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(
Superintendência do 
Sistema Penitenciário do 
Estado do Pará
Coordenadoria de Engenharia e Arquitetura
)	
 (
Superintendência do 
Sistema Penitenciário do 
Coordenadoria
 de Engenharia e Arquitetura
)
 (
 
 
RELATÓRIO TÉCNICO
 
 
Outorga P
révia de 
L
ançamento e 
Diluição de E
fluente
 
Ampliação do Centro de Triagem Metropolitano de Tucuruí
 
)
APRESENTAÇÃO 
A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (SUSIPE) foi criada pela Lei nº 4.713, de 26 de maio de 1977 e transformada em Autarquia pela Lei nº 6.688, de 13 de setembro de 2004, dotada de autonomia administrativa e financeira e vinculada à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP), e tem por missão institucional planejar, coordenar, implementar, fiscalizar e executar a custódia, reeducação e reintegração social de pessoas presas, internadas e egressos, em cumprimento ao disposto na Lei Federal nº 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal.
O Relatório Técnico é um documento integrante do processo n°2018/34649, o qual solicita Outorga Prévia de Lançamento e Diluição de Efluentes para o Ampliação do Centro de Triagem de Tucuruí/PA.
	Identificação do empreendimento
	RAZÃO SOCIAL: Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará: Ampliação do Centro de Triagem Metropolitano de Tucuruí 
	ENDEREÇO: Rodovia PA 156 KM 04, Transcameta
	NÚMERO: S/Nº
	BAIRRO: Nova Conquista
	CEP: 66033-172	MUNICÍPIO: Tucuruí/PA
 Responsabilidade técnica 
	NOME:
	PROFISSÃO:
	Josiane Coutinho Vilhena
	Eng.ª Sanitarista e Ambiental
	CREA-PA:
	CPF:
	CADASTRO SEMA/PA:
	1516712137 CREA-PA
	020.607.892-73
	
	
1. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O estabelecimento é uma unidade penitenciária denominada Ampliação do Centro de Triagem de Tucuruí, com 210 vagas para abrigar detentos em regime fechado, possui área de terreno igual a 0,80ha com 0,29ha de área construída. Encontra-se situada nas coordenadas geográficas Latitude: 03º44’14.09’’S e Longitude:49º41’20.89’’O.
 	
Figura 01- Localização da Unidade Penitenciária 
 
Fonte: Google Earth, 2019.
2 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS
2.1 Clima 
O clima é tropical, só existe uma curta época seca e não é muito eficaz, enquanto que na maioria dos meses do ano existe uma pluviosidade significativa Segundo a Köppen e Geiger a classificação do clima é Am. 27.4 °C é a temperatura média em Tucuruí. Tem uma pluviosidade média anual de 2427 mm.
2.2 Vegetação
A vegetação do município é constituída, predominantemente, por floresta tropical úmida, com os subtipos: Floresta Aberta Latifoliada, Densa de Platô, Densa de Terraço, Floresta Submontana, em relevo aplainado. Nas margens do lago encontra-se 
a Floresta de Galeria e a Floresta de Diques, compostas de espécies dicotiledôneas de porte arbóreo como a sumaúma, intercaladas palmáceas típicas de lugares úmidos com 
eventuais inundações. O município apresenta cobertura vegetal primitiva, principalmente nas reservas florestais das fazendas. Sendo estas vegetações típicas da região amazônica, com a presença ambrofila densa, existindo espécies vegetais de alto valor comercial, que vem sendo gradualmente substituída por pastagens e áreas de cultivo.
2.3 Hidrografia
	A hidrografia do município é bastante rica em rios que entrecortam o território. Destaca-se o rio Tocantins, que passa em frente a cidade, no limite deste, e comunica-se com vários furos e igarapés em diversas direções. O rio é interceptado pela Hidrelétrica Tucuruí – a rolha – cujo lago formou-se na bacia dele e do rio Caraipé, lago este que possui um arquipélago de várias centenas de ilhas, que eram o cume dos acidentes do solo. Como principais acidentes geográficos citam-se os seguintes: - Igarapés: Saboga, Remansinho, Castanheira, Praia Alta, Cajazeiras, Pitinga, Cocal, da Direita, Vinte e Quatro, Tira Chapéu, Água Fria. - Rios: Tocantins, Jacundá, Caraipé, Jaú, Valentim, Lontra, Bacuri. - Lago: Lago da Usina Hidrelétrica Tucuruí
2.4 Geologia 
A base geológica do município é constituída por um relevo com áreas de colinas baixas escarpadas, apresentando ravinas e vales, e é composto predominantemente de rochas magmáticas. Na porção setentrional observa-se a formação de arenitos. Na região de Caraipé constata-se a existência de rochas metamórficas.
2.5 Relevo 
O território de Tucuruí apresenta cotas que variam, de 30 a 300 metros. O relevo apresenta dissecação em dois níveis de colinas elaboradas, pois a drenagem encaixa-se em cristas com octentes para o Rio Tocantins ou para o Lago da Hidrelétrica.
2.6 Solo 
O solo do município apresenta dois tipos: o arenoso e o areno-argiloso, encontrado predominantemente, o podzólico vermelho amarelo, representando 53,75% da área. Apresenta fertilidade natural, variando de baixa à alta, com textura arenosa na 
porção setentrional, e argiloso até a porção sul-sudeste, solo este bem drenado. A área da porção sudeste possui um bom potencial agrícola, desde que observadas as práticas 
para aumentar o poder de retenção de água deste solo. O solo apresenta o horizonte B textural que pode ser considerado como pouco profundo. Entretanto, a presença de nutrientes na maior parte dele propicia boas condições no desenvolvimento das plantas. Dessa maneira, a potencialidade é tida como variando de regular a boa e culturas climaticamente adaptadas, poderão responder satisfatoriamente as práticas de adubação, pois estas são suficientes para efetuar as correções das deficiências nutricionais que porventura existam.
3.SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
	O sistema de abastecimento de água que será utilizado é o sistema indireto de distribuição, com bombeamento, sendo o poço artesiano a principal fonte de água potável para o consumo. O projeto prever a perfuração do poço há uma distância de aproximadamente de 200m do ponto de lançamento do efluente e da estação de tratamento de esgoto.
4. SISTEMA DE ESGOTO
	A rede de esgoto primário encaminhará o efluente para uma estação de tratamento de esgoto. Enquanto a rede de esgoto secundário encaminhará as águas servidas para a rede de drenagem, que através de uma canaleta lançará essas águas em um corpo receptor. Ressalta-se que o efluente tratado da ETE será armazenado em uma cisterna de reaproveitamento para utilização nas caixas de descargas das celas e o volume excedente da cisterna será lançado na rede de drenagem. O fluxograma abaixo ilustra o funcionamento do sistema de esgoto.
Fluxograma 01: Sistema de esgoto
 (
EFLUENTE TRATADO 
SEGUE PARA USO NÃO NOBRE
) (
EFLUENTE BRUTO
)
	
	
	
	
	 (
ETE
)
	
	
	
	
	 (
CISTERNA DE REPROVEITAMENTO
)
	 (
EFLUENTE EXCEDENTE
REDE DE DRENAGEM
)
	
	
	
	 (
ÁGUA PLUVIAL DAS CALHAS
)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	 (
CORPO RECEPTOR
)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Fonte
	:Autores,2019.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
5. CORPO RECEPTOR DE LANÇAMENTO 
 	Como mencionado acima, o efluente tratado excedente da cisterna será encaminhado para a rede de drenagem e através de uma canaleta será lançado em um corpo receptor situado nas coordenadas geográficas: Lat: 03º44’16.80’’S e Long: 49º41’26,60’’O.
Figura 02: Corpo receptor
 
Fonte: Autores, 2019.
6. PONTOS PROPOSTOS PARA A ANÁLISE PERIÓDICA
A análise periódica do corpo receptor é um procedimento estabelecido pelo Resolução Nº 430, de 13 de maio de 2011, necessário para analisar o valor máximo de determinado poluente que o corpo hídrico pode receber, sem comprometer a qualidade da água e seususos determinados pela classe de enquadramento. Dessa forma, foram propostos dois pontos a jusante do lançamento do efluente no corpo receptor, distanciados 100m. 
Figura 03: Localização dos pontos propostos para análise
Fonte: Autores ,2019.
7. TRATAMENTO DO ESGOTO 
A estação de tratamento de Esgoto (ETE) do tipo AJX3m, cujo processo de tratamento é totalmente biológico, trata o esgoto em nível secundário, removendo sólidos em suspensão e matéria orgânica. O tratamento é realizado associando-se em série, reatores anaeróbios de manta de lodo (UASB), Biofiltro aerado submerso. Além destes, a caixa de areia e a estação elevatória de esgoto (EEE) e o decantador secundário (DS), tanque de contato (TC) fazem parte do sistema e são aplicados de acordo com as necessidades do tratamento e/ou particularidades do esgoto. O sucesso da aplicação dos processos anaeróbios está condicionado ao atendimento de uma série de requisitos, os quais relacionam-se principalmente à concentração e a atividade de 
massa presente, e também ao regime de mistura e padrão de fluxo do reator. Os objetivos mais comuns a serem alcançados na operação dos processos anaeróbios são o controle do tempo de detenção de sólidos, independentemente do tempo de detenção hidráulica, a prevenção de acumulação de sólidos suspensos inertes no reator e o desenvolvimento de condições favoráveis para o transporte de massa. Esses objetivos são via de regra alcançados a partir do projeto, da construção dos reatores bem elaborados, e de procedimentos adequados durante a partida e operação do sistema.
	Informamos que o Sistema Penitenciário terá seu esgoto tratado por meio de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que emprega o sistema de biodigestor anaeróbio combinado com tratamento aeróbio com biofilme, e que será executado por empresa especializada no tratamento de efluentes líquidos.
7.1 considerações para a partida do sistema
· Partida e operação dos reatores anaeróbios
	Os valores de carga biológica a serem aplicados durante a partida dependem essencialmente do tipo de inoculo empregado e da aclimatização deste ao esgoto a ser tratado. Quando possível, recomenda-se que a carga biológica para a partida seja determinada através de testes de atividade metanogênica específica do lodo. Na impossibilidade de realização de tais testes, são utilizadas cargas biológicas durante a partida do processo na faixa de 0.05 a 0.5 KgDQO/KgSSV.d, estas cargas iniciais deverão ser aumentadas gradativamente, em função da eficiência do sistema. A carga biológica durante o regime permanente, pode atingir valores em torno de 2,0 Kg 
KgDQO/KgSSV.d. 
No que refere ao reator anaeróbio (UASB), poderá ser realizada sem que haja necessidade de inoculação. No entanto, poderá levar mais de 3 meses para que o sistema de tratamento torne-se estável e atinja as condições desejadas.
· Carga hidráulica volumétrica 
	A carga hidráulica volumétrica equivale a quantidade (volume) de esgoto aplicado diariamente ao reator, por unidades de volume do mesmo. A carga hidráulica 
produz pelo menos três diferentes efeitos sobre a biomassa do reator durante a partida do sistema.
· A carga hidráulica retira toda a biomassa com características de sedimentação precária, criando, desta maneira, espaço para nova biomassa que está crescendo;
· Com a retirada de parte da nova biomassa, que não possui boas propriedades de sedimentação, verifica-se uma seleção sobre a biomassa ativa;
· A carga hidráulica tem grande influência sobre as características de mistura do reator, principalmente durante a partida do sistema.
· Produção de biogás
	Nos reatores de manta de lodo a produção de biogás é muito importante para uma boa mistura do leito do lodo. Entretanto, taxas muito elevadas de produção de gás podem afetar negativamente a partida do processo, porque o lodo pode se expandir excessivamente em direção a parte superior do reator, sendo perdido juntamente com o efluente. Se necessário, o biogás deve ser oxidado nos sopradores roots ou Filtros.
Aclimatização e seleção da biomassa
	A primeira partida de um reator anaeróbio é um processo relativamente delicado. No caso dos reatores de manta de lodo, a remoção suficiente e continua da fração mais leve do lodo é essencial, de forma a se propiciar a seleção do lodo mais pesado para crescimento e agregação do mesmo. As principais diretrizes para a aclimatização e seleção da biomassa em reatores de manta de lodo são as seguintes:
· Não retornar o lodo do reator aeróbico para reator anaeróbico;
· Aumentar a carga orgânica progressivamente, sempre que a remoção de DBO/DQO atingir pelo menos 60%;
· Manter as concentrações de ácido acético entre 200 a 300 mg/L;
· Prover a alcalinidade necessária ao sistema, de forma a manter o Ph próximo a 
7.2 Etapas do tratamento
· Pré-tratamento 
	O pré-tratamento destina-se a remoção de sólidos grosseiros em suspensão (materiais de maiores dimensões e os sólidos decantáveis como a areia e gordura). São utilizados apenas mecanismos físicos (gradeamentos e decantação por gravidade) 
como método de tratamento. Esta etapa tem a finalidade de proteger as unidades de tratamento subsequentes e dispositivos de transporte como, por exemplo, bombas e tubulações.
· Tratamento primário (reator anaeróbio de fluxo ascendente- RAFA)
	O reator anaeróbio de fluxo ascendente (RAFA), é composto por um leito de lodo biológico no interior do qual microrganismos anaeróbios efetuam o tratamento do esgoto. O esgoto bruto é encaminhado para a entrada do reator e conduzido pelos tubos de distribuição até o fundo do reator RAFA. Em seguida, o fluxo torna-se vertical ascendente e o esgoto é tratado pelas bactérias presentes no lodo. Pelo fato do reator anaeróbio gerar uma quantidade de lodo inferior e não requerer tratamento complementar para estabilização é evidente que o problema de destinação final em sistemas anaeróbios é muito mais simples e menos oneroso do que o sistema
 de tratamento aeróbio.
NOTA: Assim, o excesso de lodo deve ser coletado a cada 180 dias e descartado por empresa especializada em coleta do excesso de lodo produzido.
· Tratamento secundário (filtro aeróbio submerso aerado - FASA)
	O esgoto, após o tratamento preliminar ou Biológico anaeróbio, ainda contém sólidos dissolvidos e finos sólidos suspensos. Assim, utilizam-se microrganismos aeróbios para a remoção da matéria orgânica, transformando-a em gases, sais minerais e novos microrganismos. Os microrganismos mais importantes para o tratamento dos esgotos são as bactérias, seres microscópicos com grande velocidade de reprodução, que utilizam a matéria orgânica como fonte de energia (biodegradação). 
Pode-se classificar o tratamento biológico em aeróbio, quando se empregam microrganismos que necessitam de oxigênio dissolvido; anaeróbio, quando se emprega 
microrganismos que não necessitam de oxigênio; e os microrganismos facultativos, que atuam nas duas condições.
NOTA: Assim como no RAFA, o excesso de lodo deve ser coletado a cada 180 dias e descartado por empresa especializada em coleta do excesso de lodo produzido.
No tratamento Biológico aeróbio gera-se um lodo que precisa ser separado por decantação. Neste tipo de tratamento, obtém-se uma excelente remoção da matéria orgânica, assim como razoável destruição dos microrganismos patogênicos.
· Sistema de aeração
	O biofiltro dispõe de um sistema de aeração compostos por difusores de membrana grossa que distribuem o ar por todo o biofiltro, proveniente de sopradores de baixa pressão (compressores radiais). É de fundamental importância que a aeração esteja bem distribuída e uniforme, para manutenção do biofilme de bactérias aeróbias. Caso por algum motivo o ar tenha que ser interrompido, por um período superior a 2 dias, o procedimento adotado será o de introdução de esgoto bruto direto no reator aeróbio para que se evite a colmatação (ENTUPIMENTO) do meio suporte.
	Havendo necessidade de manutenção ou reparo no conjunto soprador, o soprador reserva será utilizado, este processo é automático. O sopradorsó poderá ser acionado se sua respectiva válvula de saída de ar estiver aberta. É importante se ater para níveis de óleo especificados pelo fabricante.
· Decantador secundário
	No sistema aeróbio ocorre o crescimento de bactérias que formam o lodo aeróbio, tornando-se necessário à remoção através de um decantador, que tem a função de separar os flocos de bactérias (lodo) do líquido clarificado. Assim como nas demais unidades, o excesso de lodo deve ser coletado e descartado por empresa especializada em coleta do excesso de lodo produzido.
· Tanque de contato (desinfecção)
	A desinfecção é feita com hipoclorito de sódio (cloro líquido), adicionado na entrada do tanque de contato, através de bomba dosadora, com consumo variável de acordo com ao aumento da população contribuinte. No tanque de contato ocorrem reações com o esgoto já clarificado, ocasionando uma desinfecção do mesmo. O tempo de detenção está diretamente proporcional ao tratamento final (desinfecção) e é de 30 min.
	Segundo a NBR 12.209/2011, a dosagem aplicada deve ser tal que um residual total mínimo de: 0,5 mg/L seja mantido após um tempo de contato mínimo de 30 min em relação a vazão média.
· Estação elevatória
	O esgoto gradeado é encaminhado para o tratamento anaeróbio e aeróbio respectivamente, e após desinfecção chega por gravidade até a estação elevatória, e é recalcado para o sistema de drenagem pluvial público. A retirada dos sólidos do fundo 
da estação (EEE) é efetuada com auxílio de um caminhão limpa fossa. Para que não ocorra a entrada de grandes quantidades de sólidos inertes (como areia) no reator, esta limpeza deve ser efetuada a cada 45 dias. Deve-se adotar como procedimento para a limpeza do fundo da elevatória:
Aguardar até que a lamina d’agua chegue ao seu mínimo, afim de facilitar a visualização do fundo;
Introduzir mangote do caminhão limpa fossa até o fundo e fazer com que o mesmo faça uma varredura de todo o fundo;
	A manutenção das bombas deverá seguir as orientações do fabricante, devendo haver sempre duas bombas instaladas, sendo uma para operação e outra para reserva e rodízio. Em caso de defeito, deverá ser imediatamente substituída.
	Recomenda-se o uso de equipamento de proteção individual (EP’Is) para operar todo o sistema. Tais como:
· Bata, Bota, luvas, máscaras;
· Deve-se adotar hábitos de higiene como: lavar as mãos após qualquer procedimento que envolva a manutenção e operação do sistema de tratamento de esgoto;
· Evitar ao máximo contato direto com os esgotos.
Enviar os resíduos para destinação apropriada (ATERRO SANITÁRIO).
NOTA: Não há necessidade de interromper o funcionamento das bombas para procedimento de limpeza.
fluxograma 01: Tratamento da Estação de Tratamento de Esgoto- ETE
· Pré tratamento
	O esgoto bruto proveniente da rede coletora do empreendimento será recebido no pré-tratamento contendo gradeamento, caixa de retenção de areia e vertedor triangular. 
A principal função desta unidade é reter sólidos grosseiros (gradeamento), material inerte na caixa de areia e quantificar a vazão no vertedouro triangular. 
Os resíduos em suspensão coletados na caixa de areia deverão ser retirados por caminhão tipo limpa fossa ou drenados e envasados em saco plástico, para serem enviados ao serviço de limpeza pública da Prefeitura Municipal que recolhe os resíduos sólidos do empreendimento. Este resíduo é classificado como classe II A, de acordo com a ABNT 10.004. O empreendimento é co-responsável pelo destino final dos resíduos gerados.
· Tratamento biológico
	O esgoto gradeado é distribuído simetricamente no leito de lodo formado no fundo do tanque através de tubos de distribuição, onde os microrganismos anaeróbios 
promovem a biodegradação da matéria orgânica transformando-a em gás metano e gás carbônico (biogás). 
Neste tipo de reator ocorre a retenção de sólidos (bactérias - lodo) no fundo e como o esgoto bruto é distribuído justamente sob o lodo, utiliza-se a cinética do processo anaeróbio, promovendo um enriquecimento da concentração de bactérias, e por consequência, acelerando a biodegradação de fração orgânica do esgoto. 
No DAFA, o biogás formado será tubulado e encaminhado ao filtro de biogás, composto com duas câmaras; sendo a primeira para remover sulfeto com limalha de ferro / palha de aço grossa e a segunda com carvão ativo, para retenção dos gases fétidos como gás sulfídrico, mercaptanas e outros, possibilitando assim o seu lançamento direto na atmosfera. 
O DAFA promove a digestão anaeróbia, com uma redução da DBO da ordem de 60% em eficiência, e uma retenção dos sólidos em suspensão da ordem de 70%, o que permite o acúmulo de sólidos na parte inferior do tanque, formando uma camada denominada de lodo digerido, assim considerado por possuir um tempo de retenção (idade de lodo) superior a 30 dias. 
O lodo descartado do DAFA deverá periodicamente ser coletado por caminhão tipo limpa fossa e encaminhado ao seu destino final, que pode ser a desidratação, o reaproveitamento como adubo orgânico, ou o descarte em sistemas municipais de tratamento. Convêm lembrar que o proprietário da ETE é co-responsável pelo dos resíduos gerados. 
O esgoto tratado sai do reator DAFA por tubulação interna instalada na parte superior do tanque e por gravidade é enviado para o FASA.
· Tratamento anaeróbio filtro aeróbio submerso aerado – FASA
Com a passagem contínua do efluente pelo enchimento, a matéria orgânica e os nutrientes são transferidas para o filme biológico, aderido nas paredes internas e externas das peças (enchimento), promovendo o tratamento dos efluentes. Os espaços vazios nas peças garantem um contato contínuo entre os microrganismos, aderidos no filme biológico, com o efluente proporcionando bom aproveitamento do oxigênio fornecido.
Para a aeração e mistura do sistema serão instalados os sistemas de distribuição de ar no fundo do tanque, favorecendo a transferência do oxigênio para o esgoto a ser tratado. No tanque de aeração a carga poluidora do esgoto sofre a oxidação biológica, 
através das bactérias aeróbias fixadas nas peças (leito fixo), obtendo-se uma remoção complementar da DBO.
Para a aeração e mistura do sistema serão instalados os sistemas de distribuição de ar (difusores de ar) no fundo dos tanques, favorecendo a transferência do oxigênio para o esgoto a ser tratado.
· Decantador secundário
No sistema aeróbio ocorre o crescimento de bactérias que formam o lodo aeróbio, tornando-se necessário à remoção através de um decantador, que tem a função de separar os flocos de bactérias (lodo) do líquido clarificado. Os sólidos sedimentáveis retidos no fundo do decantador são retirados através de empresa especializada (limpa fossa).
· Tanque de contato (desinfecção)
O líquido sobrenadante que sai do decantador recebe adição de cloro, numa quantidade necessária para a desinfecção final. A concentração de cloro residual no esgoto tratado será de aproximadamente 1,0 ppm (sempre superior a 0,5 mg/L). 
A desinfecção é feita com hipoclorito de sódio (cloro líquido), adicionado na entrada do tanque de contato, através de bomba dosadora, com consumo variável de acordo com ao aumento da população contribuinte. 
O líquido após receber o cloro circula pelo tanque de contato, cujo volume é calculado de forma que possua um tempo de retenção suficiente para que o cloro faça efeito sobre as bactérias patogênicas residuais, eliminando-as. 
Quanto mais longo o tempo de contato, maior será a eficiência da desinfecção para certa dosagem de cloro aplicado. Por outro lado, quanto maior for a dosagem de cloro maior será a eficiência da desinfecção para um tempo de contato fixo.
· ferramentas necessárias
	É de fundamental importância que o operador das ETE, possua uma caixa de ferramentas compostas por:
Ferramentas:
· Jogo de chaves combinadas de 6mm a 28m.
· Um arco de serra;
· Jogo de chave de fenda;
· Jogo de chave de Phillips;
· Um martelo pequeno;
· Uma chave grife grande;
· Um alicate universal.
Consumíveis
· Fita isolante;
· Fita veda rosca;
· Cola PVC.
Equipamentos de proteçãoindividual- epis
· Luva de borracha cano longo;
· Bota de borracha;
· Luva de pano;
· Álcool iodato;
· Máscara descartável;
· Avental plástico;
· Óculos de proteção.
8. EFICIÊNCIA DO SISTEMA DE TRATAMENTO 
Oxigênio dissolvido no esgoto (OD)
 De acordo com Sperling (2014), nos esgotos, os teores de oxigênio dissolvido são normalmente nulos ou próximos a zero. Isto se deve à grande quantidade de matéria orgânica presente, implicando em um elevado consumo de oxigênio pelos microrganismos decompositores. 	
Porém, como o esgoto será tratado, as seguintes considerações podem ser efetuadas:
 	- Tratamento primário. Efluentes de tratamento primário podem ser admitidos como tendo OD igual a zero;
 - Tratamento anaeróbio. Efluentes de processos anaeróbios de tratamento possuem também um OD igual a zero;
- Lodos ativados e filtros biológicos. Efluentes desses sistemas sofrem uma certa aeração nos vertedores de saída dos decantadores secundários, podendo o OD 
subir a 2 mg/l ou mais. Se o emissário de lançamento final for longo, este oxigênio poderá vir a ser consumido, face à DBO remanescente do tratamento.
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
A concentração da DBO5 dos esgotos domésticos brutos tem um valor médio da ordem de 250-350 mg/l.
Em relação ao percentual de remoção DBO, nota-se que o reator UASB é o responsável pela maior parcela de remoção, média 81%, sendo que o Lodos Ativados eleva a remoção global da ETE para 94% de média. Vários estudos como já citados no presente trabalho mostram remoção de DBO comumente encontradas nos sistemas de lodos ativados que variam de 80 a 95%, sendo assim, entre os sistemas citados e suas referidas remoções, o presente avaliado mostrou estar dentro do esperado em termos de DBO. 
Considerando uma concentração típica de 300 mg/l de DBO, e uma eficiência de tratamento no reator UASB de 80 %, a concentração desse efluente cai para 60 mg/l. Após passar pelo reator UASB o efluente segue para o tratamento posterior com tanque de aeração e decantador secundário que pode chegar a uma eficiência de 70 %, considerando que esta eficiência seja de apenas 60% obteríamos um efluente com concentração de DBO de 24 mg/l, atendendo assim o padrão de lançamento disposto na resolução 430/2011 do CONAMA, que estipula uma concentração de 120 mg/l para BBO. 
 Coliformes Termotolerantes 
O esgoto bruto, de acordo com Sperling (2014), apresenta uma concentração de Coliformes Termotolerantes em torno de 106 – 109 org/100ml. Como a desinfecção será feita com a adição do produto químico cloro, o esgoto tratado apresentará uma concentração de Coliformes Termotolerantes abaixo de 103 NMP/100 ml.
 Fósforo
A remoção de fósforo no tratamento de esgotos por meio de processos biológicos foi desenvolvida há cerca de três décadas, estando hoje bastante consolidada.
O processo baseia-se na alternância entre condições aeróbias e anaeróbias, situação que faz com que um determinado grupo de bactérias assimile uma quantidade de fósforo superior à requerida para os processos metabólicos usuais. Ao se retirar estas bactérias do sistema, está se retirando, em decorrência, o fósforo absorvido pelas mesmas.
Sabendo que a faixa de fósforo para esgoto doméstico é entre 4 e 15 mg/L e o típico é 7 mg/L (VON SPERLING, 2005). A partir deste conhecimento, foi possível projetar confiavelmente sistemas de tratamento de lodos ativados, que possibilitaram produzir efluentes com concentrações de fósforo abaixo de 1,0 mgP/L. Dessa forma, conseguia-se a remoção de fósforo unicamente por meio biológico, que é considerada a melhor forma de tratamento, já que não utiliza coagulante e gera menos lodo (van HAANDEL; MARAIS, 1999).
9. ESTUDO DO CORPO RECPTOR
	A vazão de um curso d’água é apenas uma das suas características que podem ser estudadas, porém representam uma das mais importantes. Ao, estudar a vazão de um rio, podemos prever seu comportamento futuro no que diz respeito, por exemplo, ao seu nível d’água, o que é crucial para qualquer obra localizada nos arredores do curso d’água. 
 
9.1 Vazão do corpo receptor
Para se caracterizar a vazão neste curso d’água, em função das dificuldades locais, tornando-se impraticável a medição direta, utilizou-se o método do flutuador. Os flutuadores são dispositivos com características tais que lhes permitam adquirir a mesma velocidade da água em que flutuam.
Dentre os três tipos de flutuadores usados, o mais simples é o superficial, que mede a velocidade da superfície da corrente líquida. Ele pode ser uma pequena bola ou outro objeto de densidade menor que a da água. 
A vazão, usando-se o flutuador, será determinada pela equação da continuidade:
 Q = A. V
Onde:
Q = Vazão (m³/s)
A = Área da Seção Transversal (m²) 
V = Velocidade superficial (m/s)
I – Escolheu-se um trecho do rio o mais reto possível de seção uniforme. Esticaram-se fitas atravessadas com distância de 3 metros de uma para outra, conforme ilustrado no relatório fotográfico em anexo. Por baixo das cordas mediu-se a profundidade do rio em seis locais diferentes (três em baixo de cada corda) e calculou-se a profundidade média. Sendo: em baixo da "corda 1" medindo {50 cm; 65 cm e 50cm}; em baixo da "corda 2" {55 cm; 65 cm e 60cm} somou-se tudo e dividiu -se pelo número de pontos obtendo-se a profundidade média em metros, que foi de 0,58m. 
II – Após isso, mediu-se a largura do rio em metros. E a medida deu 9,88 m. 
III- Em posse dos dados coletados calcula-se a área (A) da seção do rio em metros quadrados: A = 0,58 m x 10 m = 5,80 m².
VI – Realizou-se a medição da velocidade (V) do rio da seguinte maneira: precisou-se utilizar um flutuador que, que no caso foi uma garrafa com um pouco de água. Jogou-se o flutuador no rio antes da primeira corda e, quando chegou na primeira corda, mediu-se o tempo (em segundos) gasto, para o flutuador percorrer a distância entre as duas cordas esticadas. No caso estudado o flutuador levou 11,51 segundos para percorrer a distância de 10 metros de uma corda para outra, logo, a velocidade média calculada é 10m/11,51s = 0,87 m/s.
V – Em posse de todos os dados coletados in loco calculou-se a vazão do rio pela fórmula (Q = 0,8 x A x V). A vazão ou descarga (Q) é o produto da área da seção transversal (A) pela velocidade média do escoamento (V). O coeficiente redutor de 0,8 significa que a velocidade média do fluxo é, em média, 20% inferior do que a apresentada na superfície do espelho d´água. Como a área da seção mediu 5,80 metros quadrados, a vazão foi: Q = 0,8 x 5,80m² x 0,87 m/s = 4,03 m³/s 348.192 m3/dia.
9.2 Relatório fotográfico
	 (
L= 10m
) (
P03
) (
P02
) (
P04
) (
P01
)
Foto 01: Determinação da seção do corpo receptor.
Foto 03: Identificação das coordenadas geográficas dos pontos.
	
Foto 02: Verificação da profundidade.
 Foto 03: Lançamento da garrafa.
	
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Josiane Coutinho Vilhena
Engª Sanitarista – CEAR / SUSIPE
CREA –1516712137
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