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Profª. Luciana S N Faria Especialista em Fisiologia do exercício Mestre em Nutrição Humana Aplicada Doutora em Ciências dos alimentos Nutrição no esporte Nutrição na atividade física Bioenergética OXIGÊNIO (O2) O2 + C6H12O6 MOLÉCULAS ORGÂNICAS (C6H12O6) RESPIRAÇÃO ALIMENTOS RESPIRAÇÃO DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) CO2 + H2O + Energia ÁGUA (H2O) ENERGIA PARA CRESCIMENTO, MOVIMENTO, ETC. MANUTENÇÃO DA DEMANDA ENERGÉTICA Para que a energia derivada da oxidação dos alimentos possa ser usada pelas células, ela deve estar sob a forma de ATP O que é ATP? ATP = Trifosfato de adenosina, adenosina trifosfato É uma nucleotídeo responsável pelo armazenamento de energia em suas ligações químicas: -Adenosina -Base nitrogenada -3 radicais fosfatos Estima-se que o corpo humano adulto produza cerca de 80 quilos de moléculas de ATP a cada 24 horas, porém consumindo outros tantos no mesmo período. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:ATP_chemical_structure.png http://pt.wikipedia.org/wiki/Nucleot%C3%ADdeo De onde vem o ATP ? Macronutrientes Carboidratos Proteínas Gorduras glicose ácidos graxos aminoácidos ATP funciona como um intermediário nos processos de transferência de energia entre os nutrientes e os processos celulares. Se um fosfato é removido (Hidrólise) a energia livre é de aproximadamente 7,3kcal/mol ATP A quebra de ATP é um processo que ocorre com ou sem a presença de oxigênio. Quantidade armazenadas nas células é muito pequena ATP deve ser regenerado a partir de produtos imediatos de sua quebra, ADP e fosfato ATP ADP Corpo está em momento de produção tem energia suficiente em estoque. Molécula de ATP foi quebrada, já utilizou todo ATP disponível. ATP/ADP ESTOQUES DE ENERGIA NO CORPO CARBOIDRATOS GRAMAS KCAL GLICOGÊNIO HEPÁTICO 110 g 440 kcal GLICOGÊNIO MUSCULAR 250 g 1000 kcal GLICOSE NOS FLUÍDOS 15 g 60 kcal TOTAL 375 g 1500 kcal LIPÍDEOS SUBCUTÂNEO 7800 g 70980 kcal INTRAMUSCULAR 161 g 1465 kcal TOTAL 7961 g 72445 kcal GLICOGÊNIO FÍGADO MÚSCULO Função: Manter a glicemia durante o repouso e o exercício. (O fígado é responsável em liberar glicose na corrente sanguínea à proporção que ela é retirada do sangue pelos diversos tecidos.) Utilizado como fonte energética local, não liberando glicose na circulação. ALGUNS CONCEITOS Metabolismo – todas as reações orgânicas Catabolismo – etapa metabólica de redução, diminuição do tamanho celular Anabolismo – etapa metabólica de ganho, aumento do tamanho celular ALGUNS CONCEITOS • Metabolismo – todas as reações orgânicas, dividido em FASE GLICOLÍTICA – relacionado a depleção de carboidratos com baixos valores de O2 FASE OXIDATIVA – relacionado a respiração mitocondrial e oxidação de carboidrato, gorduras e aminoácidos SISTEMA ANAERÓBIO – SISTEMA GLICOLÍTICO METABOLISMO DA GLICOSE Glicólise – Degradação de glicose por processo aeróbio ou anaeróbio Glicogênese – processo onde o glicogênio é sintetizado por glicose podendo ser estocado no fígado e músculo Glicogenólise – processo pelo qual o glicogênio é degradado em glicose-6-fosfato para ser utilizado pelo músculo Gliconeogênese – formação de glicose a partir de outros substratos (ex. aa) GLUCAGON ADRENALINA GLICOGENÓLISE GLICÓLISE GLICONEOGÊNESE Glicogênio Glicose 6-fosfato Piruvato Glicose sanguínea Glicogênio Glicose 6-fosfato Piruvato SISTEMA ATP – CP SISTEMA GLICOLÍTICO SISTEMA OXIDATIVO ALÁCTICO LÁCTICO IMEDIATO ANAERÓBIO OXIDATIVO Potência kcal/min 36 16 10 Capacidade kcal disponíveis 11 15 167.280 Fator limitante Rápido esgotamento de reservas Acidose induzida por ácido lático Capacidade de transporte e utilização de O2 IMEDIATO ANAERÓBIO OXIDATIVO Tipo de atividade Potência Velocidade Endurance Duração do esforço 0-30s 30s-2min >2min Evento esportivo Sprints, lançamentos, saltos Corrida 400m, nado 100m livres Corrida 5-10km, maratona Velocidade Imediato Rápido Lento e prolongado Substrato ATP/CP Glicose, glicogênio Glicogênio muscular e hepático e glicose, lipídio e aminoácidos Presença de O2 Não Não Sim IMEDIATO/ FOSFAGÊNICO ATP/CP ANAERÓBIO Glicose/ glicogênio (muscular) OXIDATIVO/AERÓBIO Glicose/ glicogênio (muscular e hepático), ácidos graxos e aminoácidos Existem basicamente três processos distintos, mas integrados, que operam no processo de regeneração do ATP que, conjuntamente, impedem que sua concentração tecidual diminua acentualmente durante o exercício físico intenso MANUTENÇÃO DA DEMANDA ENERGÉTICA SISTEMA ATP-CP – SISTEMA IMEDIATO SISTEMA ATP-CP - SISTEMA IMEDIATO Também conhecido como sistema energético do fosfagênio Proporciona potência máxima por um período de 8 a 10 segundos Características: Transferência de energia da molécula de CP para ADP formando ATP Corrida de 100 metros Exercícios de alta intensidade e curta duração ) Síntese de creatina a partir da arginina (Mendes e Tirapegui, 2002) Concentrações de Creatina em alimentos considerados fonte (g/kg) Arenque 6,5-10,0 Carne suína 5,0 Carne bovina 4,5 Salmão 4,5 Atum 4,0 Bacalhau 4,0 FONTES DE CREATINA FONTE DE ENERGIA IMEDIATA - CP Considerado “reservatório” de fosfato de alta energia - Quantidade de CP é 4-6x maior que a do ATP Esportes de curta duração e alta intensidade Exemplos: levantamento de peso (10/15 seg) corrida de 100m (10 seg) Futebol FORNECIMENTO IMEDIATO E RÁPIDO DE E(< 20 segundos) SISTEMA ATP – CP 0- 1, 3 0- 2, 6 0- 5 0- 10 10 -2 0 20 -3 0 0 2 4 6 8 10 Pcr Glicólise Duração do Estímulo A T P m m o l/ k g m ú s c u lo Adaptado de GREENHAFF, 1995 FONTE RÁPIDA DE ENERGIA Taxa de produção de ATP pela Pcr e glicólise durante contração máxima no músculo esquelético SISTEMA GLICOLÍTICO Predominância: ~10s a 2min (início do exercício) Características: degradação de glicose e geração de ATP na própria via glicolítica (produção de 2ATP) Alta intensidade/ Duração moderada É a segunda via metabólica capaz de produzir ATP rapidamente , sem o envolvimento de oxigênio. SISTEMA ANAERÓBIO – SISTEMA GLICOLÍTICO METABOLISMO ANAERÓBIO GLICOSE ÁCIDO ÁCIDO PIRÚVICO LÁCTICO CONTRAÇÃO MUSCULAR 2 ATP/ MOL GLICOSE EXERCÍCIOS ANAERÓBIOS LÁCTICOS ALTA INTENSIDADE DURAÇÃO MODERADA SUBSTRATO UTILIZADO: CARBOIDRATOS Ácido Pirúvico Acetil Coenzima A Ciclo de Krebs Glicose METABOLISMO ANAERÓBIO Lactato Glicólise Anaeróbia / Sist. Ác. Lático Energia a Curto Prazo (1 a 2 min) • Exemplos: 400m corrida (48 seg) 100m natação (54 seg) Musculação • Ressintetizar os fosfatos de alta E rapidamente SISTEMA GLICOLÍTICO PIRUVATO LACTATO LACTATO DESIDROGENASE (LDH) OXALOACETATO ACETIL CoA PIRUVATO CARBOXILASE (PC) PIRUVATO DESIDROGENASE (PDH) CO2 CO2 NADH+H+ NAD+ NAD+ NADH+H+ GLICÓLISE – Destinos do Piruvato PIRUVATO LACTATO pH NADH NAD GLICOGÊNIO PFK GLICÓLISE – Destinos do Piruvato Hargreaves, 1996 SISTEMA OXIDATIVO Ciclo de KREBS/ ÁCIDO CÍTRICO/ ÁCIDOS TRICARBOXÍLICOS Função Central: Oxidação do Acetil CoA a CO2 e H2O Localização celular: matriz mitocondrial Acetil CoA: derivado do metabolismo dos aminoácidos, ácidos graxos e carboidratos Ciclo de Krebs: 2/3 do consumo total de O2 e produção de ATP Ácido Pirúvico Acetil Coenzima A Ciclode Krebs Glicose METABOLISMO AERÓBIO Gordura Proteína http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7f/Ciclo_de_Krebs.svg EXERCÍCIOS AERÓBIOS INTENSIDADE MODERADA LONGA DURAÇÃO ACETIL Co-A CICLO DE KREBS CADEIA RESPIRATÓRIA CONTRAÇÃO MUSCULAR ATP H2O (36 / MOL GLICOSE) O2 CO2 SISTEMA DE TRANSPORTE DE OXIGÊNIO METABOLISMO AERÓBIO GLICOSE ÁCIDO ÁCIDO PIRÚVICO LÁCTICO GLICOGÊNIO LIPASE ÁCIDOS GRAXOS SUBSTRATOS UTILIZADOS: CARBOIDRATOS e ÁCIDOS GRAXOS SISTEMA OXIDATIVO Energia a longo prazo: > alguns minutos • Processo AERÓBIO que ocorre dentro das mitocôndrias; • Os músculos precisam de um suprimento estável de E p/ produzir força durante a atividade de longa duração. • Exemplos: Maratona, endurance Ciclismo, triathlon SISTEMA OXIDATIVO PIRUVATO ACETIL CoA PIRUVATO DESIDROGENASE NAD+ NADH + H+ CoA CO2 MAPA METABÓLICO β- Oxidação MANUTENÇÃO DA DEMANDA ENERGÉTICA TREINO INTERVALADO???? VOLEI, MUSCULAÇÃO... RESUMO PRODUÇÃO DE ENERGIA VIA ANAERÓBIA VIA AERÓBIA Não necessita O2 Necessita O2 Citoplasma/Citosol Mitocôndrias Sistemas: ATP/CP e glicólise anaeróbia Sistemas: glicólise aeróbia e oxidação de lipídios Substratos: CP e glicose Substratos: glicose, AGL e aa Produto final: Piruvato/ Lactato Produto final: CO2 e H2O Fibras CR (Tipo II) Fibras CL (Tipo I) Fadiga rápida Fadiga lenta INTENSIDADE DO EXERCÍCIO TEMPO % ANAERÓBIA % AERÓBIA 10s 90 10 60s 70 30 5’ 30 70 30’ 5 95 60’ 2 98 120’ 1 99 CONTRIBUIÇÕES NO METABOLISMO PARA O TRABALHO COM DURAÇÃO VARIADA Burke & Maughan, 2004 Intensidade e duração do exercício Tipo de composição de fibra muscular Dieta e alimentação durante os exercícios Treinamento