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#Tutoria 04 - M01, P4 Câncer de estômago @gabrielholandac Objetivos ● Conhecer os tipos de câncer de estômago e seus prognósticos ● Compreender o adenocarcinoma gástrico ● Correlacionar o H. Pylori com o adenocarcinoma gástrico ● Conhecer o diagnóstico e tratamento do adenocarcinoma gástrico Resumo Tipos de câncer Adenocarcinomas Tipo intestinal ● Estômago distal, com ulcerações ● Precedido por lesões pré-maligna ● Geralmente bem diferenciado, com formação de estruturas glandulares ● Esporádico ● Mais comum em homens e idosos ● Mais ligado à fatores ambientais como álcool e dieta ● Relacionado a H. pylori ● Disseminação é quase sempre hematogênica Tipo difuso ● Espessamento disseminado do estômago, especialmente na cárdia ● Tumor indiferenciado sem formações glandulares ○ Células em anel de sinete ○ Acúmulo de muco no citoplasma deslocando o núcleo para a periferia ● Tumor “infiltrativo”, manifestando-se na endoscopia com úlceras infiltradas ou linite plástica ● Não tem uma sequência de lesões pré-malignas tão bem definida ● Principal evento carcinogênico é a perda da E-caderina ○ Proteína de superfície que regula a manutenção e organização tissular ● Pior prognóstico ● Relação com hereditariedade ● Ocorre em indivíduos mais jovens ● Disseminação por contiguidade (transmural) e pela via linfogênica (metástases nodais) Tumor carcinóide gástrico ● Origem nas células do estômago que produzem hormônios ○ Enterocromarfins-like ● Tumores raros, menos de 1% de todos os carcinóides ○ Menos de 2% das neoplasias gástricas ● Subdividido em 3 tipos ○ Tipo 1: associado à gastrite atrófica ○ Tipo 2: associado à gastrinoma ○ Tipo 3: Sem condição predisponente/esporádico Tumores estromais gastrointestinais (GIST) ● Tumor mesenquimal mais comum do trato gastrointestinal ● Origem nas células de Cajal (ICC) ● Expressão do CD117 em mais de 95% dos casos ● Erroneamente classificados como leiomiomas, leiomiossarcomas ou leiomioblastomas ● Menos de 5% das neoplasias gástricas ● Predominante no estômago mas pode ocorrer em todo trato gastrointestinal ● Prognóstico varia de acordo com o tamanho do tumor e o índice mitótico ● Tratamento varia de ressecção até medicamentoso ○ Droga imatinib, inibidor da tirosina-quinase Linfoma ● 3% das neoplasias gástricas e 10% dos linfomas ● Estômago é o sítio extranodal mais frequente dos linfomas ● Linfoma de células B da zona marginal extranodal ○ Se origina em mucosa ○ Tipo MALT: tumor de tecido linfóide associado à mucosa ● SIntomas podem ser os mesmos do adenocarcinoma gástrico ● Diagnóstico precisa de avaliação histológica e imunohistoquímica ● H. pylori tem grande importância Adenocarcinoma gástrico (AG) Fatores de risco Fatores ambientais Dieta ● Alimentos e compostos potencialmente lesivos ficam na mucosa gástrica por tempo considerável ● Alimentos salgados, alimentos e bebidas com conservantes, benzopireno e derivados (defumados), tanino (vinho) e deficientes em antioxidantes ● Sal excessivo é irritante para a mucosa, associado à gastrite crônica ○ Evolui para atrofia da mucosa e metaplasia intestinal ● VItaminas C e E são antioxidantes, inibem a transformação de nitratos em nitritos ○ Atrofia gástrica causa hipo ou acloridria e consequentemente aumento do pH ○ Possibilita o crescimento de bactérias conversoras de nitratos (dieta) em nitritos ○ Nitritos se combinam com aminas (dieta) e formam nitrosaminas ○ A deficiência de antioxidantes + nitrosaminas podem causa danos no DNA Infecção por H. pylori ● Aumento do risco de AG tanto intestinal como difuso ● Classificado como carcinógeno tipo I pela OMS ● Populações de risco possuem prevalência de infecção muito elevada Fatores do hospedeiro Condições e lesões pré-cancerosas ● Condições são doenças em que o risco de surgir uma neoplasia é maior ● Lesões são alterações morfológicas, onde há maior chance de transformação maligna do que no tecido onde o câncer se originou ● Gastrite crônica atrófica multifocal ● Úlcera péptica gástrica ● Adenomas ○ Transformação maligna ocorre em 80% ● Gastrectomia parcial ● Doença de Ménétrier ● Metaplasia intestinal (MI) ● Displasia (neoplasia intraepitelial) Tipo sanguíneo A e polimorfismo de citocinas Patogênese Aspectos moleculares ● Mutações germinativas do gene da caderina E (CDH1) ● Mutações em múltiplos oncogenes e genes supressores de tumor ○ Supressores: APC, TP53, DDC ○ Oncogenes: MET, EGF, TFG-a, IL-1A, PDGF, K-RAS, c-ERB-2 e K-SAM ● Instabilidade de microssatélites (IMS), marcador de mutações no genes de reparo de DNA ○ Tumores com IMS são encontradas perdas de expressão das proteínas hMLH1 e hMSH ○ Genes do receptor II do TGF-𝛃, BAX, IGFRII, hMSH3, hMSH6, E2F-4 Hipóteses patogênicas ● Parte deles se desenvolvem em uma sequência de eventos que incluem as lesões pré-cancerosas ● Outros se originam na mucosa gástrica sem lesões prévias ou com displasia em epitélio gástrico não metaplásico Quadro clínico ● Geralmente assintomática ou com sintomas inespecíficos ● Quase sempre diagnosticada em fase avançada ○ Perda de peso, anorexia, intolerância a carne, dor, anemia, hemorragia digestiva e vômitos ● Se infiltra na parede gástrica e à medida que se aprofunda aumenta a chance de metástase e reduz a sobrevida ● De acordo com a invasão da parede ele pode ser precoce ou avançado ○ Precoce está confinado à mucosa e/ou submucosa ○ Avançado existe invasão da camada muscular ● AG invade estruturas vizinhas com continuidade ou contiguidade ○ Chega ao peritônio, duodeno, esôfago, omentos, pâncreas e cólon transverso ● Linfonodo supraclavicular à esquerda, Virchow ● Linfonodo periumbilical, sister Mary Joseph ● Axilar à esquerda, Irish ● Massa palpável em fundo de saco retal, platereira de Blumer H. pylori e AG ● Aumento do risco de AG tanto intestinal como difuso ● Classificado como carcinógeno tipo I pela OMS ● Populações de risco possuem prevalência de infecção muito elevada ● Fatores de virulência da bactéria determinam resposta inflamatória e imunitária mais forte, com maior grau de lesão da mucosa ○ Especialmente cepas GagA-positivas ● Proteína Cag-A interferem no ciclo celular, modulando a proliferação celular epitelial ● Gastrite associada à infecção apresenta aumento de apoptose, principalmente no colo das glândulas gástricas ● Pacientes com citocinas de ação forte bloqueadora da secreção ácida evoluem mais rápido para gastrite crônica atrófica, maior risco para AG ● A bactéria se associa ao AG por promover a proliferação celular, atividade inflamatória e induzir a gastrite crônica ○ Proliferação potencializa qualquer efeito carcinogênico ○ Ocorre por ação da Cag-A, produção de amônia ou dano celular ● H. pylori causa a gastrite ativa com infiltrado de neutrófilos, concentrados em torno dos colos glandulares, onde há a maior proliferação ○ Pela resposta inflamatória são produzidos compostos reativos do nitrogênio ○ Esses compostos são derivados da síntese do NO pela enzima iNOS ○ Durante a gastrite há aumento de iNOS e produção persistente de NO ○ Junto com radicais livres de O2, o NO forma compostos nitrosos genotóxicos Diagnóstico e estadiamento ● Inicia com a história clínica, IS, sinais e história familiar ● Estadiamento TNM significante para o plano de tratamento ● Exames laboratoriais ○ Hemograma, diagnosticar a presença de anemia ○ Exame de sangue oculto nas fezes ○ Bioquímica sanguínea, fígado e rins ○ ECG e ECO, para certificação do pleno funcionamento do órgão em caso de cirurgia ● Endoscopia digestiva alta (EDA) ○ Biópsia ● Tomografia do abdome e pelve ● Marcadores tumorais como CEA e CA19.9 não são úteis para diagnóstico ○ Se elevados no começo podem ajudar nas recomendações de seguimento ● USE (ultrassonografia endoscópica) ○ Avaliação de estádio ● Laparoscopia para identificar metástases ocultas Tratamento Cirurgia ● Cirurgia é a única opção curativa, sendo fortemente recomendada ● A escolha entre gastrectomia total ou subtotal depende da extensão do tumor ○ Total: tumores nos terços proximale médio ou quando é linite plástica ou tumor difuso ○ Subtotal: tumores do estômago distal e antro ● Para tumores muito pequenos (menores que 2cm) não ulcerados - T1N0M0 é indicado a mucosectomía endoscópica Neoadjuvante ● Indicado para doença localmente avançada (DLA) ● Tumores T3/4 ou N1 potencialmente ressecáveis, sem metástases à distância ● Possibilita a redução do tumor facilitando uma cirurgia Adjuvante ● Melhora o prognóstico e sobrevida Quimioterapia
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