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MDD4 - Diabetes Tipo 1

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Mecanismo de Defesa e Doença 
Medicina Anhembi Morumbi 
 
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Diabetes Tipo 
O pâncreas endócrino é responsável pelo controle do índice de glicose no sangue, 
produzindo e regulando as taxas de insulina e glucagon. 
 
Quando o individuo está alimentado, há um domínio da insulina sobre o 
glucagon, com isso haverá: 
• Maior oxidação da glicose 
• Maior síntese de glicogênio 
• Maior síntese de gorduras 
• Maior síntese proteica 
Já no estado de jejum, haverá o domínio do glucagon em relação a insulina, 
apresentando os seguintes aspectos: 
• Maior glicogenólise 
• Maior gliconeogênese 
• Maior cetogênese 
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➔ PATOGÊNESE DO DIABETES TIPO 1 
O diabetes do tipo 1 é uma doença multifatorial, em que fatores genéticos tem 
papel importante no desenvolvimento da doença. 
Os genes MHC de Classe II são os principais envolvidos. 
Fatores ambientais podem influenciar no desenvolvimento da doença, 
principalmente infecções e tipo de alimentação em fases iniciais da vida. 
• ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DO DIABETES TIPO 1 
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, em que: 
1) Há produção de autoanticorpos contra antígenos das células beta 
pancreáticas. 
2) Ativação de linfócitos T autorreativos contra células beta pancreáticas. 
3) Diminuição da atividade de linfócitos T reguladores. 
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Pacientes com diabetes tipo 1 podem apresentar insulite (inflamação das ilhotas 
pancreáticas). 
Nas ilhotas de Langerhans haverá presença de linfócitos T e B, células dendríticas 
e macrófagos. 
A dificuldade de obtenção de amostras do pâncreas limita o entendimento sobre 
os mecanismos ocasionados pelo diabetes tipo 1. 
A morte e disfunção das células beta gera a progressão da doença. 
Os principais alvos dos autoanticorpos são: 
1) Insulina 
2) Descarboxilase do ácido glutâmico (GAD65) 
3) Proteína associada ao insulinoma 2 (IA-2) 
4) Transportador de Zinco 8 (ZNT8) 
O maior número de autoanticorpos gera maior risco de progressão para estágio 
sintomático. 
Os anticorpos funcionam como biomarcadores e podem aparecer antes da fase 
sintomática. 
• ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO DIABETES TIPO 1 
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O diabetes do tipo 1 pode causar cetoacidose que leva a presença de alguns 
sintomas, como: náusea, vomito, dor abdominal, desidratação, hálito cetônico e 
confusão mental. 
COMA E MORTE SÃO DESFECHOS GRAVES! 
 
• EFEITOS PATOGÊNICOS DA HIPERGLICEMIA 
A hiperglicemia tem como principal efeito toxico a indução de estresse oxidativo. 
Os principais tecidos afetados são: Nervos Periféricos, Retina e Glomérulos 
Renais. Esses tecidos são afetados por não necessitarem da insulina para captação 
da glicose. 
 
 
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• COMPLICAÇÕES DO DIABETES TIPO 1 
As principais complicações do diabetes são: 
1) Complicações microvasculares: nefropatia, neuropatia e retinopatia. 
2) Complicações macrovasculares (Principalmente aterosclerose): coronárias, 
cerebrovascular e artérias periféricas. 
Os principais fatores de mortalidade no diabetes são: infarto do miocárdio, 
insuficiência renal e acidente vascular encefálico. 
Pacientes com diabetes tipo 1 possuem de 2 a 8 vezes mais chances de ter uma 
doença cardiovascular e morrer. 
O controle glicêmico efetivo gera redução de 42% na incidência de doença 
cardiovascular. 
• NEUROPATIA DIABÉTICA 
A Neuropatia Diabética é uma complicação comum do diabetes e sua principal 
apresentação é polineuropatia distal simétrica. 
O estresse oxidativo, dano no DNA e disfunção mitocondrial levam a 
neurodegeneração. 
A neuropatia autonômica afeta os sistemas cardiovascular, geniturinário e 
gastrointestinal. 
• NEFROPATIA DIABÉTICA 
A insuficiência renal está atras apenas do infarto do miocárdio como causa de 
óbito no diabetes. 
Na nefropatia diabética, 3 lesões podem ser encontradas: 
1) Lesões glomerulares 
2) Lesões vasculares renais (arteriosclerose) 
3) Pielonefrite (Infecção + Inflamação) 
A manifestação clinica se dá por: 
- MICROALBUMINÚRIA: excreção de albumina > 30 e < 300 mg/dia 
- MACROALBUMINÚRIA: excreção de albumina > 300 mg/dia 
Os valores normais de albumina na urina são abaixo de 30 mg/dia. 
A hiperglicemia gera estresse oxidativo e inflamação. 
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• RETINOPATIA DIABÉTICA 
Complicação comum e principal causa de perda de visão em pacientes com 
diabetes. 
Radicais livres, produtos glicosilados, inflamação, vasoconstritores e fator 
angiogênico (VEGF) levam a danos teciduais e neurodegeneração. 
 
 
 
 
 
 
 
• ÚLCERA NO PÉ 
A úlcera no pé é a principal causa de amputação no diabetes tipo 1. 
➔ EPIDEMIOLOGIA DO DIABETES TIPO 1 
O diabetes do tipo 1 (DT1) se caracteriza pela deficiência de secreção de insulina 
provocada pela destruição das células beta pancreáticas, geralmente resultante de 
ataque autoimune. 8 % da população mundial tem diabetes, sendo diabetes tipo 1 
10-15% de todos os casos. 
O pico de incidência do diabetes tipo 1 ocorre na adolescência. 
É considerado o principal distúrbio endócrino da infância. 70-90% dos pacientes 
apresentam autoimunidade. 
Pequena parcela dos pacientes -> sem causa evidente da destruição das células 
beta pancreáticas (Diabetes Tipo 1 Idiopático). 
• DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO DIABETES TIPO 1 
O tratamento consiste em insulina de curta ação e longa ação, em aplicações 
múltiplas ao longo do dia. 
Semelhante ao processo fisiológico: secreção continua de insulina em baixa 
quantidade (basal) ao longo do dia e grande quantidade (bolus) após a refeição. 
 
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- GLICEMIA DE JEJUM -> maior ou igual a 126 mg/dl 
- GLICEMIA: maior ou igual a 200 mg/dl duas horas pós teste de tolerância oral a 
glicose. 
- HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1c) -> maior ou igual a 6,5% 
• PONTOS CHAVES NO MANEJO DO DIABETES TIPO 1 
O manejo do diabetes tipo 1 é multidisciplinar: 
1) Saúde mental: avaliação de depressão, ansiedade, desordens cognitivas, 
alimentares e de sono 
2) Nutrição Adequada: indicação de hábitos alimentares saudáveis, 
monitoramento do peso corporal. 
3) Estímulo da atividade física e monitoramento da glicemia 
4) Avaliação de comorbidades: função da tireoide, Albuminuria, pressão 
arterial, perfil lipídico e surgimento de outras doenças autoimunes. 
O objetivo central do manejo é promover uma vida saudável, evitando 
hipoglicemia, hiperglicemia grave e cetoacidose. 
OBJETIVO DE CONTROLE DO DIABETES TIPO 1 
- Hemoglobina Glicada (HbA1c) em crianças e adolescentes < 7,5% 
- Hemoglobina Glicada (HbA1c) em adultos < 6,5% ou 7,0% 
- Hemoglobina Glicada (HbA1c) em idosos < 7,5% 
O monitoramento da glicemia deve ser feito antes das refeições, exercícios e 
antes de dormir, com o objetivo de evitar hipoglicemia!!! 
- TRATAMENTO DA CETOACIDOSE: injeção de insulina e hidratação com 
reposição de eletrólitos. Pode levar a hipoglicemia! O monitoramento adequado 
da glicemia durante o tratamento é fundamental!

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