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Thaís Fontes Carvalho- 1-ENTENDER O PROCESSO DE IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA 1.1-O que é imunidade ● A imunidade pode ser basicamente entendida como a capacidade do organismo de se defender contra a entrada e multiplicação de microrganismos. A imunidade consiste de um conjunto de processos inespecíficos e específicos. Há barreiras físicas e químicas que visam impedir a entrada de microrganismos patogênicos no organismo. Quando essas barreiras são transpostas, ocorre a infecção do indivíduo. De imediato, a imunidade limita a ação desse invasor e, ainda, cria uma memória imunológica que impede novas infecções pelo mesmo patógeno. 1.2- Barreiras inespecíficas ● São chamadas inespecíficas as barreiras desencadeadas independem temente do microrganismo ou do tipo de agressão, ou mesmo sem agressão alguma. A barreira mais óbvia é a pele, que delimita nosso espaço corporal no ambiente, ou seja, delimita o que estão dentro e o que estão fora do nosso corpo. No sistema digestório, temos como barreiras a saliva, a acidez do suco gástrico, a secreção biliar, o muco produzido ao longo do sistema digestório, que funcionam neutralizando ou destruindo possíveis causadores de agressão. Temos, ainda, como outros exemplos, a lágrima, os cílios que recobrem internamente todo o trato respiratório, o líquido que lubrifica naturalmente a vagina e a urina. Desde que nossas funções orgânicas estejam em equilíbrio, as barreiras inespecíficas impedem uma série de infecções sem que haja necessidade do envolvimento da imunidade celular ou humoral. 1.3- Barreiras Específicas ● Tais barreiras são mais complexas, e seu acionamento se de mediante condições especiais. A primeira informação importante para compreender as barreiras específicas é saber que elas são desencadeadas por um estímulo. Esse estímulo ocorre pelo contato do organismo com um antígeno, ou seja, com um elemento ou substância capaz de provocar a resposta imunológica. Essa resposta irá ocorrer com a formação de anticorpos, que são as imunoglobulinas. 1.4- Classificação da imunidade Imunidade Ativa Thaís Fontes Carvalho- ● A imunidade ativa ocorre quando a exposição a um organismo doente aciona o sistema imunológico para produzir anticorpos contra essa doença. Essa exposição ao organismo causador da doença pode ocorrer por meio da infecção com a própria doença (resultando em imunidade natural) ou pela introdução de uma forma morta ou enfraquecida do organismo causador da doença por meio da vacinação (imunidade induzida pela vacina). De qualquer forma, se uma pessoa imune entrar em contato com essa doença no futuro, seu sistema imunológico a reconhecerá e produzirá imediatamente os anticorpos necessários para combatê- la. .● Pode ser obtida de forma NATURAL – após uma doença infecciosa. • Pode ser obtida de forma ARTIFICIAL – com o uso de VACINAS. • A proteção conferida por esse tipo de imunização não é imediata, diferente dos processos de imunização passiva, levando algumas semanas até que ela se desenvolva completamente. A imunização ATIVA resulta:- •Na produção de anticorpos. •Na ativação de linfócitos T efetores (Tc-CD8+; Th1-CD4+ e Th2-CD4+). • Em imunidade protetora contra os agentes infecciosos aos quais a vacina é específica. •Ambos (Acs e Cels. T) são específicos contra o agente infeccioso, ou contra seus produtos tóxicos. •Na geração de linfócitos T e B de memória, que podem perdurar por muitos anos. Imunidade passiva ● A imunidade passiva é fornecida quando um animal recebe anticorpos contra uma doença, ao invés de produzi-los por meio de seu próprio sistema imunológico. Um recém- nascido adquire imunidade passiva de sua mãe através da placenta. Uma pessoa também pode obter imunidade passiva por meio de hemoderivados contendo anticorpos, como a imunoglobulina, que pode ser administrada quando a proteção imediata contra uma doença específica é necessária. Esta é a principal vantagem da imunidade passiva; a proteção é imediata, enquanto a imunidade ativa leva tempo (geralmente várias semanas) para se desenvolver. No entanto, a imunidade passiva dura apenas algumas semanas ou meses. Somente a imunidade ativa é duradoura. Proteção imediata • Administração de Acs anti-Ags Thaís Fontes Carvalho- Previamente Preparados em uma espécie animal •Imunidade temporária •Não ativa células de memória Imunidade materna • Transferência placentária (depende do tipo de placenta da sp. Animal):- •ocorre em primatas e parcialmente em canídeos e felídeos • Colostro •ocorre p/ a maioria das sps. de animais domésticos. Imunidade Passiva Artificial Administração de Antissoros contendo Ação contra um ou mais Ag(s) de Microrganismos ou de venenos de animais peçonhentos, preparado em Espécie homóloga ou heteróloga (+ frequente – cavalos). 2- SABER A DIFERENÇA ENTRE A IMPORTÂNCIA DA IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA NAS DIFERENTES ESPÉCIES DE ANIMAIS. 2.1-Bovinos : ● Após o desenvolvimento no ambiente estéril do útero, com o nascimento os fetos são lançados em um ambiente contaminado. Embora a maioria das enfermidades infecciosas dos bezerros recém-nascidos seja causada por microrganismos patogênicos, outros germens normalmente patogênicos podem gerar semelhantes danos a neonatos com imunodeficiência. A via pela qual os anticorpos maternos são trans- feridos ao feto é determinada pela natureza placentária. A placenta sindesmocorial dos bovinos protege o feto, ainda no útero, contra a maioria das agressões bacterianas ou virais, mas impede, por sua vez, a passagem de proteínas séricas de grande peso molecular, como no caso das imunoglobulinas, da circulação materna para a fetal. O recém-nascido ruminante é, infelizmente, praticamente desprovido de anticorpos e, desta forma, particularmente sensível às infecções, adquirindo uma verdadeira proteção imunológica somente após a ingestão de colostro. ● ABSORÇÃO DAS IMUNOGLOBINAS: ● A transferência da imunidade passiva nos fetos, para ser adequada, depende da perfeita combinação de três etapas básicas: • Acúmulo de imunoglobulinas na secreção láctea da mãe. • Ingestão de colostro pelos bezerros. • Absorção das imunoglobulinas através do lúmen intestinal do recém-nascido. Thaís Fontes Carvalho- ● Os animais jovens que mamam logo após o nascimento recebem as proteínas advindas do colostro em seu trato intestinal, as quais são ativamente captadas pelas células cilíndricas do epitélio intestinal, por meio de um processo de micro pinocitose, atingindo, finalmente, a circulação sistêmica, via capilares venosos e linfáticos, onde há a liberação ou a extrusão das imunoglobulinas; deste modo, os animais recém-nascidos obtêm uma transferência maciça de imunoglobulina materna. Em bezerros, a concentração de IgG declina lentamente e alcança va- lores mínimos em torno de 60 dias; já a concentração de IgM e de IgA decresce rapidamente, atingindo teores mínimos cerca de 21 dias após o nascimento do bezerros. ● Colostro é também uma boa fonte de minerais para terneiros, fornecendo quantidades adequadas de Ca, P, Mg, Na e Zn, mas é deficiente em Fe, Cu e Mn. Existem três tipos de imunoglobulinas (IG) presentes no colostro: Ig G (70-80%), IgM (10-15%) e Ig A (10-15%). Cada uma tem uma função: a IgG tem a função principal de identificar e destruir patógenos. A IgM serve como primeira linha de defesa nos casos de septicemia e a IgA protege as mucosas, como a parede do intestino, ligando-se à parede intestinal e evitando a adesão de possíveis patógenos à mucosa. Portanto, o efeito da IgA perdura enquanto o bezerro estiver consumindo colostro, pois elaatua na parede externa do intestino. → FATORES QUE AFETAM A TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA: a) Idade da mãe: os bezerros nascidos de mães idosas parecem apresentar uma atividade física menos vigorosa no ato de amamentar-se. No entanto, a quantidade de colostro produzido na primeira lactação é menor que nas lactações subseqüentes. Com isso, os teores de Igs séricas e, consequentemente, do colostro, são maiores em vacas pluríparas do que em novilhas, em virtude da maior estimulação antigênica que esses animais apresentam à medida que a idade avança. b) Manejo: alguns produtores adotam o sistema de iniciar a ordenha alguns dias antes do parto com o intuito de reduzir os efeitos do edema de úbere. No entanto, negligenciam que a maioria das Igs se concentram no colostro cerca de três a nove dias antes da parição. Thaís Fontes Carvalho- c) Capacidade absortiva: a perda de capacidade absortiva pela mucosa intestinal inicia-se logo após o nascimento e progride continuamente até aproximadamente 24 horas de vida, sendo que o ideal é ingestão máxima de colostro até 12 horas após o nascimento. ● O aumento no intervalo de tempo entre o nascimento e a ingestão de colostro também propicia o aumento da atividade digestiva dos bezerros, com destruição dos anticorpos. Vários fatores têm sido avaliados quanto à sua influência na absorção de Ig. O estresse calórico por frio e a distorcia fetal severa podem contribuir para a diminuição na absorção de anticorpos. Ainda, a administração de corticoides de longa ação (ex.: dexametasona) pode reduzir ou cessar completam a absorção de anticorpos em animais recém- nascidos, por causarem uma maturação intestinal prematura. O mesmo ocorre em bezerros que necessitam de assistência durante o nascimento, em partos que duram mais de quatro horas. A figura 1 relaciona a relação da eficácia da absorção da IgG com o tempo após o nascimento. 2.2- Suínos ● A imunidade passiva é uma proteção transitória. Os anticorpos aglutinantes e neutralizantes pré- formados pela mãe são transferidos à prole através do colostro. Como vantagem, esta imunidade confere proteção imediata, porém apresenta um curto período de proteção (BARRAL, 2005). A proteção transferida pelo colostro assume grande importância nos suínos, pois na espécie suína, a placenta epitélio-corial é barreira que impede a transferência de imunoglobulinas aos fetos. ● Como o leitão recém-nascido não teve uma “experiência imunológica” no útero de sua mãe, a proteção conferida pelo colostro é fundamental nas primeiras semanas de vida, pois promove uma imunidade sistêmica, observada no intestino delgado. Entretanto, os anticorpos colostrais prejudicam a síntese de novos anticorpos ou a imunidade ativa (SALMON, 1984). Ao nascimento, a permeabilidade intestinal nos leitões é de curta duração e a maioria da imunidade passiva adquirida nas primeiras horas de vida. ● A eficiência da absorção de Ig pelo intestino delgado dos leitões decresce rapidamente, tendo uma meia Thaís Fontes Carvalho- vida de três horas após o nascimento (DUNNE; LEMANN, 1994). Estudos imuno-químicos pós-absorção colostral pelos leitões demonstraram três classes de imunoglobulinas importantes para esta espécie: IgG, IgA e IgM que estiveram presentes no soro sanguíneo destes animais. A IgG representa 80% do total das imunoglobulinas absorvidas pelos suínos e é a mais importante nesta espécie (PORTER; ALLEN, 1972). Investigações da resposta imune dos suínos aos diversos antígenos têm demonstrado a importância da IgG e da IgM como anticorpos envolvidos na defesa humoral (PORTER; NOAKES; ALLEN, 1970). A IgA tem sido definida como a mais importante nos suínos em muitas secreções exócrinas, como no colostro, urina e secreções intestinais. ● Na urina foi demonstrado que a IgA tem o mesmo peso molecular e características que a presente no leite. A imunofluorescência em rins de suínos detectou a IgA no epitélio tubular renal, sugerindo uma secreção tubular e um possível mecanismo de defesa local, similar ao que ocorre no intestino delgado (PORTER; NOAKES; ALLEN, 1970). Nas primeiras semanas de vida a lâmina própria no intestino delgado dos leitões é o sítio de maior produção de imunoglobulinas. Com o amadurecimento deste sistema imune em um mês, o animal está habilitado para produzir os seus próprios anticorpos frente a diversos antígenos (BOURNE, 1976). O nível de anticorpos colostrais transferidos aos leitões é diretamente associado ao detectado no soro sanguíneo das suas mães. → IMUNIDADE ATIVA: ● A imunidade ativa determina proteção e memória imunológica. Se bem sucedida, a exposição subsequente determinará resposta imune aumentada capaz de eliminar o patógeno ou prevenir a doença. Ela pode ser adquirida através de duas formas: por infecção natural ou artificialmente com a vacinação (BARRAL, 2005). 2.3- Caprinos ● transferência de imunoglobulinas maternas proporciona para o cordeiro imunidade passiva importante nas primeiras semanas de vida, quando a resposta imune dos animais ainda é fraca. Essa transferência envolve um processo complexo, podendo variar por fatores concernentes à mãe (idade, período de gestação, raça, potencial genético, número de produtos), e aos filhos (vigor de mamar, capacidade absortiva, sexo) (HALLIDAY 11). Em cordeiros o Thaís Fontes Carvalho- mecanismo de absorção das imunoglobulinas parece ser desencadeado pela primeira mamada do recém-nascido, alcançando um pico após 24 a 72 horas, entretanto, não é descartada a possibilidade de fornecimento do colostro mesmo após 18h de privação seguindo de cuidados sanitários apenas razoáveis, ainda assim animais conseguem absorver os anticorpos de maneira a conseguir sobreviver e ter um desempenho satisfatório (DUCKER e FRASER 10 ). ●A qualidade da imunidade passiva transmitida pelo colostro não depende só da quantidade de imunoglobulinas e volume do colostro, que pode variar com a idade da mãe, mas também do vigor na sucção da teta pelo cordeiro, e na sua habilidade de absorção (VILLETTE e LEVIEUX 26). ●A ingestão do colostro é de importância crítica para cabritos e cordeiros recém-nascidos. Neonatos que ingerem cedo o colostro demonstram precocemente altas taxas de sobrevivência, baixa susceptibilidade a doenças e melhor desempenho. 3-DESCREVER O PAPEL DOS DIFERENTES TIPOS DE IMUNOGLOBULINAS NO PROCESSO DE IMUNIDADE. 3.1- O que são imunoglobulinas ● Moléculas de glicoproteína que são produzidas pelos plasmócitos em resposta a um imunógeno e que funcionam como anticorpos. As imunoglobulinas derivam seu nome da descoberta de que elas migram com as proteínas globulares quando soro contendo anticorpos é colocado em um campo elétrico. 3.2- Classe das imunoglobulinas ● As imunoglobulinas podem ser divididas em cinco classes diferentes, com base nas diferenças em sequências de aminoácidos na região constante das cadeias pesadas. Toda a imunoglobulinas de uma mesma classe tem regiões constantes de cadeia pesada muito similares. Essas diferenças podem ser detectadas por estudos de sequências ou mais comumente por meios sorológicos (i.e., Thaís Fontes Carvalho- pelo uso de anticorpos dirigidos a essas diferenças). 1. IgG – Cadeias pesadas gama 2. IgM - Cadeias pesadas mu 3. IgA - Cadeias pesadas alfa 4. IgA - Cadeias pesadas delta 5. IgE - Cadeias pesadas épsilon 3.3-Propriedades das Imunoglobulinas ● IgG→ A mais versátil imunoglobulina porque é capaz de realizar todas as funções das moléculas de imunoglobulinas. a) IgG é a principal Ig no soro - 75% das Ig do soro são IgG; b) IgG é a principalIg em espaços extra vasculares; c) Transferência placentária - IgG é a única classe de Ig que atravessa a placenta. A transferência é mediada pelo receptor da região Fac. do IgG nas células placentárias. Nem todas as subclasses atravessam com a mesma eficiência; IgG2 não atravessa bem. d) Fixação do complemento – Nem todas as subclasses fixam com a mesma eficiência; IgG4 não fixa complemento; e) Ligação a células – Macrófagos, monócitos, Puns e alguns linfócitos têm receptores para a região Fac. da IgG. Nem todas as subclasses se ligam com a mesma eficiência; IgG2 e IgG4 não se ligam a receptores de Fac. Uma consequência da ligação a receptores de Fc em PMN’s, monócitos e macrófagos é que a célula pode então internalizar o antígeno melhor. O anticorpo preparou o antígeno para ser comido pelas células fagocitárias. O termo opsonina é usado para descrever substâncias que aumentam a fagocitose. IgG é uma boa opsonina. Ligação de IgG a receptores de Fac. em outros tipos de células resulta na ativação de outras funções. ● IgM a) IgM é a terceira Ig mais comum no soro. b) IgM é a primeira Ig a ser feita pelo feto e a primeira Ig a ser feita por uma célula B virgem quando é estimulada pelo antígeno. c) Como consequência da sua estrutura pentâmera, IgM é uma boa Ig fixadora do complemento. Assim, anticorpos IgM são muito eficientes em levar à lise de microrganismos. d) Como consequência da sua estrutura, IgM também é uma boa Ig aglutinadora. Assim, anticorpos IgM são muito boas em agregar microrganismos para eliminação eventual para fora do corpo. e) IgM liga-se a algumas células via receptores de Fc. f) Ig de superfície de célula B IgM de superfície existe como um Thaís Fontes Carvalho- monômero e não tem cadeia J mas tem 20 aminoácidos extras na região C-terminal para se ancorar na membrana (Figura 9). IgM de superfície celular funcionam como um receptor para antígeno ou células B. IgM de superfície é associada não covalentemente com duas proteínas adicionais na membrana da célula B chamadas Ig-alfa e Ig-beta. Essas proteínas adicionais agem como moléculas de transdução de sinal uma vez que a cauda citoplasmática da molécula de Ig por si mesma é muito curta para traduzir um sinal. O contato entre a superfície da imunoglobulina e um antígeno é necessário antes de um sinal ser traduzido pelas cadeias Ig-alfa e Ig- beta. No caso dos antígenos T- independentes, contato entre o antígeno e a superfície da imunoglobulina é suficiente para ativar as células B a se diferenciarem em plasmócitos secretores de anticorpos. Entretanto, para antígenos T-dependentes, um segundo sinal fornecido pelas células T auxiliares é necessário para ativar as células B. ● IgA a) IgA é a 2a Ig mais comum no soro. b) IgA é a principal classe de Ig em secreções – lágrimas, saliva, colostro, muco. Uma vez que é encontrada em secreções IgA secretora é importante na imunidade local (de mucosa). c) Normalmente IgA não fixa complemento, a menos que esteja agregada. d) IgA pode se ligar a algumas células - PMN's e alguns linfócitos. ● IgD a) IgD é encontrada em baixos níveis no soro; seu papel no soro é duvidoso. b) IgD primariamente encontrada em superfícies de célula B onde funciona como um receptor para antígeno. IgD na superfície de células B tem aminoácidos extras na região C-terminal para ancoramento à membrana. Ela também se associa com as cadeias beta de Ig- alfa e Ig-beta. c) IgD liga complemento. ● IgE a) IgE é a Ig sérica menos comum uma vez que se liga fortemente com receptores de Fc em basófilos e mastócitos mesmo antes da interação com o antígeno. b) Envolvida em reações alérgicas – Como consequência da sua ligação a basófilos e mastócitos, IgE é envolvida em reações alérgicas. Ligação do Thaís Fontes Carvalho- alergeno à IGe nas células resulta na liberação de vários mediadores farmacológicos que resulta em sintomas alérgicos. c) IgE também participa em doenças parasitárias por helmintos. Uma vez que os níveis sorológicos de IgE aumentam em doenças parasitárias, a quantificação dos níveis de IgE auxilia no diagnóstico de infecções parasitárias. Eosinófilos têm receptores de Fc para IgE e a ligação de eosinófilos a helmintos cobertos por IgE resulta na morte do parasita. d) IgE não fixa complemento. 4- DESENVOLVER UM PLANO DE IMUNIZAÇÃO DE BEZERROS ● A vacinação de bezerros merece atenção especial, pois atua na prevenção de uma série de enfermidades nos animais, e evita a transmissão de zoonoses e doenças que podem ser contraídas pelos consumidores através da ingestão dos alimentos. ●Vacinar os bovinos e adotar cuidados especiais com a estrutura adequada, bom manejo sanitário e ambiental proporciona muitas vantagens. Uma delas é a redução dos custos e prejuízos ao produtor. Algumas vacinas são aplicadas no rebanho todo, outras em categorias específicas de animais. As que previnem o carbúnculo sintomático e a brucelose tem recomendação de acordo com a idade e sexo dos animais. ● É importante lembrar que as vacinas devem ser de boa qualidade, e aplicadas corretamente sob a orientação de um médico veterinário. Dessa forma, haverá boa resposta do rebanho e imunização a uma série de doenças. Algumas delas são: o botulismo, brucelose, carbúnculo, febre aftosa, leptospirose e a raiva bovina. 4.1- Esquema de vacinação em Bezerros ● Vacinas como a da febre aftosa devem ser aplicadas semestralmente em todo o rebanho, machos e fêmeas, desde os bezerros recém-nascidos até animais adultos. As datas de vacinação são definidas pelas secretárias de agricultura de cada estado. Este tipo de vacina possui consistência densa e oleosa, exige cuidado especial na hora da aplicação. Assim, você evita danos ao animal como o aparecimento de caroços no pescoço. ●A imunização contra brucelose é restrita às fêmeas com quatro a oito meses de idade, não é recomendado em hipótese alguma vacinar animais com idade superior. Caso o produtor esteja Thaís Fontes Carvalho- realizando a compra de animais em fase adulta, ou que ainda não estejam vacinados, é necessário à realização do teste sorológico para brucelose. ●A vacinação de bezerros contra o carbúnculo é aplicada em todos os animais na primeira dose, depois de um mês ocorre a revacinação. Após esta fase, os animais são vacinados uma vez por ano, não importando a data ou idade. Existem outras vacinas importantes para bezerros e novilhas, o médico veterinário é responsável por observar o rebanho e as necessidades de cada plantel. No curso de primeiros socorros em bovinos, do CPT Cursos Presenciais, você irá aprender ainda mais sobre as doenças em bovinos e aplicação de medicamentos. 4.2- Procedimentos para a vacinação de bezerros. Não é recomendado a vacinação de animais doentes, debilitados ou estressados - A vacinação de bezerros deve ser feita em condições confortáveis para o animal, evitando o estresse - As vacinas devem ser mantidas refrigeradas, inclusive durante o processo de vacinação - Algumas regiões do corpo devem ser evitadas - É indicada a troca de agulhas durante o procedimento - Agulhas muito finas podem entortar, entupir ou quebrar durante a vacinação 4.3- O que esperar das vacinas para bezerros? ● Usando as técnicas adequadas de aplicação e acompanhamento, as vacinas devem ter: - Resposta imunológica rápida - Seja de fácil administração - Baixo custo - induzam a efeitos colaterais mínimos - Sejam fáceis de armazenar IMPORTANTE: bezerros recém- nascidos devem sempre ter acesso adequado ao colostro. Os produtores devem certificar-se de que os currais, as instalações de trabalho, os lotes, oscochos e os bebedouros estejam devidamente limpos para evitar o acúmulo e o crescimento de patógenos. Os alimentos também devem ser inspecionados quanto a mofo, umidade excessiva e toxinas. O gado comprado recentemente deve ser avaliado e, se necessário, colocado em quarentena para evitar que patógenos externos entrem na operação. As interações entre o gado, a vida selvagem e outras espécies de gado também devem ser Thaís Fontes Carvalho- monitoradas para evitar a propagação de doenças entre espécies. 5- Explicar a importância do sistema imunológico para os animais. ● O sistema imunológico é um grupo complexo de processos biológicos responsáveis pela manutenção de um animal saudável. Um sistema imunológico debilitado é destrutivo não apenas para o bem-estar animal, mas também para a produtividade animal. Os produtores de carne bovina devem sempre buscar alternativas de manejo que melhorem a saúde animal, como nutrição adequada, manejo de baixo estresse e um programa de vacinação adequado. Compreender algumas das características básicas do sistema imunológico permitirá que os produtores planejem e administrem melhor essas alternativas e, consequentemente, aumentem a eficiência de suas operações. ● O sistema imunológico dos animais funciona como o dos humanos e é essencial na defesa do organismo contra diversas doenças causadas por agentes químicos ou biológicos, e mantém assim, a homeostase. Além de proteger o organismo, evitando o surgimento de doenças, a imunidade pode impedir a progressão de uma doença, e atua também na identificação ou na destruição de células estranhas, danificadas ou que sofreram mutação. 5.1- Funções do sistema imunológico ● Neutralizar patógenos como bactérias, vírus, parasitas ou fungos, que entrem no organismo, removendo-os; • reconhecer e reagir especificamente contra diferentes tipos de agentes prejudiciais; • desenvolver a memória imunológica, para reconhecer e combater rapidamente futuras invasões
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