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Tutoria 05, M1 - P4 Câncer de próstata @gabrielholandac Objetivos ● Caracterizar o câncer de próstata ● Descrever as escalas de graduação histológica de Gleason e principais metástases ● Descrever o diagnóstico (estadiamento) e tratamento para câncer de próstata ● Conhecer as políticas de rastreio e prevenção do câncer de próstata Resumo Câncer de próstata ● Proliferação de células epiteliais dos ácinos e/ou ductos prostáticos ● Terceiro tumor maligno mais frequente nos homens Classificação Adenocarcinoma clínico ● Dá manifestações locais ● Achados clínicos levam à suspeita de neoplasia ● Caso não tratado pode evoluir com infiltração local e metśtases, causando a morte Adenocarcinoma oculto ● Carcinoma clínico que as manifestações vêm das metástases e não do crescimento local Adenocarcinoma latente ● Dormente ou indolente ● Apenas histológico ● Não evolui necessariamente para carcinoma clínico ● Tumor muito pequeno ● Forma quase exclusiva da próstata ● Muito mais frequente que o clínico Epidemiologia ● Segunda neoplasia maligna mais frequente nos homens, nos EUA ● No Brasil é a terceira neoplasia maligna mais comum dos homens ● Câncer mais frequente do trato geniturinário, com predomínio clínico nas 7ª e 8ª décadas de vida ● No Brasil é mais comum em negros e pardos Etiologia Idade ● Associado tanto ao clínico como ao histológico ● Mais frequente na 7ª/8ª década de vida ● Frequência de mais de 70% em pacientes acima de 80 anos Raça ● Mais frequente em brancos e negros do que em amarelos ● Mais frequente e negros e pardos ● Tipo histológico acontece igualmente nas 3 raças Hereditariedade ● Envolvidos em 90% dos casos que surgem abaixo dos 55 anos ● Em algumas famílias é herança autossômica dominante ○ Se um pai ou irmão tiver o câncer o risco de desenvolver é 2x maior, mas se os dois tiverem o risco é 9x maior Alterações genômicas ● Amplificação de oncogenes: MYC ● Deleção de genes supressores: RB, TP53 e PTEN ● Silenciamento gênico epigenético: GSTP1, TP53, CDKN2A, APC e genes de reparo de DNA Hormônios ● Castrados antes da puberdade têm menos chance de desenvolver o câncer ● Com o aumento da idade a testosterona diminui e o DHT (forma da testosterona captada pela próstata), eventos carcinogênicos que precisam de estimulação androgênica teriam ocorrido antes da diminuição hormonal ● Influência androgênica em nível tecidual é controversa ● Estrógenos não têm ação direta, mas atuam através da inibição da liberação do LH, causando baixa de andrógenos Lesões pré-cancerosas ● Neoplasia intraepitelial prostática (NIP) ○ Usada para designar lesões atípicas do epitélio de revestimento de ductos e ácinos ○ Células atípicas, irregularmente dispostas , núcleos volumosos e nucléolos evidentes ○ Não há desarranjo arquitetural ○ Células basais presentes ○ Arquitetura pode ser plano, ondulado, micropapilar e cribiforme ● Macroscopicamente, quando confinado à próstata (T2), se apresenta como um nódulo endurecido detectado pelo toque retal ○ Consistência dura, pétrea, ocorre pela presença do estroma fibroso abundante ○ Em alguns casos o aspecto fibroso pode faltar e o nódulo não ser endurecido ○ Superfície de corte tecido homogêneo e esbranquiçado ou branco-amarelado ● Histologicamente é formado por pequenos ácinos que se infiltram difusamente no estroma ○ Núcleos geralmente vesiculosos e com núcleos evidentes ○ Na metástase é encontrado arranjo cribiforme Quadro clínico ● Maioria dos casos é assintomático ● 60 - 75% dos casos o tumor se origina no lobo posterior, e na maioria nas glândulas externas ● Manifestações ligadas à uretra podem faltar ou demorar a aparecer ● A suspeita do tumor começa quando encontra um nódulo endurecido e sintomas urinários ○ Disúria inicial ou terminal, algúria, polaciúria e hematúria ● Quando há metástases ósseas existe queixa de dor ● Lesões osteoblásticas na bacia ou lombar em idosos são sugestivas de metástases Graduação de Gleason e metástases ● Relação com estadiamento clínico e com prognóstico ● Mais utilizado e se baseia no grau de diferenciação glandular e padrão de crescimento em relação ao estroma ● 5 graus de diferenciação ○ 1 e 2: apresenta apenas desarranjo arquitetural ○ 3: há infiltração no estroma ○ 4: existe fusão entre os ácinos ○ 5: arranjo sólido ● Não se considera atipias nucleares ● Considera tanto o padrão predominante quanto o secundário ○ Se o grau histológico de 90% da área examinada e 3 e o restante (10%) é 5, é somada os valores, totalizando 8 ○ Se o grau for o mesmo em toda a área analisada, duplica o valor, 3 + 3 = 6 ● Grau vai de 1 a 5 e a contagem final de 2 a 10 Metástases ● Extensão local chega até uretra, colo vesical, vesículas seminais e trígono vesical ○ A parede do reto é rara e tardiamente comprometida ● Metástases linfáticas chegam aos linfonodos obturadores, hipogástricos, pré-sacros e paraórticos ● Metástases hematogênicas geralmente ocorrem nos ossos (70% dos casos) ○ Ossos da pelve, vértebras torácicas e costelas ● Grande maioria dos casos são osteoblásticas ● PAP e PAS estão elevados em quase todos os casos com metástases ósseas ● Nas fases avançadas praticamente todos os órgãos podem ser acometidos por metástases ○ Pulmões, fígado, suprarrenais, pleura e rins Diagnóstico e tratamento SG transretal ● Diagnóstico e complementa o toque retal, detectando lesões não palpáveis ○ Imagem mais comum é um nódulo hipoecóico na zona periférica PSA (antígeno específico da próstata) ● Produzido pelo epitélio glandular prostático ○ Se eleva nas fases iniciais da doença, tendo níveis séricos compatíveis com a extensão da neoplasia ○ Próstata normal libera PSA em pequenas quantidades (0,3 ng/ml) ○ No carcinoma as taxas se elevam muito (mais de 3 ng/ml) ○ Aumento de PSA também é causado por HNP, prostatites, infartos, biópsia ou ressecção transuretral ○ Não detecta neoplasia intraepitelial prostática, mas diagnostica carcinoma histológico Estadiamento ● TNM ● T1 - Clinicamente não aparente ○ T1a - 5% ou menos da amostra obtida por RTU ou prostatectomia aberta para tratamento de HNP ○ T1b - Mais de 5% da amostra obtida por RTU ou prostatectomia aberta para tratamento de HNP ○ T1c - Detectado por PAAF para esclarecimento de PSA elevado, mais frequente ● T2 - Carcinoma clínico ainda confinado à próstata ○ Apresenta-se como nódulo endurecido ao toque retal ○ USG corresponde a uma área de hipoecogenicidade ● T3 - Carcinoma clínico que se estende fora da glândula (T3a) ou invade vesículas seminais (T3b) Tratamento ● Prostatectomia radical ou irradiação podem ser curativas em tumores confinados à próstata (T2) ○ Via de acesso preferida é a retropúbica, porque preserva os feixes vasculonervosos ● Tratamento hormonal é usado em estágios avançados (T3) ○ Reage favoravelmente à castração ou administração de estrógenos ○ Efeito paliativo favorável, promove a regressão tumoral e alívio da dor e manifestações ● Orquiectomia bilateral é considerada o principal tratamento endócrino ○ Mutilação é reduzida pela orquiectomia intracapsular com utilização de próteses ○ Melhora a dor em 80 - 90% dos pacientes ○ Ocorre redução da libido e potência sexual ● Competidores do LHRH e antiandrógenos ○ LHRH atuam nos receptores da adeno-hipófise, bloqueando a liberação de LH ○ Antiandrógenos ocupam os receptores de todos os andrógenos ■ Utilizados em conjunto com a orquiectomia bilateral para haver supressão ou bloqueio androgênico total Políticas de combate ao câncer de próstata ● Relativamente recentes no Brasil ● Grande resistência masculina devido ao machismo e sensação de invulnerabilidade ● Caminho para alcançá-los e convencê-los é a informação ● Em 2015 foi fechada a consulta pública nº 33 que discute as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Adenocarcinoma de Próstata ○ Serve como guia para o diagnóstico e tratamento para os profissionais do SUS
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