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Asma e DPOC

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DPOC E ASMA 
 
✓ Estudar a etiologia e a fisiopatologia (diferenciando-as) da DPOC e da 
asma. 
✓ Compreender os fatores de risco e as manifestações clínicas da asma 
e da DPOC. 
✓ Entender como é feito os exames diagnóstico da asma e da DPOC 
(exames complementares). 
✓ Analisar como é feito p tratamento farmacológico e não 
farmacológico (base da farmacodinâmica) da asma e da DPOC. 
 
-Fisiologia das doenças das vias respiratórias: 
O ar passa pelas vias respiratórias 
superiores (traqueia e brônquios 
principais) em direção às vias 
respiratórias inferiores ou pulmonares 
(brônquios e alvéolos). 
 
Nas vias respiratórias pulmonares, a 
camada cartilaginosa que dá suporte à 
traqueia e aos brônquios principais 
gradualmente desaparece e é substituída 
por tiras entrecruzadas de músculo liso. 
 
A contração e o relaxamento da camada de músculo liso inervada pelo 
sistema nervoso autônomo (independente da vontade) controlam o diâmetro 
das vias respiratórias brônquicas e, consequentemente, a resistência ao fluxo 
de ar. 
 
O estímulo parassimpático (responsável por estimular ações que permitem 
ao organismo responder a situações de calma, como saciedade, repouso e 
digestão), através do nervo vago e dos receptores colinérgicos, produz a 
constrição dos brônquios, enquanto a estimulação simpática, por meio dos 
receptores β2-adrenérgicos, aumenta a dilatação dos brônquios. 
 
 
 
 
 
-Asma: 
A asma é uma doença crônica das vias respiratórias que provoca episódios de 
obstrução, hiper-responsividade brônquica (HRB), inflamação das vias 
respiratórias e, em alguns indivíduos, a remodelação destas. 
 
 
O principal fator de risco para o desenvolvimento de asma é uma 
predisposição genética para a produção de uma resposta mediada pela 
imunoglobulina E (IgE) a alergênios comuns. IgE é o anticorpo envolvido na 
manifestação de reações alérgicas e inflamações. 
 
Outros fatores de risco para o desenvolvimento de asma na infância incluem 
histórico familiar de asma, alergias, exposição pré-natal a fumaça de cigarro e 
poluição, bem como múltiplas predisposições genéticas que potencialmente 
podem se sobrepor. 
 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
Distúrbios das vias respiratórias: 
-Alterações na permeabilidade das vias respiratórias envolvem mudanças no diâmetro das 
vias respiratórias devido ao aumento na capacidade de resposta da musculatura lisa dos 
brônquios ou mudanças na estrutura da parede brônquica, lesão à mucosa de 
revestimento das vias respiratórias ou excesso de secreções nas vias respiratórias. 
 
-Asma brônquica é uma doença crônica das vias respiratórias que provoca episódios de 
obstrução devido ao aumento na capacidade de resposta da musculatura lisa dos 
brônquios e inflamação das vias respiratórias. Os episódios geralmente são reversíveis. 
 
-DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) representa um grupo de doenças que causam 
a obstrução crônica e recorrente das vias respiratórias pulmonares. Estes distúrbios podem 
afetar a permeabilidade das estruturas brônquicas (bronquite crônica), a difusão gasosa 
nos alvéolos distais aos bronquíolos terminais (enfisema), ou uma combinação de ambos. 
Doença crônica das vias respiratórias; 
Provoca episódios de obstrução; 
Hiper-responsividade brônquica (HRB); 
Inflamação das vias respiratórias; 
Remodelação das vias respiratórias. 
ASMA 
Ou ocorrer em resposta a vários gatilhos 
como: 
• infecções respiratórias; 
• estresse emocional; 
• mudanças climáticas. 
A gravidade dos casos de asma é afetada por vários fatores, incluindo 
genética, idade de manifestação, exposição à poluição, atopia (sensibilização 
alérgica que é marcada pela presença de anticorpos imunoglobulina E), grau 
de exposição a gatilhos, gatilhos ambientais, como o fumo e ácaros da poeira, 
e refluxo gastresofágico ou infecções respiratórias. Refluxo durante o sono 
também pode contribuir para o desenvolvimento de asma noturna. 
-Manifestações clínicas: 
As crises de asma podem ocorrer espontaneamente ou em resposta a vários 
gatilhos, como as infecções respiratórias, estresse emocional ou mudanças 
climáticas. Frequentemente, os sintomas de asma pioram durante a noite, o 
que confere à condição a denominação de asma noturna. 
 
Estudos sobre a asma noturna indicam que há variações relacionadas com o 
ciclo circadiano (nome dado ao ritmo em que o organismo realiza suas 
funções ao longo de um dia, nosso relógio biológico) e o sono na função 
hormonal e respiratória. A maior diminuição da função respiratória ocorre 
aproximadamente às 4 h, período em que os níveis de cortisol estão baixos. 
 
 
Fatores de risco: 
• Predisposição genética para a produção de uma resposta mediada 
pela imunoglobulina E (IgE), que é anticorpo envolvido na 
manifestação de reações alérgicas e inflamações; 
• Histórico familiar de asma; 
• Alergias; 
• Exposição pré-natal a fumaça de cigarro e poluição; 
• Gatilhos ambientais (fumo e ácaros da poeira); 
• Infecções respiratórias; 
• Refluxo durante o sono (asma noturna). 
 
 
 
 
CRISES DE ASMA 
Ocorrer de forma espontânea 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-Sinais e sintomas: 
Pessoas com asma apresentam uma gama de sinais e sintomas, que variam 
de episódios de sibilos e sensação de aperto no tórax a uma crise 
imobilizante e aguda. As manifestações de crise diferem de uma pessoa para 
outra, e entre elas muitas pessoas ficam livres de sintomas. Uma crise leve 
pode produzir sensação de aperto no tórax, um ligeiro aumento na 
frequência respiratória com expiração prolongada e leve sibilação. A 
respiração sibilante pode ser acompanhada de tosse. Crises mais graves são 
acompanhadas pelo uso dos músculos acessórios, hipoforese do murmúrio 
vesicular devido ao aprisionamento de ar e aos sibilos intensos. Conforme a 
evolução da doença, o paciente desenvolve fadiga, a pele fica úmida, e são 
óbvios os sintomas de ansiedade e apreensão. A dispneia piora, e muitas 
vezes a pessoa é capaz de pronunciar apenas uma ou duas palavras, antes de 
precisar respirar novamente. 
No momento em que o fluxo de ar se apresenta acentuadamente diminuído, 
o murmúrio vesicular se torna inaudível, com redução dos sibilos, e a tosse se 
torna ineficaz, apesar de repetitiva e entrecortada. Esse ponto geralmente 
marca o início da insuficiência respiratória. 
 
 
Asma noturna: 
Frequentemente, os sintomas de asma pioram durante a noite, condição 
chamada de asma noturna. 
Variações do nosso ciclo circadiano (relógio biológico) e do sono na função 
hormonal e respiratória, auxiliam nesse acometimento. 
 
Maior diminuição da função respiratória ocorre aproximadamente às 4 h, 
período em que os níveis de cortisol ( hormônio do estresse) estão baixos, 
os níveis de melatonina (hormônio do sono) estão altos e a atividade dos 
eosinófilos (moduladores das reações de hipersensibilidade, participam de 
reações alérgicas) é maior. 
 
(4h) 
MAIOR DIMINUIÇÃO DA 
FUNÇÃO RESPIRATÓRIA 
 CORTISOL 
 MELATONINA 
 ATIVIDADES DOS EOSINÓFILOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As manifestações de crise diferem de uma pessoa para outra, e entre elas 
muitas pessoas ficam livres de sintomas. 
Crise leve: 
• Sensação de aperto no tórax; 
• Aumento na frequência respiratória; 
• Expiração prolongada; 
• Leve sibilação (assobio agudo durante a respiração) que pode ser 
acompanhada de tosse. 
 
Crises mais graves: 
• Uso dos músculos acessórios (escalenos e pelo 
esternocleidomastóideo que são acionados na respiração forçada); 
• Hipofonese (redução da sonoridade) do murmúrio vesicular 
(movimento do ar nos bronquíolos e alvéolos) devido ao 
aprisionamento de ar e aos sibilos intensos; 
• Fadiga; 
• Pele fica úmida; 
• Ansiedade e apreensão; 
• Dispneia ( falta de ar) piora, e muitas vezes a pessoa é capaz de 
pronunciar apenas uma ou duas palavras, antes de precisar respirar 
novamente. 
 
Evolução para insuficiência respiratória: 
• Fluxo de ar diminuído; 
• Murmúrio vesicular se torna inaudível (som do movimento do ar nos 
bronquíolose alvéolos); 
• Redução dos sibilos; 
• A tosse se torna ineficaz, apesar de repetitiva e entrecortada. 
-Diagnóstico: 
O diagnóstico de asma deve se basear no histórico cuidadoso, exame físico, 
testes laboratoriais e estudos da função pulmonar. 
A espirometria fornece um meio para medir a CVF, VEF1, PFE, volume 
corrente, capacidade de reserva expiratória e capacidade de reserva 
inspiratória. Pode então ser calculada a razão VEF1/CVF. 
 
O grau de capacidade de resposta das vias respiratórias pode ser medido por 
testes de desafio de inalação com o uso de metacolina (um agonista 
colinérgico), histamina ou pela exposição a um agente não farmacológico, 
como o ar frio. 
 
 
 
 
O diagnóstico se baseia em: 
• Histórico do paciente; 
• Exame físico; 
• Testes laboratoriais; 
• Estudos da função pulmonar. 
 
Espirometria: 
• Mede a CVF (capacidade vital forçada); 
• VEF1 (volume expiratório forçado em um segundo); 
• PFE (pico de fluxo expiratório); 
• Volume corrente; 
• Capacidade de reserva expiratória; 
• Capacidade de reserva inspiratória. 
 
Testes de desafio de inalação: 
Mede o grau de capacidade de resposta das vias respiratórias com o uso 
de: 
• Metacolina (um agonista colinérgico) que pode medir a 
reatividade brônquica; 
• Histamina (efeito vasodilatador); 
• Exposição a um agente não farmacológico, como o ar frio. 
Existe disponibilidade comercial de pequenos medidores portáteis, de baixo 
custo, para verificar o PFE. 
 
Embora não se destinem ao estabelecimento de um diagnóstico de asma, 
eles podem ser usados em clínicas e consultórios médicos, bem como em 
domicílio para fornecer medidas frequentes da taxa de fluxo. 
 
Variações que acompanham o ciclo dia-noite (circadiano) nos sintomas da 
asma e a variabilidade de PFE (pico de fluxo expiratório) podem ser 
empregadas para indicar a gravidade do aumento na capacidade de resposta 
brônquica. 
 
O melhor desempenho da pessoa é estabelecido a partir de leituras feitas ao 
longo de várias semanas. Isso muitas vezes é denominado de melhor 
desempenho individual e é utilizado como referência para indicar alterações 
na função respiratória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-DPOC: 
 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) 
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) na verdade constitui um grupo 
de doenças respiratórias intimamente relacionadas ao tabagismo. 
 
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) na verdade constitui um grupo 
de doenças respiratórias intimamente relacionadas ao tabagismo. 
 
DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) é um espectro de doenças que 
inclui a bronquite crônica (estreitamento das vias aéreas e paralisação da 
atividade dos cílios) e o enfisema (danos irreversíveis nos alvéolos). 
 
O cigarro é responsável pela imensa maioria dos casos. A constante 
exposição a elementos irritantes, como poeira, poluentes do ar e vapores 
químicos, também pode contribuir para o aparecimento da doença. 
 
-Sintomas: 
A DPOC é uma doença insidiosa de instalação lenta. Geralmente, o primeiro 
sintoma é uma discreta falta de ar (dispneia) associada a esforços como subir 
escadas, andar depressa ou praticar atividades esportivas. Com o passar do 
tempo, a falta de ar vai se tornando mais intensa e é provocada por esforços 
cada vez menores. Nas fases mais avançadas, a falta de ar se manifesta 
mesmo com o doente em repouso e agrava-se muito diante das atividades 
mais corriqueiras. Tosse produtiva e encurtamento da respiração são 
sintomas que também podem estar presentes nos quadros de doenças 
pulmonares obstrutivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-Diagnóstico: 
 
O diagnóstico baseia-se nos achados do exame físico e na história do 
paciente. Como os sintomas podem não ser indicativos da extensão do dano 
respiratório, é fundamental realizar um exame chamado espirometria para 
avaliar a capacidade ventilatória pulmonar. 
 
Muitos especialistas recomendam que toda pessoa que fuma há mais de dez 
anos faça esse exame para que o diagnóstico seja feito nas fases iniciais, 
quando o dano aos tecidos do sistema respiratório ainda não se tornou 
irreversível. 
 
 
 
-Tratamento: 
 
Parar de fumar é a única forma de impedir o declínio progressivo da função 
respiratória. Chicletes, adesivos de nicotina e drogas antidepressivas como a 
bupropiona, associados a terapêuticas comportamentais, são de grande 
utilidade para tratamento da dependência de nicotina nos portadores de 
DPOC. 
 
Drogas broncodilatadoras e os anticolinérgicos estão indicados para aliviar os 
sintomas associados à produção e eliminação das secreções. Os derivados da 
cortisona por via inalatória podem ser úteis, mas seu uso prolongado pode 
provocar efeitos indesejáveis. 
 
Diversos estudos demonstraram que, nos casos mais graves, o único 
tratamento médico capaz de aumentar a sobrevida dos portadores da 
doença é a oxigenioterapia. Técnicas fisioterápicas de reabilitação 
respiratória aumentam a resistência aos esforços e melhoram a qualidade de 
vida, mas aparentemente não prolongam a sobrevida. 
 
 
 
 
 
 
-Recomendações: 
 
Evite fumar. Dependendo de quanto os pulmões estejam afetados, parar de 
fumar pode reduzir, ou mesmo eliminar, os sintomas da bronquite crônica e 
impedir a progressão do enfisema, embora não reverta o processo já 
instalado. Os danos aos alvéolos são permanentes, por isso os sintomas do 
enfisema não desaparecem; 
 
Não se autoengane. Se você é fumante, considere que a dependência de 
nicotina pode levá-lo a tornar-se dependente dos outros para as tarefas mais 
insignificantes e corriqueiras; 
 
Fique atento: todos os portadores de DPOC devem receber anualmente uma 
dose de vacina contra a gripe e outra contra o pneumococo, para evitar que a 
concomitância de processos infecciosos agrave o quadro respiratório; 
 
Saiba que o aumento progressivo da longevidade ocorrido na segunda 
metade do século XX e o enorme contingente de fumantes colocaram a DPOC 
entre as cinco enfermidades mais prevalentes nos países industrializados e 
em certas regiões do Brasil.

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