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238 Unidade II Unidade II 5 ASPECTOS ORGANIZACIONAIS DE UAN OU SA Para montar um serviço de alimentação (SA) ou uma unidade de alimentação e nutrição (UAN), não basta a preocupação com as instalações físicas. O homem é o elemento-chave de qualquer organização, sendo imprescindível, portanto, que a empresa tenha mão de obra capaz de atender aos seus objetivos com o melhor desempenho possível. A estrutura organizacional ou administrativa permite à empresa organizar-se para atingir seus objetivos, repartindo racionalmente o trabalho. Entretanto, não basta dividir o trabalho. É preciso estabelecer as relações de comando e subordinação e definir as funções que serão executadas pelos membros da equipe de trabalho. 5.1 Estrutura organizacional (organograma) O organograma é a representação fiel, objetiva e clara da estrutura funcional da organização, que demonstra a estrutura hierárquica e seus níveis, os órgãos competentes da estrutura organizacional e os canais de comunicação entre os setores ou órgãos. Define-se organograma como a representação das relações formais que ocorrem dentro da organização por meio das linhas de responsabilidade e autoridade. As relações de autoridade são representadas de diversas formas. Área de atuação Responsabilidade Cargo Níveis hierárquicos Autoridade Figura 150 – Posicionamento do cargo no organograma A autoridade de linha é o organograma mais utilizado, também chamado de clássico, e representa o poder direto do chefe imediato em relação aos subordinados, ou seja, o direito de mandar e a faculdade 239 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO de delegar, em parte, o poder, com base na unidade de comando. Esse tipo de estrutura apresenta como principais vantagens a liderança hierárquica, o favorecimento da disciplina e o baixo custo administrativo. Por sua vez, como um tipo de estrutura em que a atividade emana de um único chefe, dá margem à valorização excessiva. A centralização do comando possibilita também a implantação de uma liderança autocrática, o que dificulta a cooperação dos subordinados. Por outro lado, a sobrecarga de trabalho do chefe pode ocasionar retardamento na tomada de decisões importantes, ou precipitar soluções, por conta de uma possível análise superficial dos problemas. Sommelier Chefe de fila Graçom/garçonete Cumim Barman Graçom/garçonete Ajudante de bar Gerente de alimentos e bebidas Maître executivo Maître (de restaurante) Figura 151 – Organograma autoridade de linha A estrutura funcional resulta da necessidade de divisão do trabalho e desenvolvimento das especializações. Nela, o supervisor dispõe da autoridade sobre os subordinados, decorrente de uma especialização. Os órgãos de execução assistidos por especialistas nas suas respectivas áreas geram multiplicidade de comando, principal característica da estrutura funcional. As vantagens são possibilitar a manutenção da produtividade e do padrão de qualidade do produto ou serviço; trabalho de uma mão de obra especializada; comunicações rápidas e menos distorcidas, por serem feitas diretamente. Já as desvantagens são a ocorrência de quebra de disciplina, ocasionada pela tendência dos subordinados de aproveitar os menores conflitos de jurisdição para justificar a inércia ou desinteresse pelo trabalho; e a duplicidade do comando, que leva à omissão do chefe quanto à iniciativa de apurar responsabilidades e aplicar punições. 240 Unidade II Gerência de recursos humanos Gerência financeira Gerência de marketing Gerência de produção Diretoria geral Figura 152 – Departamentalização por funções A autoridade de assessoria (tipo linha-staff) é a autoridade técnica de aconselhamento, para pesquisas, levantamentos e trabalhos específicos de orientação técnica. Suas características são: assessorar o superior hierárquico, não interferir diretamente na linha e não dar ordens a níveis inferiores. A autoridade tipo comitê é a espécie de organização em que a autoridade deliberativa é exercida por um conselho, constituído de membros diretores. Sua principal característica é a pluralidade de diretores, que entre si dividem responsabilidades. Gerência da divisão química Gerência da divisão têxtil Diretoria geral Gerência da divisão farmacêutica Figura 153 – Departamentalização por produto Há outros tipos de representações de organogramas: em setores sob a forma de círculos concêntricos, responsáveis pela representação dos diversos níveis hierárquicos, que diminuem à medida que o órgão se aproxima da periferia; em barras, nos quais os órgãos ou as unidades administrativas são configuradas por retângulos horizontais, que se iniciam na mesma posição à esquerda e se prolongam para a direita. Esse prolongamento, em maior ou menor amplitude, é o que define a hierarquia do órgão, mais avançado para a direita se encontra o retângulo que representa. O funcionograma demonstra as atividades e funções, respeitando a estrutura delineada pelo organograma. Projeto 1 ComunicaçãoEngenharia Secretaria Adm/produção Acessoria Adm/financeira Projeto 2 Projeto 3 Gerente geral Figura 154 – Departamentalização matricial 241 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Saiba mais Você pode pesquisar a estrutura funcional de alguma organização e até montar um organograma que a represente utilizando o aplicativo Lucidchart, em: ORGANOGRAMA ONLINE. Lucidchart, 2021. Disponível em: https:// www.lucidchart.com/pages/pt/exemplos/organograma-online. Acesso em: 2 dez. 2020. 5.2 Liderança Cada vez mais se discute o papel da liderança na busca da excelência pelas organizações, sejam elas de qualquer ramo de negócio, inclusive o de alimentação e nutrição. Dessa forma, o profissional que trabalha ou pretende trabalhar nessa área, seja ele nutricionista, técnico em nutrição e dietética ou outro profissional, deve desenvolver e aperfeiçoar não só suas competências técnicas e intelectuais, mas também todas as outras que terão impacto no seu desenvolvimento profissional, ou seja, as competências organizacionais e metódicas, comunicativas, sociais e comportamentais. Assim ele conseguirá alinhar sua missão, visão e valores às da organização ou até mesmo influenciá-la a atingir níveis mais altos de eficiência e eficácia, exercendo seu papel de líder. Muitos são os conceitos de liderança, mas há um consenso de que ela representa a capacidade de agrupar pessoas em torno de princípios comuns, exercendo uma comunicação participativa e interativa, ou seja, a liderança que faz o mundo andar. O conceito de liderança engloba a capacidade dos indivíduos comoverem, inspirarem e mobilizarem pessoas ou grupos, de forma a caminharem juntos na busca de um objetivo comum. Os líderes transformam em objetivos próprios as emoções incipientes das pessoas, aproveitam as oportunidades de seu tempo, esperanças, medos, frustrações, crises e potencialidades. São bem-sucedidos quando os fatos preparam o caminho, quando a comunidade está esperando para ser mobilizada, quando podem oferecer ideias esclarecedoras, organizativas e motivadoras. Trabalhe em equipe Aprenda Ensine Apoie Desafie Escute Vá ver você mesmo SustentadoResultados e desempenho Figura 155 – Sete práticas para liderar com respeito A liderança pessoal é um dos pontos essenciais da liderança. Sob a ótica da dimensão pessoal, existem cinco áreas de aprendizado e desenvolvimento: social, espiritual, intelectual, emocional e física. Para um líder se tornar eficaz, ele deve, na dimensão pessoal, desenvolver essas cinco áreas, de maneira integrada com os seus papéis. 242 Unidade II Gerentes são pessoas que possuem cargos de poder e não necessariamente são líderes. Portanto, a liderança não depende da posição hierárquica ocupada na organização. Ela pode ser exercida por qualquer membro da equipe e não necessariamente pelos chefes, gerentes, por exemplo. Ser líder é dar o poder e as ferramentas necessários para que as pessoaspossam atingir as metas almejadas. Todos nós podemos ser líderes, em nosso trabalho, na igreja, na escola de nossos filhos, em nossa família, num grupo de amigos e, inclusive, em nossa vida pessoal. A regra primordial é despertar internamente o potencial de liderança de cada um, sendo que os estilos de liderança podem variar de acordo com a situação. A liderança servidora é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente, visando atingir os objetivos identificados ao bem comum. O trabalho do líder envolve mais do que determinação. É preciso ter visão, comprometimento, comunicação clara (feedback), integridade, realidade e intuição. O líder é antes de tudo um visionário, pois se permite prospectar o futuro e se compromete a realizá-lo. O comprometimento gera responsabilidade, poder e confiança, fazendo com que as metas estabelecidas possam ser atingidas. Lembrete Gerentes são pessoas que possuem cargos de poder e não necessariamente são líderes. A liderança não depende da posição hierárquica ocupada na organização, ela pode ser exercida por qualquer membro da equipe e não necessariamente pelos chefes. É importante a utilização de ferramentas e metodologias específicas para auxiliar no dimensionamento das características pessoais que envolvem o estilo de liderança, permitindo que sejam trabalhadas ao longo do desenvolvimento pessoal e profissional de um indivíduo. Quadro 27 – Estilos de liderança Autocrático Democrático Laissez-faire (tolerante ou “liberal”) Estabelece planos e metas individualmente Envolve seus subordinados para determinar os planos e metas Os subordinados são livres para estabelecer seus próprios planos e metas Engaja-se em apenas um objetivo por vez e sua comunicação é fechada Engaja-se em pelo menos dois objetivos para agir e tem comunicação aberta Não se engaja a nenhum objetivo e a comunicação é superficial Discussão controlada com os subordinados Facilita a discussão e a troca de ideias Evita discussão com subordinados Estabelece políticas e procedimentos unilateralmente Solicita opiniões para estabelecimento de políticas e procedimentos Os subordinados estabelecem as políticas e procedimentos Dominante na interação Focado em interagir Evita interação Personalidade direta e direcionada a tarefas Personalidade aberta a discussões e opiniões Dá opiniões somente quando questionado 243 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Autocrático Democrático Laissez-faire (tolerante ou “liberal”) Sempre dá feedbacks negativos Sempre dá feedbacks positivos Não dá nenhum tipo de feedback Recompensa a obediência e pune os erros Recompensa por um bom trabalho e pune como última alternativa Nunca oferece recompensa ou punição Baixa habilidade em ouvir Alta habilidade em ouvir Não ouve nada Usa conflitos para ganho pessoal Media conflitos para ganho do grupo Não participa de conflitos Adaptado de: Senac (2007, p. 24); Davies (2010, p. 64-65). Subordinados Subordinados Subordinados Líder Líder Líder Estilo autocrático Estilo democrático Estilo liberal Ênfase no líder Ênfase no líder e nos subordinados Ênfase nos subordinados Figura 156 – Diferentes ênfases decorrentes dos três estilos de liderança Para ser um líder: • É necessário desenvolver atitudes e habilidades que auxiliem na condução de um grupo de pessoas, buscando tomar decisões e ações acertadas, tendo em mente objetivos orientados para resultados. Para tanto, uma inteligência privilegiada não basta. • É necessária a combinação com outras qualidades pessoais, como espírito democrático e ter gosto em trabalhar com as pessoas, pois ele terá de agir de uma forma natural e espontânea; devendo ter caráter, carisma e muita paciência para ouvir e compreender os problemas das pessoas e da empresa. • Deverá ser flexível de modo a estar acessível a todos e saber lidar com as diferentes personalidades e estereótipos. • Como o líder é o agente facilitador da organização, é muito importante que ele conheça o que tem de ser feito, para quando e as maneiras de fazê-lo, inspirando, assim, confiança e competência técnica. • Deverá também ter ciência das habilidades e dificuldades das pessoas com quem tem envolvimento. 244 Unidade II O líder deve ser imparcial e ter muita maturidade, pois lida com pessoas, e todos esperam ser tratados com dignidade e respeito. Quadro 28 – Competências de liderança Grupo Competência Competências emocionais (EQ) — Motivação — Conscienciosidade — Sensibilidade — Influência — Autoconsciência — Resiliência emocional — Intuitividade Competências gerenciais (MQ) — Gestão de recursos — Comunicação engajadora — Desenvolvimento — Capacitação — Alcance Competências intelectuais (IQ) — Perspectiva estratégica — Visão e imaginação — Análise crítica e julgamento Fonte: Gonçalves; Mota (2011, p. 407). A utilização de ferramentas de liderança é um meio para se poder alcançar a eficiência no desenvolvimento dos grupos. Um líder deve conduzir seu grupo de acordo com o estágio de vida e maturidade dos seus liderados. A liderança situacional compreende a utilização de diferentes estilos de liderança para cada situação. Os estágios da liderança situacional são: • direção; • apoio; • treinamento; • delegação. A maturidade dos liderados ascende conforme os estágios de direção à delegação. 245 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (A po io ) Co m po rt am en to de re la ci on am en to (A lto ) (Alto)(Baixo) Comportamento de tarefa (direção) Esta pessoa é capaz (tem o conhecimento necessário) Esta pessoa está disposta (possui a confiança em si mesma) Capacidade Disposição Maturidade de trabalho Maturidade psicológica Maturidade dos subordinados Pouca 1 Raramente 1 Alguma 2 Ocasionalmente 2 Bastante 3 Frequentemente 3 Muita 4 Geralmente 4 Explicar suas Explicar suas decisões e oferecer decisões e oferecer oportunidades de oportunidades de esclarecimentoesclarecimento Trocar ideias e Trocar ideias e facilitar a tomada facilitar a tomada de decisãode decisão Fornecer Fornecer instruções instruções específicas e específicas e supervisionar supervisionar estritamente o estritamente o seu cumprimentoseu cumprimento Transferir a Transferir a responsabilidade responsabilidade das decisões e da das decisões e da execuçãoexecução Figura 157 – Definição da maturidade e dos estilos de liderança situacional A liderança situacional propõem quatro estilos de liderança: determinar (E1), persuadir (E2), compartilhar (E3) e delegar (E4), os quais são uma combinação de comportamento de tarefa e de relacionamento, bem como do comportamento do líder e do nível de desenvolvimento do subordinado. Comportamento de tarefa é a dimensão na qual o líder empenha-se em explicar o papel do indivíduo ou grupo, dizendo o que, quando, onde e como fazer a tarefa. Já o comportamento de relacionamento é a dimensão na qual o líder empenha-se em comunicações bilaterais, ouvindo os colaboradores e apoiando-os. Observa-se que o estilo de liderança apropriado para determinado nível de maturidade é indicado por uma curva em forma de sino. Essa curva é denominada curva prescritiva porque indica o estilo de liderança apropriado, diretamente acima do nível de maturidade correspondente. A maturidade dos liderados é apresentada dentro de um contínuo (imaturo/maduro) em quatro níveis: baixo (M1), baixo a moderado (M2), moderado a alto (M3) e alto (M4). Dessa forma, não existe 246 Unidade II um único modo melhor de influenciar as pessoas. O estilo de liderança que uma pessoa deve adotar com indivíduos ou grupos depende do nível de maturidade das pessoas que o líder deseja influenciar. O estilo de liderança determinar (E1) é apropriado para pessoas com nível de maturidade baixo (M1); geralmente essas pessoas não possuem capacidade e nem disposição para assumirem responsabilidade de fazer algo. O líderassume um estilo diretivo, em que a orientação é clara, específica e a supervisão rigorosa; define as atividades que as pessoas devem fazer, como, quando e onde devem executá-las. Esse estilo envolve um comportamento alto de tarefa e baixo de relacionamento. Para pessoas que não têm capacidade, mas sentem disposição em assumir a responsabilidade de uma determinada tarefa, ou seja, com nível de maturidade entre baixo a moderado (M2), o estilo de liderança correspondente é o persuadir (E2). Nesse estilo, apesar de o líder assumir um comportamento diretivo, ele procura ao mesmo tempo apoiar e reforçar a disposição do liderado; por meio de explicações e comunicação bilateral, ele tenta convencer o liderado a adotar o comportamento desejado. Frequentemente o liderado segue adiante se ele compreender a razão da decisão tomada pelo líder e se ele oferecer algum auxílio e direção. Esse estilo implica um comportamento alto tanto para tarefa como para o relacionamento. As pessoas com nível de maturidade entre moderado a alto (M3) têm capacidade, entretanto, não possuem disposição para realizar o que o líder deseja. Assim, o líder precisa apoiar os esforços do liderado, para ele poder utilizar a capacidade que já possui. O estilo compartilhar (E3) é o mais apropriado para esse nível de maturidade, é um estilo participativo, de apoio e não diretivo, ou seja, líder e liderado participam juntos do processo de tomada de decisão. Esse estilo envolve um comportamento alto de relacionamento e baixo de tarefa. Para liderado que tem capacidade e disposição para assumir responsabilidades, ou seja, nível de maturidade alto (M4), o estilo de liderança delegar (E4) é o mais eficaz. O líder pode ainda identificar o problema, mas cabe ao liderado a responsabilidade de desenvolver alternativas para solucioná-lo; ele decide como, quando e onde fazer as coisas. Esse estilo implica um comportamento baixo tanto para tarefa como para relacionamento. Quadro 29 – Níveis de maturidade dos subordinados e estilos de liderança requeridos Nível de maturidade Estilo de liderança M1: maturidade baixa: pessoas sem capacidade e sem disposição E1: determinar: para pessoas que não têm capacidade nem vontade de assumir a responsabilidade de fazer os padrões M2: maturidade entre baixa e moderada: pessoas sem capacidade, mas com disposição E2: persuadir: é o estilo a ser adotado para pessoas que sentem disposição, mas não têm capacidade M3: maturidade entre moderada e alta: pessoas com capacidade, mas sem disposição E3: compartilhar: para maturidade entre alta e moderada: as pessoas nesse nível de maturidade têm capacidade, mas não estão dispostas a elaborar os padrões M4: maturidade alta: pessoas com capacidade e com disposição E4: delegar: as pessoas nesse nível de maturidade têm capacidade e disposição para a elaboração de padrões Fonte: Gonçalves e Mota (2011, p. 410). 247 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Para determinar o estilo de liderança adequado numa situação, o líder necessita: identificar a área de atividade de um indivíduo ou grupo que deseja influenciar; determinar o nível de maturidade do indivíduo ou grupo e decidir qual dos quatro estilos propostos no modelo é apropriado, na área determinada, para aquele indivíduo ou grupo. Orientações para aplicação do modelo de liderança situacional: • Determine o que você quer realizar por meio do liderado (qual é a tarefa ou meta?). • Determine o nível de maturidade do liderado ou grupo que é relevante para a tarefa. Maturidade é motivação (o indivíduo ou grupo é capaz de fixar metas elevadas, mas realísticas?), responsabilidade (disposição e capacidade para assumir responsabilidade?) e educação/ experiência (o indivíduo ou grupo tem educação e/ou experiência necessárias para realizar a tarefa?). Marque o nível de maturidade do liderado ou grupo (M1, M2, M3 ou M4). • Desenhe uma linha ascendente do nível de maturidade até a curva do estilo de liderança. O ponto aonde a linha chegar é o estilo de liderança mais efetivo que é apropriado para o liderado ou grupo (E1, E2, E3 ou E4). Dê para o liderado ou grupo a combinação apropriada de comportamento de tarefa e comportamento de relacionamento. Quando o líder deseja aumentar o nível de maturidade do liderado em relação a uma determinada tarefa, ele lança mão do ciclo de desenvolvimento. Esse ciclo tem início quando o líder faz o diagnóstico do nível de maturidade do liderado, em seguida ele traça e implementa um plano para incrementar o nível de maturidade desse liderado. Esse é um ciclo de crescimento. Para tanto há necessidade de investimentos que vão além do treinamento e da capacitação, chegando aos limites da formação e da transformação. Por outro lado, quando o nível de maturidade do liderado em relação a uma determinada tarefa começa a regredir, o líder deve utilizar o ciclo de regressão. Nesse ciclo, ele adota um estilo de liderança adequado ao nível atual de maturidade, em lugar do estilo que era eficaz quando o indivíduo ou grupo estava em nível de maturidade mais elevado. Os liderados são de importância vital em qualquer situação, independente do setor ao qual pertencem, do cargo que ocupam, da função que exercem ou do salário que ganham, não só porque individualmente aceitam ou rejeitam o líder, mas porque como grupo efetivamente determinam o poder pessoal que o líder possa ter. O líder não pode menosprezar o papel do pessoal auxiliar-liderado no contexto organizacional; pelo contrário, ele deve valorizar e compreender que os integrantes da equipe possuem necessidades e expectativas pessoais e profissionais. Conhecer essas necessidades e expectativas é um aspecto fundamental para a eficácia do processo de liderar. Exemplo de aplicação Observam-se muitos nutricionistas e outros profissionais, que têm mudado suas carreiras ou suas áreas de atuação, ou mesmo dado melhor direcionamento ao foco de trabalho, criando seu próprio posto 248 Unidade II de trabalho, exercendo sua liderança, principalmente a pessoal. Dessa forma, eles acabam assumindo características empreendedoras, tornando-se agentes transformadores de suas realidades, saindo da esfera de trabalho na qual a posição (poder), a permissão e os resultados são os fatores mais importantes (paradigma surgido na época da Revolução Industrial), para a esfera da era do conhecimento, na qual você é respeitado pelo que é e pelo que representa para a comunidade. Procure aplicar os conceitos abordados em todas as esferas da sua vida. A transformação das nossas atitudes é a ação mais purificadora, pois tranquiliza a alma e nos torna indivíduos melhores, líderes de nós mesmos e do mundo. Instintivos ainda, mas não bárbaros, sedentos somente por bens materiais, e sim homens e mulheres que buscam resgatar a beleza da alma. Não esqueça... a transformação tem que ocorrer de dentro para fora. E isso tem reflexo direto em todas as pessoas que estão a nossa volta. Sem clareza quanto ao sentido de liderança, as pessoas não podem desenvolver as habilidades corretas. Às vezes, a pessoa errada é promovida, passando a gerenciar as mudanças sem oferecer liderança. Gerenciam pessoas sem inspirá-las a lidar com circunstâncias difíceis. Em muitas organizações, inclusive as do setor alimentício, são detectadas, comumente, as seguintes disfunções: • Os colaboradores que não exercem cargos de chefia consideram que existe pouco espaço para crescimento profissional. • O desdobramento das diretrizes é realizado de forma autoritária, em que a melhoria é domínio exclusivo da direção. • Os objetivos e as estratégias são desdobrados num processo de direção única, de cima para baixo, não havendo garantias de que esses objetivos venham a ser alcançados ou que eles aperfeiçoarão o resultado global da organização, incluindo as pessoas. O capital humano não é valorizado, dando-se ênfase somente aos recursos materiais. • Há baixo conhecimento do propósito da organização por partedos colaboradores. Não existe alinhamento da alta administração com os liderados, ou seja, os colaboradores não conhecem a missão, a visão e os valores da organização. Essa situação gera conflitos interpessoais e falta de motivação no trabalho. • A liderança é despreparada, por não haver alinhamento entre a liderança pessoal e organizacional. • Existe uma tendência natural ao estilo de liderança laissez-faire (tolerante), o que se reflete na liberalidade da sua atuação, ou seja, “deixa rolar e vemos depois”. O equilíbrio dos estilos de liderança, ou seja, um “mix” dos três possíveis (laissez-faire – tolerante, autocrático e democrático) é bastante saudável para a organização e para o próprio indivíduo. 249 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO • Os conflitos operacionais entre as áreas por falta de esclarecimento de papéis, rotinas de trabalho e a relação de autoridade e responsabilidade. Saiba mais A seguir encontra-se uma relação de filmes que trazem características ligadas à liderança e que podem ser usados em treinamentos, palestras, reuniões, entre outros encontros com grupos, já que todos trabalham os principais elementos da liderança e do trabalho em equipe: A FUGA das galinhas. Direção: Peter Lord; Nick Park. EUA; Reino Unido: Aardman Animations; DreamWorks Animation, 2000. 84 min. VIDA de inseto. Direção: John Lasseter. EUA: Pixar Animation Studios; Walt Disney Pictures, 1998. 96 min. Exemplo de aplicação Assista aos filmes e faça um exercício de exploração das cenas, estabelecendo relações com o que foi estudado até aqui. Considerando o filme A fuga das galinhas: a galinha Ginger é um ótimo exemplo de um líder que inspira, motiva e mobiliza todos para atingir objetivos comuns. No comportamento dela, observam- se importantes características de um líder: visão de futuro, planejamento estratégico, criatividade, delegação e facilidade de utilizar a liderança situacional com a sua equipe, ora adotando um estilo, ora outro. Considerando o filme Vida de inseto: é possível ver como o trabalho em equipe ativa a criatividade, de forma que as habilidades pessoais tornam-se complementares, viabilizando o alcance de resultados melhores do que aqueles obtidos individualmente. O filme resgata os conceitos de integração, percepção, mudanças, motivação, colaboração, organização e planejamento. 5.3 Identificação dos perfis comportamentais Atualmente, atrair e reter talentos nas organizações têm sido alvo de estudos constantes, de forma que a sua importância se tornou inquestionável. Assim, identificar e ampliar o conhecimento sobre os seus colaboradores, de forma a colocar o profissional certo no lugar certo garantindo mais produtividade e qualidade, tem levado um número cada vez mais expressivo de organizações a adotarem instrumentos de indicação de comportamento. 250 Unidade II William Moulton Marston foi quem mais desenvolveu a linguagem Disc. Sua principal criação foi o detector de mentiras. Em 1928, publicou Emotions of Normal People, no qual descreveu a teoria usada atualmente. A partir das ideias de Marston, outros estudiosos contribuíram para o seu desenvolvimento e passaram a aplicá-la ao ambiente profissional. Disc é a junção das primeiras letras dos quatro perfis existentes em uma pessoa: dominância (dominance), influência (influence), estabilidade (stability, steadiness), conformidade (conformity, conscientiousness). Marston percebeu que as pessoas se comportam dentro de dois eixos, tendendo a ser mais ativas ou passivas, conforme veem o meio, podendo este ser interpretado como mais antagônico ou favorável. Formando os eixos um ângulo reto, quatro quadrantes foram formados e derivaram quatro padrões de comportamento: dominante (D), influente (I), estável (S) e conformista (C). A ferramenta Disc se refere ao perfil comportamental e mede o comportamento dos indivíduos em seu ambiente de trabalho. A importância da utilização dessa ferramenta está baseada principalmente em processos motivacionais e diversidade. A motivação é algo intrínseco, dessa forma, o papel do líder é criar um ambiente propício para motivação que é favorecido a partir do momento em que o líder aprende a lidar com as diferenças individuais, passando a ter uma facilidade muito maior para identificar as reais necessidades de seus liderados. A importância da diversidade é um dos assuntos mais discutidos na atualidade, entre vários benefícios, basicamente, a diversidade estimula a criatividade, proporciona um melhor entendimento entre as pessoas e auxilia a solucionar problemas nas empresas. Além dos dois fatores citados, outros aspectos contribuem fortemente para a utilização do perfil comportamental pelo líder, como: • identificar as características mais marcantes, pontos fortes e pontos a serem desenvolvidos pelos seus liderados, direcionando o tipo de trabalho mais adequado ao perfil, às suas habilidades e expectativas; • estimular e aprimorar os relacionamentos intrapessoais e interpessoais; • ampliar a capacidade de liderar; • criar equipes de trabalho mais produtivas e direcionadas; • propiciar o reconhecimento dos talentos individuais e a formação de uma verdadeira equipe, que será montada de forma heterogênea, garantindo uma maior capacidade de adaptação e consequentemente um melhor desempenho. Alguns comportamentos auxiliam a identificar cada perfil. 251 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Quadro 30 – Perfis comportamentais do Disc Perfil Características positivas Características limitantes Dominância (D) - Exigente - Líder - Pioneiro - Energético - Determinado - Competitivo - Responsável - Rápido - Superador - Corajoso - Assertivo - Tem iniciativa - Tem voz de comando - Independente - Foca em resultados - Autogerenciado - Dita ordens - Ser arrogante - Falar sem pensar - Criar medo nas pessoas - Não ser bom ouvinte - Ser impaciente - Ser multitarefa e não dar conta - Ser insensível às pessoas - Cometer muitos erros - Buscar resultados a qualquer custo - Ser centralizador - Não receber bem feedback - Ser intolerante - Ser prepotente - Ser orgulhoso - Ter competição destemida - Não aceitar interdependência Síntese D Palavras-chave: resultado, direto e decisivo Sob tensão: no desequilíbrio pode agir com falta de respeito ao outro e tornar-se um “trator” Principal necessidade: domínio da situação Não gosta de: falta de objetividade e ineficiência. Para incentivá-lo: dê liberdade de ação. Para conseguir o que quer: ele se pauta em seus resultados. Estímulo para executar tarefas: dê desafios Influência (I) - Entusiasmado - Otimista - Político - Eloquente - Persuasivo - Caloroso - Convincente - Atencioso - Confiável - Sociável - Humor - Envolvente - Comunicativo - Trabalha bem em equipe - Foco no prazer - Intuitivo (escuta seu coração) - Abandonar quando há conflito - Ser demasiadamente otimista - Ser indireto na comunicação - Ter problemas com o tempo - Ter dificuldade de finalizar - Ser desorganizado - Ter problemas na comunicação - Confiar demais nas pessoas - Falar sem pensar - Perder o foco com facilidade - Ser volúvel - Ser indisciplinado - Ser egocêntrico - Ser exagerado - Ser procrastinador - Ser muito adaptável 252 Unidade II Perfil Características positivas Características limitantes Síntese I Palavras-chave: entusiasmo, diversão e imagem Sob tensão: pode prometer o que não dá conta de entregar Principal necessidade: ser notado Não gosta de: rotinas e detalhes. Afasta-se com o desprestígio Para incentivá-lo: deixe-o ser notado e admirado Para conseguir o que quer: persuade usando habilidades sociais e novas ideias Estímulo para executar tarefas: deixe-o num ambiente extrovertido e animado, rodeado de pessoas de alto desempenho, não se esquecendo de monitorá-lo Estabilidade/ segurança (S) - Parte da equipe - Leal - Confiável - Paciente - Finalizador - Estável - Servidor - Planejador- Grande ouvinte - Calmo - Apaziguador - Metódico - Tolerante - Modesto - Sensível - Simpático - Gosta de ajudar as pessoas - Ser possessivo - Guardar rancor - Ser tolerante demais - Correr muito pouco risco - Não gostar de mudança - Ser passivo demais - Não ter muita ambição - Ser pouco expansível - Fazer uma coisa de cada vez - Ser lento - Ser temeroso - Ser indeciso - Ser procrastinador - Ser introvertido - Ser facilmente magoado Síntese S Palavras-chave: estabilidade, paciência e processos Sob tensão: no desequilíbrio pode apresentar medo de magoar Principal necessidade: associação (sentimento de pertencimento) Não gosta de: mudanças frequentes, impaciência e falta de harmonia. Para incentivá-lo: reconheça seu envolvimento e deixe transparecer sua confiança nele enquanto pessoa Para conseguir o que quer: procura se apresentar da melhor forma e no momento mais oportuno Estímulo para executar tarefas: dê apoio e o estimule a dar mais 253 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Perfil Características positivas Características limitantes Conformidade (C) - Alto padrão de qualidade - Cuidadoso - Finalizador - Sistemático - Pensa objetivamente - Preciso - Opinião equilibrada - Firme - Faz boas perguntas - Melhoria contínua - Especialista - Cuidadoso - Reservado - Habilidoso - Ponderado - Disciplinado - Um planejador mais estratégico - Requerer dados em demasia - Correr poucos riscos - Internalizar sentimentos - Ser muito duro consigo - Ser lento ao tomar decisões - Ser muito crítico - Ser perfeccionista - Ser arrogante quando contrariado - Ser inflexível - Ser pessimista - Ser vingativo - Ser inflexível - Ter tendência ao isolamento - Ser soberbo - Ser convencido - Ser teimoso Síntese C Palavras-chave: exatidão, correto e cuidadoso Sob tensão: no desequilíbrio pode se calar ou se retirar Principal necessidade: segurança Não gosta de: imprevistos e riscos Para incentivá-lo: ofereça segurança e garantias Para conseguir o que quer: aprofunda-se no conhecimento e especializa-se Estímulo para executar tarefas: deve ser constantemente estimulado a colocar em prática o que foi pensado e sempre receber reforços de aprovação Fonte: Moresco (2019, p. 8-11). A linguagem Disc é a porta de entrada da comunicação. Cabe salientar que a individualidade da pessoa é muito mais complexa do que essa linguagem. Em nenhum momento o objetivo de uso desse instrumento é manipular ou rotular uma pessoa. Não existe nenhum padrão comportamental melhor do que o outro. O ideal é o equilíbrio, por isso é recomendado que o seu estilo comportamental seja a combinação dos quatro fatores comportamentais. 5.4 Comunicação A gestão do conhecimento, o compartilhamento de informações e tecnologias é fundamental para os profissionais; a liderança, muito mais moderna, precisa atingir de forma objetiva tanto o público-alvo quanto seus colaboradores, fazendo com que os processos sejam mais rápidos, eficazes e adaptados; é a liderança agindo em todos os momentos para os diferentes públicos mobilizando talentos, e para isso, a comunicação é de fundamental importância, necessitando ser também direta e eficaz. A comunicação 254 Unidade II é extremamente importante e é capaz de determinar o sucesso ou o fracasso de uma organização. A comunicação é uma prioridade estratégica das empresas. A comunicação é o centro de todas as atividades e relacionamentos humanos. Literalmente, nada acontece sem que haja comunicação. Um grande número de problemas pode ser ligado a falta ou erros de comunicação, e esse problema detectado e reconhecido já é meio caminho andado para à solução da questão. A comunicação não está concluída até que haja compreensão e aceitação de todos os envolvidos, e sua finalidade é afetar comportamentos. Uma comunicação de qualidade, que atinja seus objetivos, precisa ser analisada a partir de seus elementos, que devem estar em sintonia. Os elementos da comunicação precisam estar bem relacionados em diferentes ambientes e situações, em consonância com o público ao qual se destina. Os elementos mais comuns da comunicação são: • o emissor: é a pessoa que tem algo, uma ideia, uma mensagem para transmitir ou que deseja comunicar; • o codificador: o tipo ou a forma que o emissor irá exteriorizar; • a mensagem: é a expressão da ideia que o emissor deseja comunicar; • o canal: é o meio pelo qual a mensagem será conduzida; • o decodificador: é o mecanismo responsável pela decifração da mensagem pelo receptor; • o receptor: o destinatário final da mensagem. Erros, ambiguidades, vocabulário impreciso Ideias a decodificarInterpretação do documento transmitido Texto Apresentação Música Vídeo Ideias que se quer transmitir Ideias codificadas, adequadas à comunicação (canal) Capacidade de transmitir a mensagem Capacidade de receber a mensagem Receptor/sinal Mensagem Ruído Canal Transmissor/sinalMensagemFontes de informação Figura 158 – Sistema de comunicação e ciclo informacional 255 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Uma pessoa (emissor) tem uma ideia (significado) que pretende comunicar. Para tanto, vale-se do seu mecanismo vocal (codificador), que expressa sua mensagem em palavras. Essa mensagem, veiculada pelo ar (canal) é interpretada pela pessoa a quem se comunica (receptor), após sua decifração por seu mecanismo auditivo (descodificador). O receptor, após constatar que entendeu a mensagem (compreensão), esclarece a fonte acerca de seu entendimento (realimentação-feedback). Exemplo de aplicação Imagine um nutricionista realizando uma alteração de cardápio. Ele (emissor) chama o cozinheiro chefe (receptor) e explica em uma conversa (codificador, no caso, a conversa, mas poderia ser um impresso com as instruções escritas) a alteração do prato principal, pois a carne programada não será entregue e necessita ser substituída (mensagem). Então você acha que a conversa e a informação (canal) foram absorvidas pelo cozinheiro que ouviu, usou a audição e seu cérebro (decodificador) para executar a mudança? Quando alguma coisa ocorre nesse processo, de forma que a informação do emissor é diferente da compreensão do receptor, temos um desvio de comunicação. Um erro comum é o de enviar informações/instruções escritas e acreditar que a comunicação está garantida; sua interpretação poderá ser inadequada e, portanto, a conferência da interpretação é obrigatória, evitando distorções e a possibilidade de problemas nas ações recomendadas. Deve haver plena necessidade, tanto de verificar a receptividade de uma instrução escrita como a de examinar o entendimento de instruções verbais. Os desvios da comunicação podem ser: • Ruído: qualquer interferência que acontece enquanto a comunicação se realiza (movimento, barulho, desatenção, preocupações do ouvinte). • Quebra: qualquer ruído já descrito, mas acompanhado de uma interrupção na comunicação e que é retomada posteriormente. Os ruídos e/ou quebras podem ser originados em qualquer um dos elementos do processo, emissor, canal ou receptor. Os mais comuns são a ausência do feedback (a realimentação positiva) e o medo de se comunicar. Isso se deve ao receio do julgamento dos que estão nesse processo. É necessário, ainda, aprender um pouco sobre a comunicação não verbal para que o processo de comunicação seja mais completo e sem dúvida atinja o objetivo final que é o de se fazer entender, exatamente como queremos ser interpretados. A comunicação não verbal é muito importante nas relações que mantemos, melhorando e possivelmente eliminando todo e qualquer desvio que possa prejudicar a comunicação com a observação de demonstrações que as pessoas dão durante o processo. 256 Unidade II Algumas indicações para um observador seguir durante a comunicação: • Olhos: são os órgãos mais expressivos do corpo. Os olhos mostram as emoções do ouvinte durante a comunicação. Temos pouco controle sobreo que os olhos “dizem”. A interpretação pode ser errônea, mas não deve ser desprezada. • Rosto: vermelho, corado, pode revelar desconforto, embaraço indignação. O rosto pode ainda demonstrar desânimo, doença, sono, desdém. • Corpo: a sociedade tira profundas (e nem sempre bem fundamentadas) conclusões sobre as pessoas, segundo sejam altas, baixas, gordas ou magras. • Postura: as posturas criam imagens diferentes na mente de cada uma das pessoas. Experimente contar algo muito alegre, uma piada, por exemplo, curvado para frente, como se estivesse olhando para os pés. • Gestos: os movimentos de mão reforçam ou contradizem o que é dito, e até podem servir como substitutos das palavras. A interpretação é algo muito subjetivo apesar de técnicas e teorias que parecem muito adequadas. • Roupas: as roupas “falam”, em especial nos ambientes profissionais. • Voz: as mensagens vocais incluem tom, altura, ênfase, inflexão, ritmo, volume, vocabulário, pronúncia, dialeto e fluência. Estudos demonstraram que esses fatores são cinco vezes mais potentes do que as próprias palavras. Um estudo minucioso da voz faz com que a comunicação melhore sensivelmente e faz com que outros fatores muito significativos passem a ter menor importância. • Tempo: o que seu uso do tempo diz aos outros? Você faz as pessoas esperarem e chega atrasado a reuniões? Gosta de explicar as coisas detalhadamente usando muito mais tempo para a transmissão da mesma mensagem? Você deixa de cumprir os prazos finais combinados? Existem muitas técnicas de se comunicar de forma verbal ou não. Muitos problemas nas empresas são oriundos da comunicação, pois ela pode, intencionalmente ou não, ser alterada ao longo de seu caminho. É possível observar três fatores nesse caminho defeituoso: • Omissão: é a supressão de parte da mensagem e pode acontecer quando o destinatário não tem capacidade para compreender a mensagem toda, mas essa compreensão parcial pode ser proposital, e isso pode também acontecer quando o emissor da mensagem o faz para algum propósito. • Distorção: alteração no sentido ou significado da mensagem provocada pelos diversos níveis do sistema de comunicação, conscientemente ou não, por as pessoas exercerem sua percepção seletiva. Pode também ocorrer por diferenças determinadas por pontos de vista pessoais sobre o assunto de que trata a mensagem. 257 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO • Sobrecarga: frequente quando os canais de comunicação estão com um volume maior de mensagem do que podem suportar para processá-las adequadamente. Pode provocar a omissão e também contribuir para a distorção. Os canais de comunicação das pessoas são diferentes e isso é fundamental para a participação dos envolvidos no processo de comunicação. Isso vale tanto para o que emite a comunicação quanto para quem a recebe, ou seja, emissor e receptor. Quadro 31 – Características dos sistemas de representação dominantes Visual Auditivo Cinestésico Estilo de aprendizagem Aprende por visão; observa demonstrações; gosta de ler e imaginar as cenas descritas no livro; tem boa concentração; rápido na compreensão Aprende por instruções verbais, gosta de diálogos; evita descrições longas; não presta muita atenção nas ilustrações; move os lábios quando lê; subvocaliza Aprende fazendo por envolvimento direto; prefere ir logo para a ação; não é bom leitor Memória Lembra-se bem dos rostos, mas se esquece dos nomes; escreve e anota por meio de esquemas, resumidos e simbólicos; lembra bem de imagens Lembra os nomes, mas esquece os rostos; decora as coisas por repetição auditiva Lembra-se melhor das coisas que fez e não daquelas que viu ou ouviu Para resolver problemas Delibera e planeja bem antes; organiza os pensamentos e tem boa visão das soluções e alternativas Fala sobre os problemas; testa as soluções verbalmente Ataca fisicamente o problema; ação; impulsividade; geralmente escolhe soluções que envolvam muitas atividades Aparência geral Limpo; meticuloso; gosta de ordem e coisas bonitas Combinar roupas não é tão importante; prefere explicar as escolhas Limpo, mas logo se desarruma por causa das atividades; sem muito senso estético; conforto é essencial Comunicação Quieto; não fala muito, e se o faz, fala muito rápido, impacienta-se quando tem de ouvir explanações longas; uso desajeitado das palavras; descreve coisas com detalhes; usa predicados verbais do tipo: “veja bem”, “claro”, “brilhante” e outras do tipo Gosta de ouvir, mas não consegue esperar para falar; descrições são longas e repetitivas; usa predicados do tipo: “ouça”, “escute”, “deixe-me explicar” e outras do tipo Gesticula quando fala; não é bom ouvinte; fica muito perto quando fala ou ouve; perde rapidamente interesse por discursos; usa predicados do tipo: “sinto que”, “pegue”, “firme”, “concreto” e outras do tipo Fonte: Chung (1995, p. 86). Os três canais são utilizados. Em termos de comunicação, cada pessoa tem, predominantemente, um dos canais mais desenvolvido, e com ele, envia e recebe suas mensagens, formalizando sua comunicação. É importante que o líder tenha muito clara a forma pela qual se comunica e que também conheça a maneira como cada colaborador de sua equipe recebe as informações de maneira mais fácil, como em um treinamento, por exemplo. Leitura e/ou apresentação expositiva são recursos que não considera todos os canais de comunicação. O primeiro passo é identificar os principais canais de comunicação dos funcionários e depois incluir nos treinamentos metodologias que atinjam a todos os participantes. Para os auditivos, a mensagem precisa ser clara, se possível, insira no contexto algum recurso sonoro, como um jingle. Para os visuais, explore os recursos como fotos, cartazes, transparências e, para os cinestésicos, inclua atividades práticas. 258 Unidade II Alguns exemplos de frases para auxiliar a identificar os indivíduos são visuais (eu vejo o que você quer dizer, eu vejo a solução, mostre-me o seu ponto de vista), auditivos (isso é grego para mim, conversa fiada, música para meus ouvidos) e cinestésicos (eu posso pegar essa ideia, eu sinto isso nos meus ossos, um cliente frio). A comunicação também assume um caráter estratégico, na medida em que conecta a estrutura e a cultura organizacionais, a liderança e o planejamento estratégico, estabelecendo uma estreita relação entre eles, até porque se influenciam mutuamente. Estrutura organizacional Liderança Planejamento estratégico Comunicação organizacional Cultura organizacional Delineado por quem está no topo Conduz o processo Seu envolvimento ajuda a determinar a eficácia Responsável pela sua divulgação Diminui a formação de subculturas Implanta o hábito de planejar Baseado nos seus princípios Desenvolve o pensamento sistêmico Alinhado Maior transparência e compartilhamento das informações Mudança de hábitos: - alinha suas ações - incentiva os funcionários - delega tarefas Provoca mudanças Une os setoresO empenho para sua execução está no topo Figura 159 – Esquema da relação entre os fatores organizacionais – estrutura, cultura, liderança e comunicação – e o processo de planejamento estratégico 5.5 Formação e desenvolvimento de equipes Uma equipe é um grupo de pessoas em busca de objetivos por meio de resultados que foram construídos juntos. Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado, porque ativa a criatividade somando os pontos fortes de cada integrante. Para formar e desenvolver a equipe certa é importante: • Estabelecer com clareza a missão: todos devem saber qual é o objetivo do trabalho, para que o esforço seja feito na mesma direção. Cada pessoa tem que estar ligada ao significado do objetivo que foi definido, e a comunicação clara da missão é fundamental para alcançar esse objetivo. 259 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO • Definir a visão: os melhores resultados em projetossão obtidos através da sinergia entre os membros da equipe, criar entusiasmo, em que todos compartilham e somam esforços para atingir os objetivos. • Definir os planos e processos: naturalmente as pessoas têm histórias de vida, conhecimentos e experiências diferentes, que faz com que cada um queira fazer do seu jeito; por isso devemos definir de forma conjunta e compartilhada os planos e processos para atingir o objetivo comum. • Harmonizar e inter-relacionar a equipe: uma equipe é formada de pessoas que são e que pensam diferente umas das outras, sendo fundamental harmonizar e inter-relacionar essas diferenças, fazer com que cada um se sinta parte importante do todo na obtenção dos objetivos, criando a cumplicidade. O conhecimento de cada um da sua equipe, seus sonhos, metas, aspirações, hobbies e história de vida são fundamentais para o relacionamento interpessoal. • Definir as habilidades de cada membro: equipes são formadas de pessoas, que têm qualidades e defeitos, têm seu tempo e seu ritmo; cabe ao líder conhecer e aceitar essas diferenças, fazendo com que cada um dê o seu melhor. • Exercer uma comunicação eficaz: conforme abordado anteriormente, para exercer uma comunicação eficaz, os membros da equipe deverão desenvolver suas habilidades de comunicação de forma a ouvir atentamente, pensar objetivamente, discutir abertamente, desenvolver sensibilidade e responder rapidamente às necessidades em evidência e praticar constantemente o feedback. • Manter a satisfação do time: motive e reconheça os talentos. Com o tempo, é natural que a equipe perca o entusiasmo do começo. É fundamental saber o que cada membro está fazendo de valor e reconhecer o desempenho de cada integrante. Como líderes, devemos traçar um plano de avaliação de competências, de forma que pessoas da equipe estejam preparadas para assumir novas responsabilidades. Também é importante reconhecer, premiar e investir nos profissionais da empresa, o reconhecimento tem um forte significado para o colaborador, pois dá sentido de utilidade e valorização, aumenta a sua autoestima e cria energias para que ele vença os próximos desafios. • Fazer-se um líder: é preciso ter em mente que o líder é o maior exemplo e suas condutas são reflexos de outras, ele é o grande maestro ou terrorista do ambiente. Então, desenvolva a sua equipe, aprimore as suas habilidades e as do seu time. Trabalhe buscando sempre os resultados, mas nunca se esqueça do respeito, espírito de união e cooperação entre todos. Indique o caminho, estimule-os a vencer obstáculos, a superar tormentas e a celebrar as conquistas. 260 Unidade II Motivação - Proporcionar motivação - Incentivar as pessoas - Reconhecer o bom trabalho - Recompensar as pessoas - Festejar o alcance de metas - Participar dos resultados Poder - Dar poder às pessoas - Delegar autoridade e responsabilidade às pessoas - Confiar nas pessoas - Dar liberdade e autonomia - Dar importância às pessoas Desenvolvimento - Desenvolver competências - Treinar e desenvolver talentos - Proporcionar informação - Compartilhar conhecimento - Criar vencedores Liderança - Proporcionar liderança - Orientar as pessoas - Definir metas e objetivos - Abrir novos horizontes - Avaliar o desempenho - Proporcionar retroação Empowerment Figura 160 – As bases para o empowerment O empowerment trata-se de dar poder, autoridade e responsabilidade às pessoas para torná-las mais ativas e proativas dentro da organização. Trata-se de uma mudança cultural, uma transformação no comportamento das pessoas, que passam a ter mais autonomia e iniciativa pessoal nas atividades, ao contrário das tradicionais regras e regulamentos que inibem e impedem a plena realização das pessoas. 5.6 Responsabilidade social e qualidade de vida A responsabilidade social empresarial (RSE) ou corporativa é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. A RSE é uma forma de conduzir os negócios que torna a empresa parceira e corresponsável pelo desenvolvimento social. A organização socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e consegue incorporá-los ao planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários. Portanto, gerir a responsabilidade social implica que a empresa consiga (RODRIGUEZ, 2007): • dar retorno aos acionistas; • desenvolver, valorizar e propiciar a realização profissional dos empregados (desenvolvimento organizacional versus desenvolvimento humano); 261 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO • atuar com ética e transparência (e incorporar ao planejamento das atividades da empresa); • valorizar a comunidade em que está inserida; • preservar o meio ambiente; • satisfazer clientes e consumidores; • promover diálogo com funcionários, fornecedores, governo e sociedade em geral. 1. Trabalho: 11. Identidade 12. Variedade 13. Autonomia e responsabilidade 14. Retroação e avaliação 15. Desenvolvimento e capacidade 57. Estratégia empresarial 37. Imagem da empresa 44. Perspectiva de futuro 33. Diretrizes da empresa 55. Visão organizacional 36. Condições de trabalho 32. Ambiente físico 45. Motivação 56. Estrutura organizacional 51. Missão organizacional 41. Autorrealização 38. Clientes externos 23. Fornecedor interno 42. Satisfação pessoal 52. Cultural organizacional 43. Reconhecimento 31. Ambiente psicológico 35. Remuneração e benefícios 34. Colegas e amizades 46. Respeito 54. Valores organizacionais 53. Estilo de gestão 24. Subordinados 22. Cliente interno 21. Superior imediato Fatores de 5ª ordem (entorno organizacional) Fatores de 4ª ordem (percepções) Fatores de 1ª ordem (atividade em si) Fatores de 2ª ordem (entorno imediato) Fatores de 3ª ordem (entorno imediato) Figura 161 – Fatores que afetam a qualidade de vida no trabalho percebida pelas pessoas 262 Unidade II Além de ser um instrumento de autoavaliação, os indicadores de RSE servem como ferramenta de planejamento, sugerindo parâmetros de políticas e ações que a empresa pode desenvolver para aprofundar seu comprometimento com a RSE. São eles: • valores e transparência (valores e princípios éticos, relações transparentes com a sociedade); • funcionários e público interno (investir no desenvolvimento pessoal e profissional, melhoria das condições de trabalho e estreitamento das relações com os funcionários); • meio ambiente (gerenciamento do impacto ambiental, minimizando ações próprias potencialmente agressivas ao meio ambiente); • fornecedores (critérios de seleção de fornecedores, apoio ao desenvolvimento de fornecedores, transmitir os valores de seu código de conduta para a cadeia de fornecedores); • consumidores/clientes (alinhar-se aos interesses e buscar satisfazer as necessidades do cliente, a publicidade de produtos e serviços deve garantir seu uso adequado, informações adequadas nas embalagens, suporte para cliente antes, durante e após o consumo); • comunidade (relações com a comunidade local, filantropia/investimentos sociais, voluntariado); • governo e sociedade (a empresa deve relacionar-se de forma ética e responsável com os poderes públicos, cumprindo leis e visando à melhoria das condições sociais e políticas). A qualidade de vida é manter o equilíbrio no dia a dia, procurando sempre melhorar a interiorização de hábitos saudáveis, aumentando a capacidade de enfrentar pressões e dissabores e vivendo com mais consciência e harmonia em relação ao meioambiente, às pessoas e a si próprio. O estilo de vida é o principal fator de qualidade de vida, saúde e longevidade, pois está intimamente relacionado ao bem-estar e à prevenção de doenças crônicas. E esse estilo de vida impacta também o desenvolvimento sustentável, afetando positivamente a produtividade das pessoas e das empresas, a preservação do meio ambiente, o desenvolvimento cultural do país e a gestão dos serviços públicos de saúde e da previdência. Os programas de RSE e de qualidade de vida no trabalho (QVT) podem atuar nas seguintes áreas: estresse, hábitos alimentares, atividade física, prevenção de doenças, suporte social, entre diversas outras. Os benefícios aos funcionários são melhora da saúde e estilo de vida, disposição geral, educação nutricional, resistência ao estresse e à autoestima, e aumento de estabilidade emocional, motivação, eficácia no trabalho, facilidade de relacionamento e resistência a doenças. Já nas organizações, diminui o absenteísmo e turnover, número de acidentes, custo com assistência médica, além de melhorar a imagem no mercado, o ambiente de trabalho e a produtividade. Ou seja, força de trabalho saudável. 263 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Observação Saúde é o resultado do gerenciamento adequado de seis componentes: emocional, físico, profissional, social, espiritual e intelectual. Cargo Sobrecarga Rigidez Monotonia Programação Subjetivo Fadiga Ansiedade Preocupação Culpa Consequências disfuncionais Estressores ambientais Estrutura Comunicação pobre Pouca participação Pouca coordenação Rigidez CognitivoEsquecimento Pouca concentração Erros de decisão Fatores externos Família Economia Vida particular Comunidade Organizacional Absenteísmo Rotatividade Baixa produtividade Baixa qualidade Papel Ambiguidade Conflito Responsabilidade Falta de apoio Comportamental Acidentes Erros Cultura Iniquidade Bitolamento Pouco progresso Pouca participação Estressores individuais Necessidades Aspirações Estabilidade emocional Experiências Flexibilidade Tolerância à ambiguidade Autoestima Padrão de comportamento Fisiológico Cansaço Pressão alta Insônia Doenças Relacionamentos Superiores Subordinados Colegas Clientes Figura 162 – Estressores na vida de uma pessoa 6 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS 6.1 Gestão de recursos humanos (RH) ou gestão de pessoas A administração de RH é o conjunto harmônico de normas e procedimentos de trabalho que tem como objetivo suprir as organizações de mão de obra indispensáveis ao seu funcionamento, além de procurar extrair do empregado o seu melhor desempenho de acordo com as limitações e tendências da capacidade individual, proporcionando uma remuneração justa dentro das imposições do mercado e da legislação vigente. 264 Unidade II Talentos Plataforma de GP Infraestrutura sob demanda Treinamento Recrutamento Agregar Desenvolver Desempenho da organização Manter Aplicar Monitorar Objetivos da organização Seleção Integração Desenvolvimento organizacional Higiene e segurança Qualidade de vida no trabalho Relação com empregados Sistema de informação Banco de dados Avaliação do desempenho Descrição e análise de cargos Figura 163 – Uma nova visão da gestão de pessoas (GP) Pessoas como seres humanos Gestão de pessoas Tratamento individualizado e personalizado Busca de atividade física ou mental Era da informação Trabalho mental Ênfase tática Criatividade Colaboração Pessoas como provedoras de competências Gestão de taletos humanos Tratamento individualizado e personalizado Busca de atividade intelectual Era do conhecimento Trabalho intelectual Ênfase estratégica Inovação Participação ativa e proativa Pessoas com recursos produtivos ARH Tratamento padronizado e uniforme Busca de atividade física ou intelectual Era industrial Tipo de trabalho Ênfase operacional Manutenção do status quo Trabalho isolado Figura 164 – Os saltos gradativos da área de RH 265 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Resumidamente, as atividades sob a responsabilidade da área de RH são: • dimensionamento de pessoal: quantifica o número de pessoas necessárias para o bom andamento do restaurante; • descrição de cargos e funções: quem faz, o que faz, quando faz, onde faz; • recrutamento e seleção: atrair e selecionar pessoas hábeis para cada cargo; • exames médicos: verificar o estado de saúde dos colaboradores; • treinamento: inicial (integração) e periódicos (capacitação); • avaliação de desempenho: verificar eficácia de treinamentos e desenvolvimento individual. Descrição do cargo Divulgação Recrutamento Seleção Orientação Treinamento Avaliação de desempenho Figura 165 – Fluxo básico da gestão de pessoas Gestão de pessoas Higiene e segurança Qualidade de vida Relações com empregados e sindicatos Processos de manter pessoas Remuneração Benefícios Incentivos Processos de recompensar pessoas Recrutamento Seleção Integração Processos de agregar pessoas Banco de dados Sistemas de informações gerenciais Processos de monitorar pessoas Treinamento Desenvolvimento Aprendizagem Gestão do conhecimento Processos de desenvolver pessoas Modelagem do trabalho Avaliação do desempenho Processos de aplicar pessoas Figura 166 – Processos básicos de gestão de pessoas 266 Unidade II O responsável pelo SA ou pela UAN, como o nutricionista, acumula algumas das atividades de administrador de RH, sendo responsável, geralmente, pela seleção, descrição de funções, aperfeiçoamento da mão de obra e determinação de normas de segurança no trabalho, em conjunto com o setor ou departamento de RH da organização. A estrutura de SA ou UAN deve ter como responsável um gestor com perfil de liderança capaz de responder às imposições de um mercado altamente competitivo, de modo a obter resultados por meio de pessoas, motivando-as, gerando confiança e satisfação no trabalho, sem perder de vista a qualidade e a segurança dos alimentos. Como saber o que fazem e o que são Sistema de informação gerencial Banco de dados e de talentos Como desenvolver as pessoas Treinamento e desenvolvimento Aprendizagem organizacional Gestão do conhecimento corporativo Como recompensar as pessoas Recompensas e remuneração Planos de incentivos Benefícios e serviços O que as pessoas deverão fazer Desenho de cargos Avaliação do desempenho Quem deve trabalhar na organização Recrutamento de pessoal Seleção de pessoal Como manter as pessoas no trabalho Saúde, higiene e segurança Engajamento e qualidade de vida Agregando pessoas Aplicando pessoas Recompensando pessoas Mantendo pessoas Desenvolvendo pessoas Monitorando pessoas Moderna gestão de pessoas Figura 167 – Moderna gestão de pessoas 6.1.1 Descrição de cargos e funções A descrição de cargos e funções define: • o papel do cargo na unidade; • a natureza hierárquica; • as atribuições do ocupante; • a delegação de poderes; 267 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO • as relações permanentes e temporárias; • a qualificação específica; • a atividade a realizar; • o equipamento utilizado; • os requisitos pessoais; • o conhecimento do cargo e a possibilidade de promoção. Essas informações também facilitam o recrutamento, a seleção, a lotação, a avaliação e o treinamento dos funcionários. Conteúdo do cargo O que faz Tarefas e atividades a executar Quanto faz Periodicidade: - Diária - Semanal - Mensal - Anual - Esporádica Como faz Através de: - Pessoas - Máquinas e equipamentos - Materiais - Dados e informações Onde faz Local e ambiente de trabalho Por que faz Objetivos do cargo Metas e resultados a atingir Figura 168 – Conteúdo do cargo segundo a descrição de cargos 268 Unidade II Quadro 32 – Exemplo de ficha para descrição de cargos e funções Cargo ou função Setor Sumário do cargo ou função: Requisitos: a) Educação b) ExperiênciaResponsabilidade: a) Por materiais b) Por subordinados c) Por decisões Esforço: a) Físico b) Mental: atenção-iniciativa Condições de trabalho: a) Riscos b) Ambiente Posição hierárquica: a) Chefe imediato b) Subordinados Outros dados: a) Padrão ou nível salarial b) Requisitos físicos c) Habilidades especiais d) Conhecimentos específicos e) Regime de trabalho f) Traços de personalidade Fonte: Mezomo (2015, p. 175). Exemplo de aplicação Analise e reflita sobre a descrição do cargo de despenseiro de uma UAN ou um SA. Título do cargo: despenseiro Local de trabalho: despensa, área de recepção e área de armazenamento de mercadoria Hierarquia: subordinado direto à chefia da UAN, exercendo autoridade sobre dois despenseiros. Relaciona-se direto com o chefe de cozinha e fornecedores. Requisitos necessários Escolaridade: primeiro grau completo com capacidade para calcular médias aritméticas e as quatro operações. 269 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Bom grau de organização, discrição, cortesia Condições de trabalho, higiene e segurança Em temperatura ambiente e sob refrigeração com mudanças bruscas de temperatura e umidade. Utilização de capotes protetores de baixas temperaturas. Tarefas específicas Conferir a mercadoria recebida, de acordo com o pedido. Controlar a qualidade dos gêneros recebidos, segundo critérios. Pesar, controlar e distribuir diariamente todos os gêneros solicitados. Supervisionar a limpeza diária dos locais de armazenamento. Anotar em fichas de estoque, diariamente as entradas e saídas. Informar o movimento de gêneros e outros materiais. Calcular o custo médio dos gêneros. Controlar a temperatura das câmaras frigoríficas. Observação: outras informações podem ser detalhadas dependendo do nível de profundidade que se deseja descrever os cargos. 6.1.2 Recrutamento e seleção de pessoal O recrutamento é a etapa de selecionar as pessoas para as funções disponíveis na organização. O recrutamento pode ser interno ou externo. O recrutamento interno ocorre por meio de promoções internas (deslocamento vertical), como, por exemplo, promover um ajudante de cozinha para cozinheiro; e é uma excelente forma de motivar a equipe, apesar de nem sempre haver vagas para todos os funcionários. O recrutamento externo é realizado externamente à organização por meio da divulgação da vaga, pelos próprios empregados, por placas na portaria da empresa, pelas mídias sociais ou por agências de emprego, ou ainda pela utilização de banco de dados de candidatos atualizado. 270 Unidade II – O preenchimento das vagas e das oportunidades é feito através dos próprios colaboradores atuais – Os colaboradores internos são os candidatos preferidos – Isso exige que sejam promovidos ou transferidos para novas oportunidades – A organização oferece uma carreira de oportunidades ao colaborador – O preenchimento das vagas e das oportunidades é feito pela administração de candidatos externos – Os candidatos externos são os candidatos preferidos – Isso exige que sejam recrutados externamente e selecionados para preencher as oportunidade – A organização oferece oportunidades aos candidatos externos Interno Externo Recrutamento Figura 169 – Recrutamento As dificuldades existentes para o recrutamento de pessoal no segmento de alimentação fora do lar são problemas de adaptação ao trabalho, rejeição natural pela profissão, baixa remuneração, oportunidade de carreira limitada, competição com setores de produção mais valorizados, falta de status, trabalho insalubre em algumas áreas e setores e jornada de trabalho fora do horário comercial. Já no processo de seleção de pessoal, deve-se orientar o candidato quanto aos objetivos da empresa, seus direitos e deveres, salário e benefícios oferecidos, jornada, horário e tipo de trabalho a ser realizado, para que o candidato possa fazer uma opção consciente de trabalhar, ou não, na organização. Agregar competências individuais Objetivo primário Preencher cargos vagos na organização Aumentar o capital humano da organizaçãoObjetivo final Manter o nível adequado da força de trabalho Agregação de competências necessárias à organizaçãoEficiência Rapidez no preenchimento das vagas Novas competências aplicáveis do negócio e força de trabalho competenteEficácia Cargos preenchidos e força de trabalho plena e completa Ingresso adequado de novas competências na organizaçãoIndicador Preenchimento adequado de cargo na organização Competências agregadas e custos de seleção Retorno sobre o investimento Cargos preenchidos e custos de seleção Baseada em cargos Baseada em competências Seleção Figura 170 – Seleção baseada em cargos versus seleção baseada em competências 271 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Ao se entrevistar um funcionário e encaminhá-lo para admissão, deve-se considerar os seguintes aspectos: • disposição e interesse do candidato para assumir a função/cargo, ou seja, o real motivo que o levou à procura da vaga. • experiências anteriores, que devem ter relação com o cargo pretendido. • escolaridade (alguns cargos exigem maiores níveis de escolaridade); • facilidade de acesso ao serviço (quanto mais próximo melhor, ainda mais em grandes centros urbanos, nos quais o deslocamento é complexo e oneroso); • tipo físico, já que em algumas funções o trabalho é pesado, o empregado permanece muito tempo em pé e em condições de conforto térmico e ergonômico nem sempre adequadas; • disponibilidade para trabalhar em outros horários, finais de semana e feriados. Outros dados e informações podem ser coletados na entrevista inicial, de modo a compor o perfil do candidato e compará-lo com o perfil pretendido e divulgado para o recrutamento. É recomendável realizar testes de aptidão e testes práticos, que devem ser pré-determinados de acordo com a função, devendo ser realizados isolados da rotina da produção, em horário ou local distintos, pelo fato de o candidato não ter realizado os exames de saúde admissionais, por exemplo, ou, ainda, por não ter vínculo empregatício. 6.1.3 Remuneração A remuneração total é o pacote de recompensas quantificáveis que um funcionário recebe pelo seu trabalho. Remuneração total Incentivos não financeirosRemuneração básica BenefíciosIncentivos salariais Distribuição de ações Opção de compra de ações Participação em metas e resultados Prêmios em viagens Prêmios em bens Salário mensal Salário por hora Seguro de vida Seguro saúde Refeições subsidiadas Transporte subsidiado Etc. Bônus Prêmios Participação nos lucros Remuneração variável Figura 171 – Os componentes da remuneração total 272 Unidade II Oportunidades de desenvolvimento Reconhecimento e autoestima Segurança no emprego Qualidade de vida no trabalho Orgulho da empresa e do trabalho Promoções Liberdade e autonomia no trabalho DSR (para horistas) Férias Gratificações Gorjetas Horas extras 13º salário Adicionais Decorrências financeiras dos benefícios concedidos Salário direto Prêmios Comissões Recompensas organizacionais Indiretas Diretas Não financeiras Financeiras Figura 172 – Os diversos tipos de recompensas 6.1.4 Orientações aos novos funcionários É importante apresentar ao novo funcionário toda a estrutura da empresa, que ele fará parte de um grupo e que sua função será primordial para atingir os objetivos organizacionais. Além disso, deve ser planejado um programa de orientação que facilite ao empregado o seu ajustamento ao novo ambiente e o conscientize da importância de sua função no contexto da organização. Informe sobre as políticas de qualidade, de meio ambiente, de cargos e salários, entre outros aspectos importantes para o resultado da organização. Oriente com o maior detalhamento possível todas as atividades a serem desenvolvidas pelo novo funcionário, suas responsabilidades, deveres e direitos. Durante o período de experiência, acompanhe a execução da rotina e avalieo desempenho em intervalos menores de forma bem precisa, por meio de testes e entrevistas, se necessário. Apresentar o trabalho é o começo do ciclo do programa de treinamento que permitirá seu aperfeiçoamento. Mas para tanto, é imprescindível a formalização da descrição de cargos. Essa descrição, além de dar suporte ao recrutamento e seleção, descrevendo os requisitos solicitados para contratação, permite, ainda, às pessoas, saberem exatamente qual sua função, tarefas e deveres e o que se espera delas. 6.1.5 Treinamento e capacitação de pessoal O treinamento é um dos métodos mais eficazes para assegurar a execução eficiente do trabalho. Por intermédio de suas estratégias, é possível ensinar, capacitar e motivar os funcionários nas habilidades e conhecimentos requeridos pelo cargo. 273 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Desenvolver competências individuaisObjetivo primário Preparar o ocupante para o desempenho nos cargos ocupados Competências disponíveis para serem aplicadas a qualquer momento na organização Objetivo finalOcupantes de cargos treinados e preparados Rapidez na construção e no desenvolvimento de competências necessárias EficiênciaRapidez, qualidade e baixo custo de treinamento Construção de novas competências aplicáveis na organização Eficácia Força de trabalho adequadamente treinada e preparada para o desempenho de cargos Pessoas dotadas de competências essenciais para o sucesso do negócioIndicador Cargos preenchidos por ocupantes treinados e preparados Pessoas competentes e custos de treinamento Retorno sobre o investimento Ocupantes de cargos treinados e custos de treinamento Baseado em cargos Baseado em competências Treinamento Figura 173 – Treinamento baseado em cargos versus treinamento baseado em competências É necessário planejar e desenvolver programas de treinamento que levem em conta os diferentes níveis de capacidade, experiência e conhecimentos dos indivíduos que serão treinados. AtitudeHabilidade Conhecimento Figura 174 – Formação da competência Aprender a aprender Aprender melhor Aprender sempre Ampliar conhecimento Compartilhar o saber Know-how Informação Atualização profissional Reciclagem constante Conhecimento Saber Aprender a fazer Saber fazer bem Aplicar o conhecimento Resolver problemas Proporcionar soluções Trabalhar em equipe Alcançar objetivos Oferecer resultados Agregar valor Habilidade Saber fazer Aprender a julgar Reunir dados e fatos Analisar a situação Ter espírito crítico Ter visão sistêmica Julgar os fatos Ponderar com equilíbrio Definir prionidades Ter intuição Julgamento Saber julgar e decidir Aprender a aprender Iniciativa própria Comportamento ativo e proativo Assumir riscos Espírito empreendedor Autorrealização Foco em resultados Agente de mudança Criatividade e inovação Atitude Saber fazer acontecer Figura 175 – As bases estruturais do talento humano 274 Unidade II Os treinamentos devem ser contínuos e sistemáticos, para desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes (CHA) de forma a conciliar teoria e prática, e sua eficácia deve ser constantemente mensurada, juntamente com supervisão do trabalho, contribuindo para a formação da competência. Eles contribuem de forma eficiente para a redução de movimentação de pessoal, faltas, acidentes de trabalho, desperdícios e turnover. Transmissão de informações Aumentar o conheciomento das pessoas Informações sobre a organização, seus produtos/serviços, políticas e diretrizes, regras e regulamentos e seus clientes Desenvolvimento da habilidade Melhorar as habilidades e as destrezas Habilitar para a execução e a operação de tarefas, manejar equipamentos, máquinas e ferramentas Desenvolvimento de atitudes Desenvolver/modificar comportamentos Mudança de atitudes negativas para atitudes favoráveis, conscientização e sensibilidade com as pessoas, com os clientes internos e externos Construção de competências Criar competências individuais Criar e desenvolver competências individuais alinhadas com os objetivos da organização Desenvolvimento de conceitos Elevar o nível de abstração Desenvolver ideias e conceitos para ajudar as pessoas a pensar em termos globais e amplos Treinamento Figura 176 – Tipos de mudanças de comportamento decorrentes do treinamento O treinamento é um processo educacional aplicado de maneira sistemática e organizada, por meio do qual as pessoas, em função dos objetivos definidos, aprendem conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização e habilidades inerentes ao trabalho. Quem deve ser treinado Treinados, aprendizes ou instruendos Como treinar Métodos de treinamento ou recursos instrucionais Em que treinar Assunto ou conteúdo do treinamento Onde treinar Local do treinamento Para que treinar Objetivos do treinamento Por quem Instrutor ou treinador Quando treinar Época ou horário do treinamento Figura 177 – Programação de treinamento 275 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Em linhas gerais, os objetivos do treinamento são instruir, capacitar, reciclar e orientar. E devem atender aos objetivos da empresa, estimular o funcionário, permitir a mudança de atitudes, desenvolver outras habilidades além das profissionais e dar mais segurança e autoestima, e ainda ter a capacidade de autoavaliação, a capacidade de trabalho em equipe, a responsabilidade pelo próprio aprendizado da equipe, a responsabilidade social e a ética. Uma pessoa adulta, comumente, retém 10% do que ouve e 85% do que ouve, vê e faz. Além disso, mais o que é apresentado nos primeiros 15 minutos do treinamento. Conhecimento Define Repete Registra Relaciona Compreensão Traduz Discute Descreve Reconhece Reafirma Explana Expressa Identifica Aplicação Interpreta Aplica Emprega Utiliza Demonstra Dramatiza Pratica Ilustra Opera Programa Mostra Desenha Análise Distingue Analisa Diferencia Calcula Experimenta Testa Compara Contrasta Critica Diagrama Inspeciona Debate Inventaria Questiona Relata Síntese Compõe Planeja Propõe Formula Arranja Coleta Monta Constrói Cria Organiza Gerencia Prepara Avaliação Julga Avalia Classifica Compara Valoriza Revisa Quantifica Seleciona Escolhe Assessora Estimula Mede Estudos de casos Projetos Exercícios Críticas Simulações Avaliações Projetos Problemas Exercícios Estudos de casos Exercícios criativos Planos Constructos Simulações Problemas Exercícios Estudos de casos Incidentes críticos Discussões Questões Teste Exercícios Prática Demonstrações Projetos Descrições Simulações Jogos Quetões Discussões Revisões Testes Assessment Relatórios Apresentações Escritos Leitura Visuais Vídeo Áudio Exemplos Ilustrações Analogias Figura 178 – Taxonomia de objetivos educacionais Os princípios da andragogia, que são arte, filosofia, ciência e técnica de orientar adultos a aprender, devem ser utilizados nos treinamentos de funcionários (ROSA, 2014). Devem ser levados em conta os seguintes comportamentos característicos: • os adultos só aprendem se quiserem; • os adultos aprendem pela prática; 276 Unidade II • os adultos aprendem resolvendo problemas ligados à realidade; • a experiência afeta a maneira de aprender dos adultos; • os adultos aprendem melhor em um ambiente descontraído; • os adultos querem ser orientados e não controlados. As pessoas copiam atitudes e não palavras. O poder moral tem um alto valor. Orientadas para o conteúdo Leitura, instrução programada, instrução assistida por computador Orientadas para o processo Dramatização, treinamento da sensitividade, desenvolvimento de grupo Mistas (conteúdo e processo) Quanto ao uso Estudo de casos, jogos e simulações, conferências e várias técnicas on the job Após o ingresso na empresa Treinamento no local (em serviço) ou fora do local de trabalho (fora do serviço) Fora do local de trabalho Aulas, filmes, painéis, casos, dramatização, debates,
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