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INSPEÇÃO E TECNOLOGIA DE LEITE E DERIVADOS, OVOS E MEL Legislação animal: Lei serve para regular o convívio social e é baseada nos hábitos e costumes. Hoje em dia há a produção dos alimentos e estão disponíveis para a população. A conservação dos alimentos iniciou com a defumação, depois com a adição de sal (carnes) e açúcar (frutas). Nos séculos IXX e XX houve uma grande revolução industrial que mudou o panorama social e evoluiu a tecnologia de alimentos. Hoje em dia o que se procura é aprimorar as técnicas de conservação desenvolvidas nos séculos IXX e XX. Preocupação com a saúde: não cause doença, agregar saúde. A inocuidade dos alimentos serve como moeda de troca por causa das barreiras sanitárias do comércio internacional. Papel do veterinário: vigilância sanitária animal, tecnologia de processamento, vigilância epidemiológica e o controle de alimentos. Legislação federal: ● Constituição: é o modo mais genérico ● Lei: é mais específica e só perde validade quando outra lei a inativar. É definido pelo poder legislativo ● Decreto-lei (medida provisória): é definida pelo poder executivo, possui prazo de validade. ● Decreto: cunho legal, obrigatório e técnico. ● Resolução, portaria e instrução técnica: são mais específicos. O Brasil tem um dos melhores sistemas de inspeção visando a exportação. Instituições normatizadoras também definem regras: ● ANVISA: se a ANVISA decidir, o ministério da agricultura tem que acatar. ● DAS: pertence ao ministério da agricultura ● CONMETRO ● ABNT ● Codex Alimentarius: é uma subdivisão da OMS, define padrões de qualidade e industrialização que não são obrigatórios aos países que não pertencem a ONU. Define regras de inocuidade dos alimentos. ● Outros: CTNbio, SECEX, CONFEA Vigilância sanitária: (estâncias) 1. ANVISA (federal): define as regras maiores, é a mais poderosa 2. vigilância sanitária estadual: direções regionais de saúde (DIR´s) 3. vigilância sanitária municipal Secretaria de defesa agropecuária: DIPOA (departamento de inspeção de produtos de origem animal): ● SIF: serviço de inspeção federal ● CISPOA: Rio Grande do Sul ● Secretarias municipais: SIM Dependendo do tipo de inspeção que o estabelecimento sofre, ele vai poder comercializar o seu produto. Exemplo: se tem CISPOA, pode ser comercializado dentro do RS. Uma das condições para o produto ser exportado é ter o SIF. Pode haver acordos em exposições para a comercialização de produtos. Decreto 30.961/52 (RIISPOA) regulamento da inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal ● Classificação do estabelecimento ● Funcionamento ● Registro ● Higiene ● Inspeção ● Embalagem e rotulagem ● Carimbo de inspeção Decreto lei 986/69 normas básicas sobre alimentos ● Registro e controle ● Rotulagem ● Aditivos ● Padrão de identidade e qualidade (PIQ) ● Fiscalização e procedimento administrativo: tipo de ação para normal infringidas Lei 8.080/90 SUS Lei 8.078/90 defesa do consumidor Seção IV: práticas abusivas Inciso VIII: ninguém pode infringir na legislação sobre o PIQ. Portaria nº 1.428-MS, 26/11/93 É a primeira legislação que fala sobre os equipamentos e boas praticas de produção (instalações). Qualquer estabelecimento que implantar o PIQ, tem que ter um responsável técnico. Portaria nº 326 – SVS/MS, 30/07/97 Portaria nº 368 –MAA, 4/09/97 Portaria nº 46 – MAA, 10/02/98 Resolução RDC de 2000 registro de produtos Resolução RDC 12/01 regulamentação técnica sobre padrões microbiológicos para alimentos. Programa de autocontrole (MAPA): dizem quais os procedimentos devem ser feitos. SUASA: instrução normativa nº 19, 24/07/06 equivalência dos serviços de inspeção e dos sistemas produtivos. Tem que garantir a inocuidade dos alimentos. Ara exportação é tudo diferente, quem paga é quem manda. CADEIA PRODUTIVA DO LEITE: Acontece desde a produção do alimento até o consumidor final. O importante é ter matéria prima de qualidade, pois na indústria o leite sofre processos térmicos e tem que resistir a eles. A produção do leite depende também do mercado interno e mercado externo. Quem determina o preço do leite é a indústria e não o produtor. Cadeia produtiva: é um conjunto de componentes que interagem fornecedores, produtor, processamento, industria, consumidor, transporte. Insumos sistema de produção transporte indústria transporte varejo consumidor. Insumos: ração animal, concentrados, material genético, equipamentos, medicamentos e vacinas. É importante, pois um animal saudável e bem nutrido produz mais e com mais qualidade produto final com mais qualidade. A produção depende: ● Ambiente: estresse térmico, o calor é sempre pior. Zona de conforto térmico é de 5 a 25ºC. ● Alimentação: ● Tecnologia: equipamentos ● Sanidade: ● Resfriamento do leite ● Manejo: nutricional, higiênico ● Mão de obra Produção mundial de leite: 550 bilhões de leite A grande maioria são pequenos produtores e entregam até 1 tarro de leite. Transporte: caminhões tanques isotérmicos, ou seja o leite já tem que vir resfriado da propriedade. Indústria: fiscalização e segurança alimentar, qualidade do leite, assistência técnica, processamento lácteo. Produtos que se destacam: ● Longa vida: leite fluido, é a forma mais comercializada de leite ● Bebidas lácteas ● Queijos O Brasil passou a exportar recentemente e por isso aumentou a fiscalização. Mesmo assim, o Brasil só vende para países de 3º mundo como a África, EUA e Europa não. A grande maioria do leite produzido no Brasil é vendido em grandes redes de supermercado nacional. Houve grande queda na importação, significa que estamos produzindo mais. O principal produto de comercialização é o leite em pó. Consumidor: o brasileiro não consome tanto leite quanto deveria. Apenas as crianças tem o hábito de beber leite. O recomendado é consumir 200mL/hab/ano, no Brasil se consome 150mL/hab/ano. Um dos motivos para esse baixo consumo pode ser a falta de dinheiro do consumidor e consumo de outras bebidas, além disso falta marketing. Existe uma tendência mundial para aumentar o consumo de leite. Quem determina o tipo de produto é o consumidor. COMPOSIÇÃO QUÍMICA E NUTRICIONAL DO LEITE: Composição do leite: 87% é água. O leite possui elementos essenciais. O leite é capaz de suprir as necessidades nutricionais no período de maior demanda dos indivíduos, a infância. Função: nutrientes, imunidade. Leite do ponto de vista higiênico: agradável, branco, odor normal ,fluido, limpo, integro e conservado. Composição: varia conforme a raça, dieta, individual ● 87% de água ● 12,5 de sólidos totais (tudo que não é água) o 3,3 de proteína o 3,5 de gordura o 4,7 lactose o 0,9 minerais o 0,1 de vitaminas Água solvente Açúcar solução verdadeira Caseína: solução coloidal Gordura: emulsão Água: é o mais importante devido ao volume Gordura: triglicerídeos. Se faz a homogeneização através do rompimento dos glóbulos de gordura. O teor de gordura pode bonificar o produtor (creme de leite), serve para selecionar os melhores animais, é fonte de energia para os neonatos. É sintetizado no reticulo endotelial liso das células epitelias das glândulas mamárias. AGV: são produzidos no rúmen ● Acético: C2, forma a gordura ● Butírico: C4, forma a gordura ● Propiônico: C3, forma a lactose O leite contem AG de cadeia curta (acético e butírico) e cadeia longa (vem da dieta). Síntese de novo: o rúmen quebra e a gl. mamária junta. para formar os AG de cadeia curta. dependendo da dieta, é possível modificar a quantidade de gordura do leite, quanto mais fibra, mais gordura. Variação do teor de gordura: é mais fácil variar a gordura do que outros componentes: ● Espécie ● Raça: Jersey> holandês ● Variação individual ● Período de lactação: é inversamente proporcional ao pico de lactação. É mais alto no inicio e no fim da lactação. ● Intervalo entre ordenhas: quando o intervalo é menor, vai ter menos leite e mais gordura ● Durante a ordenha: no inicio é menor e no fim da ordenha aumenta, por isso tem que coletar todo o leite para ter uma amostra representativa. ● Baixa produção de leite:maior quantidade de gordura Fatores que aumentam a gordura: ● Grande quantidade de fibra e baixo concentrado ● Perda de peso no inicio da lactação ● Ração totalmente misturada ● Gorduras saturadas: sebo, caroço de algodão, mas tem um limite. Fatores que diminuem a gordura: ● Baixo teor de fibra e alto concentrado ● Alimento muito moído: transito muito rápido ● Estresse térmico: come menos ● Ordenha incompleta: não ordenha até o fim ● Gorduras insaturas: causa inibição da síntese de novo. ● Ionóforos: altera a proporção acetato/proprionato A gordura é digestível e contem grande quantidade de AG essenciais. Possui vitaminas lipossolúveis (A,D,E e K) e caroteno (vit A). CLA= ácido linoléico conjugado. Possui 18C. fato de ser conjugado confere propriedades benéficas. ● Importância para a vaca: aumenta a produção de leite a pasto e persistência da lactação, reduz a gordura do leite (reduz a demanda energética da vaca, não perde tanto peso e se reproduz melhor), ajuda na imunidade. ● Importância para o consumidor: mineralização óssea, inibe a formação de tumores, antioxidante, diminui o colesterol, antidiábetico. Proteína: Proteína bruta= proteína verdadeira + compostos nitrogenados não protéicos. Proteína verdadeira: ● Caseína: é produzida na gl. mamária. É utilizada para fazer o queijo. ● Proteína do soro: vem do sangue. Contem albumina e globulinas Caseína: produzida no retículo endoplasmático rugoso da célula epitelial da gl. mamaria. É sintetizado a partir dos AA que vem no sangue. A fonte de AA é a proteína bacteriana ruminal. A caseína é formada por uma micela que é fragmentada. É a base para a produção do queijo, esta em forma de suspensão (micela) quando acidifica o leite, ela coagula. Muito digestível. Contem AA essenciais como metionina e lisina. Proteínas do soro: tem pouca influencia nas propriedades do leite. É desnaturada a 80ºC. forma a nata quando ferve o leite. A vaca possui um leite caseinoso e o ser humano um leite albuminoso. Variações no teor de proteína: é mais difícil conseguir variar a proteína Fatores que aumentam a proteína: ● Espécie ● Colostro: Ig ● Raça: Jersey>holandês ● Baixa produção ● Estagio de lactação mais avançado ● Forragem de alta qualidade Fatores que diminuem a proteína: ● Excesso de fibra ● Estresse térmico ● Falta de proteína degradável ● Falta de CH não estrutural Benefícios da proteína do leite: ● Fonte de AA essenciais: metionina e lisina ● B-caseina: libera endorfinas que dão a sensação de bem estar e regula o transito intestinal ● Caseína: ação anti-oxidante ● Triptofano: calmante ● Proteínas do soro: transferem imunidade Lactose: É um dissacarídeo (galactose + glicose). É formado a partir do acido propiônico. É o componente mais estável do leite. Quanto mais lactose é formada, mais puxa água, ou seja, quanto mais lactose, mais volume de leite. Não chega a alterar o teor de lactose, pois atrai a água que dilui, por isso é considerado um componente estável, que não varia a concentração. Aquecimento: reação de Maillard, lactose se uma a proteína e escurece, doce de leite. Possui efeito laxativo: peso molecular maior que atrai água, fica mais tempo no sistema digestivo, pois tem que ser quebrado antes de ser absorvido. Reduz o pH intestinal e inibe bactérias patogênicas. Melhora a absorção de Ca. A lactose é sintetizada a partir do propionato, para aumentar o deve-se dar concentrado. Minerais: Ca e P em grande quantidade e na proporção certa, possui pouco Fe. O Ca ta ligado na micela de caseína. A concentração de minerais do leite da vaca é mais elevada que o leite humano. O Ca e o P estão relacionados com a termoestabilização da caseína. As fêmeas que estão em lactação também precisam ingerir Ca. Alguns leitem vem enriquecidos com Fe quelado. Enzimas naturais: São influenciadas por diversas condições do meio. ● Lactoferrina: fixa o Fe e inibe o crescimento bacteriano (bactérias que necessitam de Fé). ● Lactoperoxidase: atua contra agentes microbianos, age como a água oxigenada, mas é natural, se adicionado ao leite é considerado fraude. ● Lisozima: ação ATB Depois de 24h da ordenha, o leite tem que estar a 4ºC, até que o leite seja resfriado, quem age contra as bactérias são as enzimas. Vitaminas: O leite não é uma fonte rica em vitaminas. A grande maioria das vitaminas são lipossolúveis e estão reduzidas no leite desnatado. As vitaminas hidrossolúveis vem da dieta do animal, pois a gl mamária não produz vitaminas, betacaroteno e vitamina-A. A maioria das vitaminas são sensíveis ao tratamento térmico, e por isso muitos leites são enriquecidos com vitaminas após o tratamento. A digestibilidade do leite é muito alta quase total ● Lactose: 98% ● Proteína: 97% ● Gordura: 95% CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS E FÍSICAS DO LEITE: Características sensoriais: Sabor: é levemente adocicado devido a lactose, mas pode ser influenciado por diversos fatores: ● Dieta: alfafa, trevo, resíduos de cervejaria, mudanças bruscas na alimentação ● Cetose: acontece no inico da lactação ● Tratamento térmico: diferença entre as marcas de leite ● Oxidação ● Ambientes da ordenha incorporam odores ● Ação microbiana, dependendo da bactéria envolvida variar o sabor: o Lipólise: ranço o Proteólise: amargo o Decompõe a lactose e forma ac. Lático: azedo Para evitar alterações de sabor, evitar bactérias e resíduos através de higiene e resfriamento de leite. Odor: característico. Principais fatores que influenciam: alimentação e microorganismos. Está muito relacionado ao sabor. Coloração: branco opaco. Homogeneização deixa o leite mais branco. A vaca Jersey tem mais caroteno no leite e deixa o leite mais amarelo. Inflamações do úbere, dependendo da bactéria pode ter cores variadas, com sangue e pus. Consistência: homogêneo e sem grumos. Pode estar alterado por infecções e problemas na conservação. Características físicas: Acidez: Leite individual: 12 a 24º Dornic Leite conjunto: 14 a 18º Dornic é o leite que nos interessa, é o que a industria mede (pH de 6,6 a 6,8). O pH do sangue é entre 7,2 e 7,4. por isso o leite mastitico é alcalino (mais parecido com o sangue), e não ácido (< 14ºDornic) As escalas são contrárias: ● pH: quanto mais próximo do 0, mais ácido. O normal para o leite é entre 6,6 e 6,8. ● Dornic: quanto mais próximo do 0, mais alcalino. O normal para o leite é entre 14 e 18º Dornic. Acidez normal: existe variação individual. Quanto mais proteína no leite, mais ácido (caseína e proteínas do soro). Logo depois da ordenha o leite fica aparentemente mais ácido por causa do CO2, mas quando refrigerado isso não acontece mais. Acidez adquirida: ácido lático por produzido pelas bactérias. O leite só tacha em pH 4. acontece em condições impróprias de higiene e temperatura, por isso a acidez é indicativo de conservação do leite. Variações: ● Jersey>holandês (Jersey tem mais caseína) ● Intervalo ordenha/análise (CO2) ● Colostro é mais ácido (tem mais proteína- Ig) ● Deficiência de proteína (pH alcalino) ● Higiene: bactérias que degradam lactose e aumentam a acidez do leite ● No final da lactação tem leite mais alcalino: menos proteína ● Mastite: leite alcalino (fica mais parecido com o sangue) ● Alta produção e estresse calórico: como menos e tem sólidos totais (proteína) leite mais alcalino ● Adição de substancias neutralizantes e água: fraude. Estimativa de acidez: ● pH ● Dornic ● Teste do álcool: quem faz é o caminhoneiro quando vai pegar o leite na propriedade. O leite é acido quando há precipitação positiva (leite considerado ácido é condenado). O leite ácido fica fragilizado com o álcool e precipita. A prova do álcool apenas dá uma idéia de acidez, quem mede é o pH e Dornic. ● Teste do alizarol: tem a mesma função do álcool, mas tem indicador de cor. Não é tão preciso, mas é melhor que o álcool. o Amarelo: ácido, + precipitado o Rosa: normal o Roxo: alcalino ● Teste de fervura: leite coagulado indica reação positiva. LINA: Leite Instável Não Ácido. Tem reação positiva no teste do álcool, mas não é ácido (tem higiene e temperaturaadequada). Acredita-se que esteja relacionado ao manejo alimentar, animais que passam fome. Densidade: 1,028 a 1,034 g/mL de leite. O leite gordo é menos denso. O leite com mais sólido não gordura é mais denso. Quando a densidade diminui: ● Adição de água ● Raça: Jersey<holandês ● Temperatura: expansão das moléculas diminui a densidade ● Alimentação mais fibrosa: mais gordura no leite Quando a densidade aumenta: ● Maior proteína, lactose e sais ● Desnatar: tirar a gordura ● Adição: sacarose, urina, sal ● Colostro: mais proteína ● Período da ordenha: inicio tem menos gordura ● Temperatura: se diminuir a temperatura. OBS.: A lactose não precipita pois esta em solução verdadeira. Crioscopia: ponto de congelamento do leite. É medida em ºHorvet. A variação normal é entre -0,530 e -0,560. Se for maior que -0,530 é porque houve a adição de água (está mais próximo da densidade da água que é 0). Se adiciona água há um aumento do ponto de crioscopia, por exemplo, -0,510 indica adição de água. Quanto mais próximo de 0, mais houve adição de água. IMPORTANTE: quem confirma a adição de água é a crioscopia, a densidade apenas dá uma idéia. Crioscopia diminui (< -0,560) ● Aumento da acidez ● Aumento da [ ] de solutos Crioscopia aumenta (> -0,530) ● Adição de água: dependendo da quantidade dá para saber se foi intencional ou não (até 3% não é considerado intencional). ● Diminuição da lactose: não justifica grandes variações, é mais fácil ser fraude. Conseqüências da adição de água: ● < valor nutricional ● Contribui para contaminação bacteriana, geralmente é água suja ● > custo do transporte e energia para processar ● < rendimento dos derivados ● É fraude!!! ATENÇÃO: Não enviar amostras congeladas para análise: o congelamento do leite altera suas propriedades físicas e a sua qualidade de processamento. No descongelar, algumas moléculas se quebram e liberam água e no teste da crioscopia dá como adição de água. Cálculo da % de água adicionada: % água= P-P´x100 P P: crioscopia normal (-0,530) P´: leitura LEITE DE BÚFALA: A búfala produz de 7 a 8 L, a maior parte do leite é destinado para derivados, principalmente queijo. É mais comercializado na índia. A produção da búfala é dividida com o filhote em produções aqui do Brasil, por isso a nossa média é menor em torno de 4 a 5 L. A maioria dos búfalos são usados para produção de carne, a produção de leite é muito pequena. A búfala é resistente a parasitas, tem uma menor freqüência de mamites, é um animal mais rústico e por isso a produção é mais barata. Raças leiteiras, a diferenciação é feita pelo chifre: ● Mediterrâneo ● Carabao ● Murrah ● Jafarabadi A gestação da búfala dura 10 meses, o período de lactação é de 285 dias e o pico de lactação acontece com 2 meses. Anatomia do teto (maior resistência a mamite): ● Músculos do esfíncteres são mais fortes ● Tampão de queratina maior, que impermeabiliza o teto ● Epiderme do teto com melanina A cisterna do teto é menor e por isso o leite fica mais retido, precisa de ocitocina para ajudar a descer o leite. Além disso, o reflexo para liberação da ocitocina é mais demorado. É um animal estressado, reativo, que qualquer coisa faz segurar o leite. O período de latência para a ocitocina fazer efeito na búfala é maior. O nível do vácuo da ordenhadeira tem que ser maior, pois o esfíncter é mais fechado. Características sensoriais do leite: é mais branco que o da vaca. Características físicas: apenas a densidade é um pouco mais alta (mais sólidos), mas é muito parecido com o de vaca. ● Gordura: 8 (o leite que é produzido no Brasil é mais parecido com o da vaca, acredita-se que é porque a búfala segura o fim do leite, que é mais gordo, para o bufalinho) ● Matéria seca: 20 ● Caseína: 4, também tem mais cálcio por causa da caseína, tem mais rendimento dos derivados. Produtos comercializados: queijo muzzarela. LEITE DE CABRA: A cabra é mais comum em países pobres. Tem mais cabra no nordeste. O leite de cabra muitas vezes é a base nutricional para famílias pobres. Com relação ao tamanho corporal, a cabra é a melhor produtora de leite. Raças: ● Saaanem: de 4 a 5 L ● Anglonubiana: de 2 a 3 L A cabra tem 5 meses de gestação, período de lactação de 130 dias e pico de lactação em 1 mês. Possui apenas 2 glândulas mamárias. O tempo entre estímulo e a ejeção do leite é menor. A ordenha dura 4 min. Deve-se afastar o bode da sala de ordenha. A taxa de pulsação da ordenhadeira deve ser maior. Características sensoriais: cor branca. Tem odor e sabor característico devido aos ácidos graxos de cadeia curta (caprico). Características físicas: muito parecido com o de vaca. O leite de cabra tem menos caseína alfa S1, que é a principal causadora de alergia no leite de vaca. Regulamentação: a cabra tem legislação própria instrução normativa 37. o leite de cabra pode ser congelado, para poder acumular mais volume, já que o caminhão passa apenas uma vez por semana. A prova do álcool não é aplicável, pois o leite de cabra é mais instável. LEITE DE OVELHA: A produção de leite em ovelhas não é muito tradicional. Raças: Lacaune O período de gestação é de 5 meses, período de lactação de 6 meses, pico de lactação com um mês e a media da produção é de apenas 1 L. Apesar disso, o leite de ovelha tem um rendimento melhor. Tem teor de gordura e caseína maior. Características físicas: densidade e acidez são mais altos (mais sólidos). É um leite mais concentrado. LEITE INSTÁVEL NÃO ÁCIDO: O teste do álcool /alizarol é feito na propriedade. Não interessa o grau de precipitação, se precipitar é positivo. Instrução normativa 51: a concentração mínima do álcool deve ser 72, mas a indústria usa mais (acreditam que o leite é mais resistente termicamente não é verdade). Leite ácido: houve proliferação bacteriana. Bactérias agem na lactose e geram ácido lático e a caseína vai ficar mais frágil e vai coagular no teste do álcool. O leite tem obrigatoriamente Dornic > 18. Leite instável: tem a caseína instável, mas a acidez é normal (Dornic < 18). LINA: precipitação positiva com acidez normal. Prejuízo: leite é rejeitado ou subvalorizado. Gera atritos entre a indústria e o produtor. O LINA tem diminuição da concentração de proteína e lactose (menos sólidos). Há uma diminuição do LINA no verão, devido a uma melhora na alimentação dos animais. A indústria precisa de um leite estável termicamente, mas não tem relação com o teste do álcool. Colocar mais álcool não garante que o leite vai ser mais estável termicamente. Prejuízos para a indústria: menos leite é captado, problemas no processamento, diminuição do rendimento dos derivados. Avaliar a estabilidade do leite no teste do álcool: ● Negativo: indústria ● Positivo: o Ácido: cuidar higiene e resfriamento o LINA: vacas com mastite clínica, lactação prolongada, dieta inadequada (principal fator). COLOSTRO: Demora uns 4 dias para não ser mais produzido pela vaca. É proibido para fins de alimentação humana. Se descarta os 7 primeiros dias de lactação após o parto para evitar colostro no leite. Aspecto: amarelado, aspecto sujo, heterogênio. Tem menos: ● Água ● Gordura ● Lactose Tem mais: ● Proteínas do soro ● Minerais ● Caroteno ● Vitaminas O colostro tem que ficar retido antes do parto, para poder ficar mais concentrado. As características do colostro vão diminuído com o passar das ordenhas até ficar com as características de leite normal. LEITE MASTÍTICO: Glândula mamária normal: Na mastite há a lesão do epitélio da gl mamaria. Coisas que passavam, passam mais e o que era produzido, não é mais. ● Água: ↓ ● Caseína: ↓ ● Proteína do soro: ↑ ● AG de cadeia curta: ↓ (síntese de novo) ● AG de cadeia longa: ↑ ● Lactose: ↓ ● Ca: ↓ ● NaCl: ↑ ● CCS: ↑ ● pH: ↑ No geral a gordura diminui. O principal agente é bacteriano. Causa: ambiente, manejo, homem, microorganismo. Células somáticas: células de defesa e de descamação do epitélio. Mastite clínica: formação de tecido conjuntivo e atrofia de glândulas (não produz mais leite), forma nódulos que são palpáveis. A mastitesubclínica já é capaz de causar alterações no leite. A mastite geralmente é mais grave quando seca a vaca, pois para de ordenhar e o leite fica retido. Por isso que quando se vai secar se usa ATB. Mecanismos de defesa para a mastite: ● Inespecífico: queratina, esfíncter, descamação do epitélio ● Enzimas: lactoferrina... Testes: ● Mastite clínica: teste da caneca ● Mastite subclínica: CMT ● CCS: mais preciso (máximo de 750.000). Perdas: diminuição na produção, custo, descarte do animal, leite rejeitado. Alterações: ● Aumento da permeabilidade vascular ● Lesão do epitélio ● Diminuição dos sólidos ● Diminuição da densidade ● Aumento da crioscopia ● Aumento de NaCl, aumento da condutividade elétrica ● Ph alcalino: fica mais parecido com o sangue. ● Mais enzimas ● Instabilidade: LINA ● ATB: descartar todo o leite. ● A proteína bruta as vezes não altera, porque diminui caseína, mas aumenta proteínas do leite Alteração dos derivados: ● Diminuição da produção de manteiga, enzimas resistem a pasteurização ● UHT: gelatinização, enzimas ● Queijo: menor rendimento (menos caseína), defeito na textura. Agentes: ● Contagiosas: de uma vaca para outra. Pouca mastite clínica, mas CCS alta. o Corynebacterium bovis o Staphylococcus aureus o Streptococcus agalactie ● Ambientais: problema de higiene e manejo. Muita mastite clínica, mas CCS baixa. o E. coli o Klebsiella Limite máximo para CCS: ● Leite A: 600.000 ● Leite B: 600.000 ● Leite C: não existe mais ● Leite cru pasteurizado: 400.000 (o ideal seria menos de 300.000)
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