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LABORATÓRIO DE MICROECONOMIA II – NOTURNO LISTA 3 – MEDIDAS DE BEM-ESTAR LISTA AVALIATIVA – Valor: 10 pontos Instruções: i. As respostas devem ser enviadas NO MÁXIMO até às 20h de quarta (21/09/22). ii. A lista será resolvida na aula deste dia. iii. Os exercícios devem ser escaneados e enviados pelo Classroom ou entregues em papel, antes da aula. 1. O que é calculado através da variação compensadora? E da variação equivalente? 2. Sejam as preferências de um indivíduo do tipo Cobb-Douglas, cuja função de utilidade é 𝑈(𝑥 , 𝑦) = 𝑥0,5𝑦0,5. Suponha que sua renda seja 𝑚 = 300, 𝑝𝑥 = 1 e 𝑝𝑦 = 1. Se 𝑝𝑦 passa a ser 4, quanto será a variação compensadora da renda para que o consumidor fique tão bem quanto antes? E qual máximo de renda o consumidor estaria disposto a perder para evitar a modificação dos preços, pelo cálculo da variação equivalente? 3. José, cuja função quase-linear é dada por 𝑈(𝑥 , 𝑦) = √𝑥 + 𝑦, possui renda 𝑚 = 2,5. O 𝑝𝑦 é unitário (ou seja = 1). Inicialmente, o 𝑝𝑥 = 0,25. Em um segundo momento passa a ser 𝑝𝑥 = 0,5. Ache o que se pede: (Relembrando: para achar as cestas ótimas de uma função quase-linear, basta igualar 𝑝𝑥 𝑝𝑦 = 𝑈𝑚𝑔𝑥 𝑈𝑚𝑔𝑦 , em que 𝑈𝑚𝑔 𝑥 e 𝑈𝑚𝑔 𝑦 representam as derivadas parciais da função 𝑈(𝑥 , 𝑦), e substituir na equação da restrição orçamentária). a) A utilidade alcançada na situação inicial. b) A cesta consumida após a alteração dos preços. c) A variação compensadora. d) A variação equivalente. 4. Suponha que o mercado de gasolina seja determinado pela função de demanda 𝑄𝐷 = 2000 − 20𝑃 e pela função de oferta 𝑄𝑂 = −1000 + 40𝑃. Se é decretado que o preço máximo da gasolina será R$30, qual é a área da perda de excedente do produtor decorrente desse controle de preços? (QUESTÃO EXTRA – 2pts) Por que as funções quase-lineares apresentam resultados iguais nos cálculos da variação compensadora, da variação equivalente e do excedente do consumidor? 1. A variação de renda necessária para levar o consumidor à sua curva de indiferença original é chamada variação compensadora da renda, uma vez que ela é a variação na renda que compensa o consumidor pela variação do preço. A variação compensadora mede quanto dinheiro adicional deve ser dado ao consumidor se quisesse compensá-lo pela variação de preço. Outra forma de medir em termos monetários o impacto de uma variação de preço consiste em perguntar quanto dinheiro teria de se tirar do consumidor antes da variação de preço para deixá-lo tão bem quanto estaria depois da variação de preço. Isso é chamado variação equivalente da renda, posto que é a variação na renda que equivale à variação de preço em termos de variação na utilidade. A variação equivalente mede a quantidade máxima de renda que o consumidor estaria disposto a pagar para evitar a variação de preço. 2. a) Max. 𝑈(𝑥 , 𝑦) = 𝑥0,5𝑦0,5 Sujeito a 𝑝𝑥𝑥 + 𝑝𝑦𝑦 − 𝑚 = 0 Sabendo que 𝑚 = 300, 𝑝𝑥 = 𝑝𝑦 = 1 𝑒 𝑝𝑦 ′ = 4 Já sabemos que: 𝑥∗ = 𝑚 2𝑝𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑟𝑠ℎ𝑎𝑙𝑙𝑖𝑎𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑥 𝑦∗ = 𝑚 2𝑝𝑦 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑟𝑠ℎ𝑎𝑙𝑙𝑖𝑎𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑦 Antes da mudança de preço: 𝑥∗ = 𝑚 2𝑝𝑥 = 300 2.1 = 150 𝑦∗ = 𝑚 2𝑝𝑦 = 100 2.1 = 150 Para achar a variação compensadora, igualo: 𝑉(𝑝𝑥, 𝑝𝑦 ′ , 𝑚′) = 𝑉(𝑝𝑥, 𝑝𝑦, 𝑚) Que é igual a: 𝑈[𝑥(𝑝𝑥, 𝑚 ′), 𝑦(𝑝𝑦 ′ , 𝑚′)] = 𝑈[𝑥(𝑝𝑥, 𝑚), 𝑦(𝑝𝑦, 𝑚)] 𝑈[𝑥(1, 𝑚′), 𝑦(4, 𝑚′)] = 𝑈(150,150) ( 𝑚′ 2.1 ) 0,5 . ( 𝑚′ 2.4 ) 0,5 = 1500,5. 1500,5 𝑚′ 4 = 150 𝑚′ = 600 𝑉𝐶 = 𝑚𝑜 − 𝑚′ 𝑉𝐶 = 300 − 600 𝑉𝐶 = −300 Com aumento de 𝑝𝑦 o consumidor teria que ser compensado em 300 de acréscimo de renda para consumir como anteriormente. b) para achar variação equivalente é feito: Igualo: 𝑉(𝑝𝑥, 𝑝𝑦, 𝑚 ′) = 𝑉(𝑝𝑥, 𝑝𝑦 ′ , 𝑚) Que é igual a: 𝑈[𝑥(𝑝𝑥, 𝑚 ′), 𝑦(𝑝𝑦, 𝑚 ′)] = 𝑈[𝑥(𝑝𝑥, 𝑚), 𝑦(𝑝𝑦 ′ , 𝑚)] 𝑈[𝑥(1, 𝑚′), 𝑦(1, 𝑚′)] = 𝑈[𝑥(1,300), 𝑦(4,300) ( 𝑚′ 2.1 ) 0,5 . ( 𝑚′ 2.1 ) 0,5 = ( 300 2.1 ) 0,5 . ( 300 2.4 ) 0,5 𝑚′ 2 = 300 4 𝑚′ 2 = 75 𝑚′ = 150 𝑉𝐸 = 𝑚′ − 𝑚𝑜 𝑉𝐸 = 150 − 300 𝑉𝐸 = −150 Com o aumento de 𝑝𝑦 o consumidor estaria disposto a diminuir sua renda inicial em 150 para evitar a variação nos preços. 3. Max. 𝑈(𝑥 , 𝑦) = √𝑥 + 𝑦 → 𝑥 1 2 + 𝑦 Sujeito a 𝑝𝑥𝑥 + 𝑝𝑦𝑦 − 𝑚 = 0 Sabendo que 𝑚 = 2,5, 𝑝𝑦 = 1, 𝑝𝑥 = 0,25 𝑒 𝑝𝑥 ′ = 0,5 Para achar o ótimo da função quase-linear: 𝑝𝑥 𝑝𝑦 = 𝑈𝑚𝑔𝑥 𝑈𝑚𝑔𝑦 a) 𝑝𝑥 𝑝𝑦 = 1 2 . 𝑥 − 1 2 1 𝑝𝑥 𝑝𝑦 = 1 2√𝑥 2√𝑥. 𝑝𝑥 = 𝑝𝑦 √𝑥 = 𝑝𝑦 2𝑝𝑥 𝑥 = ( 𝑝𝑦 2𝑝𝑥 ) 2 𝑥∗ = 𝑝𝑦 2 4𝑝𝑥2 𝑥∗ = 12 4(0,25)2 𝑥∗ = 4 Substitui na restrição para achar y*: 𝑝𝑥𝑥 + 𝑝𝑦𝑦 = 𝑚 𝑝𝑥. 𝑝𝑦 2 4𝑝𝑥2 + 𝑝𝑦𝑦 = 𝑚 𝑝𝑦 2 4𝑝𝑥 + 𝑝𝑦𝑦 = 𝑚 12 4𝑝𝑥 + 𝑦 = 𝑚 𝑦∗ = 𝑚 − 1 4𝑝𝑥 𝑦∗ = 2,5 − 1 4. (0,25) 𝑦∗ = 2,5 − 1 𝑦∗ = 1,5 𝑈(𝑥∗, 𝑦∗) = √𝑥 + 𝑦 𝑈(4, 1,5) = √4 + 1,5 𝑈 = 3,5 b) Cesta consumida após a mudança de preços 𝑥(𝑝𝑥′, 𝑝𝑦, 𝑚) = 𝑝𝑦 2 4𝑝𝑥2 𝑥(0,5 , 1 , 2,5) = 12 4(0,5)2 = 1 1 = 1 𝑦(𝑝𝑦, 𝑝𝑥′, 𝑚) = 𝑚 − 1 4𝑝𝑥 𝑦(1, 0,5, 2,5) = 2,5 − 1 4. (0,5) = 2,5 − 1 2 = 2 Nova cesta consumida 𝒙, 𝒚 = (𝟏, 𝟐) c) 𝑉(𝑝𝑥′, 𝑝𝑦, 𝑚 ′) = 𝑉(𝑝𝑥, 𝑝𝑦, 𝑚) 𝑈[𝑥(𝑝𝑥′, 𝑚 ′), 𝑦(𝑝𝑦, 𝑚 ′)] = 𝑈[𝑥(𝑝𝑥, 𝑚), 𝑦(𝑝𝑦, 𝑚)] 𝑈[𝑥(0,5, 𝑚′), 𝑦(1, 𝑚′)] = 𝑈[𝑥(0,25, 2,5), 𝑦(1, 2,5)] √ 𝑝𝑦2 4𝑝𝑥′2 + (𝑚′ − 1 4𝑝𝑥′ ) = 𝑈(4, 1,5) √ 12 4(0,5)2 + (𝑚′ − 1 4. 0,5 ) = 3,5 √ 1 1 + 𝑚′ − 1 2 = 3,5 1 + 𝑚′ − 0,5 = 3,5 𝑚′ = 3,5 + 0,5 − 1 𝑚′ = 3 𝑉𝐶 = 𝑚𝑜 − 𝑚′ 𝑉𝐶 = 2,5 − 3 𝑉𝐶 = −0,5 Devem ser dados R$0,50 ao consumidor para compensar a mudança no preço. d) 𝑉(𝑝𝑥, 𝑝𝑦, 𝑚 ′) = 𝑉(𝑝𝑥′, 𝑝𝑦, 𝑚) 𝑈[𝑥(𝑝𝑥, 𝑚 ′), 𝑦(𝑝𝑦, 𝑚 ′)] = 𝑈[𝑥(𝑝𝑥′, 𝑚), 𝑦(𝑝𝑦, 𝑚)] √ 𝑝𝑦 2 4𝑝𝑥2 + (𝑚′ − 1 4𝑝𝑥 ) = 𝑈[𝑥(0,5 , 2,5), 𝑦(1, 2,5)] √ 12 4(0,25)2 + (𝑚′ − 1 4. 0,25 ) = 𝑈(1, 2) √ 1 0,25 + 𝑚′ − 1 = 3 √4 + 𝑚′ − 1 = 3 2 + 𝑚′ − 1 = 3 𝑚′ = 3 − 2 + 1 𝑚′ = 2 𝑉𝐸 = 𝑚′ − 𝑚𝑜 𝑉𝐸 = 2 − 2,5 𝑉𝐸 = −0,5 Com o aumento de 𝑝𝑥 o consumidor estaria disposto a diminuir sua renda inicial em R$0,50 para evitar a variação nos preços. Repare que VC=VE=EXCEDENTE DO CONSUMIDOR, já que a função é quase-linear os valores de VC e VE tem que ser iguais. 4. 𝑄𝐷 = 2000 − 20𝑃 𝑄𝑂 = −1000 + 40𝑃 𝑃 𝑓𝑖𝑥𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 30 Se 𝑄𝐷 = 0 2000 − 20𝑃 = 0 −20𝑃 = −2000 𝑃 = 100 Se 𝑄𝑂 = 0 −1000 + 40𝑃 = 0 40𝑃 = 1000 𝑃 = 25 Preço de equilíbrio: 2000 − 20𝑃 = −1000 + 40𝑃 −20𝑃 − 40𝑃 = −1000 − 2000 −60𝑃 = −3000 𝑃∗ = 50 Com 𝑃∗, 𝑄𝐷 = 𝑄𝑂, logo: 2000 − 20𝑃 = 2000 − 20.50 = 1000 Se P é fixado em 30: 𝑄𝐷 = 2000 − 20𝑃 𝑄𝐷 = 2000 − 20.30 𝑄𝐷 = 2000 − 600 𝑄𝐷 = 1400 𝑄𝑂 = −1000 + 40𝑃 𝑄𝑂 = −1000 + 40.30 𝑄𝑂 = −1000 + 1200 𝑄𝑂 = 200 Graficamente, temos: P S 100 P*=50 30 25 D Q 200 1000 1400 Perda de excedente do produtor = área colorida 𝐸𝑃 = 20.200 + ( 20.800 2 ) 𝐸𝑃 = 4000 + 8000 𝐸𝑃 = 12000 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 (QUESTÃO EXTRA) Em termos geométricos, as variações compensadora e equivalente são duas formas distintas de medir o “afastamento” entre duas curvas de indiferença. Em ambos os casos, medimos a distância entre duas curvas de indiferença pela observação da distância que separa suas linhas tangentes. Em geral, essa medida de distância dependerá da inclinação das linhas tangentes – isto é, dos preços que tenham sido escolhidos para determinar as retas orçamentárias. No entanto, a variação equivalente e a variação compensadora são iguais num caso importante– o da utilidade quase linear. Nesse caso, as curvas de indiferença são paralelas, de modo que a distância entre duas curvas de indiferença quaisquer é a mesma, não importando onde elas sejam medidas. No caso da utilidade quase linear, a variação compensadora, a variação equivalente e a variação no excedente do consumidor fornecem todas elas a mesma medida do valor monetário de uma variação de preço.