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UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Curso: Letras Língua Portuguesa TÍTULO: Memória e Patrimônio Escolar Prática como componente curricular Sabrina Fusco Alves RA: 2241775 SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA-PARÁ MAIO DE 2022 INTRODUÇÃO No mundo atual, a modernidade tem estado intrinsecamente interligada em vários aspectos da sociedade, como na cultura, na educação, ou até mesmo na vida social das pessoas de forma geral. No entanto, essa “modernização” necessita ser acompanhada também de recordações e lembranças que visem resgatar momentos, acontecimentos e períodos históricos vivenciados nas mais diversas épocas. No âmbito da educação escolar, resgatar a memória e o patrimônio escolar da própria instituição de ensino, é extremamente necessário para manter vivo o caráter e a identidade da mesma. Tudo isso deve ser baseado nas principais contribuições que a escola realizou na vida de seus estudantes e de seus profissionais. Visando esse propósito, o tema “Memória e Patrimônio Escolar” escolhido para a PCC (Prática como Componente curricular) deste primeiro semestre, procurou trazer uma abordagem de cunho investigativo, onde seus estudantes universitários teriam que visitar uma instituição de ensino local. A partir de então, seria efetuada uma pesquisa com o olhar voltado para a recuperação de fatos históricos sobre a sua existência, trazendo um levantamento de documentos antigos e análises do próprio patrimônio escolar. Posteriormente, foi sugerido que fizessem uma reflexão analítica sobre a preservação da memória e do patrimônio da escola, tendo em vista, todos os dados obtidos durante a pesquisa. A caracterização do estabelecimento de ensino também foi exigida, afinal de contas, é preciso que se tenha uma visão pautada nas condições físicas e estruturais do ambiente investigado. Além disso, foi necessário que escolhesse um profissional de qualquer área, que estivessem trabalhando a um longo tempo, e que conhecesse sobre a história da escola, para posteriormente entrevistá-lo. A partir dessas análises e constatações sobre a questão do patrimônio em si, da sua preservação, divulgação e disponibilização, é possível determinar se há ações de cuidado com a memória escolar. Por conseguinte, essa PCC buscou contemplar o tudo aquilo que está ligado com a história da instituição, desde sua fundação até os dias de hoje. Desse modo, contribui também para a construção de um caráter educativo e investigativo, mantendo sempre as lembranças e recordações vivas na mente de cada um que esteve atuando de maneira direta ou indireta na sua existência. INFORMAÇÕES GERAIS DA ESCOLA Nome da instituição: Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Padre José de Anchieta. Endereço: Avenida das Acácias, 5 – Centro. Data de fundação: 22 de abril de 1982. Público-alvo atendido: Crianças do Ensino Fundamental - anos finais 6° ao 9° e Ensino Fundamental - anos iniciais 1° ao 5°, além de oferecer educação especial a crianças com necessidades especiais. Caracterização geral da escola: a) Quantidade de alunos: A escola possui 1145 alunos ativos. b) Quantidade de salas de aula: A instituição dispõe de 24 salas de aula. c) quantidade de professores: Conta com 46 professores trabalhando ativamente. d) Quantidade de profissionais administrativos e de agentes de apoio: Possui 22 profissionais administrativos e 16 agentes de apoio. e) Ambientes existentes na escola: A instituição de ensino dispõe de uma sala de professores, uma secretaria, uma sala de coordenação pedagógica, um depósito de merenda escolar, 4 banheiros, uma cozinha e uma quadra de esportes. Caracterização física da escola: a) Tipo de construção: A escola é toda construída em alvenaria. INFORMAÇÕS GERAIS DO ENTREVISTADO Função desempenhada na escola: O entrevistado é o diretor do estabelecimento de ensino. Tempo de atuação: O profissional de educação trabalha 14 anos na escola, sendo 1 ano e meio como diretor, e 12 anos e meio como professor. DESENVOLVIMENTO Fundada em 16 de abril de 1982, a Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Padre José de Anchieta, foi construída com a grande finalidade de atender com urgência, ao público estudantil que residia nessa área da cidade, mais precisamente na região do bairro centro. Devido as prioridades de se implantar o 2° grau com o intuito de dar uma boa uma qualificação aos estudantes, a instituição que na época se denominava Escola Municipal de 2° Grau Padre José de Anchieta, teve como seu primeiro local, um prédio improvisado em uma casa que a própria prefeitura comprou. Um fato interessante de se mencionar é que, nesse período, a escola tinha como diretora uma madre superiora. É importante salientar que, apesar de na descrição do nome da escola indicar que a mesma atende ao público do Ensino Médio, hoje em dia essa informação não é mais verdadeira. Isso se deve ao fato de que, no ano de 2004, o estabelecimento de ensino passou a ofertar aos seus alunos - que não conseguiram completar seus estudos em tempo correto - a oportunidade de cursarem o nível médio. Porém, em meio as dificuldades financeiras de manter esse ensino funcionando regulamente, os órgãos competentes decidiram extingui-lo. E devido à grande burocracia para mudar o nome da instituição, hoje ela permanece com a mesma descrição. A escolha do nome da escola, está atrelado à questão religiosa, política e social. No tempo em que precisava se escolher um nome para o estabelecimento de ensino, a religião católica era bastante influente, até mesmo boa parte dos políticos e da população em geral, eram predominantemente católicos. Nesse viés, pode denotar-se a importância que a igreja católica exercia nesse período. Diante desse contexto religioso, torna-se imperioso falar um pouco sobre a história do patrono da instituição que exerceu uma importante função na educação brasileira. Tendo uma vida direcionada para o ensino e o sacerdócio, Padre José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, e apesar de ter nascido em uma família nobre, sempre se dedicou aos estudos. Vindo para o Brasil com a grande missão de catequizar os povos indígenas, Anchieta procurou de início aprender a língua dos nativos, e em seu primeiro ano em terras brasileiras participou da fundação do primeiro colégio de São Paulo de Piratininga. Padre José de Anchieta se dedicou ao estudo das letras e da língua, onde escreveu inúmeras poesias, sermões, cartas, peças teatrais religiosas e uma produção gramática intitulada “Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil”. Também fez parte da primeira manifestação literária do Brasil denominada “Quinhentismo” ao qual, se tratava de uma reunião de relatos de viagem com características informativas e descritivas. À vista disso, fica evidente a importância que o patrono da escola teve na educação brasileira, suas contribuições foram fundamentais para que se houvesse um ensino de qualidade nos dias de hoje. Partindo de um outro ponto, mais especificamente sobre as transformações físicas e estruturais que a instituição sofreu ao longo do tempo, podemos pôr em pauta as reformas e ampliações que serviram para dar apoio, segurança e comodidade aos estudantes, professores, funcionários e a própria comunidade escolar e local. Em 2006 a escola passou por uma reforma, ao qual foi construído um novo bloco com mais 14 salas de aula, tendo em vista que antes possuía apenas 8 salas, além disso foi construído mais 4 banheiros e uma rampa para facilitar a locomoção de alunos com necessidades especiais. imagem 1. Foto da fachada da escola tirada em 2009. Fonte: Marajó Notícias.No dia 16 de dezembro de 2014, a escola sofreu mais uma reforma, dessa vez na pintura e na construção de uma quadra toda coberta para eventos e práticas esportivas. Tudo isso para atender as demandas e as necessidades dos alunos, do corpo docente, da população urbana e ribeirinha da cidade de São Sebastião da Boa Vista. imagem 2. Foto da fachada da escola tirada em 2014. Fonte: Marajó Notícias. A criação de uma quadra esportiva foi primordial para que tantos alunos, quanto a comunidade local, pudessem usá-la para o lazer e o entretenimento de ambos. Dessa forma, observa-se que sua edificação serviu para benefício mútuo. imagem 3. Foto da quadra de esportes. Fonte: Autoria Própria. A existência de arquivos e documentos que comprovem, e guardem a memória e o seu patrimônio, é extremamente indispensável para que esses objetivos sejam alcançados, mas para isso é necessário que haja preservação. O estabelecimento de ensino possui alguns acervos referentes a essa questão. No entanto, devido a fragilidade e vulnerabilidade de alguns arquivos e documentos – que necessitam ter um maior cuidado quanto a sua conservação material – a escola preferiu optar em não os expor. Como a proposta tinha como princípio, respeitar qualquer decisão que a instituição julgasse correta, preferiu-se não às fotografar, atendendo assim ao pedido da mesma. Todavia, ela autorizou a imagem de uma poesia escrita por uma aluna, ao qual tentou expressar por meio de seus pensamentos e palavras, o orgulho que sente em viver em sua cidade. Para a escola, essa poesia se tornou memória e até mesmo faz parte de seu próprio patrimônio escolar. É fundamental que esses trabalhos escolares sejam guardados, para que futuramente sejam resgatados e relembrados, ficando assim conservados na mente daqueles que fizeram parte dessa época, e também daqueles que não o fizeram, mas que buscam ir atrás desses conhecimentos históricos. imagem 4. Poesia de uma aluna da escola escrita em 1990. Fonte: Arquivos da Escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base no que foi apresentado nesta PCC, cujo principal objetivo é investigar, pesquisar e sensibilizar a comunidade escolar sobre a questão da preservação da memória e do patrimônio escolar. Tudo isso foi baseado em dados coletados durante a entrevista com o profissional escolhido, e através da análise feita durante a visita. O trabalho também procurou isentar a identidade de cada colaborador, visando a segurança e o bem estar de cada um, o apoio e a cooperação de todos os envolvidos foi primordial para a boa execução da prática, levando em consideração, que várias questões precisavam de uma assistência especial envolvendo pessoas que estavam no exercício de sua profissão a vários anos. São inúmeros os desafios a serem enfrentados pela comunidade escolar para manter viva a memória, e a preservação de seu patrimônio, porém, não é impossível. Diante desse contexto, pode-se concluir que a proposta foi alcançada, levando em consideração o empenho e o esforço que cada um teve. O trabalho feito em equipe foi fundamental, uma vez que todos os envolvidos procuraram contribuir para a discussão em foco. Todas as pessoas deram tudo de si para que a prática de revivência e preservação da memória da escola continue a estar presente durante toda a vida de seus estudantes, professores, funcionários e a própria comunidade local. DECLARAÇÃO DE PRESENÇA