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Tutoria - P4, M01, T03 Câncer de pulmão @gabrielholandac Objetivos ● Diferenciar os tipos de câncer de pulmão ● Correlacionar a síndrome neoplásica com o câncer de pulmão ● Caracterizar o diagnóstico e tratamento para o câncer de pulmão ● Descrever o mecanismo carcinogênico do cigarro associado ao câncer de pulmão ● Conhecer o PNCT Resumo Alterações genéticas ● Células cancerígenas tipicamente apresentam instabilidade cromossômica ○ Ex regiões do gene TP53 ● Aumento do número de cópias genéticas ou amplificações são capazes de alterar a expressão de proto-oncogenes ○ EGFR MYC ● Polimorfismos são causas de perda de atividade em vias de reparo de DNA ○ ERCC1, XRCC1, ERCC5/XPG e MGMT/AGT ● Hipermetilação de regiões promotoras pode induzir a supressão de genes supressores, ex p16INK4A ● Hipometilação pode ocorrer em regiões promotoras de oncogenes, como IGF2 Proto-oncogenes e genes supressores ● Mutações ativadoras ou amplificações de proto-oncogenes ○ BRAF, EGFR, ERBB2, KRAS, NRAS, PIK3CA e família MYC ● Mutações inativadoras, deleções ou hipermetilação de regiões promotoras podem afetar a função de genes supressores ○ LKB1, BRG1, MYC, PTEN, P16, RB e TP53 ● Proto-oncogenes mais frequentes nos carcinomas são EGFR e KRAS ○ KRAS é isoforma mais encontrada do RAS ● A via EGFR é iniciada pela ação de vários ligantes, como EGF, TGF-a. anfirregulina e etc ○ Causa ativação de cascatas de sinalização como MAPK, PI3K e outros transdutores de sinal e fatores de transcrição ■ Atuam na proliferação celular, invasão e metástase ○ As mutações vão desestabilizar a conformação de auto inibição da tirosina-quinase de EGFR ● KRAS codifica uma GTPase na via do EGFR ○ Associado ao pior prognóstico e exposição ao tabaco ○ Proteína Ras é ponto fundamental na via do EGFR ■ Ativa a quinase serina/treonina RAF, quinases ativadas por mitógenos ERK, PI3K e outras que promovem a proliferação Tipos de câncer Câncer de pulmão não pequenas células (NSCLC) Carcinoma epidermoide ● Porções proximais da árvore traqueobrônquica em 60-80% dos casos e na periferia nos demais ● Extensa necrose central, formando cavitações ● Diagnóstico basicamente histológico, não dependendo de imunohistoquímica ● Normalmente não expressam CK7 e CK20 ● Grande maioria não expressa TTF-1 ● Podem expressar citoqueratinas de baixo peso molecular Adenocarcinoma ● Mais frequente atualmente ● Porções distais da árvore traqueobrônquica ● Diagnóstico histológico vem da visualização de arranjo glandular das células neoplásicas ou mucina intracitoplasmática ● Usa imunohistoquímica para confirmar diagnóstico ● Positividade de CK7 e TTF-1 e negatividade de CK20, podendo haver variações Carcinoma de grandes células ● Se diferencia pela ausência de achados citológicos compatíveis com carcinoma de pequenas células ○ Diagnóstico de exclusão ● Imunohistoquímica ou microscopia eletrônica mostram diferenciação escamosa, glandular ou neuroendócrina ● Apresentação mais atípica é de uma massa pulmonar periférica com extensas áreas de necrose Subtipos neuroendócrinos Tumores carcinóides típicos e atípicos ● Tendem a ocorrer em jovens ● Lesões predominantemente centrais ● Ausência de envolvimento linfonodal ● Histologicamente possui células com formato poligonal com núcleos redondos ou ovais Carcinoma de grandes células neuroendócrino ● Presença de arquitetura celular que sugere diferenciação neuroendócrina ● Necrose geralmente proeminente ● Marcadores neuroendócrinos, sinaptofisina e CD56, existem na imunohistoquímica ● Apresentação clínica e história natural se parecem com o carcinoma de pequenas células ● Não costumam expressão CK7 e CK20 ● TTF-1 geralmente é positivo Quadro clínico ● 75% dos pacientes são sintomáticos no diagnóstico ● Sintomas podem vir dos efeitos locais do tumor, disseminação regional/sistêmica ou da presença de alterações paraneoplásicas ● Tosse é o sintoma mais comum, mais frequente em lesões centrais ○ Início ou mudança no padrão da tosse em tabagista ou ex-tabagista deve levantar suspeita ● Hemoptise deve ser sinal de alarme ● Dispneia é frequente ○ Pode ocorrer devido à compressão brônquica extrínseca ou intraluminal, atelectasia, pneumonite obstrutiva, linfangite carcinomatosa, derrame pleural ou derrame pericárdico ● Locais mais comuns de disseminação metastática são fígado, adrenais, osso e encéfalo Síndromes paraneoplásicas ● Hipercalcemia maligna, pela produção de peptídeo ligada ao paratormônio ● Síndrome da secreção inapropriada de antidiurético (SIHAD) ● Osteoartropatia hipertrófica ● Dermatopolimiosite ● Manifestações hematológicas ● Estados de hipercoagulabilidade com manifestações tromboembólicas Câncer de pulmão pequenas células (CPPC) ● 10-30% dos casos ● Tipos mais comum entre mineradores ● OMS reconhece dois subtipos de CPPC ○ Câncer de pequena célula e carcinoma de pequenas células combinado (1-3% dos casos) CPPC ● Formado de células neoplásicas tipicamente dispostas em grupos, cordões ou trabéculas ○ Separadas por estroma fibrovascular delicado ● Tumoração normalmente se inicia nas vias aéreas centrais, infiltrando a submucosa ○ Gradualmente obstrui a luz brônquica ● Células geralmente têm 1,5 - 2,5x o diâmetro de linfócitos ○ CItoplasma escasso e cromatina granulada ○ Altos índices mitóticos e frequente necrose celular CPPC combinado ● Coexistem carcinoma epidermóide e, raramente, adenocarcinoma ou outros tipos de NSCLC ● Diagnóstico essencialmente morfológico ● Praticamente todos são imunorreativos para ceratina e antígeno de membrana epitelial Quadro clínico ● Semelhante a outros tipos de câncer de pulmão ● Poucos pacientes são assintomáticos ● Queixa inicial normalmente mostra a presença local de tumor ● Tosse é o sintoma mais comum ● Dispneia e dor são vistos em 40% dos casos ● Podem apresentar hemoptise, pneumonia pós-obstrutiva, sibilos ou rouquidão ● 10% dos pacientes têm obstrução da veia cava superior ● Imagens mostram invasão hilar e mediastinal e adenopatia regional com atelectasia ● Maioria possui metástases detectadas clinicamente no diagnóstico ● Comuns sintomas constitucionais como perda de peso, anorexia e fadiga Síndromes paraneoplásicas ● Grande maioria que desenvolve SIHAD síndrome de Cushing ou paraneoplasia neurológica é portadora de CPPC ● Síndromes paraneoplásicas neurológicas incluem neuropatias sensoriais, motoras, autoimunes e encefalomielite ● O tratamento pode controlar os sintomas endócrinos, mas não os neurológicos Diagnóstico e tratamento NSCLC Diagnóstico ● Todos os pacientes são submetidos à anamnese e exame físico meticuloso ○ Identificar sinais e sintomas de metástase ○ Avaliar outras morbidades ○ Função cardiopulmonar ○ Condições gerais de saúde ● Avaliação laboratorial ○ Hemograma completo ○ Creatinina ○ Eletrólitos séricos ○ Transaminases hepáticas ○ Fosfatase alcalina ● TC de tórax e abdome superior com contraste ○ Caracteriza o tumor primário e relação com estruturas da caixa torácica ○ Avalia presença de envolvimento de linfonodos mediastinais e metástase à distância ● Confirmação diagnóstica se faz avaliação histológica ○ Fibrobroncoscopia com biópsia endobrônquica ou transbrônquica ● Estadiamento TNM ● PET-CT é usado para estadiamento de pacientes candidatos à cirurgia curativa Tratamento ● Ressecção cirúrgica é o principal tratamento para pacientes em estágios iniciais ● Ressecção completa do tumor primário com margens negativas e dissecção linfonodal mediastinal sistemática ● Lobectomia é o procedimento mais escolhido para a maior parte dos pacientes ○ Menor morbimortalidade perioperatória ● Dependendo do tamanho do tumor é necessário bilobectomia ou pneumectomia ● Tratamento quimioterápico e radioterápico depende do estadiamento do tumor CPPC Estadiamento ● VALSG ○ Doença limitada (30-40%) é a que pode ser contida em um campo de radioterapia tolerável ○ Doença extensa (60-70%) se aplica a todos os outros pacientes ● IASLC ○ TNM ● Idade, sexo masculino são fatores prognósticos ● Exames para estadiamento○ Exame físico ○ Hemograma ○ Perfil hepático, bioquímico e desidrogenase lática ○ TC de tórax e abdome ○ RM do crânio ○ Cintilografia óssea ○ PAAF e biópsia da medula óssea Quimioterapia ● Altamente responsivo à quimioterapia ● Tratamento de primeira linha tem uma resposta de 65-80%, mas recidivas são rápidas e os tratamentos de segunda linha são inadequados ● Para recidivas tende a ser curto, de 6 a 8 meses, tende a paliar os sintomas e prolongar a vida ● Sobrevida de pacientes em recidiva é de 2-6 meses Radioterapia ● Controle local determina um melhor resultado ● Benefício final é consistente na doença limitada, ao custo de incremento potencial de toxicidade Cirurgia ● Segue em estudo sobre o benefício Cigarro ● Principal fator de risco ● 90% dos casos ● De 4000 substâncias, 60 são carcinogênicas ● PAH (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos) e NNK (nitrosaminas derivadas de nicotina) são os principais ● NNK e seus metabólitos são capazes de induzir alterações genéticas e epigenéticas ○ Gene TP53 e KRAS ● Família da glutationa-S transferase e da P450 inativam os carcinógenos, assim como os mecanismos de reparo de DNA ● Apenas 11% dos fumantes vão desenvolver câncer ● Predisposição individual ao câncer tem fator importante ○ Polimorfismos envolvendo mecanismos de ativação e detoxificação dos carcinógenos ○ Defeitos nos mecanismos de identificação e reparo no DNA PNCT ● O Programa Nacional de Controle do Tabagismo se destaca na articulação para implementação principalmente dos seguintes artigos da CQCT/OMS: ● 12 - Educação, comunicação, treinamento e conscientização do público ● 14 - Medidas de redução de demanda relativas à dependência e ao abandono do tabaco ● Além disso, por meio de seu trabalho em rede, cria uma capilaridade que contribui na promoção e no fortalecimento de um ambiente favorável à implementação de todas as medidas e diretrizes de controle do tabaco no país, ainda que não estejam diretamente sob a governabilidade do setor de saúde. ● Essa rede faz parte da rede nacional que atua na governança da Política Nacional de Controle do Tabaco, a qual também envolve outros setores do Ministério da Saúde, de outros Ministérios e Secretarias do governo federal, assim como organizações não governamentais.
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