso levar em conta que a quantidade de cálcio absorvível pelo organismo (biodisponibilidade) varia de acordo com a composição do próprio alimento. A explicação para essa diferença está na presença de alguns fitatos e oxalatos, conhecidos como antinutrientes. Essas substâncias são assim chamadas porque sequestram grande parte das vitaminas e dos minerais antes que eles sejam absorvidos pelo organismo. METABOLISMO BIODISPONIBILIDADE • Para que o cálcio seja absorvido de forma eficiente é importante que seja ingerido sem alimentos que contenham cafeína, ferro, que está presente principalmente em carnes, e fitatos e oxalatos, presentes em vegetais como o feijão e o espinafre. • Outro fator essencial para a absorção do cálcio é a presença da Vitamina D, que estimula o intestino a absorver o cálcio ingerido e aumenta a fixação de cálcio nos ossos. RECOMENDAÇÃO Suplementos → indicados para atletas com deficiência bem diagnosticada: carbonato de cálcio, gluconato de cálcio ou citrato de cálcio (este apresenta menor probabilidade de acarretar comprometimentos gástricos e pode acelerar a absorção de ferro). Carbonato de cálcio → fornece cerca de 30% de cálcio elementar, ou seja, para cada 1.000 mg de suplemento administrado, apenas 280 mg é absorvido. Porém, a vitamina D presente em alguns suplementos aumenta a reabsorção do mineral. Assim, das 1.000 mg administradas, cerca de 500 mg serão, de fato, de cálcio elementar. RDA: adolescentes 1.300 mg/dia; adultos entre 19 e 50 anos de idade 1.000 a 1.200 mg/dia; e, adultos com mais de 50 anos 1.200 mg/dia. Atletas com amenorreia → aumentar o consumo de cálcio diariamente, a fim de contrabalançar a absorção diminuída e os baixos níveis de estrógeno. → 2.000 mg de cálcio por dia. DEFICIÊNCIA • Deformação óssea • Osteoporose • Fraturas • Fraqueza muscular EXCESSO • Cálculo renal • Insuficiência renal FONTES É um mineral bem distribuído entre alimentos de origem animal e vegetal. • Leites e derivados • Cereais integrais • Castanhas • Gergelim branco • Soja e derivados • Vegetais verde-escuros FONTES FÓSFORO (P) O fósforo é o segundo não-metal mais abundante no organismo humano, sendo que 80% deste está na forma de cristais de fosfato de cálcio (Ca2(PO4)2) e fosfato de magnésio (Mg2(PO4)2) nos ossos e nos dentes. No ser humano, esse mineral representa de 0,8% a 1,2% do peso corporal de um indivíduo adulto, sendo que 90% deste conteúdo está nos dentes e ossos. Está presente também no código genético (DNA e RNA), e é responsável por ativar enzimas e manter o balanço ácido-básico do organismo. É utilizado para formar moléculas relacionadas ao processo bioenergético do ser humano, sendo constituinte básico da adenosina trifosfato (ATP) e da creatina fosfato (CP), ambas envolvidas no armazenamento, liberação e ressíntese de energia para o funcionamento celular normal FUNÇÃO Está presente em todas as membranas celulares Integra a estrutura dos ossos e dentes, dando-lhes maior solidez Participa ativamente do metabolismo dos glicídios Atua na contração muscular Quando ingeridos, esses alimentos chegam ao estômago e recebem a ação das enzimas fosfatases, que liberam o fósforo dos compostos contendo fosfato. A absorção desse elemento ocorre de forma semelhante a do cálcio, ou seja, por mecanismo ativo estimulado pelo calcitriol (vit D). No intestino delgado o fósforo é absorvido na forma de fósforo inorgânico. O fósforo é excretado por via renal através da urina, sendo este processo regulado pelos hormônios da paratireóide, pelas concentrações plasmáticas e também pelo uso de diuréticos. METABOLISMO RECOMENDAÇÃO Para a prática de exercício físico o fósforo é extremamente relevante, pois faz parte da principal estrutura relacionada a geração e transferência de energia, que é a ATP. Durante os esforços físicos com características anaeróbias participa do processo de ressíntese de compostos energeticos, por meio do mecanismo ATP-CP. DEFICIÊNCIA • Diminuição de apetite • Anemia • Fraqueza muscular • Dor nos ossos e maior suscetibilidade a infecções EXCESSO • Calcificação cardiovascular • Calcificação dos tecidos moles • Osteopenia (diminuição da massa óssea) • Anemia • Hipertensão • Coceira (pode levar a lesões cutâneas graves) • Disfunção sexual • Confusão mental • Sensação de peso nas pernas Deve ser controlado no paciente com insuficiência renal FONTES • Alimentos de origem vegetal: cereais, nozes e legumes têm níveis elevados de fósforo. • Leite, ovos e derivados do leite como o queijo, contém fósforo em quantidades satisfatórias em sua composição. • Farinha de trigo integral contém uma maior concentração de fósforo que a farinha branca (cerca de três vezes mais). MAGNÉSIO (MG) • O magnésio é um mineral catalizador vital do metabolismo oxidativo; • Participa de inúmeras reações metabólicas,atuando em enzimas da via glicolítica, em etapas importantes do ciclo de Krebs, em enzimas da via gliconeogênica, no metabolismo dos lipídios e na ativação de aminoácidos via DNA e RNA polimerases. • Também participa da síntese da glutationa (um importante antioxidante), na permeabilidade e no transporte da membrana celular, em qualquer enzima que fizer uso de ATP em fosforilações, na osmorregulação e na contratilidade muscular. • Muitos estudos sobre essa substância estão em andamento, mas já se sabe que ela contribui nas funções do sistema nervoso, muscular, endócrino, além de regular a pressão arterial e ajudar no controle da glicemia. FUNÇÃO • Evita câimbras musculares • Mantém bom funcionamento dos músculos, nervos e densidade óssea • Coopera na produção de ATP • Antioxidante • Efeito vasodilatador • Sua deficiência reduz absorção e metabolismo do cálcio Cerca de 30 a 50% do magnésio proveniente da alimentação é absorvido ao longo de todo o intestino em processo que depende das reservas do organismo e do seu aporte na dieta. A absorção intestinal ocorre, principalmente, no intestino delgado distal, na porção entre o duodeno distal e o íleo, sendo que esta pode ocorrer por transporte ativo ou passivo. Passivo: predomina quando a ingestão de magnésio é elevada Ativo: ocorre principalmente no cólon e parte no jejuno e íleo, nas situações em que a ingestão de magnésio é baixa ou adequada Nos rins, a maior parte da reabsorção (65%) de magnésio ocorre no ramo ascendente da alça de Henle. O magnésio é estocado principalmente nos ossos e quando o organismo encontra-se em estado temporário de deficiência do micronutriente, o tecido ósseo mantém seus níveis séricos constantes METABOLISMO RECOMENDAÇÃO As doses de Mg para atletas variam até 8 mg/kg/dia, dose essa bem tolerada em indivíduos saudáveis. Porém, não se deve ultrapassar 300 mg/dia na suplementação e deve-se atentar à relação 1 para magnésio e 2 para cálcio. Ou seja, após o cálculo da dieta, o total de Mg deve ser metade da quantidade de cálcio • câimbras musculares (muito comum em atletas), • depressão (condição em que muitos esportistas relatam desânimo em perdurar as atividades), • constipação, • arritmias ou dificuldade de manter a frequência em treinos específicos, • dificuldade de crescimento em jovens atletas. DEFICIÊNCIA • diarreia, • náuseas, • vômito EXCESSO FONTES • Leguminosas • Grãos integrais • Frutas, como o abacate, banana e kiwi; • Vegetais, especialmente brócolis, abóbora e folhas verdes, como couve e espinafre; • Sementes, especialmente as de abóbora e de girassol; • Oleaginosas, • Leite, iogurte e outros derivados; • Outros: café, carnes e chocolate. ESTUDOS • Indicam que a suplementação de Mg não exerce efeito independente no ganho de rendimento, principalmente quando a concentração sérica desse mineral está na faixa de normalidade. SÓDIO (NA) O sódio é um dos eletrólitos do corpo, que são minerais de que o corpo necessita em quantidades relativamente grandes. A maioria do sódio do corpo está situada no sangue e no líquido que circunda as células. O sódio ajuda o organismo a manter um equilíbrio hídrico normal. FUNÇÃO Presente em nos fluídos e tecidos corporais, é encontrado especialmente no líquido extracelular e no plasma sanguíneo. O sódio é um dos responsáveis pela manutenção do equilíbrio e distribuição de água, do equilíbrio osmótico normal e do ritmo cardíaco. Como é perdido no suor, qualquer condição que cause uma transpiração excessiva, como o esforço extremo ou o exercício num ambiente quente, pode depletá-lo. A absorção de sódio ocorre principalmente no intestino delgado e corresponde a aproximadamente 98% do total de sódio consumido. Em condições normais, 90% a 95% do sódio é excretado pelos rins através da urina, e o restante é perdido por meio das fezes e da pele (suor). Porém, em condições patológicas, como em distúrbios gastrintestinais com vômito e diarreia, pode ocorrer perda significativa desse mineral. Em condições de equilíbrio, a quantidade de sódio excretada na urina é praticamente igual à ingerida. O corpo obtém o sódio através de alimentos e bebidas e o elimina principalmente no suor e na urina. Os rins saudáveis mantêm um nível de sódio constante no organismo por meio do ajuste da quantidade excretada na urina. Quando o consumo e a perda de sódio não estão equilibrados, a quantidade total de sódio presente no corpo é afetada. É possível que a quantidade (concentração) de sódio no sangue esteja: • Muito baixa (hiponatremia) • Muito alta (hipernatremia) METABOLISMO RECOMENDAÇÃO • A Organização Mundial da Saúde recomenda a ingestão diária de menos de 2 miligramas de sódio, o que pode ser encontrado em 5 gramas de sal. • 1 grama de sal de cozinha contém 400mg de sódio • Má absorção intestinal • Suor em excesso • Diarreia • Fraqueza e apático • Taquicardia • Em casos mais graves de deficiência de sódio, as consequências podem ser fatais. DEFICIÊNCIA • Um dos principais órgãos afetados pelo excesso de sódio são os rins. Isso porque o sistema renal não está adaptado para excretar grande quantidade de minerais e, com isso, podem ocorrer graves inflamações. • Doenças cardiovasculares • Acidente vascular cerebral • Hipertrofia ventricular esquerda • Hipertensão arterial sistêmica (HAS) EXCESSO FONTES • Sal de cozinha • Carnes e produtos com base de carne • Embutidos • Queijos • Bacon • Sopa prontas • vegetais enlatados • Pão • Cereais matinais POTÁSSIO (K) O potássio é um nutriente importante para a função celular no corpo. Junto do sódio e do magnésio, ele é responsável pelo controle da pressão arterial. Cerca de 85% do potássio ingerido pela dieta é absorvido. FUNÇÃO Assim como o sódio, o potássio e o cloreto são amplamente distribuídos nos fluidos e tecidos corporais. O cloreto é encontrados sobretudo no liquido extracelular e no plasma sanguíneo, mas o potássio é encontrado principalmente dentro das células. Potássio atua no relaxamento e contração muscular A ingestão alimentar de potássio normalmente varia entre 40 e 150 mEq/dia. Equilíbrio→ as perdas fecais costumam ser próximas a 10% da ingestão. Os 90% remanescentes são excretados na urina Ingestão > 150 mEq/dia → cerca de 50% do excesso de potássio aparece na urina nas horas seguintes. O restante, em sua maior parte, é transferido para o compartimento intracelular, minimizando assim a elevação do potássio plasmático. Se a ingestão elevada de potássio continua, a secreção de aldosterona é estimulada e, então, a excreção renal de potássio aumenta. Além disso, a absorção de potássio das fezes parece estar sob alguma regulação e pode cair cerca de 50% em caso de excesso crônico de potássio. METABOLISMO RECOMENDAÇÃO De acordo com a OMS, os adultos devem consumir, pelo menos 3.510 mg de potássio por dia DEFICIÊNCIA Níveis baixos de potássio podem causar retenção sódica e hídrica, diminuindo a excreção de sódio pela urina, aumentando a pressão sanguínea. Ainda segundo os pesquisadores, uma baixa ingestão de potássio pode levar à disfunção muscular, que, se não tratada, pode resultar em insuficiência respiratória e até em parada cardíaca. • Cansaço • Fadiga • Fraqueza • Dores musculares • Hipotensão • Vômitos • Dilatação cardíaca. • Distúrbios cardíacos • Confusão mental • Paralisia muscular EXCESSO FONTES • Frutas secas • Frutas frescas • Banana • Cítricas • Vegetais crus ou cozidos • Vegetais verdes folhosos • Batata. FERRO (FE) Oligoelemento mais abundante no metabolismo celular. A importância dele para o desempenho físico está relacionada com seu papel na constituição de hemoglobina, mioglobina, desidrogenases, citocromos e algumas enzimas mitocondriais (proteínas essenciais para o transporte de oxigênio no organismo e para a produção de energia). A ingestão de ferro por atletas deveser cuidadosamente analisada. Alguns autores encontraram pequenas diferenças entre os níveis séricos de ferro de atletas e da população em geral detectando uma aparente deficiência independente do tipo de esporte praticado. Atletas perdem ferro através do processo de hemólise devido o impacto no solo. Particularmente, as mulheres perdem quantidades significativas de ferro pela menstruação, o que as torna mais susceptíveis à carência desse mineral. FUNÇÃO Como componente da hemoglobina nas hemácias (células vermelhas do sangue), o ferro permite o transporte do oxigênio para o músculo durante o exercício, por isso está envolvido na geração desse gás tão importante no esporte, e assim atua diretamente no processo de produção de energia. O ferro tem uma série de funções no corpo humano, mas uma das principais é fazer com que não falte hemoglobina para o transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos. A queda de hemoglobina na circulação está associada com uma redução do oxigênio, onde a capacidade de carrear o mesmo é diminuída em um exercício de performance. Além disso, a modalidade esportiva praticada também pode estar facilitando a perda de ferro, uma vez que esportes que exigem impacto constante com o solo, como a corrida, o basquete e o tênis, aumentam a chamada “hemólise por impacto”, que favorece a perda de sangue pelo trato gastrointestinal. • O ferro utilizado pelo organismo é obtido de duas fontes principais: da dieta e da reciclagem de hemácias senescentes. • De 1 mg a 2 mg de ferro são absorvidos por dia pelo epitélio duodenal • ferro é transportado no plasma pela transferrina (Tf), uma glicoproteína sintetizada e secretada pelo fígado. • O ferro fica estocado nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e medula óssea, nas formas de ferritina e hemossiderina METABOLISMO RECOMENDAÇÃO Preconiza-se a ingestão diária de 50 a 100 mg de ferro para atletas deficientes e não anêmicos e 300 mg/dia para os anêmicos. A melhor forma de reposição de ferro seriam os quelados associados à reposição de vitamina C. A administração de sulfato ferroso em doses de mais ou menos 125 a 150 mg deixam as fezes escuras, pois possuem apenas 15 mg de ferro elementar e o restante é eliminado O restabelecimento dos estoques de ferro leva, no mínimo, 3 meses e a suplementação deve ser feita cautelosamente. DEFICIÊNCIA • Fadiga generalizada • Anorexia (falta de apetite) • Palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas) • Menos disposição para o trabalho • Dificuldade de aprendizagem nas crianças • Apatia (crianças muito “paradas”). Os indicadores bioquímicos mais usados para caracterizar o estado de deficiência são: ferritina plasmática, saturação da transferrina e concentração de hemoglobina • Convulsões • Náuseas • Vômito • Hipotensão • Paladar metálico EXCESSO FONTES • ANIMAL (ferro heme): carnes vermelhas, principalmente fígado e outras vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes, mariscos crus. • VEGETAL (ferro não heme): folhosos na cor verde-escura (exceto espinafre), como o agrião, couve, cheiro-verde, taioba; as leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou enriquecidos; nozes e castanhas, melado de cana, rapadura, açúcar mascavo. Além do açaí. ESTUDOS • Estudos sobre a ingestão dietética de nutrientes por atletas têm demonstrado que atletas homens normalmente ingerem ferro de acordo com o preconizado. Tal fato não parece ser verdadeiro para as mulheres em que atletas ginastas, bailarinas, adolescentes e vegetarianas, em sua grande maioria, apresentam ingestão deficiente em ferro. O consumo dietético inadequado parece ser um fator contribuinte importante para a prevalência da deficiência em ferro. • A suplementação de ferro em atletas sem comprovada deficiência não é indicada, e os estudos não demonstram melhora do desempenho. Doses acima de 75 mg podem interferir na absorção de zinco. • Os benefícios da suplementação de ferro em atletas que não apresentam quadro de deficiência ainda permanecem obscuros. Em geral, um pequeno, mas significativo aumento nos valores de ferritina sérica é observado na maioria dos estudos que envolvem atletas não deficientes ZINCO (ZN) Encontra-se abundantemente pelo corpo e está em segundo lugar em relação ao ferro. O corpo humano possui cerca de 2 a 3g de zinco, com as maiores concentrações no pâncreas, fígado, rins, músculos e ossos. O zinco é componente de várias enzimas e participa de vias metabólicas que envolvem a síntese de proteínas, metabolismo de carboidratos, de lipídeos e de ácidos nucléicos. Importante para o paladar e olfato, esse mineral atua regulando a atividade das glândulas sebáceas. Protege o fígado das agressões químicas e é vital na formação óssea. FUNÇÃO • Antioxidante • Atua na síntese de metalotioneínas (proteínas capazes de se ligarem a metais como o Cu, impedindo a formação de RL). • Atua como cofator na absorção de vitaminas lipossolúveis, como a vitamina E • O zinco está envolvido no processo respiratório celular e sua deficiência em atletas pode gerar anorexia, perda de peso significativa, fadiga, queda no rendimento em provas de resistência e risco de osteoporose, razão pela qual tem sido sugerida sua suplementação alimentar. • O zinco é absorvido preferencialmente no jejuno. No lúmen intestinal o zinco se complexa com ligantes exógenos provenientes da digestão alimentar, e endógenos provenientes das excreções pancreática, biliar e da mucosa. • O zinco é transportado no plasma ligado a albúmina (57%), macroglobulina (40%), e aminoácidos (3%). Uma vez absorvido, o zinco é captado pelo fígado, e, então, distribuído para os outros tecidos. • A excreção de zinco é feita principalmente pelo trato gastrointestinal, sendo cerca de 2-5 mg provenientes das secreções pancreáticas exócrinas. • Sob condições normais, 95% do zinco da fração filtrável do plasma é reabsorvido na parte distal do túbulo renal. As perdas urinárias variam de 300-600 μg/dia. METABOLISMO RECOMENDAÇÃO • RDA: 15mg para homens e 12mg para mulheres. • A suplementação de zinco não pode ultrapassar 100 mg/dia. • Doses terapêuticas variam de 30 a 50 mg/dia, estão numa relação de 16 para 1 para o cobre, e não se deve administrar o ferro concomitantemente, pois eles competem entre si pelo sítio de absorção intestinal. • A suplementação de zinco deve ser cuidadosamente administrada, pois pode afetar a absorção de cobre. DEFICIÊNCIA • Imunodeficiências • Manchas brancas nas unhas • Acne • Retardo do crescimento • Atraso na maturação sexual • Alopecia • Lesões na pele (acrodermatite enteropática) • Impotência • Perda de memória e acuidade visual Em atletas pode provocar anorexia, perda excessiva de peso corporal, fadiga crônica com perda da capacidade de endurance e risco elevado de osteoporose. • Anemia • Febre • Distúrbios do sistema nervoso central EXCESSO FONTES • Pão integral • Frutos do mar • Feijão • Carne magra • Semente abóbora • Nozes • Leite, iogurte e queijo ESTUDOS • Os benefícios da suplementação de zinco para a melhora do rendimento ainda apresentam resultados controversos (em termos de melhora no próprio desempenho), pois a maioria dos trabalhos descritos até o momento relatam benefícios para atletas imunodeprimidos, com níveis séricos alterados ou com ingestão insuficiente desse mineral. • Cordova e Navas revelam que perdas no suor, com consequente diminuição do zinco plasmático em atletas, pode levar à fadiga e a decréscimo na capacidade de endurance. • Dressendorf e Sockolov relatam que alguns corredores de endurance possuem níveis séricos de zinco muito inferiores aos de homens da mesma faixa etária que não estejam sob as mesmas condições de exercícios crônicos. • Micheletti et al. relatam que 90% dos atletas ingerem zinco abaixo das recomendações ideais. SELÊNIO O selênio é um micronutrienteimportante para o ser humano, estando envolvido em diversas funções metabólicas e enzimáticas, e relacionado, também, com a prevenção de várias doenças, proporcionando, inclusive, efeito protetor contra alguns tipos de câncer. Propõe-se também um papel na defesa do organismo contra metais pesados e radicais livres, por ser constituinte essencial de grande número de enzimas relacionadas aos mecanismos antioxidantes do organismo, das quais destaca-se a glutationa peroxidase. Atua como cofator (em associação ao zinco) na enzima 2 a-deiodinase durante a síntese de hormônios tireoidianos. Dessa forma, baixas ingestões desses minerais estão associadas à menor síntese de T3 e T4 e, consequentemente, a um baixo metabolismo energético. FUNÇÃO • Obtido apenas a partir da alimentação, atuante em diversas áreas metabólicas do corpo humano como na tireoide e funcionamento do sistema inume, estando também relacionado à regulação do sistema de defesa antioxidante. • A deficiência desse micronutriente, entre outros fatores, pode acarretar em maior susceptibilidade a lesões oxidativas • Absorção → extremidade inferior do intestino delgado. • Transporte → nos enterócitos é reduzido a selenito, sendo transportado no sangue ligado a proteínas, principalmente a frações de ß- lipoproteína de muito baixa densidade e albumina • Excreção pela via urinária METABOLISMO RECOMENDAÇÃO As recomendações de selênio, com base na ingestão que promove atividade máxima para a enzima glutationa peroxidase é de 70 µg/dia para homens e 55 µg/dia para mulheres. Em atletas, preconiza-se a ingestão de 100 µg/dia. DEFICIÊNCIA • Doença de keshan (uma cardiomiopatia) • Doença de kashin-beck (osteoartrite endêmica) • Fibrilação ventricular • Sensibilidade muscular • Mialgia • Degeneração pancreática • Aumento de susceptibilidade ao câncer • Aumento da fragilidade dos eritrócitos • Aumento da agregação plaquetária TOXICIDADE • Perda de cabelo • Unhas frágeis • Distúrbios gastrointestinais • Erupções cutâneas • Mau hálito • Anormalidade no sistema nervoso FONTES • Cereais, como o trigo • Peixes • Castanha-do-pará (alimento que contém a maior quantidade de selênio por grama) ESTUDOS O uso da suplementação de selênio orgânico em atletas não tem mostrado melhora no rendimento e na capacidade de resistência, 91,135 mas pode ser útil para atletas de endurance por promover significativas alterações nos peróxidos lipídicos formados após o exercício. A suplementação rotineira de selênio nos Estados Unidos não tem sido realizada, uma vez que o Third National Health and Nutritional Examination Survey determinou, pela análise de selênio plasmático de 17 630 pessoas, que mais de 99% dos indivíduos não apresentavam deficiência. Até o momento, todos os trabalhos publicados são insuficientes para assegurar a recomendação de suplementos antioxidantes para atletas. Alguns pesquisadores sugerem que megadoses administradas por longo período de tempo podem ser perigosas. COBRE É um mineral importantíssimo para o organismo, pois participa do metabolismo proteico, da oxidação orgânica da vitamina C, da formação de hemoglobina e facilita a absorção do ferro. É necessário para a síntese do RNA, para o aproveitamento adequado do oxigênio pela célula e é essencial para a mielinização das células nervosas. É um poderoso antioxidante e seu maior papel como antioxidante é pela enzima cobre-zinco-superóxido desmutase (efeitos anti-inflamatórios, estimula a função imunológica e aumenta os valores plasmáticos do HDL- colesterol). É um constituinte normal do sangue. Maiores concentrações encontram-se no fígado, cérebro, coração e rim. Várias enzimas essenciais do organismo são compostas por cobre. Podemos citar as aminas oxidase, ferroxidase, citocromo oxidase, dopamina β-hidroxilase, superóxido dismutase, tirosinase, metalotionina, albumina e outras. FUNÇÃO Formação do sangue (mobilização do ferro para a síntese da hemoglobina) e dos ossos Liberação de energia dos alimentos Produção de melanina Faz parte de enzimas antioxidantes Síntese do hormônio da adrenalina Formação dos tecidos conjuntivos Estômago e o duodeno são os locais de maior absorção desse metal. Após absorvido, o cobre se liga à albumina e à transcuprina e move-se para a circulação portal. Estima-se que 80% da excreção do cobre ocorra por via biliar e, em menor grau através do suor e da urina. METABOLISMO RECOMENDAÇÃO • A DRI para o cobre, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, seria 0,6 mg/dia para homens e de 0,7 mg/dia para mulheres. • Já a recomendação preconizada pelo National Research Council of the United State é de 1,5 a 3,0 mg/dia, dose que parece ser segura e adequada. • A Academia Americana de Ciências do Instituto de Medicina do Food and Nutrition Board, em 2001 recomenda cerca de 900 mcg por dia de cobre, mas relatam que a ingestão média para homens e mulheres seria de 1,0 e 1,6 mg dia respectivamente, sendo a UL 10 mg/dia para ambos os gêneros. DEFICIÊNCIA • Diminuição do paladar • Perda da coloração da pele e cabelo • Anemia • Calvície • Diarreia • Fraqueza geral • Alterações do sistema respiratório. EXCESSO • depressão, • irritabilidade, • náusea, • vômito, • dores musculares • atralgias. FONTES • Nozes • Amendoim • Feijão • Ervilha • Farelo e gérmen de trigo • Fígado • Frutos do mar CROMO O cromo é um oligoelemento que atua diretamente sobre a sensibilidade dos receptores periféricos da insulina, influenciando o metabolismo de carboidratos e lipídios. Muitos trabalhos na literatura descrevem o papel do cromo no perfil lipídico, diminuindo os níveis plasmáticos de LDL-colesterol e triglicérides e aumentando os níveis do HDL-colesterol. A forma usualmente encontrada nos alimentos não é facilmente absorvida (somente 0,4 a 2,5% do total); as maiores fontes de cromo não são também consumidas com facilidade, e a quantidade ainda fica aquém das necessidades do mineral. Depois de ingerido, ao chegar ao lúmen estomacal este composto torna-se solúvel e é hidrolisado, havendo a liberação e posterior absorção do cromo pelo intestino. METABOLISMO RECOMENDAÇÃO Embora o cromo seja considerado um nutriente essencial, não existe uma ingestão específica para atletas. A ingestão dietética diária segura e adequada para adultos está entre 50 e 200 µg/dia. A administração usual de cromo é a associada a um aminoácido de ocorrência natural no metabolismo humano, o picolinato, formando o picolinato de cromo. DEFICIÊNCIA Prejuízo na ação da insulina, contribuindo para intolerância a glicose, alteração das concentrações dos lipídios plasmáticos e alteração do metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. FONTES ESTUDOS A maioria dos trabalhos disponíveis até o momento evidencia que a suplementação de cromo não promove ganho de massa muscular nem perda de gordura corporal, como determinado por vários métodos de análise da composição corporal. Existem poucas informações disponíveis sobre a segurança da administração do cromo em relação ao tempo de suplementação e à dosagem. Porém, nos trabalhos publicados pela comunidade científica até o momento, não se observa riscos. MANGANÊS É um mineral necessário para várias ativações enzimáticas, pois atua como cofator ou diretamente na composição de determinadas enzimas. A maior parte do manganês corporal é encontrada no pâncreas, nos ossos, no fígado e nos rins. Nas células, encontra-se nas mitocôndrias. O conteúdo corporal de manganês é regulado pela concentração deste excretado na bile. Normalmente, as perdas urinárias são muito baixas. FUNÇÃO Participa da formação do colágeno, da síntese da ureia e do metabolismo de carboidratos e lipídios. Está envolvido na síntese do colesterol e dos hormônios sexuais e na capacidade reprodutiva do organismo. Atua no pâncreas e age melhorandoa ação da insulina no organismo. Compõe a estrutura do sistema nervoso central É importante no tratamento da anemia por deficiência de ferro, É um catalisador na formação da cartilagem e dos líquidos sinuviais, necessário para a lubrificação das articulações. É fundamental para o crescimento ósseo e sua reprodução O manganês é absorvido por um mecanismo similar ao do ferro e, no plasma, é encontrado em maior parte ligado à transferrina, proteína muito relacionada ao transporte de ferro no organismo. METABOLISMO RECOMENDAÇÃO Sua RDA é de 2,5 a 5 mg/dia. Entretanto, doses superiores a 5 mg podem gerar danos ao sistema nervoso central, e alguns trabalhos referem-no à doença de Parkinson. DEFICIÊNCIA Pode estar relacionada à confusão mental, convulsões, problemas oculares, auditivos e cardíacos, alem de hipertensão arterial, irritabilidade, perda de memória e lesões pancreáticas FONTES • nozes, • amêndoas, • sementes, • cereais integrais, • café • chá ESTUDOS Não há dados conclusivos na literatura em relação ao seu papel como ergogênico em atletas. A maioria dos estudos descritos até o momento refere-se à sua atuação como cofator de enzimas essenciais para todo o metabolismo. Assim, uma ingestão alimentar adequada em manganês assegura um bom funcionamento do organismo. CONCLUSÃO • Não existem informações conclusivas a respeito da melhoria do rendimento a partir da suplementação de minerais em atletas que realmente não apresentem deficiência orgânica. • Uma dieta balanceada contendo as fontes dos vários minerais deve ser indicada e ter sua importância constantemente esclarecida. • O objetivo dos atletas é o alto rendimento e melhores resultados. Entretanto, para tal, o organismo precisa estar saudável, funcionando plenamente, sem comprometimentos. A nutrição pode, nesse aspecto, fazer a diferença entre ganhar e perder. • A conquista por melhores resultados não está apenas associada à dieta da semana da competição ou do dia da prova. Ela deve estar presente todos os dias, proporcionando ao organismo capacidade de responder aos treinos na busca do rendimento máximo. • A manutenção de ingestão adequada de todos os macro e micronutrientes durante toda a temporada é fundamental.
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