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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA GLAUCIENE DIONÍSIO GOMES PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL IPATINGA 2020 GLAUCIENE DIONÍSIO GOMES PRODUÇÃO TEXTUAL INTERSICIPLINAR INDIVIDUAL: A IMPORTÂNCIA DO LAZER PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. Tarefa de Portfólio apresentado á Universidade Norte do Paraná – UNOPAR – curso de nome Pedagogia, como requisito parcial para a obtenção de média semestral 1º / 1º semestre nas disciplinas: Educação Inclusiva; Libras - Língua Brasileira de Sinais; Educação e Tecnologia; Homem, cultura e sociedade; Práticas Pedagógicas: Identidade docente e Educação á distância. IPATINGA 2020 SUMÁRIO 1 PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL – 1ª AÇÃO ....................................................... 3 2 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5 3 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 7 3.1. O acesso ao lazer .............................................................................................................. 7 3.2. Conhecendo o Projeto LIA ............................................................................................ 10 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 12 5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 13 1. PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL – PTI - 1ª AÇÃO A primeira ação está relacionada com ênfase na criação do Projeto LIA – Lazer, Inclusão e Acessibilidade partindo do tema: Lazer, Aprendizagem, Inclusão e Acessibilidade de crianças com deficiência, no sentido de se promover atividades diversas de forma a possibilitar a interação das mesmas com outros e ao mesmo tempo corroborar para a ampliação de experiências motoras, cognitivas e sensoriais. Sendo assim, o passo inicial a ser tomado pela Amanda deveria ser, antes de qualquer coisa, saber quais serão as parcerias que serão fundamentadas para a aplicabilidade e quais as formas possíveis de cada um da comunidade fazer a sua parte, haja vista que nem todos possuem a mesma responsabilidade e consciência sobre esse assunto. Após tais descobertas, cabe á Amanda elaborar uma planilha contendo quais os brinquedos serão mais viáveis, de boa qualidade, porém de um custo que seja mais acessível a todos, no sentido de tornar o projeto uma inovação na qual tenha a participação de todos. Algumas prioridades precisam ser levadas em conta quando se trata de ações e atitudes a serem repassadas para a comunidade de forma que o projeto a ser implementado tenha uma longevidade e mais do que isso, se torne um modelo para que outras comunidades, sejam aquelas mais próximas ou mais, revejam os seus posicionamentos quando se trata de igualdade de direitos, sobretudo, ao se tratar de crianças. São elas: Conscientização da comunidade em geral sobre as potencialidades da pessoa com deficiência e a necessidade de se estabelecerem novas relações sociais, considerando- se o paradigma da inclusão social; Permanência do Benefício da Prestação Continuada para a pessoa com deficiência, de condição socioeconômica empobrecida, ainda que a mesma consiga um emprego; Divulgação dos aspectos positivos da empregabilidade da pessoa com deficiência, através de relatos de experiências, textos e vídeos, buscando parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos e com as associações locais de recursos humanos; Orientação ás famílias quanto á importância das providências sobre a documentação pessoal do filho com deficiência (condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, etc.); 3 Orientação á pessoa com deficiência para utilizar as agências de emprego para fins de cadastramento; Capacitação de profissionais das agências públicas de emprego para o atendimento de pessoas com deficiências á procura de emprego; Ampliação de programas, visando á colocação de pessoas com deficiência no emprego através de núcleos cooperativos, empregos competitivos tradicionais, empregos competitivos apoiados, etc.; Divulgação de todas as experiências escolares, de trabalho e de vida independente de pessoas com deficiências; Organização de eventos, tais como: palestras, seminários, cursos de capacitação referentes á educação profissional, empregabilidade, colocação e permanência no emprego; Adaptações nos cursos profissionalizantes ofertados pela comunidade e provisão de recursos materiais e humanos para atendimento ás necessidades educacionais especiais da pessoa com deficiência; Eliminação das barreiras arquitetônicas e adaptação do espaço físico para assegurar o acesso e locomoção autônoma das pessoas com deficiência; Criação de ações conjuntas entre as organizações governamentais e as não- governamentais para desenvolver e otimizar recursos humanos e financeiros. O passo seguinte e tão necessário quanto os demais, seria que Amanda convidasse todas as comunidades, desde a população, como governantes locais e representantes dos diversos segmentos da região que pudessem corroborar para que o projeto do parque não fique apenas no papel ou tenha uma duração curta. Alguns questionamentos iniciais precisarão obter respostas mais concretas e prioritárias, assim como: Quais instrumentos a escola utilizará para avaliar e acompanhar o projeto? Quais instrumentos a escola utilizará para a sua avaliação inicial? Como a escola pretende fazer os registros da memória do projeto? Quais as estratégias previstas para as correções de percurso que poderão ser necessárias? Sendo assim, a implementação do parque com o apoio coletivo permeará a abertura de uma nova visão sobre o lazer e a inclusão e, conseqüentemente, crianças em um espaço construtivo. 4 Todos os integrantes da comunidade escolar devem ser informados e capacitados a respeito da teoria das inteligências múltiplas a fim de que a aplicação desta teoria se torne uma prática comum em toda a escola. Professores e alunos têm no uso das inteligências múltiplas o fator imprescindível do sucesso da aprendizagem. Em todas as aulas e nas atividades extraclasses, os alunos estarão valendo-se da combinação única de suas oito inteligências para aprender, realizar trabalhos, interagir socialmente, etc. Os funcionários da escola se beneficiarão muito com o conhecimento da teoria das inteligências múltiplas e passarão a melhor compreender os comportamentos dos alunos, resultando em um melhor relacionamento interpessoal com os mesmos. Os familiares terão uma participação importante ao ajudar os professores e técnicos a identificarem os níveis de desenvolvimento das inteligências de seus filhos. Em seguida, os familiares serão elementos-chave no desenvolvimento das inteligências de seus filhos, designando tarefas que solicitem o uso das melhores inteligências, entendendo melhor o comportamento dos filhos e interagindo mais adequadamente com eles. Destacando que poderá ser feita uma faixa em local com destaque com a certa frase: “Temos o direito de ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza. Temos o direito de ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza.” 2. INTRODUÇÃO PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR – PTI Título: A importância do lazer para o desenvolvimento infantil. Tema: Lazer, aprendizagem, inclusão e acessibilidade de crianças com deficiência. O presente estudo viabiliza ressaltar a importância do lazer associado á aprendizagem como forma de se promover a acessibilidade para crianças com deficiência em espaços públicos, o quefavorece de forma satisfatória para o desenvolvimento intelectual e social. Sabe-se que a brincadeira é de supra importância na vida de todas as crianças, independente 5 se elas possuem ou não alguma limitação, haja vista que o lazer oferece situações imaginárias e, conseqüentemente, a exploração do mundo que está a sua volta. Mediante essa situação, é necessário que as crianças possam ter acesso a atividades lúdicas criativas, as quais devem ser contextualizadas que tenham como objetivo a integração global no sentido de possibilitar a elas uma maior convivência com outras crianças e ao mesmo tempo superar as barreiras e obstáculos, pelos quais a maioria das crianças com NEE (Necessidades Educacionais Especiais) são obrigadas a vivenciarem no cotidiano. De acordo com a lei federal 8.069, de 13 de julho de 1990, no artigo 2º, considera-se criança a pessoa até doze anos incompletos e dessa forma, o direito de brincar propicia á criança o favorecimento á descoberta, o estímulo á curiosidade, auxilia na concentração e, sobretudo, estimula o aprendizado e a sociabilização. De acordo com Fernandes (1990, p.16): Inseridos em ambientes de aprendizagem que têm como principal aporte as brincadeiras e resolução de problemas, apresentaremos algumas atividades dirigidas que trazem elementos importantes em dois sentidos: um deles seria a possibilidade da replicagem de algumas dessas atividades com as crianças, e o outro, e mais importante na nossa visão, o favorecimento á compreensão, pelo futuro professor, tanto na forma em que as crianças desenvolvem essa aprendizagem. Sendo assim, o objetivo desse estudo é demonstrar o quanto as crianças com deficiência precisam de espaços de lazer que visem contribuir para as habilidades motoras, cognitivas, sociais e intelectuais, principalmente no que está relacionado ao convívio com outras crianças aliada á parceria de projetos que viabilizem o processo de inclusão e a equidade de todas as crianças, assim como o projeto LIA – Lazer, Inclusão e Acessibilidade. Portanto, o estudo apresentado é de grande relevância para conscientização das pessoas em relação á importância de espaços dos quais as crianças com deficiência possam brincar livremente juntamente com outras, sem que haja qualquer tipo de preconceito ou exclusão, fazendo com que se sintam inferiores e muitas vezes se tornando alvo de humilhações e isolamento. Dessa forma, a brincadeira em espaços que visem o desenvolvimento e a acessibilidade, além de proporcionar uma maior emancipação da criança corrobora para o argumento da convivência social e garante o direito de todos, se nenhuma exceção. 6 3. DESENVOLVIMENTO 3.1. O ACESSO AO LAZER Muitas crianças que possuem algum tipo de deficiência, mesmo quando se trata de escola inclusiva são tratados como se tivessem alguma anormalidade e por tal fato acabam se sentindo excluídos perante os demais, principalmente quando a criança possui deficiência motora decorrente de uma paralisia cerebral, assim como a filha da professora Amanda, a qual se via obrigada a ficar em uma cadeira de rodas e, ao mesmo tempo, ver outras crianças brincando e se divertindo, atividade essa que deveria ser realizada por todos, mesmo que seja de formas diferenciadas ou moderada. A criança que se vê, de certa forma, sendo excluída das atividades interativas, torna-se uma pessoa distante da socialização pelo fato de não poder realizar as mesmas manifestações que envolvem o lazer e as brincadeiras. Sendo assim, para Mazzillo (2005, p.67): A paralisia cerebral (PC) pode ser definida como uma deficiência motora causada por uma lesão no cérebro, tendo como conseqüência um problema irreversível, não-progressivo, que altera a coordenação motora, o equilíbrio e/ou fala, retarda ou impossibilita o desenvolvimento normal da criança, podendo vir ou não acompanhando de deficiência mental ou sensorial. Apesar de a paralisia cerebral ser caracterizada por uma disfunção motora, é comum que venha acompanhada por outros distúrbios associados á função cerebral, que podem ser deficiências cognitiva, visual, auditiva, lingüística, sensitiva cortical, de atenção, vigilância e comportamento. Também é freqüente a presença de epilepsia, assim como disfunções gastrintestinais e de crescimento. Entende-se que o ato de brincar implica nos princípios que devem nortear as normas de convivências, como o respeito ao próximo e a consciência de que na vida há normas a serem seguidas e a partir do momento que esse direito lhes é negado, tende-se a provocar na criança a sensação de que não possui os mesmos direitos, situação essa que desencadeia na ausência da interação com outras crianças, sem falar na falta de oportunidades de adquirirem novos conhecimentos e experiências criativas e cognitivas. É o que aponta Torres (1994, p.58): Para as crianças e os jovens aprenderem a viver juntos, os professores precisam propiciar-lhes experiências de convívio e, dentro delas, refletir com eles sobre a sua conduta. Há muitas alternativas para se experimentar a vida em grupos. A educação dispõe de muitas possibilidades de formar seus alunos no espírito comunitário com a ajuda vigilante do professor. Seu olhar crítico deve orientar-se 7 numa dupla direção, observando tanto os defeitos, as falhas, os limites, como as qualidades, as habilidades que os alunos revelam na experiência do grupo. A interação e a brincadeira atuam como necessidade de toda criança, haja vista que são através dessas atividades interativas que a criança aprende novas concretizações vinculadas ás situações reais ou imaginárias, unindo o conhecimento com o aprendizado de forma a fazer com que suas limitações não se tornem uma barreira social. Ainda para Torres (1994, p.125): Os extremos da supervalorização de si mesmo e do complexo de inferioridade dificultam a convivência. Pelo contrário, só o jogo equilibrado do autoconhecimento de suas riquezas e de seus limites permite a alguém estabelecer relações sadias com os companheiros. Nem a mitificação, nem o endeusamento de um colega ou líder, mas também uma desestima ajudam o entrosamento entre as pessoas. Aprender a conviver é saber manter um olhar crítico, vigilante, lúcido sobre si e sobre os outros, na dupla faceta de reconhecimento dos valores e das limitações. Vivemos e caminhamos ainda mais para uma sociedade da informação e da comunicação. Dificilmente uma pessoa consegue dominar as informações necessárias para muitas tarefas. Nessa circunstância, entra o trabalho em grupo. Quem não aprender a viver junto com os outros não se encontrará habilitado para desenvolver esse tipo de tarefa em que as informações necessitam circular. A capacidade comunicativa das pessoas para criarem equipes de trabalho se torna absolutamente imprescindível. É o que destaca o pesquisador Mendes (2013, p.97), que estuda o desenvolvimento da criança com deficiência e aponta para a criação e manutenção de espaços físicos acolhedores, adequados ás necessidade das crianças estimula e incentiva o aprendizado. Promover esse ambiente que aparentemente não é mais do que garantir o básico, para que qualquer criança cresça plenamente acaba, muitas vezes, por se transformar em uma tarefa árdua, quando se trata de uma criança que nasce com deficiência. Requer na maioria das vezes uma intervenção especializada, que envolva orientação aos familiares, adaptação de situações e espaços físicos, investigação e uso de técnicas atualizadas, entre outros. Quando se fala de projetos que colaboram para o lazer, a inclusão e a acessibilidade estão associadas aos recursos de tecnologia assistiva – TA, onde se deve privilegiar as propostas físicas e sociais que possam vir a facilitar tanto o acesso quanto a interatividade levando em conta que esses espaços precisam oferecer ás crianças tanto um local prazeroso para poder brincar quantopara que possam compartilhar as suas idéias, conhecimentos e as dificuldades que são vivenciadas pelas pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais. 8 Nesse contexto, para Souza (1995, p.12): Para ajudar a criança com deficiência a brincar é necessário construir estratégias que atenuem as barreiras arquitetônicas, atitudinais e comunicacionais que possam estar dificultando o seu livre acesso ao ambiente de lazer. É necessário que profissionais que atuam nessa área se apropriem não somente dos conhecimentos relativos ao desenvolvimento da criança, mas estejam constantemente se reciclando e discutindo sobre as peculiaridades que marcam a interação das crianças com o mundo. A importância do brincar para o desenvolvimento da criança é o foco dessa pesquisa, pois reflete na importância do lazer e do acesso das crianças com deficiência a espaços que lhes possibilitarem a oportunidade de participarem de brincadeiras deixando de serem apenas telespectadores da vida, mas sim, protagonistas do mundo que a rodeia. Sendo assim, um dos objetivos dessa pesquisa é compreender os desafios e as possibilidades do brincar da criança com deficiência com ênfase de se resguardar os direitos que devem ser iguais para todos. A presente pesquisa se justifica também pela sua questão social, uma vez que percebe- se a necessidade de se romper com alguns paradigmas associados ao preconceito e exclusão que impedem ou dificultam o acesso de crianças em locais públicos de lazer, tornando-as, nesse processo, pessoas distanciadas da diversão, socialização e aprendizagem, haja vista que enquanto a criança está brincando e interagindo com outras está adquirindo uma maturidade maior e novos saberes, além do respeito que se deve ter pelo próximo. E uma forma eficaz de se alcançar resultados satisfatórios para as crianças com deficiência, são os projetos de espaços livres públicos com a participação da comunidade, família, escola e demais segmentos no sentido de que de maneira coletiva possam buscar alternativas que venham colaborar para a implementação desses espaços, tais como parques infantis públicos. Sabe-se que são vários os desafios que se têm quando se pretende realizar novas mudanças, mas o fundamental deve ser a conscientização de que somente se consegue romper algumas barreiras, quando se pensa coletivamente. Sendo assim, destaca Oliveira (2012, p.68): Por outro lado, as crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem, as revelações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que são submetidas, além de seus anseios, medos e desejos. No processo de construção do conhecimento, todas as crianças utilizam as mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa 9 perspectiva, constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com outras pessoas e com o meio em que vivem. Um projeto que enfatiza o direito a educação, saúde e ao trabalho das pessoas com deficiência além do lazer e o amparo na infância é o Projeto LIA – Lazer, Inclusão e Acessibilidade, no qual a proposta é a implantação de brinquedos adaptados nos parques de maneira a facilitar a integração das crianças com deficiência com o objetivo de promover a inclusão e demonstrar a todos da comunidade que é possível se viver em uma sociedade sem preconceito no qual um possa respeitar o outro tendo ou não alguma limitação. Uma criança que possui uma socialização diária e participa de atividades recreativas que favoreçam o desenvolvimento cognitivo e afetivo. 3.2. CONHECENDO O PROJETO LIA O Projeto LIA teve início em 21 de Setembro de 2016, devido á decepção de uma mãe ao ver a sua filha incapacitada de brincar devido a uma paralisia cerebral e sente o quanto a mesma sofre pelo fato de não ter o mesmo acesso que os demais em razão das barreiras arquitetônicas, as quais não são inclusivas as crianças com deficiência. E desse propósito o sonho de adaptar os espaços públicos a todas as crianças, possibilitando a equidade dos direitos de todas as crianças, tenham elas alguma limitação ou não, o que deve prevalecer nesse contexto é o prazer que toda criança deve ter através do brincar e não de apenas observar. É imprescindível que, independente de ser mãe ou não, é preciso que todos se conscientizem do quanto as crianças com deficiência já sofrem várias amostras de preconceito em diferentes lugares como escola, família, comunidade e não precisam ser privados de atividades como o lazer. É o que aponta Oliveira (2012, p.68): Apostar na educação inclusiva é acreditar que seremos capazes de contribuir para uma transformação social, que trate efetivamente a todos dentro dos princípios da igualdade, da solidariedade e da convivência respeitosa entre os indivíduos. Acreditar no processo de inclusão é viabilizar a possibilidade de se buscar alternativas de permanência do aluno na escola, respeitando seu ritmo de aprendizagem e elevando sua autoestima. É banir em definitivo o hábito de excluir, que tanto tem empobrecido a sociedade brasileira. É reconhecer que somos diferentes, mas que devemos ter as mesmas oportunidades de acesso a uma vida melhor. É permitir que cada indivíduo possa entender como se dão as relações de 10 00 poder na sociedade e possam exercer seu papel de cidadão, enquanto contribuintes, na construção de uma nação solidária. Nossas crianças agradecem! O Projeto LIA é um movimento articulado por mães de todo Brasil, o qual visa demonstrar a importância de propostas e alternativas que visam difundir tanto a inclusão quanto a diversão para as crianças que possuem deficiência, onde são implantados brinquedos adaptados em parques públicos, praças e todos os locais de uso público comum. O Projeto teve sua origem em Curitiba e hoje já pode ser visto em mais de quarenta cidades e em quatorze estados do país, sendo que o mesmo conta com a colaboração das famílias das crianças, amigos e pessoas que sabem do quanto é importante para o desenvolvimento infantil, o lazer, a inclusão e, sobretudo, a importância da acessibilidade que favorece para a socialização, levando em conta que todo familiar almeja ver a pessoa pela qual nutre carinho e dedicação se sentir feliz. Precisamos, no entanto, recuperar o cerne da proposta, pararmos para analisá-la e buscarmos forma de superação de nossos conflitos. É importante que façamos uso do diálogo, como caminho para o repensar. Eis o que o diálogo é e implica: uma relação de tipo horizontal, que exige dos interlocutores um respeito mútuo profundo e uma atividade de busca constante. Sendo assim, não há mais um lugar para a dominação, o dogmatismo, o fanatismo. Em conjunto, os homens procuram e tentam encontrar-se uns com os outros e consigo próprios. A cooperação substitui, assim, a dominação. (MOURA, 2009, p.49). O artigo Deficientes: A questão social quanto ao lazer e ao turismo ressalta que ainda há muita coisa para se fazer de forma a melhorar as condições de vida dos deficientes, mas, contudo, o passo inicial deve ser a mudança do pensamento de que devido ao fato de uma criança possuir alguma limitação, ela é inferior as demais, muito pelo contrário: a única diferença é que para a realização de algumas atividades necessitam de um apoio mais eficiente e ao mesmo tempo de espaços apropriados, e isso deveria ser um direito de todas as crianças. E tudo isso se resume na mensagem Mãos dadas de Carlos Drummond de Andrade: Não serei o poeta de um mundo caduco Também não cantarei o mundo futuro Estoupreso à vida e olho os meus companheiros 11 Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças Entre eles, considero a enorme realidade O presente é tão grande, não nos afastemos Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas Não serei o cantor de uma mulher, de uma história Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes A vida presente 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Mediante o estudo realizado e as leituras realizadas em diferentes fontes sobre a importância do lazer, aprendizagem, inclusão e acessibilidade de crianças com deficiência, percebe-se o quanto as mesmas com deficiência são obrigadas a vivenciarem diferentes situações nas quais dentre o desrespeito, preconceito e indiferença se tornam freqüentes. E uma das dificuldades apresentadas constantemente por muitas é a falta de acesso aos espaços de lazer públicos, onde muitas crianças com deficiência seja ela visual, locomotora, auditiva, mental, paralisia cerebral, síndrome de down, e outras mais, não possuem direito de brincarem juntamente com outras devido à falta de acessibilidade, que é a possibilidade e condição de alcance para utilização com segurança e autonomia. Refletir sobre a capacidade de aprendizagem dos alunos em contraposição ao rendimento escolar objetivo, combater a falácia de que os alunos com altas habilidades/superdotado não necessitam de mais recursos porque já são potencialmente capazes, logo se desenvolvem sem ajuda e oferecer ambiente enriquecido com estimulação constante e variada. No entanto, mesmo com a “Lei da Acessibilidade” a qual trata, sobretudo, sobre as diretrizes para a implantação dos meios que visem à promoção da acessibilidade, o que se percebe é que, nos dias atuais, mesmo com todo avanço em algumas áreas, grande parte das 12 cidades do nosso Brasil não colocam na prática o que é solicitado na Lei 10.098/2000. E dessa forma, o que ocorre é a falta de mobilidade das pessoas que são portadoras de deficiência. Em contrapartida a essa situação, muitos se preocupam com os direitos dessas crianças com deficiência em relação ao lazer, inclusão, aprendizagem e acessibilidade, assim como o Projeto LIA, o qual enfatiza que as pessoas com deficiência possuem seus direitos á educação, á saúde, ao trabalho e especificamente ao lazer, a atividade que é privada para muitas crianças. Nesse contexto, realizar o presente estudo possibilitou-me o acréscimo dos conhecimentos no que concerne a importância da inclusão e do lazer para todas as crianças com deficiência no sentido de propiciar uma melhor e maior qualidade de vida das pessoas que somente almejam obter as mesmas oportunidades que aquelas que são consideradas “normais” perante a sociedade. Em suma, realizar o estudo demonstrou o quanto é preciso que todos se conscientizem de que o direito ao lazer deve e precisa ser uma prioridade a todos, sem nenhuma diferenciação, tenha as crianças alguma deficiência ou não, afinal, todas precisam compreender que nenhuma criança merece ficar observando outra se divertir, enquanto a vontade seria estar próxima delas. E isso não significa apenas compreensão, mas sim o respeito que se deve ter uns pelos outros, o que significa socialização. 5. REFERÊNCIAS: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Educacional na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008. BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Deficiência Auditiva. Brasília: SEESP, 1997. (Série Atualidades Pedagógicas, n. 4) FERNANDES, Eulália. Problemas Lingüísticos e Cognitivos do Surdo. Rio de Janeiro: Agir, 1990 GOULART, Renato Barros; LEITE, José Carlos de Carvalho. Deficientes: A Questão social quanto ao Lazer e ao Turismo. Disponível em: 13 <https://www.vcs.br/site/midia/arquivos/gt11_deficientes.pdf/>Acesso em: 07 de Maio de 2020 MAZZILLO, Ilda Beatriz Costa Velho. Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Inclusão. Curitiba: IESDE Brasil, 2005. MENDES, F.J.L. O Ensino Infantil. São Paulo: EPU, 2013. MOURA, José Monteiro. O Mundo da Inclusão. São Paulo: Cortez, 2009. OLIVEIRA, C.J.S. Repensando a Educação Brasileira. São Paulo, FTD, 2012. PROJETO LIA. Disponível em: <https://www.projetolia.com.br/?fbclid=livARO_TiJKTbqzOY9UzCOuC7jQEGjpW8scqOW jbuj4QblehQXhyFB2xNqty8o/> Acesso em: 11 de maio de 2020. SOUZA, Leandro Mendes de. Educação Inclusiva no Processo do Conhecimento. São Paulo: Ática, 1995. TORRES, Rosa Maria. Que (e como) é necessário aprender: necessidades básicas de aprendizagem e conteúdos curriculares. Campinas / São Paulo: Papirus, 1994. 14 https://www.vcs.br/site/midia/arquivos/gt11_deficientes.pdf https://www.projetolia.com.br/?fbclid=livARO_TiJKTbqzOY9UzCOuC7jQEGjpW8scqOWjbuj4QblehQXhyFB2xNqty8o https://www.projetolia.com.br/?fbclid=livARO_TiJKTbqzOY9UzCOuC7jQEGjpW8scqOWjbuj4QblehQXhyFB2xNqty8o
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