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Gestão de Carreiras e Remuneração Remuneração por Competências Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Bruno Taranto Malheiros 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Remuneração por Competências Para início de conversa... ................................................................................ 4 Objetivos ......................................................................................................... 4 1. Modelos de Remuneração com Foco em Competências ................. 5 2. Responsabilidades pelo Desenvolvimento Profissional ................. 8 3. Vantagens da Remuneração por Competências ............................... 12 Referências ......................................................................................................... 14 Gestão de Carreiras e Remuneração 3 Para início de conversa... A remuneração por competências tem sido vista por grandes organizações como uma boa alternativa ao modelo tradicional de remuneração baseada nos cargos. Diversos motivos contribuem para essa percepção. Dentre os principais motivos, destaca-se a possibilidade de olhar mais para a pessoa do que para o cargo. No sistema de remuneração por competências, a remuneração tem uma parte que varia de acordo com o que a pessoa faz ou é capaz de fazer. Com isso, entende-se que há uma base meritocrática no modelo, visto que cargos iguais podem ser remunerados de forma diferente, de acordo com as competências de cada profissional. Além dos benefícios para a organização que adota esse modelo, com foco no aumento de produtividade e de qualidade, há também benefícios para os trabalhadores, visto que ocorre um estímulo ao desenvolvimento da carreira, afinal, quanto mais a pessoa se desenvolver, mais bem remunerada ela será. Esse modelo possui muitas vantagens para trabalhadores e empregadores, mas também muitos desafios, já que sua elaboração e implementação são bastante complexas. Neste capítulo, conheceremos essas vantagens e desafio. Além disso, veremos o passo a passo para empregar uma remuneração por competências. Objetivos ▪ Gerar uma visão holística sobre remuneração por competências. ▪ Demonstrar as vantagens obtidas pelos métodos de remunerar um colaborador pelas suas competências. Gestão de Carreiras e Remuneração 4 1. Modelos de Remuneração com Foco em Competências Existem diversos modelos de remuneração estratégica. As remunerações estratégicas são aquelas que relacionam a recompensa oferecida ao trabalhador com o nível de contribuição que este dá aos resultados da organização. Há quem afirme que falar em remuneração estratégica é falar em remuneração variável. Marras (2016) e Chiavenato (2015) explicam que a remuneração variável é uma estratégia utilizada pelas organizações para criar nos trabalhadores um sentimento de meritocracia. Em outras palavras, a tentativa é fazer com que o empregado entenda que quanto mais ele contribuir para resultados positivos da empresa, mais ele será recompensado. Não é difícil encontrar estudos na área de administração de carreiras, cargos e remuneração que mostrem o impacto de formas de remuneração variável nos resultados obtidos pelas organizações. Um exemplo simples capaz de ilustrar essa questão são as áreas comerciais. Frequentemente boa parte da remuneração de vendedores está associada à quantidade de vendas, isto é, quanto mais se vende, mais se ganha. A remuneração por competências está no rol dos modelos de remuneração estratégica e, portanto, conta com uma parte variável. No entanto, não se trata de um modelo que está diretamente associado aos resultados. Relaciona-se, na verdade, aos meios que possibilitam à organização atingir resultados melhores. Figura 1: Remuneração total: salário fixo + variável + benefícios. Fonte: Dreamstime. Em tese, a remuneração por competências não é um processo que está solto dentro da organização. Esse tipo de remuneração costuma integrar um sistema de gestão de pessoas orientado pelo modelo de gestão por competências. A noção de competência, portanto, permeia todos os subsistemas de gestão de pessoas. Gestão de Carreiras e Remuneração 5 Competência é vista na literatura como a combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes e se manifesta em uma entrega. No modelo de remuneração por competências, os salários são estruturados de forma que cada um seja remunerado pelas competências que já domina. Isso permite uma grande inovação: pessoas que ocupam o mesmo cargo podem ser remuneradas com salários diferentes. O modelo tradicional de remuneração por cargos prevê que cada cargo terá uma remuneração e supõe que todos os que ocupam aquele cargo possuem as mesmas competências. Por esse motivo, costuma-se dizer que a remuneração tradicional olha para os cargos. Na remuneração por competências, o valor final dependerá essencialmente do que o empregado domina em relação a conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas a seu trabalho. Nesse sentido, diz-se que é um modelo que olha para as pessoas. O sistema de remuneração por competências deve estar estruturado de tal forma que a remuneração final depende do nível de capacitação de cada pessoa. Essa capacitação, obviamente, deve estar diretamente relacionada ao que se espera do cargo – descrito em sua missão. Quando esse modelo de remuneração está estruturado, o funcionário consegue perceber exatamente onde precisa investir em seu próprio desenvolvimento, visto que esse desenvolvimento o fará progredir positivamente na tabela remuneratória. Também auxilia a própria organização, que tem facilidade para orientar seus projetos e ações. A implantação de um modelo de remuneração por competências pressupõe a identificação das competências da organização. Entretanto, a mera identificação das competências organizacionais não é suficiente para a estruturação de um modelo de competências. Vamos ver os passos necessários para a implantação desse modelo. 1. Mapear as competências da organização. 2. Identificar as competências essenciais. 3. Desenhar os perfis alinhados às competências essenciais. 4. Definir critérios para identificação de competências por perfis. 5. Sensibilizar as pessoas para o novo modelo. 6. Implementar o modelo. 7. Ajustar aspectos de melhoria. O mapeamento das competências da organização pode ser feito de diversas maneiras. A forma mais comum é realizar um trabalho com a alta administração a fim de identificar e detalhar a missão e a visão da organização. Também é importante compreender os macroprocessos Gestão de Carreiras e Remuneração 6 e entender como eles estão implementados. A partir desse momento, pode-se definir as competências que a organização possui e como elas diferenciam a empresa no mercado. Nem todas as competências da organização deverão fazer parte da estruturação do sistema de remuneração por competências. O ideal é focar nas competências chamadas de essenciais, ou seja, aquelas que fazem com que a organização seja capaz de operacionalizar sua estratégia e se manter no mercado. Possuir o mapeamento de competências organizacionais e a identificação das competências essenciais já permite que se estruture uma lista de perfis. Essa lista é feita por meio da relação entre os cargos da organização e a necessidade de manifestação das competências. Nem todosos cargos têm todas as competências como pré-requisitos, e o nível de manifestação destas não é comum para todos os cargos. Isso deve aparecer no desenho dos perfis. Imagine, por exemplo, uma empresa que atua no mercado financeiro e que tem como competência essencial a negociação. Provavelmente a manifestação dessas competências será mais complexa em um consultor financeiro do que nos profissionais da área de contabilidade. Identificar esse nível de complexidade é fundamental, porque a remuneração precisa estar alinhada àquilo que a empresa efetivamente espera de cada pessoa. Outro aspecto que não pode ser desconsiderado é a definição de critérios para a identificação de competências por perfis. Após o desenho dos cargos, é preciso estabelecer como se fará a medição da manifestação das competências para cada cargo. Isso contribui para evitar que haja subjetivismos na alocação de pessoas em uma determinada faixa remuneratória. Imagine, por exemplo, que a definição da manifestação das competências para fins de remuneração fique a cargo do chefe imediato. Esse chefe precisará saber quais comportamentos deve observar para garantir que não está sendo injusto na realocação de pessoas em outras faixas de remuneração. Quando o sistema está estruturado, é fundamental sensibilizar as pessoas para o novo modelo. Nem todos os profissionais de áreas técnicas – excluindo os de gestão de pessoas – estão acostumados a trabalhar dessa forma. É preciso que a área de RH faça um forte trabalho de comunicação e sensibilização para que todos entendam como devem progredir na remuneração e os passos que precisam ser dados nesse sentido. Gestão de Carreiras e Remuneração 7 Quando uma organização tem seu sistema de gestão de pessoas orientado por competências, é fortemente recomendado que os profissionais sejam alertados sobre isso já no processo de seleção. Essa medida se torna ainda mais relevante se a remuneração também segue tal modelo. Se foi possível realizar todas as etapas anteriores, é chegado o momento de implementar o novo modelo. É aconselhável iniciar por um piloto em uma área menor da organização. Isso permitirá que se implementem ajustes que podem não ter sido notados no momento da concepção do modelo. Claro que podem surgir outros pontos que precisarão de ajustes, mesmo quando o sistema de remuneração por competências já estiver implementado e rodando, mas o ideal é que, ao estrear um sistema, a quantidade de correções a serem feitas nele seja mínima. O sistema, após ser implementado, pode gerar novas entradas para ajustes. Diversos pontos podem contribuir para essa necessidade de adequação, como: ▪ Percepção das chefias sobre o processo. ▪ Dúvidas dos trabalhadores no sistema. ▪ Contribuições da alta administração. ▪ Percepção dos profissionais de gestão de pessoas. Um sistema de remuneração é um sistema estável, mas vivo. Ele pode ser ajustado sempre que houver necessidade e constantemente respeitando a legislação, mas, por ser estável, é fortemente recomendado evitar frequentes mudanças bruscas. Na remuneração por competências, a parte variável está ligada àqueles conhecimentos que o empregado domina e que o permitem executar atividades com maior produtividade e qualidade, mesmo as mais complexas. Do ponto de vista prático, serão melhor remunerados aqueles trabalhadores que tiverem mais conhecimentos e habilidades desenvolvidas. Isso significa que o próprio sistema é um estímulo para que os trabalhadores busquem seu desenvolvimento profissional, afinal serão remunerados por isso. No entanto, há um ponto a ser discutido: Quem é o responsável pelo desenvolvimento profissional dos trabalhadores? Quem deve cuidar da carreira das pessoas? Esse é nosso próximo assunto. 2. Responsabilidades pelo Desenvolvimento Profissional Vimos que a remuneração por competências está relacionada ao nível de domínio de conhecimentos e habilidades que estão previstos nas competências listadas para cada perfil. Nesse sentido, sabemos que o Gestão de Carreiras e Remuneração 8 aumento da remuneração de uma pessoa estará consistentemente relacionado ao seu desenvolvimento profissional. Mas quem é responsável por esse desenvolvimento? Para iniciar esse assunto, é importante definirmos o que é desenvolvimento na carreira. Dutra (2010) explica que a carreira é um caminho a ser percorrido pelas pessoas em sua vida profissional. Há quem chame carreira, inclusive, de trajetória profissional, o que significa dizer que o desenvolvimento da carreira compreende todas as etapas pelas quais um profissional deverá passar para chegar ao seu objetivo. Nesse contexto, o desenvolvimento na carreira possui algumas etapas a serem cumpridas: 1. Definição do objetivo do profissional. 2. Desenho do plano para atingir o objetivo. 3. Cumprimento do plano. 4. Avaliação do plano de carreira. Para que uma carreira seja estruturada e organizada, o primeiro passo é definir o objetivo do profissional, afinal só é possível chegar a algum ponto da carreira no momento em que se conhece tal ponto. A definição do objetivo profissional deve direcionar o trajeto a ser feito. Por exemplo, busca-se uma vida acadêmica baseada em ensino e pesquisa? Ou uma vida corporativa exercida dentro das organizações? No caso de uma vida corporativa, o profissional quer ser reconhecido como um grande técnico em sua área ou quer chegar a uma posição de gestão? Ou, ainda, o objetivo final é ser empreendedor e dono do próprio negócio? Veja que nesses breves questionamentos surgiram diversas possibilidades de carreira: ▪ Acadêmica (ensino e pesquisa). ▪ Corporativa – técnica. ▪ Corporativa – gestão. ▪ Empreendedorismo. Note que a decisão do caminho a tomar na carreira tem sólido impacto nas próximas ações que a pessoa deverá desenvolver. Se o desejo for seguir na área acadêmica, será necessário buscar uma boa pós-graduação e investir tempo e energia na realização de pesquisas e publicação de relatórios, visto que essas ações são essenciais a esses profissionais. Caso a opção seja se tornar um bom profissional técnico atuante na área corporativa, será necessário desenvolver conhecimentos técnicos não somente em cursos formais, mas principalmente em experiências práticas. A pessoa que busca uma carreira de gestão deverá estudar diversos assuntos a respeito de administração de pessoas, gestão de conflitos, liderança e negociação, direcionando suas ações na organização para essa área. Gestão de Carreiras e Remuneração 9 Quando se deseja empreender, será preciso investir energia para desenvolver conhecimento em áreas como gestão de pessoal, gestão financeira, marketing, entre outras. Também será necessário escolher um nicho e se especializar nele. Note que cada objetivo de carreira implica a construção de conhecimentos específicos e experiências que diferem umas das outras. Essa decisão deve ser tomada por cada profissional a fim de que seja possível estruturar um trajeto que o leve a atingir seu objetivo. Isso é o que se chama de plano de carreira. Plano de carreira é um documento que estrutura a trajetória de um profissional para atingir seu objetivo de carreira. Isso inclui os conteúdos que devem ser estudados na educação formal e informal e as experiências que precisam ser obtidas por meio do trabalho. Após ter um plano estruturado, é preciso cumprir esse plano e realizar uma avaliação periódica. Essa avaliação permitirá mudar os caminhos traçados inicialmente, de forma a adaptar o que foi planejado aos acontecimentos que se sucederam. Mesmo com mudanças de percurso, ter e cumprir um plano de carreira é essencial para se atingir os objetivos traçados. A avaliação do plano de carreira é a realização de uma análise periódica (o período varia de profissional para profissional) que objetiva verificar se o que foi planejado ainda faz sentido. É possível que o objetivo mude no meio do caminho, e isso implica rever todo o plano. Como você pode ter observado,cada pessoa define um objetivo na carreira para si própria e, a partir desse objetivo, estrutura um plano. Isso significa que o desenvolvimento na carreira é de responsabilidade do profissional, não da empresa. É possível encontrar trabalhadores cientes de que a empresa é responsável por sua carreira, mas isso é um erro. Imagine, por exemplo, que uma empresa solicita que um empregado estude inglês para dar conta de algumas atividades que demandam o conhecimento dessa língua. Ao se tornar fluente nesse idioma, o profissional passou a ter novas habilidades que podem ser usadas em sua vida – numa viagem internacional ou mesmo em um novo emprego. Por isso, mesmo quando uma ação com impacto na carreira é promovida por uma empresa, o resultado sempre será da pessoa. Algumas empresas estruturam, por meio de sua área de gestão de pessoas, planos de carreira para seus empregados. Gestão de Carreiras e Remuneração 10 Na verdade, esses planos tratam da carreira do empregado dentro daquela organização. Como é possível imaginar, a instituição orienta seu projeto por aquilo que ela espera que a pessoa faça para contribuir com a estratégia da instituição. É fundamental diferenciar o plano de carreira estruturado pelas empresas do plano de carreira de cada profissional. Algumas empresas constroem um plano para seus profissionais de forma que fique claro o caminho a ser percorrido por ele enquanto estiver trabalhando naquela organização. O objetivo é garantir que a pessoa desenvolverá competências que lhe permitam contribuir ao máximo com os objetivos da instituição. O plano de carreira da pessoa olha sua própria carreira durante toda a vida profissional, independentemente da organização na qual esteja trabalhando. As principais formas de desenvolvimento na carreira são: ▪ Investir no aumento do conhecimento e das habilidades. ▪ Melhorar a rede de relacionamentos. ▪ Aprimorar habilidades emocionais. ▪ Buscar novas experiências no mercado. ▪ Identificar as demandas do mercado. O aumento do conhecimento e das habilidades pode ser obtido por participações em cursos, palestras e outros eventos. Também é garantido por meio de estágios e atividades práticas, leituras e estudos informais. É, talvez, a forma mais comum de se buscar o desenvolvimento profissional, tornando-o viável com a ajuda de ações oferecidas pelas organizações ou por instituições educacionais. A estruturação de uma rede de relacionamentos profissionais é outra maneira de se desenvolver na carreira, porque ter contatos contribui para encontrar novas possibilidades. Por exemplo, quando uma pessoa é demitida, a primeira coisa a se fazer é buscar sua rede de contatos. É importante garantir que outros profissionais conheçam o trabalho que é realizado. O desenvolvimento de habilidades emocionais contribui muito para o avanço na carreira, porque permite que a pessoa desenvolva bons relacionamentos e consiga lidar com situações de pressão e estresse. É um conjunto de habilidades muito valorizado no mercado. No passado, era comum que as pessoas iniciassem em uma organização e lá permanecessem por muitos anos. Na atualidade, é cada vez mais comum que as pessoas transitem por diversas organizações, mudem sua área de atuação ou possuam mais de uma carreira em paralelo. Essa habilidade de transitar entre organizações e carreiras também é muito bem vista, porque demonstra o domínio de competências importantes, como adaptabilidade e resiliência. Gestão de Carreiras e Remuneração 11 Também é importante que o profissional identifique o que o mercado busca em sua área para que possa se desenvolver em consonância com as demandas que as organizações impõem. É preciso destacar que a remuneração por competências, ao valorizar o desenvolvimento na carreira, contribui para que cada profissional busque seu próprio desenvolvimento. Esse, talvez, seja um dos maiores benefícios de se adotar um sistema de remuneração tão peculiar. Ao buscar o constante desenvolvimento na carreira, o profissional contribui consigo mesmo, porque pode transitar em outras organizações, e também amplia o nível de produtividade, a qualidade e a reputação da organização na qual presta seus serviços. Há, ainda, outras diversas vantagens na adoção do sistema de remuneração por competências, as quais geram benefícios para os trabalhadores, para as organizações e para o mercado. Vamos conhecê- las um pouco melhor no próximo tópico de estudo. 3. Vantagens da Remuneração por Competências São diversas as vantagens oferecidas para uma organização ao estruturar seu modelo de remuneração com base na noção de competências. Como vimos, esse sistema se organiza por meio da consideração de uma parte da remuneração variável, atribuída ao trabalhador de acordo com as competências que ele domina. Esse modelo traz enormes desafios quanto à sua implantação, mas quando é construído de forma adequada, pode criar inúmeras vantagens para a organização e para o empregado. As principais vantagens que a literatura apresenta relacionadas a esse sistema de remuneração são: ▪ Focar a pessoa, e não o cargo. ▪ Valorizar a construção de competências das pessoas. ▪ Ter presente uma noção clara de mérito. ▪ Aumentar a especialização da organização. ▪ Incentivar a autonomia dos profissionais. ▪ Incentivar a maior qualificação das pessoas. ▪ Impactar positivamente a produtividade e qualidade. ▪ Possibilitar a atração de pessoas que busquem desenvolvimento profissional. Focar a pessoa permite que a empresa valorize o profissional que efetivamente contribui para os resultados, fugindo do modelo tradicional de recompensa baseada exclusivamente no cargo ocupado. Esse benefício está intimamente ligado à valorização da construção de competências, porque as pessoas passam a ter ciência de que quanto mais competências desenvolverem, melhor será sua recompensa remuneratória. Gestão de Carreiras e Remuneração 12 Quando o empregado sabe que seu desenvolvimento será recompensado, tende a investir nele. Isso mostra uma noção clara de mérito, porque cada um sabe que o desenvolvimento na linha da remuneração depende da própria iniciativa de buscar seu progresso. Além do benefício para a própria pessoa, há o aumento da especialização da instituição, com impactos na qualidade dos produtos e serviços e da produtividade. Outro aspecto relevante diz respeito à autonomia dos profissionais. É importante para todas as organizações que cada um assuma corretamente seu papel sem depender tanto de supervisão. A dependência aumenta os custos, diminui a produtividade e impacta o clima organizacional. Por outro lado, também há um conjunto de desafios – ou desvantagens – nesse modelo, como acontece com todos os modelos de gestão de pessoas em todos os seus subsistemas. Nesse caso, as principais dificuldades apontadas pela literatura são: ▪ Risco de prejuízo ao clima organizacional. ▪ Possibilidade de favorecimentos pela chefia. ▪ Dificuldades na operacionalização pelas chefias. ▪ Rejeição ao modelo. O risco de prejuízo ao clima organizacional decorre da possibilidade de alguns trabalhadores demonstrarem insatisfação com o modelo por conta de sua própria dificuldade de buscar o desenvolvimento de sua carreira. Ainda é comum encontrar pessoas que concluem seu curso de formação e não investem em novas habilidades. Quando o profissional sabe que tem dificuldades para se desenvolver, entende que será prejudicado nesse modelo. Normalmente o sistema de remuneração por competências tem o reconhecimento de que as ações de desenvolvimento estão alinhadas com a necessidade da organização feitas por parte da chefia de cada trabalhador. É possível que haja favorecimento por conta de o chefe ter o poder de definir o que pode e o que não pode ser considerado para fins de remuneração. Por outro lado, é possível que as chefias que querem implementar o modelo de forma correta tenham dificuldade para selecionar exatamente o tipo de ação dedesenvolvimento que pode ser reconhecido por contribuir com os resultados da organização. Todos esses desafios podem culminar em uma rejeição ao sistema de remuneração. Para dar conta de todos esses desafios, a atuação da área de gestão de pessoas é essencial. Os desafios podem ser superados por meio de ações, como: ▪ Comunicação interna sobre o processo. ▪ Apoio à chefia para implantação do sistema. ▪ Esclarecimento de dúvidas dos trabalhadores. Gestão de Carreiras e Remuneração 13 Por isso, é fundamental que os profissionais de gestão de pessoas se envolvam no processo de implantação e manutenção de um modelo de remuneração por competências, que depende fundamentalmente da compreensão dos trabalhadores sobre o sistema. Nesse capítulo, conhecemos detalhadamente o modelo de remuneração por competências, o qual se enquadra na lista dos sistemas de remuneração estratégicos que têm parte do valor variável. A variação, no caso, depende do nível de desenvolvimento de competências dos trabalhadores. São diversos os benefícios trazidos por esse sistema, destacando- se a valorização do desenvolvimento de competências, o aumento da especialização dos trabalhadores, a melhoria da qualidade e produtividade e a percepção de remuneração focada no mérito. O papel do profissional de gestão de pessoas é fundamental para a implantação e manutenção desse modelo, porque a comunicação com os trabalhadores e chefias é importantíssima para o funcionamento do sistema. Mesmo com todos os desafios envolvidos, é um sistema interessante, que merece ser analisado pelas organizações. Referências CHIAVENATO, I. Remuneração, benefícios e relações de trabalho: como reter talentos na organização. 7 ed. Barueri: Manole, 2015. DUTRA, J. S. (Org.). Gestão de carreiras na empresa contemporânea. São Paulo: Atlas, 2010. MARRAS, J. P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 15 ed. São Paulo: Saraiva, 2016. MORENO, A. I. Administração de cargos e salários. Curitiba: Intersaberes, 2014. Gestão de Carreiras e Remuneração 14 Histórico da Administração de Recursos Humanos Para início de conversa… Objetivos Conceito de Carreira e Cargos Para Início de Conversa... Objetivos 1. Caracterização de Cargos e Salários 2. Levantamento de Funções 3. Remuneração Total Referências Descrição de Cargos Para início de conversa... Objetivos 1. Metodologias para Aplicação de Política de Cargos e Salários 2. Descrição de Cargos Sumária 3. Descrição de Cargos Detalhada Referências Estrutura de Cargos e Salários Para início de conversa... Objetivos 1. Avaliação de cargos 2. Política de Recompensas e Remuneração 3. Hierarquia de cargos Referências Método de Coleta de Dados Para início de conversa... Objetivos 1. Identificação de Cargos-chave 2. Caderno de Coleta de Dados 3. Elaboração de Painel e Organização dos Dados Coletados Referências Pesquisa de Remuneração Para início de conversa... Objetivos 1. Pesquisa Salarial 2. Remuneração Estratégica 3. Remuneração por Competências Referências Conceitos de Benefícios Para início de conversa... Objetivos 1. Introdução, Conceito e Tipos de Benefícios 2. Aspectos Legais dos Benefícios 3. Planos de Benefícios Referências Remuneração por Competências Para início de conversa... Objetivos 1. Modelos de Remuneração com Foco em Competências 2. Responsabilidades pelo Desenvolvimento Profissional 3. Vantagens da Remuneração por Competências Referências
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