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1AP LARVICULTURA 2021

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1AP LARVICULTURA 2021.1 30/06/2021 
NOME DO ALUNO: Ruan Lopes da Silva Santiago 
No. de matrícula: 473328 
 
Parte I - Camarões Marinhos 
1) Qual a importância do estado sanitário e nutricional dos reprodutores, para a 
larvicultura de camarões marinhos? 
O sucesso de uma larvicultura de camarões marinhos inicia com a preparação dos 
reprodutores e são utilizadas técnicas de manipulação ambiental, nutricional e sanitária. 
A seleção para formação do plantel de reprodutores começa após a fase de engorda que 
acontece em viveiros de até 20 ha, em densidades acima de 25/m2, alimentados com 
ração comercial e que dura de 3 a 4 meses. Neste ponto os animais com peso médio de 
15g são despescados e transferidos para a fase intermediária que ocorre em viveiros 
menores, em baixas densidades, e dura cerca de 3 meses, quando os animais atingem 
aproximadamente 25 gramas. Nesta fase a alimentação é intensificada e deve seguir a 
proporção de 50% de ração comercial e 50% de alimentos naturais como lulas, mariscos 
e poliquetas. Após este período, os animais são novamente selecionados e levados à fase 
final ou de terminação, na qual são cultivados em viveiros pequenos, em densidades de 
1 indivíduo/m2 ou menos. 
 
2) Explique os fatores endógenos e exógenos que influenciam o processo de maturação 
dos camarões marinhos: 
Na maturação existem fatores exógenos e endógenos que intervêm na fisiologia dos 
crustáceos. Dentre os exógenos o principal é a ablação do pedúnculo ocular (CUNHA & 
OSHITO, 2010) e a alimentação (SAMUEL et al., 1999) e dentre os fatores endógenos 
encontram-se o estádio de desenvolvimento (CHAVEZ & MAGALHÃES, 1993), o 
estádio de muda (LOBÃO et al., 1996), a energia e as reservas de nutrientes necessárias 
para a reprodução (SHANJU & GERALDINE, 2011). Tais fatores levam a mudanças 
fisiológicas nos decápodes, provocando modificações metabólicas e hormonais. 
 
3) O que é ablação do pedúnculo ocular? Como é feita? Para que serve? 
A técnica de ablação do pedúnculo ocular incide no corte ou esmagamento de um dos 
pedúnculos oculares (BARBIÉRI Jr; OSTRENSKY, 2001). Até de acordo com os 
autores, esta técnica vem sendo utilizada com sucesso na indução da maturação gonadal 
de crustáceos decápodes. 
Podendo ser realizada de duas formas diferentes: I) incisão no globo ocular do crustáceo 
com remoção do complexo endócrino por pressão superficial (PRIMA VERA 1978); e 
II) remoção total ou parcial do pedúnculo ocular com cauterização "a quente", 
utilizando uma agulha incandescente (PRIMAVERA 1985), ou "a frio", com o emprego 
de resina de nitrocelulose (DÉMEUSY 1962) ou nitrogênio líquido (SAGI el aI. 1997). 
Serve para obter uma antecipação do estado ovígero e do aumento na frequência de 
desovas. Promove um desequilíbrio hormonal com alterações sobre tais processos: 
responsável pela produção, estocagem e distribuição de hormônios reguladores da muda 
e da gametogênese. Com a ablação do pedúnculo ocular elimina-se a síntese destes 
neurohormônios, por meio desta técnica, é possível assegurar que a ausência de pelo 
menos um dos pedúnculos oculares implica em alteração significativa no crescimento 
corporal e na conversão alimentar. 
4) Descreva os procedimentos de acasalamento e fertilização de camarões marinhos 
cultivados: 
O cortejo do L. vannamei é caracterizada pela conduta do macho de tocar a região do 
ventre da fêmea com o rostro, e depois nadam paralelamente a ela, abraçando-a 
ventralmente, posicionando-se perpendicularmente a ela e transferindo o espermatóforo 
para o télico da fêmea. As fêmeas devem ser monitoradas para a presença de 
espermatóforos e então devem ser transferidas para tanques de desova que pode ser 
individual ou coletiva. O monitoramento da qualidade da água e do fotoperíodo nos 
tanques de desova é decisivo para o sucesso da desova. A liberação dos ovos ocorre 
durante a noite, à fecundação é externa e os ovos são fertilizados no conforme são 
liberados. Neste momento as fêmeas nadam rapidamente e o deslocamento de água 
facilita o contato entre os ovos e os espermatozoides. Após desovarem, as fêmeas 
devem ser retiradas dos tanques de desova para evitar a contaminação dos ovos com o 
material fecal e para evitar que elas devorem os ovos. Estes devem ser sifonados 
cuidadosamente, lavados com água filtrada e esterilizada com UV e levados para os 
tanques de eclosão que são cilindros cônicos de aprox. 100L, nos quais são colocadas 
aprox. 1000 ovos/L sob aeração constante. A água dos tanques de eclosão deve ser 
filtrada, clorada e tratada com UV para evitar contaminação dos ovos com bactérias, 
fungos, protozoários e outros organismos da biota natural da água. Este procedimento 
deve ser cuidadosamente feito para evitar futuras perdas. 
 
5) Identifique as fases larvais de L. vannamei e aponte suas respectivas modificações 
morfológicas, fisiológicas e comportamentais. 
Náuplios: planctônicos, fototaxia positiva, se alimentam apenas de suas reservas, são 
atraídos para a superfície marinha, onde se localiza o plâncton, alimento essencial para 
o próximo estágio. Num período de mais ou menos 50 horas depois da eclosão, o 
náuplio possui três pares de antenas, passa por 6 mudas antes de mudar de fase e tem 
um corpo não segmentado. 
Protozoéa: alimentação a base de partículas em suspensão, filtradas e ingeridas (algas 
unicelulares). Nesta fase, o corpo torna-se alongado com um cefalotórax, contendo 
também um par de olhos compostos projetados. Em um segundo estágio da Zoe é 
caracterizada por um rostro e num terceiro estágio é caracterizado pelo par de urópodes. 
Míssis: corpo coberto por carapaça, persegue seu alimento (fito e zooplâncton). As 
larvas assumem a forma de um camarão juvenil, no qual os pleópodes começam a se 
desenvolver. 
PL: possui todos os apêndices encontrados em um camarão adulto, deixa de ser 
planctônico e passa a ser bentônico, deixa o ambiente tipicamente marinho para 
terminar o seu desenvolvimento em águas estuarinas. As pós-larvas assumem o formato 
e o comportamento de um camarão adulto, com sistema digestivo bem desenvolvido, 
cefalotórax bem dividido e segmentado. 
Nos estágios iniciais as larvas nadam ativamente, durante o todo o tempo todo, 
utilizando as antenas. Apresentam fototactismo positivo, orientado pela mancha ocelar. 
Por serem atraídos pela luz, os náuplios deslocam-se para a superfície da água onde são 
coletados e então passam para o estágio de Protozoea. Em Mysis e a natação acontece 
por contrações do abdômen para trás. 
 
6) Explique 2 testes de estresse utilizados para avaliação de pós-larvas de camarões 
marinhos: 
Coloca-se um número determinado de PLs em água doce (salinidade zero) com aeração 
constante durante 1 hora. Depois as PLs são retornam à salinidade original e verifica-se 
a sobrevivência após meia hora. 
Tem o teste de natação contra a corrente no qual uma quantidade aleatória de PLs é 
colocada num recipiente translúcido (quase sempre utilizado o béquer) sob o qual é 
gerado uma corrente fraca. A partir disso, é observado o percentual de PLs que 
conseguem nadar ativamente contra a corrente. 
 
Parte II - Lagostas espinhosas 
7) Quais as três espécies de lagostas espinhosas que ocorrem no Brasil? 
Panulirus argus, P. echinatus e P. laevicauda 
 
8) Quais os principais entraves para a larvicultura de lagostas espinhosas? 
Existem inúmero obstáculos a serem superados antes de estabelecer o cultivo de 
filosomas em escala comercial. Os desafios abrangem, primeiramente, mais estudos 
sobre o cultivo de lagostas de forma rentável e sustentável, aquisição de larvas mais 
resistentes, controle de doenças bacterianas, o uso de dietas preparadas tal como 
alimentos artificiais que se acomodem na exigência nutricional dos animais (ainda 
pouco conhecidas), o tempo necessário para chegada ao tamanho comercial e a redução 
de alto custo de produção. 
 
9) Por que o cultivo de lagostas espinhosasnão é tão desenvolvido quanto o cultivo de 
camarões marinhos, uma vez que ambos são crustáceos? 
Os fatores ambientais a (como temperatura, pH, salinidade), as características próprias 
da espécie (ciclo biológico, comportamento), a alta taxa de mortalidade das larvas nos 
primeiros estágios de filosomas, junto com o pouco conhecimento em relação à nutrição 
desses animais, não permitem adotar as mesmas condições de engorda que foram 
apuradas para outros animais aquáticos cultivados, como por exemplo o camarão 
marinho. 
 
10) Quais áreas de pesquisa devem ser desenvolvidas, com o intuito de desenvolver a 
reprodução e o cultivo de lagostas espinhosas no Brasil e no mundo? 
Deve haver pesquisas sobre o cultivo, assim, buscando avanço na larvicultura de 
filosomas em âmbito comercial, formulação de ração comercial de baixo custo, procurar 
proporcionar aumento da taxa de crescimento em um menor período de tempo, 
pesquisas sobre patologias para o incremento de agentes imunoestimulantes. Podendo 
assim, no futuro, com a viabilização do cultivo de filosomas, um maior número de 
juvenis poderá ser preparado, permitindo o repovoamento de áreas onde a captura de 
indivíduos adultos tenha diminuído o estoque a níveis próximos da extinção. 
 
Parte III -Artêmias 
11) Sobre as artêmias, fale sobre sua história natural e comente sua importância para a 
aquicultura, em especial para o cultivo de larvas de espécies aquáticas. 
As artêmias são basicamente populações de animais cosmopolitas que vivem em regiões 
de água salgada (salinas) com salinidade acima de 70. Esses animais possuem o sistema 
osmorregulatório muito eficaz e conseguem se adaptar-se bem a variação de 
temperatura entre 6° e 35°C. Eles são bastante resistentes a níveis de oxigênio baixos. 
Artêmia é um animal filtrador, não seletivo, e tem a aptidão de produzir cistos como 
alternativa de reprodução. A Artemia sp. é utilizada em grande escala por países que 
praticam a aquicultura comercial devido as suas bases nutritivas indispensáveis ao 
desenvolvimento de espécies marinhas. É considerada um alimento praticamente 
indispensável nas larviculturas de diversos organismos de importância comercial devido 
sobretudo à facilidade com que pode ser estocado e ao seu enorme valor nutricional. 
 
12) Explique os dois tipos de reprodução das artêmias, e em que situação ocorrem: 
ovovivípara (náuplios) – sexuada: Na ovoviviparidade as fêmeas soltam os náuplios 
(estágio primário larval) no ambiente. É trivial quando as condições ambientais são 
ideais, tais como: salinidade moderada, alta taxa de oxigênio dissolvido e fartura de 
alimento. 
ovípara (cistos) – partenogênese: Na oviparidade as fêmeas criam cistos, soltando no 
ambiente. Deste modo se observa quando as condições ambientais não são favoráveis 
para a população: alta salinidade, baixo grau de oxigênio dissolvido e carência de 
alimento. Na reprodução partenogenética os machos não contribuem e as fêmeas 
sozinhas conseguem gerar descendência. 
 
13) O que é e para que serve a descapsulação de artêmias? 
A descapsulação é utilizada para quebrar o córion que cobre o embrião. Por meio do uso 
de substâncias químicas o córion é dissolvido, que além de retira-lo, realizam a assepsia 
da superfície dos cistos, assim estes podem conter patógenos que podem ameaçar o 
ciclo de produção, e assim, reduzir a eficiência na larvicultura. 
 
14) Em que consiste o processo de bioencapsulação das artêmias? Indique algumas 
técnicas utilizadas. 
A bioencapsulação consiste na adição do valor nutritivo das artêmias, eliminando a 
deficiência de ácido graxo instaurado. São usadas microalgas ou emulsões de ácidos 
graxos poli insaturados (AGP) para o procedimento: os náuplios são separados do resto 
de eclosão que estão incubados por 72 horas em uma suspensão ou emoção de 
enriquecimento. O ingresso do componente deve ocorrer no estado instar II, quando os 
mesmos liberam seu trato digestivo e se tornam não seletivos. Tem também a técnica 
Britânica com o uso da Isochrysis galbana ; a Japonesa ("método direto") com a 
utilização de emulsão de óleo de peixe acrescentada a uma mistura metil-ester de AGP 
(n-3), que, quando ofertada aos náuplios, é ingerida e suas gotículas acumuladas no trato 
digestivo; a Francesa com o uso de uma dieta composta de pó de Spirulina, levedura, 
aminoácidos, vitaminas, colesterol e óleo de peixe como enriquecedor; a Belga com a 
utilização de uma mistura auto-dispersante de diferentes fontes de AGP (n-3), 
vitaminas, carotenóides e fosfolipídeos. 
 
15) Em que situações são utilizados os cistos/náuplios de artêmias, e a biomassa? 
Apesar que náuplios eclodidos a partir de cistos representem a forma mais usual de 
consumo, a biomassa de Artemia vem conquistando um papel importante na dieta de 
vários organismos aquáticos. Podemos citar o uso clássico de biomassa de Artemia que 
ocorre na China e no Brasil. Na China, a utilização da biomassa de Artemia nos cultivos 
de Fenneropenaeus chinensis é realizada na baía de Bohay (China) e é superior a 3.000 
toneladas anuais. Já no Brasil, por volta de 250t de biomassa de Artemia franciscana – 
espécie dominante na América do Sul, América do Norte e Caribe – são obtidas 
anualmente na região salineira do Rio Grande do Norte e usadas nos cultivos de 
Litopenaeus vannamei, complementando a dieta de reprodutores, pós-larvas e, em 
especial, de juvenis, fase na qual essa complementação alimentar é apontada como 
essencial para se obter maior sobrevivência dos camarões no processo de aclimatação e 
transição entre berçários e viveiros de engorda. 
 
Parte IV - Peixes Marinhos 
16) Discuta 5 estratégias diferentes de reprodução de peixes marinhos: 
Fertilização artificial de gametas coletados de adultos selvagens maduros. Proveniente 
da captura na pesca marinha. 
Fertilização artificial com gametas de adultos selvagens ou cultivados, sendo a 
ovulação obtida por indução hormonal através da aplicação intramuscular. 
Fertilização natural com adultos selvagens ou cultivados, mantidos em cativeiro, 
previamente induzidos com hormônios. 
Fertilização natural com adultos selvagens ou cultivados, mantidos em cativeiro, sem 
tratamento hormonal. 
 
17) Explique as DUAS principais razões para as altas mortalidades em larviculturas de 
peixes marinhos: 
O início da nutrição exógena é um processo muito importante e se caracteriza por altas 
mortalidades, cuja diminuição é um dos objetivos primordiais no desenvolvimento de 
tecnologias para a produção de alevinos, pois assegura uma sobrevivência adequada ao 
final do período larval. 
A boca relativamente pequena das larvas é outra razão, junto a sua reserva limitada de 
vitelo. Por isso o primeiro alimento é muito importante, inclui-se seu tipo, tamanho, 
qualidade, quantidade e o momento da sua introdução. 
 
18) Escolha uma espécie de peixe marinho e explique sua reprodução e larvicultura: 
Robalo peva (Centropomus parallelus) 
A maior parte dos peixes cultivados não desovam naturalmente em cativeiro, 
necessitando de estímulos ambientais e indução hormonal (BROMAGE e 
ROBERTS, 1995). Segundo TUCKER e JORY (1991), existem quatro maneiras 
viáveis de se obter ovos de peixes marinhos: 
Por fertilização artificial de gametas coletados de adultos selvagens maduros. 
Por fertilização artificial com gametas de adultos selvagens ou cultivados, sendo a 
ovulação obtida por indução hormonal. 
Fertilização natural com adultos selvagens ou cultivados, mantidos em cativeiro, 
previamente induzidos com hormônios. 
Fertilização natural com adultos selvagens ou cultivados, mantidos em cativeiro, sem 
tratamento hormonal. 
Quando não há possibilidade de se manter um plantel de reprodutores em cativeiro, 
as duas primeiras opções são as únicas possíveis (CERQUEIRA, 2004). 
Com o robalo peva, C. parallelus, reprodutores cultivados foram induzidos a desova 
com o hormônio análogo liberador dohormônio luteinizante (LHRHa), resultando em 
desovas com fertilização natural e elevadas taxas de fertilização (FERRAZ et al., 
2002; REIS e CERQUEIRA, 2003). 
No Brasil estudos realizados desde a década de 90 conseguiram o estabelecimento de 
protocolos de produção de juvenis de robalo peva (CERQUEIRA et al., 1995; 
ALVAREZ-LAJONCHERE et al., 2002; ALVAREZ-LAJONCHERE et al., 2004). 
Atualmente, juvenis desta espécie já são produzidos rotineiramente, obtendo-se uma 
média de 15% de sobrevivência na fase de larvicultura (dado não publicado). 
Feita a avaliação da porcentagem de ovos fertilizados com amostragens por pipeta de 
Bogorov e observação em lupa, ocorreu a transferência dos ovos para um tanque 
circular de fibra com capacidade de 6.000 L (volume inicial 2.000 L) a 25ºC, com 
densidade inicial de aproximadamente 8 ovos/L. A incubação foi realizada diretamente 
no tanque de larvicultura. Resumidamente, esse protocolo utiliza o sistema de água 
verde, (Nannochloropsis oculata na densidade de 1x106 cels/mL introduzida juntamente 
com os ovos embrionados, mantida diariamente até o 15° dia após a eclosão (DAE). 
Juntamente com a microalga foi introduzido o rotífero Brachionus rotundiformis 
alimentado com N. oculata, utilizado como primeiro alimento das larvas três DAE e 
mantidos durante 30 dias numa densidade média de 10–15 indivíduos/mL. O 
fotoperíodo foi de 24 horas-luz até o 15 DAE, passando posteriormente ao fotoperíodo 
natural (14:10 luz:escuridão). No 17 DAE ocorreu a inclusão de náuplios de 
Artemia (Inve – Bélgica), e a partir do 24 DAE foram fornecidos metanáuplios 
enriquecidos com Super Selco (Inve Bélgica) por 18h. A Artemia foi fornecida numa 
densidade inicial de 0,5 náuplios/mL, acrescidos até 7 metanáuplios/mL no 35 DAE 
mantidos até o final da larvicultura, concedida três vezes ao dia, sendo fornecido 50% 
do total diário durante a manhã. Os demais 50% eram mantidos em refrigerador 
(aproximadamente 5ºC) e divididos em duas porções iguais fornecidas ao meio dia e ao 
final da tarde. O tanque foi despescado 45 DAE. Os níveis de oxigênio dissolvido e 
amônia foram monitorados. A sobrevivência foi avaliada e o peso e comprimento de um 
lote de 70 peixes separados, com tamanho médio mesurados com balança digital (0,001). 
 
19) Por que a piscicultura marinha não é tão desenvolvida no Brasil, quanto a de água 
doce? 
A piscicultura marinha tem um enorme potencial de expansão, mas até o momento este 
potencial ainda não foi explorado principalmente pela falta de conhecimento técnico nas 
várias etapas da larvicultura. A produção de alimento vivo adequado as diversas 
espécies e fases é possivelmente o fator mais importante a ser desenvolvido, ao lado da 
a formação de parques aquícolas com estrutura adequada e a criação de rações 
comerciais para o desmame e para a fase de engorda. 
 
20) Quais espécies de peixes marinhos já são amplamente cultivadas no Mundo (nome 
popular e científico)? Das espécies brasileiras, quais já se conhece a reprodução e 
larvicultura, e despontam como promissoras para alavancar a piscicultura marinha 
nacional? 
Dourada (Gilted seabream), Salmão do Atlântico (Salmo salar), Robalo europeu (Sea 
bass), Barramundi (Lates calcarifer), Beijupirá (Rachycentron canadum), Bacalhau do 
Atlântico (Gadus morhua), Halibut do Atlantico (Hippoglossus hippoglossus), Robalo 
japonês (Japanese sea bass ou Japanese sea perch), Turbot (Scophthalmus maximus), 
Atum (Thunnus) e Arabaiana (Seriola lalandi). 
Linguado (Solea solea), Robalo peva (Centropomus parallelus) e Beijupirá 
(Rachycentron canadum). No Brasil já possui pacotes tecnológicos para o robalo peva, 
linguado, peixe rei e para o beijupirá e ultimamente empreendimentos comerciais 
começaram a ser instalados. Especies como os lutjanídeos e as garoupas tem grande 
potencial de desenvolvimento de pacotes tecnológicos e merecem mais atenção 
cientifica.