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7- Urgências em oncologia: Neutropenia febril e Compressão medular maligna NEUTROPENIA FEBRIL Definição: Paciente oncológicos tratados com quimioterápicos citotóxicos que podem levar a neutropenia, apresentam maior risco de infecção bacteriana ou fúngica, tendo a febre como o primeiro e, talvez, único sinal desta infecção, levando a neutropenia febril Definições Febre: o A febre é uma elevação da temperatura corporal que ultrapassa a variação diária normal e ocorre associada a aumento do ponto de ajuste hipotalâmico o Na neutropenia febril a temperatura geralmente é maior ou igual a 38,5°C ou apresenta três leituras maiores ou iguais a 38°C, sendo menor que 38,5°C por 24 horas Neutropenia: o A redução do número de neutrófilos no sangue circulante (abaixo de 1.000 células/μL) o GRAVE: neutrófilos <500 céls/microL ou que se espera diminuir para <500 céls/microL durante as próximas 48h o PROFUNDA: neutrófilos <100 células/microL Epidemiologia Uma etiologia infecciosa é identificada em apenas 40 a 50% dos casos A maioria dos casos de neutropenia febril se origina da flora endógena Estima-se que 5 a 30% dos pacientes submetidos à quimioterapia desenvolvam a síndrome Atualmente há uma prevalência maior de infecção por Gram + Mas são as Gram - que geram maior casos de sepse e choque séptico Fisiopatologia Neutrófilos são produzidos na medula óssea; (mieloblasto → promielocitos → mielocitos → metamielocito → banda → neutrofilo maduro) 3 mecanismos para neutropenia: o Diminuição da produção/diferenciação o Marginação o Destruição imunológica Tipos: Neutropenia familiar, malignidade hematológica, neutropenia autoimune, anemia aplásica etc. Neutropenia induzida por drogas: o destruição imunomediada de neutrófilos o efeito tóxico direto sobre a medula Gravidade da neutropenia o Leve: 1.000 a 1.500/mcL (1 a 1,5 × 109/L) o Moderada: 500 a 1.000/mcL (0,5 a 1 ×109/L) o Grave: < 500/mcL (< 0,5 × 109/L) o Profunda: <100/mcL (<0,1 x 109/L) o A partir da neutropenia grave a flora microbacteriana endógena pode causar infecções. o Infecções mais frequentes em pacientes neutropênicos profundos: Celulite Furunculose Pneumonia Sepse Linfoma, mieloma e leucemias o Células linfohematopoiéticas mutadas que não são eliminadas e passam a proliferar-se, podendo substituir gradualmente o tecido normal e levando a consequências perceptíveis. o Acúmulo de células indiferenciadas (blastos) e redução de células maduras → tempo → maior risco de infecções, anemia e sangramento → Leucemia aguda o Mutação em células mais maduras → proliferação de linfócitos maduros mutados (disfuncionais) → Linfoma o Plasmócitos mutados → anticorpos monoclonais aumentado e anticorpos normais reduzidos → repercussões sistêmicas → Mieloma múltiplo Apresentação clínica Febre: o A febre pode ser o primeiro e único sinal de infecção o Deve ser reconhecida precocemente para iniciar a terapia antibacteriana sistêmica --> progressão pode levar à sepse --> morte Diagnóstico NADIR da quimioterapia: o NADIR: período entre cada ciclo onde as contagens de células (leucócitos, plaquetas e hemácias) estão mais baixas → NEUTROPENIA o DA QUIMIOTERAPIA: em geral de 10 a 14 dias da administração Foco de infeccioso o Realizar a procura de um foco infeccioso no paciente Hemograma o É importante confirmar a neutropenia, sendo esta uma contagem de neutrófilos menor que 1500/mm3, é considerado grave um número abaixo de 500/mm3 Em caso de ausência do resultado do Hemograma o Caso demore mais de 30 minutos para receber uma previsão dos resultados, o paciente é considerado neutropênico entre o 7 ̊e o 15 ̊dia de quimioterapia MASCC o Uso da escala MASCC de risco para identificar a gravidade da neutropenia Culturas o Realização de culturas para direcionar o tratamento Bioquímica o Realização de estudos bioquímicos para avaliar o tratamento e monitorar função renal e hepática do paciente Tratamento Os episódios de Neutropenia Febril são extremamente heterogêneos entre si Uso do índice MASCC para definir a gravidade Os pacientes que apresentam baixo risco apresentam, normalmente, uma boa melhora, porém não existe um consenso para tratar o paciente Segundo a National Comprehensive Cancer Network (NCCN), deve-se avaliar o paciente na questão social, na capacidade de utilizar drogas VO e se é possível avaliar o tratamento a curto prazo. Caso seja possível pode-se realizar tratamento ambulatorial, caso não o tratamento deve ser feito no hospital, assim como todos os paciente de alto risco Em todos os tratamentos iniciais de Neutropenia busca-se dar um antibiótico ou uma combinação de antibióticos que abrange grams positivos e negativos O tempo do tratamento é determinado de acordo com cada tipo de infecção a partir de hemoculturas e a redução da temperatura corporal Pacientes de alto risco necessitam de hospitalização para antibioticoterapia empírica endovenosa que pode ser realizada com monoterapia com um agente beta-lactâmico com ação antipseudomonas COMPRESSÃO MEDULAR MALIGNA Definição: A compressão medular maligna é a compressão da medula espinal por uma massa tumoral extradural. Os efeitos da compressão medular são alterações sensoriais, motoras e autónomas e em casos mais graves, paralisia completa Etiologia e epidemiologia 5-10% dos pacientes com doença metastásica irão desenvolver compressão medular maligna durante o curso da sua doença A compressão medular irá afetar 10-15% dos doentes que têm diagnóstico de metástases espinhais. É a segunda emergência oncológica mais frequente Os tumores que mais provavelmente irão metastizar para os ossos vertebrais Carcinomas da mama, pulmão, próstata Mieloma múltiplo, linfomas e sarcomas Tumor da tireóide e do rim Fisiopatologia A SCM pode ser definida como compressão do saco dural e da medula espinhal por massa extradural. A maioria dos casos(cerca de 85%) é secundária a uma disseminação hematogênica para as vértebras Mediadores inflamatórios são importantes para as lesões iniciais. Posteriormente ocorrem lesões hipóxicas que são irreversíveis. Aspectos clínicos Dor: o A dor aumenta em momentos que a pressão é aumentada o Não melhora com analgésico Disfunção neurológica motora: o Paciente com pernas cansadas. o Posteriormente ocorre parestesia e hipoestesias Complicações mais tardias: o Disfunção autonômica: Impotência e incontinência de esfíncteres Diagnóstico Importância na rapidez do diagnóstico: prevenir futuros danos neurológicos e aumentar a chance de deambular Falha no diagnóstico correto com limitado conhecimento para o tratamento imediato traduz-se em uma paralisia completa e, na maioria dos casos, irreversível 90% dos pacientes ambulatórios podem permanecer ambulatórios se agir rapidamente Sem terapêutica: morbidade e mortalidade, dor severa, paralisia, incontinência e decréscimo da qualidade de vida Diagnóstico clínico: Cancro e dor severa nas costas: muito suspeito Dor é o primeiro sintoma em 96% dos pacientes Dor contínua, implacável, intensa, progressiva, normalmente região mediana coluna vertebral e acompanhada de dor radicular ou referida Dor aumenta em decúbito dorsal e melhora em pé (diferente da hérnia de disco) Dor piora à noite ao dormir (diferente da doença degenerativa) 36% dos doentes com metástases vertebrais podem não referir dor Segundo sintoma mais comum que começa nas pernas é a falta de força Progressão da compressão: paralisia completa -> peso e entorpecimento dos membros Inferiores Parestesia: normalmente começam nas extremidades e ascendem até o nível da lesão Disfunções autonômicas (impotência, obstipação e retenção urinária): não diagnosticado na fase inicial Sinal Lhermitte: fletir o pescoço do paciente, sensação de corrente elétrica, lesão coluna cervical Diagnóstico complementar Ressonância magnética nuclear (melhor método) = melhor visualização de toda a coluna, não invasivo Mielografia = rápida visualização, invasivo, doloroso TAC = precisa haver suspeita clínica da zona de bloqueio Radiografias = confirma presença de massas extradurais, mas não mostram compressão medular Tratamento Maioria paliativo: alívio da dor, manutenção ou melhora do estado neurológico e estabilização da coluna vertebral Dificuldade de andar: repouso absoluto, heparina de baixo peso molecular e meias elásticas Lesão coluna cervical: colar cervical Radioterapia e corticosteróides: expectativa de vida menor ou igual a 3 meses, mais de uma área com lesões malígnas, paraplegia que evoluiu nas últimas 12-24 horas, condições mórbidas que impeçam a cirurgia e tumores radiosenssíveis Cirurgia descompressiva: compressão sem história prévia oncológica, radioterapia sem sucesso, deterioração neurológica durante a radioterapia e coluna vertebral instável Contra indicada: várias zonas de compressão e responde à radioterapia Novas técnicas estudadas: vertebroplastia, cimentoplastia e endoscopia transtorácica Prognóstico Fator mais importante: capacidade de deambular Paraplégicos: pior prognóstico em termos de tratamento Favorável quando alterações motoras surgiram de forma progressiva e não abrupta Compressão medular na região cervical ou torácica alta: risco aumentado tetraplegia e parada respiratória Pontos importantes da compressão medular maligna Padrão ouro: RM Se não tiver RM: pode fazer TC (mielotomografia é melhor) Fazer exame neurológico bem feito: indica porção da coluna q está ruim RX: ajuda só se tiver leão litica no osso -> ver área da fratura Suspeita: corticoide em dose alta (dexametasona - ação rápida) o Dose de ataque: 10 mg na veia o Dose de 4 mg a cada 6 horas Tratamento é definido: o Lesão única: cirurgia corpectomia o Lesões múltiplas: não dá pra colocar placa e parafuso no meio do câncer -> não é operado Radioterapia deve ser feita o Corticoide: tira a inflamação
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