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IMUNIDADE PASSIVA E ATIVA EM ANIMAIS

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Thaís Fontes Carvalho- 
 
1-ENTENDER O PROCESSO DE 
IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA 
 
1.1-O que é imunidade 
 
 ● A imunidade pode ser 
basicamente entendida como a 
capacidade do organismo de se defender 
contra a entrada e multiplicação de 
microrganismos. A imunidade consiste 
de um conjunto de processos 
inespecíficos e específicos. Há barreiras 
físicas e químicas que visam impedir a 
entrada de microrganismos patogênicos 
no organismo. Quando essas barreiras 
são transpostas, ocorre a infecção do 
indivíduo. De imediato, a imunidade 
limita a ação desse invasor e, ainda, cria 
uma memória imunológica que impede 
novas infecções pelo mesmo patógeno. 
 
1.2- Barreiras inespecíficas 
 ● São chamadas inespecíficas as 
barreiras desencadeadas independem 
temente do microrganismo ou do tipo de 
agressão, ou mesmo sem agressão 
alguma. A barreira mais óbvia é a pele, 
que delimita nosso espaço corporal no 
ambiente, ou seja, delimita o que estão 
dentro e o que estão fora do nosso 
corpo. No sistema digestório, temos 
como barreiras a saliva, a acidez do 
suco gástrico, a secreção biliar, o muco 
produzido ao longo do sistema 
digestório, que funcionam neutralizando 
ou destruindo possíveis causadores 
de agressão. Temos, ainda, como outros 
exemplos, a lágrima, os cílios 
que recobrem internamente todo o trato 
respiratório, o líquido que 
lubrifica naturalmente a vagina e a 
urina. Desde que nossas funções 
orgânicas estejam em equilíbrio, as 
barreiras inespecíficas impedem uma 
série de infecções sem que haja 
necessidade do envolvimento da 
imunidade celular ou humoral. 
 
1.3- Barreiras Específicas 
 ● Tais barreiras são mais 
complexas, e seu acionamento se de 
mediante condições especiais. A 
primeira informação importante para 
compreender as barreiras específicas é 
saber que elas são desencadeadas por 
um estímulo. Esse estímulo ocorre pelo 
contato do organismo com um antígeno, 
ou seja, com um elemento ou substância 
capaz de provocar a resposta 
imunológica. Essa resposta irá ocorrer 
com a formação de anticorpos, que são 
as imunoglobulinas. 
 
1.4- Classificação da imunidade 
 
Imunidade Ativa 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
 
● A imunidade ativa ocorre 
quando a exposição a um organismo 
doente aciona o sistema imunológico 
para produzir anticorpos contra essa 
doença. Essa exposição ao organismo 
causador da doença pode ocorrer por 
meio da infecção com a própria doença 
(resultando em imunidade natural) ou 
pela introdução de uma forma morta ou 
enfraquecida do organismo causador da 
doença por meio da vacinação 
(imunidade induzida pela vacina). De 
qualquer forma, se uma pessoa imune 
entrar em contato com essa doença no 
futuro, seu sistema imunológico a 
reconhecerá e produzirá imediatamente 
os anticorpos necessários para combatê-
la. 
.● Pode ser obtida de forma 
NATURAL – após uma doença 
infecciosa. 
• Pode ser obtida de forma 
ARTIFICIAL – com o uso de 
VACINAS. 
• A proteção conferida por esse tipo de 
imunização não é imediata, 
diferente dos processos de imunização 
passiva, levando algumas 
semanas até que ela se desenvolva 
completamente. 
A imunização ATIVA resulta:- 
•Na produção de anticorpos. 
•Na ativação de linfócitos T efetores 
(Tc-CD8+; Th1-CD4+ e Th2-CD4+). 
• Em imunidade protetora contra os 
agentes infecciosos aos quais a 
vacina é específica. 
•Ambos (Acs e Cels. T) são específicos 
contra o agente infeccioso, ou 
contra seus produtos tóxicos. 
•Na geração de linfócitos T e B de 
memória, que podem perdurar por 
muitos anos. 
Imunidade passiva 
 ● A imunidade passiva é 
fornecida quando um animal recebe 
anticorpos contra uma doença, ao invés 
de produzi-los por meio de seu próprio 
sistema imunológico. Um recém-
nascido adquire imunidade passiva de 
sua mãe através da placenta. Uma 
pessoa também pode obter imunidade 
passiva por meio de hemoderivados 
contendo anticorpos, como a 
imunoglobulina, que pode ser 
administrada quando a proteção 
imediata contra uma doença específica é 
necessária. Esta é a principal vantagem 
da imunidade passiva; a proteção é 
imediata, enquanto a imunidade ativa 
leva tempo (geralmente várias semanas) 
para se desenvolver. No entanto, a 
imunidade passiva dura apenas algumas 
semanas ou meses. Somente a 
imunidade ativa é duradoura. 
Proteção imediata 
• Administração de Acs anti-Ags 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
Previamente 
Preparados em uma espécie animal 
•Imunidade temporária 
•Não ativa células de memória 
Imunidade materna 
• Transferência placentária (depende do 
tipo de placenta da sp. Animal):- 
•ocorre em primatas e parcialmente em 
canídeos e felídeos 
• Colostro 
•ocorre p/ a maioria das sps. de animais 
domésticos. 
Imunidade Passiva Artificial 
Administração de Antissoros contendo 
Ação contra um ou mais Ag(s) de 
Microrganismos ou de venenos de 
animais peçonhentos, preparado em 
Espécie homóloga ou heteróloga (+ 
frequente – cavalos). 
2- SABER A DIFERENÇA ENTRE A 
IMPORTÂNCIA DA IMUNIDADE 
ATIVA E PASSIVA NAS 
DIFERENTES ESPÉCIES DE 
ANIMAIS. 
 
2.1-Bovinos 
 
: ● Após o desenvolvimento no 
ambiente estéril do útero, com o 
nascimento os fetos são lançados em um 
ambiente contaminado. Embora a 
maioria das enfermidades infecciosas 
dos bezerros recém-nascidos seja 
causada por microrganismos 
patogênicos, outros germens 
normalmente patogênicos podem gerar 
semelhantes danos a neonatos com 
imunodeficiência. A via pela qual os 
anticorpos maternos são trans- 
feridos ao feto é determinada pela 
natureza placentária. A placenta 
sindesmocorial dos bovinos protege o 
feto, ainda no útero, contra a maioria 
das agressões bacterianas ou virais, mas 
impede, por sua vez, a passagem de 
proteínas séricas de grande peso 
molecular, como no caso das 
imunoglobulinas, da circulação materna 
para a fetal. O recém-nascido ruminante 
é, infelizmente, praticamente 
desprovido de anticorpos e, desta forma, 
particularmente sensível às infecções, 
adquirindo uma verdadeira proteção 
imunológica somente após a ingestão 
de colostro. 
● ABSORÇÃO DAS 
IMUNOGLOBINAS: 
 ● A transferência da imunidade 
passiva nos fetos, para ser adequada, 
depende da perfeita combinação de 
três etapas básicas: 
• Acúmulo de imunoglobulinas na 
secreção láctea da mãe. 
• Ingestão de colostro pelos bezerros. 
• Absorção das imunoglobulinas através 
do lúmen intestinal do recém-nascido. 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
 ● Os animais jovens que 
mamam logo após o nascimento 
recebem as proteínas advindas do 
colostro em seu trato intestinal, as quais 
são ativamente captadas pelas 
células cilíndricas do epitélio intestinal, 
por meio de um processo de micro 
pinocitose, atingindo, finalmente, a 
circulação sistêmica, via capilares 
venosos e linfáticos, onde 
há a liberação ou a extrusão das 
imunoglobulinas; deste 
modo, os animais recém-nascidos 
obtêm uma transferência maciça de 
imunoglobulina materna. Em bezerros, 
a concentração de IgG declina 
lentamente e alcança va- 
lores mínimos em torno de 60 dias; já a 
concentração de IgM e de IgA decresce 
rapidamente, atingindo teores mínimos 
cerca de 21 dias após o nascimento do 
bezerros. 
 ● Colostro é também uma boa 
fonte de minerais para terneiros, 
fornecendo quantidades adequadas de 
Ca, P, Mg, Na e Zn, mas é deficiente 
em Fe, Cu e Mn. Existem três tipos de 
imunoglobulinas (IG) presentes no 
colostro: Ig G (70-80%), IgM (10-15%) 
e Ig A (10-15%). Cada uma tem uma 
função: a IgG tem a função principal de 
identificar e destruir patógenos. A IgM 
serve como primeira linha de defesa nos 
casos de septicemia e a IgA protege as 
mucosas, como a parede do intestino, 
ligando-se à parede intestinal e evitando 
a adesão de possíveis patógenos à 
mucosa. Portanto, o efeito da IgA 
perdura enquanto o bezerro estiver 
consumindo colostro, pois elaatua na 
parede externa do intestino. 
→ FATORES QUE AFETAM A 
TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE 
PASSIVA: 
a) Idade da mãe: os bezerros nascidos 
de mães idosas parecem apresentar uma 
atividade física menos vigorosa no ato 
de amamentar-se. No entanto, a 
quantidade de colostro produzido na 
primeira lactação é menor que nas 
lactações subseqüentes. Com isso, os 
teores de Igs séricas e, 
consequentemente, do colostro, são 
maiores em vacas pluríparas do que em 
novilhas, em virtude da maior 
estimulação antigênica que esses 
animais apresentam à medida que a 
idade avança. 
b) Manejo: alguns produtores adotam o 
sistema de iniciar a ordenha alguns dias 
antes do parto com o intuito de reduzir 
os efeitos do edema de úbere. No 
entanto, negligenciam que a maioria das 
Igs se concentram no colostro cerca de 
três a nove dias antes da parição. 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
c) Capacidade absortiva: a perda de 
capacidade absortiva pela mucosa 
intestinal inicia-se logo após o 
nascimento e progride continuamente 
até aproximadamente 24 horas de vida, 
sendo que o ideal é ingestão máxima de 
colostro até 12 horas após o nascimento. 
 ● O aumento no intervalo de 
tempo entre o nascimento e a ingestão 
de colostro também propicia o aumento 
da atividade digestiva dos bezerros, com 
destruição dos anticorpos. Vários 
fatores têm sido avaliados quanto à sua 
influência na absorção de Ig. O estresse 
calórico por frio e a distorcia fetal 
severa podem contribuir para a 
diminuição na absorção de anticorpos. 
Ainda, a administração de corticoides 
de longa ação (ex.: dexametasona) pode 
reduzir ou cessar completam a absorção 
de anticorpos em animais recém-
nascidos, por causarem uma maturação 
intestinal prematura. O mesmo ocorre 
em bezerros que necessitam de 
assistência durante o nascimento, em 
partos que duram mais de quatro horas. 
A figura 1 relaciona a relação da 
eficácia da absorção da IgG com o 
tempo após o nascimento. 
2.2- Suínos 
 ● A imunidade passiva é uma 
proteção transitória. Os anticorpos 
aglutinantes e neutralizantes pré-
formados pela mãe são transferidos à 
prole através do colostro. Como 
vantagem, esta imunidade confere 
proteção imediata, porém apresenta um 
curto período de proteção (BARRAL, 
2005). A proteção transferida pelo 
colostro assume grande importância nos 
suínos, pois na espécie suína, a placenta 
epitélio-corial é barreira que impede a 
transferência de imunoglobulinas aos 
fetos. 
 ● Como o leitão recém-nascido 
não teve uma “experiência 
imunológica” no útero de sua mãe, a 
proteção conferida pelo colostro é 
fundamental nas primeiras semanas de 
vida, pois promove uma imunidade 
sistêmica, observada no intestino 
delgado. Entretanto, os anticorpos 
colostrais prejudicam a síntese de novos 
anticorpos ou a imunidade ativa 
(SALMON, 1984). Ao nascimento, a 
permeabilidade intestinal nos leitões é 
de curta duração e a maioria da 
imunidade passiva adquirida nas 
primeiras horas de vida. 
 ● A eficiência da absorção de Ig 
pelo intestino delgado dos leitões 
decresce rapidamente, tendo uma meia 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
vida de três horas após o nascimento 
(DUNNE; LEMANN, 1994). Estudos 
imuno-químicos pós-absorção colostral 
pelos leitões demonstraram três classes 
de imunoglobulinas importantes para 
esta espécie: IgG, IgA e IgM que 
estiveram presentes no soro sanguíneo 
destes animais. A IgG representa 80% 
do total das imunoglobulinas absorvidas 
pelos suínos e é a mais importante nesta 
espécie (PORTER; ALLEN, 1972). 
Investigações da resposta imune dos 
suínos aos diversos antígenos têm 
demonstrado a importância da IgG e da 
IgM como anticorpos envolvidos na 
defesa humoral (PORTER; NOAKES; 
ALLEN, 1970). A IgA tem sido 
definida como a mais importante nos 
suínos em muitas secreções exócrinas, 
como no colostro, urina e secreções 
intestinais. 
● Na urina foi demonstrado que 
a IgA tem o mesmo peso molecular e 
características que a presente no leite. A 
imunofluorescência em rins de suínos 
detectou a IgA no epitélio tubular renal, 
sugerindo uma secreção tubular e um 
possível mecanismo de defesa local, 
similar ao que ocorre no intestino 
delgado (PORTER; NOAKES; ALLEN, 
1970). Nas primeiras semanas de vida a 
lâmina própria no intestino delgado dos 
leitões é o sítio de maior produção de 
imunoglobulinas. Com o 
amadurecimento deste sistema imune 
em um mês, o animal está habilitado 
para produzir os seus próprios 
anticorpos frente a diversos antígenos 
(BOURNE, 1976). O nível de 
anticorpos colostrais transferidos aos 
leitões é diretamente associado ao 
detectado no soro sanguíneo das suas 
mães. 
→ IMUNIDADE ATIVA: 
 ● A imunidade ativa determina 
proteção e memória imunológica. Se 
bem sucedida, a exposição subsequente 
determinará resposta imune aumentada 
capaz de eliminar o patógeno ou 
prevenir a doença. Ela pode ser 
adquirida através de duas formas: por 
infecção natural ou artificialmente com 
a vacinação (BARRAL, 2005). 
2.3- Caprinos 
 
 ● transferência de 
imunoglobulinas maternas proporciona 
para o cordeiro imunidade passiva 
importante nas primeiras semanas de 
vida, quando a resposta imune dos 
animais ainda é fraca. Essa transferência 
envolve um processo complexo, 
podendo variar por fatores concernentes 
à mãe (idade, período de gestação, raça, 
potencial genético, número de 
produtos), e aos filhos (vigor de mamar, 
capacidade absortiva, sexo) 
(HALLIDAY 11). Em cordeiros o 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
mecanismo de absorção das 
imunoglobulinas parece ser 
desencadeado pela primeira mamada do 
recém-nascido, alcançando um pico 
após 24 
a 72 horas, entretanto, não é descartada 
a possibilidade de fornecimento do 
colostro mesmo após 18h de privação 
seguindo de cuidados sanitários apenas 
razoáveis, ainda assim animais 
conseguem absorver os anticorpos de 
maneira a conseguir sobreviver e ter um 
desempenho satisfatório (DUCKER e 
FRASER 10 ). 
 ●A qualidade da imunidade 
passiva transmitida pelo colostro não 
depende só da quantidade de 
imunoglobulinas e volume do colostro, 
que pode variar com a idade 
da mãe, mas também do vigor na sucção 
da teta pelo cordeiro, e na sua 
habilidade de absorção (VILLETTE e 
LEVIEUX 26). 
 ●A ingestão do colostro é de 
importância crítica para cabritos e 
cordeiros recém-nascidos. Neonatos que 
ingerem cedo o colostro demonstram 
precocemente altas taxas de 
sobrevivência, baixa susceptibilidade a 
doenças e melhor desempenho. 
 
 
 
 
 
 
3-DESCREVER O PAPEL DOS 
DIFERENTES TIPOS DE 
IMUNOGLOBULINAS NO 
PROCESSO DE IMUNIDADE. 
 
3.1- O que são imunoglobulinas 
 
 ● Moléculas de glicoproteína 
que são produzidas pelos plasmócitos 
em resposta a um imunógeno e que 
funcionam como anticorpos. As 
imunoglobulinas derivam seu nome da 
descoberta de que elas migram com as 
proteínas globulares quando soro 
contendo anticorpos é colocado em um 
campo elétrico. 
3.2- Classe das imunoglobulinas 
 
 ● As imunoglobulinas podem 
ser divididas em cinco classes 
diferentes, com base nas diferenças 
em sequências de aminoácidos na 
região constante das cadeias pesadas. 
Toda a imunoglobulinas de uma mesma 
classe tem regiões constantes de cadeia 
pesada muito similares. Essas 
diferenças podem ser detectadas por 
estudos de sequências ou mais 
comumente por meios sorológicos (i.e., 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
pelo uso de anticorpos dirigidos a essas 
diferenças). 
1. IgG – Cadeias pesadas gama 
2. IgM - Cadeias pesadas mu 
3. IgA - Cadeias pesadas alfa 
4. IgA - Cadeias pesadas delta 
5. IgE - Cadeias pesadas épsilon 
3.3-Propriedades das 
Imunoglobulinas 
 
● IgG→ A mais versátil 
imunoglobulina porque é capaz de 
realizar todas as funções das moléculas 
de imunoglobulinas. 
a) IgG é a principal Ig no soro - 75% 
das Ig do soro são IgG; 
b) IgG é a principalIg em espaços extra 
vasculares; 
c) Transferência placentária - IgG é a 
única classe de Ig que atravessa a 
placenta. A transferência é mediada 
pelo receptor da região Fac. do IgG nas 
células placentárias. Nem todas 
as subclasses atravessam com a mesma 
eficiência; IgG2 não atravessa bem. 
d) Fixação do complemento – Nem 
todas as subclasses fixam com a mesma 
eficiência; IgG4 não fixa complemento; 
e) Ligação a células – Macrófagos, 
monócitos, Puns e alguns linfócitos têm 
receptores para a região Fac. da IgG. 
Nem todas as subclasses se ligam com a 
mesma eficiência; IgG2 e IgG4 não 
se ligam a receptores de Fac. Uma 
consequência da ligação a receptores de 
Fc em PMN’s, monócitos e macrófagos 
é que a célula pode então internalizar o 
antígeno melhor. O anticorpo 
preparou o antígeno para ser comido 
pelas células fagocitárias. O termo 
opsonina é usado para descrever 
substâncias que aumentam a fagocitose. 
IgG é uma boa opsonina. Ligação de 
IgG a receptores de Fac. em outros tipos 
de células resulta na ativação de outras 
funções. 
● IgM 
a) IgM é a terceira Ig mais comum no 
soro. 
b) IgM é a primeira Ig a ser feita pelo 
feto e a primeira Ig a ser feita por uma 
célula B virgem 
quando é estimulada pelo antígeno. 
c) Como consequência da sua estrutura 
pentâmera, IgM é uma boa Ig fixadora 
do complemento. Assim, anticorpos 
IgM são muito eficientes em levar à lise 
de microrganismos. 
d) Como consequência da sua estrutura, 
IgM também é uma boa Ig aglutinadora. 
Assim, anticorpos IgM são muito boas 
em agregar microrganismos para 
eliminação eventual para fora 
do corpo. 
e) IgM liga-se a algumas células via 
receptores de Fc. 
f) Ig de superfície de célula B 
IgM de superfície existe como um 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
monômero e não tem cadeia J mas tem 
20 aminoácidos 
extras na região C-terminal para se 
ancorar na membrana (Figura 9). IgM 
de superfície celular 
funcionam como um receptor para 
antígeno ou células B. IgM de 
superfície é associada não 
covalentemente com duas proteínas 
adicionais na membrana da célula B 
chamadas Ig-alfa e 
Ig-beta. Essas proteínas adicionais agem 
como moléculas de transdução de sinal 
uma vez que a cauda citoplasmática da 
molécula de Ig por si mesma é 
muito curta para traduzir um sinal. O 
contato entre a superfície da 
imunoglobulina e um 
antígeno é necessário antes de um sinal 
ser traduzido pelas cadeias Ig-alfa e Ig-
beta. No caso dos antígenos T-
independentes, contato entre o antígeno 
e a superfície da imunoglobulina é 
suficiente para ativar as células B a se 
diferenciarem em plasmócitos 
secretores de anticorpos. Entretanto, 
para antígenos T-dependentes, um 
segundo sinal 
fornecido pelas células T auxiliares é 
necessário para ativar as células B. 
● IgA 
a) IgA é a 2a Ig mais comum no 
soro. 
b) IgA é a principal classe de Ig em 
secreções – lágrimas, saliva, colostro, 
muco. Uma vez que 
é encontrada em secreções IgA 
secretora é importante na imunidade 
local (de mucosa). 
c) Normalmente IgA não fixa 
complemento, a menos que esteja 
agregada. 
d) IgA pode se ligar a algumas células - 
PMN's e alguns linfócitos. 
● IgD 
a) IgD é encontrada em baixos 
níveis no soro; seu papel no soro é 
duvidoso. 
b) IgD primariamente encontrada em 
superfícies de célula B onde funciona 
como um receptor 
para antígeno. IgD na superfície de 
células B tem aminoácidos extras na 
região C-terminal para 
ancoramento à membrana. Ela também 
se associa com as cadeias beta de Ig-
alfa e Ig-beta. 
c) IgD liga complemento. 
● IgE 
a) IgE é a Ig sérica menos 
comum uma vez que se liga fortemente 
com receptores de Fc em 
basófilos e mastócitos mesmo antes da 
interação com o antígeno. 
b) Envolvida em reações alérgicas – 
Como consequência da sua ligação a 
basófilos e mastócitos, IgE é envolvida 
em reações alérgicas. Ligação do 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
alergeno à IGe nas células 
resulta na liberação de vários 
mediadores farmacológicos que resulta 
em sintomas alérgicos. 
c) IgE também participa em doenças 
parasitárias por helmintos. Uma vez que 
os níveis sorológicos de IgE aumentam 
em doenças parasitárias, a quantificação 
dos níveis de IgE auxilia no diagnóstico 
de infecções parasitárias. Eosinófilos 
têm receptores de Fc para IgE e a 
ligação de eosinófilos a helmintos 
cobertos por IgE resulta na morte do 
parasita. 
d) IgE não fixa complemento. 
4- DESENVOLVER UM PLANO DE 
IMUNIZAÇÃO DE BEZERROS 
 
● A vacinação de bezerros 
merece atenção especial, pois atua na 
prevenção de uma série de 
enfermidades nos animais, e evita a 
transmissão de zoonoses e doenças que 
podem ser contraídas pelos 
consumidores através da ingestão dos 
alimentos. 
●Vacinar os bovinos e adotar 
cuidados especiais com a estrutura 
adequada, bom manejo sanitário e 
ambiental proporciona muitas 
vantagens. Uma delas é a redução dos 
custos e prejuízos ao produtor. Algumas 
vacinas são aplicadas no rebanho todo, 
outras em categorias específicas de 
animais. As que previnem o carbúnculo 
sintomático e a brucelose tem 
recomendação de acordo com a idade e 
sexo dos animais. 
● É importante lembrar que as 
vacinas devem ser de boa qualidade, e 
aplicadas corretamente sob a orientação 
de um médico veterinário. Dessa forma, 
haverá boa resposta do rebanho e 
imunização a uma série de doenças. 
Algumas delas são: o botulismo, 
brucelose, carbúnculo, febre aftosa, 
leptospirose e a raiva bovina. 
4.1- Esquema de vacinação em 
Bezerros 
 
 ● Vacinas como a da febre 
aftosa devem ser aplicadas 
semestralmente em todo o rebanho, 
machos e fêmeas, desde os bezerros 
recém-nascidos até animais adultos. As 
datas de vacinação são definidas pelas 
secretárias de agricultura de cada 
estado. Este tipo de vacina possui 
consistência densa e oleosa, exige 
cuidado especial na hora da aplicação. 
Assim, você evita danos ao animal 
como o aparecimento de caroços no 
pescoço. 
 ●A imunização contra brucelose 
é restrita às fêmeas com quatro a oito 
meses de idade, não é recomendado em 
hipótese alguma vacinar animais com 
idade superior. Caso o produtor esteja 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
realizando a compra de animais em fase 
adulta, ou que ainda não estejam 
vacinados, é necessário à realização do 
teste sorológico para brucelose. 
 ●A vacinação de bezerros contra 
o carbúnculo é aplicada em todos os 
animais na primeira dose, depois de um 
mês ocorre a revacinação. Após esta 
fase, os animais são vacinados uma vez 
por ano, não importando a data ou 
idade. Existem outras vacinas 
importantes para bezerros e novilhas, o 
médico veterinário é responsável por 
observar o rebanho e as necessidades de 
cada plantel. No curso de primeiros 
socorros em bovinos, do CPT Cursos 
Presenciais, você irá aprender ainda 
mais sobre as doenças em bovinos e 
aplicação de medicamentos. 
4.2- Procedimentos para a vacinação 
de bezerros. 
Não é recomendado a vacinação de 
animais doentes, debilitados ou 
estressados 
- A vacinação de bezerros deve ser feita 
em condições confortáveis para o 
animal, evitando o estresse 
- As vacinas devem ser mantidas 
refrigeradas, inclusive durante o 
processo de vacinação 
- Algumas regiões do corpo devem ser 
evitadas 
- É indicada a troca de agulhas durante 
o procedimento 
- Agulhas muito finas podem entortar, 
entupir ou quebrar durante a vacinação 
4.3- O que esperar das vacinas para 
bezerros? 
● Usando as técnicas adequadas 
de aplicação e acompanhamento, as 
vacinas devem ter: 
- Resposta imunológica rápida 
- Seja de fácil administração 
- Baixo custo 
- induzam a efeitos colaterais mínimos 
- Sejam fáceis de armazenar 
IMPORTANTE: bezerros recém-
nascidos devem sempre ter acesso 
adequado ao colostro. Os produtores 
devem certificar-se de que os currais, as 
instalações de trabalho, os lotes, oscochos e os bebedouros estejam 
devidamente limpos para evitar o 
acúmulo e o crescimento de patógenos. 
Os alimentos também devem ser 
inspecionados quanto a mofo, umidade 
excessiva e toxinas. O gado comprado 
recentemente deve ser avaliado e, se 
necessário, colocado em quarentena 
para evitar que patógenos externos 
entrem na operação. As interações entre 
o gado, a vida selvagem e outras 
espécies de gado também devem ser 
 
 Thaís Fontes Carvalho- 
 
monitoradas para evitar a propagação de 
doenças entre espécies. 
5- Explicar a importância do sistema 
imunológico para os animais. 
 
● O sistema imunológico é um 
grupo complexo de processos 
biológicos responsáveis pela 
manutenção de um animal saudável. 
Um sistema imunológico debilitado é 
destrutivo não apenas para o bem-estar 
animal, mas também para a 
produtividade animal. Os produtores de 
carne bovina devem sempre buscar 
alternativas de manejo que melhorem a 
saúde animal, como nutrição adequada, 
manejo de baixo estresse e um 
programa de vacinação adequado. 
Compreender algumas das 
características básicas do sistema 
imunológico permitirá que os 
produtores planejem e administrem 
melhor essas alternativas e, 
consequentemente, aumentem a 
eficiência de suas operações. 
● O sistema imunológico dos 
animais funciona como o dos humanos 
e é essencial na defesa do organismo 
contra diversas doenças causadas por 
agentes químicos ou 
biológicos, e mantém assim, a 
homeostase. Além de proteger o 
organismo, evitando o surgimento de 
doenças, a imunidade pode impedir a 
progressão de uma doença, e atua 
também na identificação ou na 
destruição de células estranhas, 
danificadas ou que sofreram 
mutação. 
 
5.1- Funções do sistema imunológico 
 
● Neutralizar patógenos como 
bactérias, vírus, parasitas ou fungos, que 
entrem no organismo, removendo-os; 
• reconhecer e reagir especificamente 
contra diferentes tipos de agentes 
prejudiciais; 
• desenvolver a memória imunológica, 
para reconhecer e combater rapidamente 
futuras invasões

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