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WBA0059_v2.0 CONTABILIDADE GERENCIAL APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Mateus Modesto A disciplina Contabilidade gerencial é muito útil e necessária ao profissional de finanças e ao gestor de maneira global. A disciplina discute que a contabilidade gerencial possui flexibilidade e deve ser customizada para as características da companhia. Ela é trabalhada pela área de controladoria, que possui o propósito de captar as realidades do ambiente e da empresa e produzir índices, números, enfim, informações que venham a instruir o processo decisório dos gestores. A ideia maior é conseguir compatibilizar as muitas ações diárias, do curto prazo, por intermédio do processo de orçamento empresarial, com o atingimento dos objetivos estratégicos do longo prazo, constantes do planejamento estratégico. A contabilidade gerencial faz uso, entre outros, dos números da contabilidade financeira ou societária e dos números da contabilidade de custos. Além disso, os sistemas de informação gerencial, bem como as ferramentas de gestão estratégica, como o Balanced Scorecard (BSC), possuem expressiva interconexão com a contabilidade gerencial. Por sua vez, estuda-se nesta disciplina os três métodos mais difundidos de custeio, que são o custeio por absorção, custeio variável ou direto e o custeio ABC - Activity Based Costing. Isso porque a informação de custos é fundamental em praticamente todas as decisões corporativas. Enfim, aborda-se o custeio-alvo ou target costing, que é um método de instruir o projeto de desenvolvimento de produtos com base no preço de venda praticado no mercado. Assim, convidamos você para este empolgante tema, a contabilidade gerencial. 3 INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 Definição, ação estratégica e processo decisório ______________________________________________________________ Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Mateus Modesto 5 DIRETO AO PONTO A contabilidade gerencial é o processo de fornecer a gestores de uma entidade informações relevantes, financeiras e não financeiras, para tomada de decisões, que podem envolver alocação de recursos, monitoramento, orçamento, controle, análise de investimentos e avaliação e recompensa por desempenho funcional. A controladoria pode ser conceituada como o conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências de Administração, Economia, Psicologia, Estatística e Contabilidade, entre outras, que se ocupam da gestão econômica das empresas, com o fim de orientá-las para a eficácia. A finalidade da controladoria é prover informações adequadas ao processo decisório dos gestores. Há uma atuação estratégica da controladoria, no sentido de que se propõe a orientar e induzir as ações de curto prazo, até mesmo do dia a dia, para que, com o sucessivo atingimento das metas orçamentárias, os resultados diários, semanais ou mensais conduzam a entidade ao atingimento dos objetivos do longo prazo, que são estratégicos. Em sua essência, a contabilidade gerencial está focada na gestão da entidade, voltada para fins internos à organização, e procura municiar os gestores de informações para a tomada de decisões, o que envolve planejamento, controle e busca da eficácia empresarial. Diferencia-se da contabilidade financeira ou societária e da contabilidade de custos, pois não se sujeita necessariamente aos postulados e princípios da contabilidade e às normas e práticas contábeis internacionais que são utilizadas pelos contabilistas, em particular, as IFRS (International Financial Reporting Standards). A função de controladoria, que possui em sua liderança um profissional denominado controller, é que se dedica à produção das informações no contexto da contabilidade gerencial. 6 Um sistema de informações é um conjunto de subsistemas inter-relacionados que funcionam conjuntamente para coletar, processar, armazenar, transformar e distribuir informações para fins de planejamento, tomada de decisões e controle. O ERP (Enterprise Resource Planning), que possui muitos fornecedores, é um software, um sistema de gestão que permite acesso integrado e confiável aos dados de uma empresa. Com base nas informações levantadas pelo software é possível produzir relatórios e fazer diagnósticos sobre as medidas necessárias que orientem a empresa para a eficácia, como otimizar os custos e a produtividade, como remodelar a oferta de produtos e serviços. A contabilidade, especificamente a contabilidade gerencial, por sua vez, como um instrumento gerencial, utiliza um sistema de informações para registrar as operações da organização, para elaborar e interpretar relatórios que mensurem os resultados e forneçam informações necessárias para subsidiar o processo de tomada de decisões e para o processo de gestão, planejamento, execução e controle de forma ampla. Nota-se que o espírito das IFRS, o padrão internacional da contabilidade, é o de que a contabilidade evidencie adequadamente a realidade econômica e financeira da entidade. Assim, a rigor, deveria existir um número contábil somente, ou seja, o das IFRS. Nessa situação hipotética a contabilidade gerencial seria a própria contabilidade financeira. Porém, na prática, sente-se a necessidade de existir sim a contabilidade gerencial. O planejamento estratégico está relacionado com as consequências futuras das decisões correntes. É um processo que se inicia com a colocação dos objetivos organizacionais para, em seguida, definir-se as táticas e métodos para os alcançar. Para isso, é necessário desenvolver planos detalhados para garantir que o que se planeja seja efetivamente implementado. O planejamento estratégico acima de tudo é uma atitude, uma filosofia, uma forma de pensar, ou seja, é mais do que um exercício intelectual e deve 7 envolver a todos na organização e gerar a ligação, a coerência entre planos estratégicos de longo prazo, planos táticos de médio prazo, e planos, entre eles os operacionais, de curto prazo. A conexão entre o longo prazo e o curto prazo, associando questões estratégicas a táticas e operacionais, constitui-se em elemento de extrema relevância para o bom desenvolvimento do sistema de planejamento como um todo. Figura 1 - O Balanced Scorecard (BSC) é um artefato, uma ferramenta da administração estratégica Fonte: maydogan/iStock.com. No planejamento estratégico a visão corresponde à formalização de uma reflexão com razoável grau de abstração, em que se expressa o propósito básico da entidade. Proporciona um direcionamento de longo prazo para os gestores. A missão traduz de forma mais pragmática o que a visão propõe. E os objetivos 8 de longo prazo são a materialização mais objetiva dos alvos que a empresa pretende atingir ou superar. O Balanced Scorecard consiste em dispor de um conjunto de medidas qualitativas balanceadas, sem desconsiderar as medidas financeiras tradicionais. A proposta do Balanced Scorecard é instruir o trabalho de gestão com direcionadores da geração de valor no futuro. O Balanced Scorecard requer que sejam estabelecidas métricas que efetivamente indiquem se a estratégia delineada pela organização está́ sendo implementada e executada. No Balanced Scorecard se prevê que as medidas de desempenho devem ser divididas em quatro perspectivas, ou seja, (a) financeira, (b) clientes, (c) processos internos e (d) aprendizado e crescimento. Referências bibliográficas CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial. Teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 8 out. 2020. FREZATTI,F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597014099/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 8 out. 2020. PARA SABER MAIS Segundo Hitt, Ireland e Hoskisson (2018), a competitividade estratégica é alcançada quando uma empresa consegue https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597014099/cfi/0!/4/2@100:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597014099/cfi/0!/4/2@100:0.00 9 formular e implantar com sucesso uma estratégia de criação de valor. Estratégia é um conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações definido para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva. Quando definem uma estratégia, as empresas escolhem, entre as alternativas, o caminho como alcançarão a competitividade estratégica. Por sua vez, ainda conforme Hitt, Ireland e Hoskisson (2018) relatam, a empresa tem vantagem competitiva quando implementa uma estratégia que cria valor para os clientes e que os concorrentes não conseguem copiar ou acham cara demais para imitar. Uma entidade tem o indicativo de que sua estratégia resultou em uma vantagem competitiva quando os esforços dos concorrentes para copiar os produtos e serviços pararam ou fracassaram. Porém, nenhuma vantagem competitiva é permanente devido ao dinamismo das coisas e ao processo de inovação e de concorrência acirrada em um mundo globalizado. O processo de administração estratégica é o conjunto completo de compromissos, decisões e ações necessário para que a empresa alcance vantagem competitiva e, fruto disso, obtenha retornos econômicos e financeiros acima da média verificada em seu ramo de atuação. Dois modelos de administração estratégica existem e as empresas os utilizam para coletar as informações e os conhecimentos necessários para escolher e implantar estratégias de forma eficaz. Os insights advindos desses modelos também servem de base para formar a visão e a missão da empresa. O primeiro modelo, denominado de Organização Industrial ou Industrial Organization I/O propõe que o ambiente externo é o principal determinante das ações estratégicas. O modelo de Organização Industrial I/O indica que a companhia deve identificar as oportunidades no ambiente e depois administrar seus recursos 10 Lorem ipsum dolor sit amet Autoria: Nome do autor da disciplina Leitura crítica: Nome do autor da disciplina com objetivo de obter sucesso no mercado escolhido. Assim, atuar em um mercado ou segmento de mercado atrativo é a chave para o sucesso competitivo. O segundo modelo de administração estratégica é o Resource Based View ou Visão Baseada em Recursos (RBV). Propõe que os recursos, ou seja, a disponibilidade de capital, a expertise, o know-how, o talento das equipes, a percepção mercadológica dos dirigentes e as capacidades de uma empresa são o elo fundamental com a competitividade estratégica. Assim, o primeiro modelo, I/O, se preocupa basicamente com o ambiente externo da empresa, ao passo que o segundo, RBV, se concentra no ambiente interno. No primeiro modelo, I/O, a empresa estuda o ambiente e escolhe o mercado ou segmento de mercado a atuar. No segundo modelo, RBV, a empresa, com base nas potencialidades de seus recursos internos, escolhe o mercado ou segmento de mercado a atuar. Referências bibliográficas HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica. Competitividade e Globalização. Conceitos. São Paulo: Cengage, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca. com.br/#/books/9788522127986/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 8 out. 2020. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação. Você é o controller de uma empresa e, em uma assembleia com os acionistas, na qual você participa como convidado, surge um questionamento sobre https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522127986/cfi/0!/4/2@100:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522127986/cfi/0!/4/2@100:0.00 11 quais são os principais indicadores que a empresa tem utilizado visando incrementar os resultados, em particular, a lucratividade. Você, que utiliza a metodologia do Balanced Scorecard, deve então descrever aos acionistas as principais métricas utilizadas nas perspectivas financeira, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento. Aborde também com os acionistas a qualidade da contabilidade da empresa, em termos da contabilidade financeira, contabilidade de custos e contabilidade gerencial. Explique também como se integram os sistemas de informações gerenciais utilizados. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este livro contém o conteúdo da disciplina Contabilidade gerencial. Procura trazer de forma didática os princípios e fundamentos que a balizam. Os autores possuem grande vivência acadêmica e de mercado. Recomenda-se a leitura do Capítulo 1 – Contabilidade: Sistema de Informação Gerencial; e Capítulo 2 – Controller: funções e atribuições, do livro indicado a seguir. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial. Teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019. Indicações de leitura 12 Indicação 2 Os modelos de administração estratégica mais aceitos pela comunidade acadêmica e de mercado são os modelos de Organização Industrial I/O e de Visão Baseada em Recursos (RBV). A controladoria se utiliza da contabilidade gerencial para municiar os gestores da empresa com informações relevantes para instruir o processo decisório. Esse processo visa fazer com que as ações diárias e de curto prazo, somadas cumulativamente ao longo de anos, formem de forma consolidada os resultados previstos nos objetivos estratégicos de longo prazo. Assim, recomenda-se a leitura do Capítulo 1 - Administração estratégica e competitividade, do livro indicado a seguir. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica. Competitividade e globalização. Conceitos. São Paulo: Cengage, 2018. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 13 1. A contabilidade gerencial está focada na gestão da entidade, voltada para fins internos à organização, e procura municiar os gestores de informações para a tomada de decisões, o que envolve planejamento, controle e busca da eficácia empresarial. Considerando essa informação, assinale a alternativa que contém a afirmação correta. a. O padrão internacional de Contabilidade, International Financial Reporting Standards (IFRS) não permite mais que as empresas tenham contabilidade gerencial. b. A entidade pode optar por utilizar a contabilidade gerencial para efeito de pagamento de tributos. c. A contabilidade de custos pode substituir perfeitamente a contabilidade gerencial. d. A contabilidade gerencial se utiliza de um sistema de informações gerenciais e obtém insumos também da contabilidade financeira e da contabilidade de custos. e. A contabilidade financeira ou societária sempre produz os mesmos números que a contabilidade gerencial. 2. O Balanced Scorecardé um artefato, uma ferramenta, um instrumento do controle gerencial que pode ser utilizado como alinhador estratégico da organização. Nele, há a definição de indicadores para dimensões ou perspectivas e cada indicador se desdobra em metas por unidades e áreas da empresa, para equipes de trabalho e mesmo para os funcionários individualmente. O Balanced Scorecard trabalha com quatro perspectivas. Indique a alternativa cujo conteúdo contém uma perspectiva NÃO prevista pelos autores do modelo. a. Processos internos. b. Ambiente competitivo. c. Financeira. 14 d. Aprendizado e crescimento. e. Clientes. GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: A contabilidade gerencial de fato reúne múltiplas informações, dos sistemas de informação, da contabilidade financeira e da contabilidade de custos e de qualquer outra fonte que seja confiável. A contabilidade gerencial pode inclusive produzir informações de natureza qualitativa, por exemplo, quantidade de acidentes de trabalho e índice de turnover (rotação ou substituição ou renovação, em oposição à retenção) dos funcionários da empresa. Questão 2 - Resposta B Resolução: Os estudos dos professores Norton e Kaplan, autores do Balanced Scorecard, indicam quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento. TEMA 2 Gestão estratégica. Informação de custos. ______________________________________________________________ Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Mateus Modesto 16 DIRETO AO PONTO No setor privado, as empresas visam obter retornos superiores do que a média do setor em que atuam e que sejam sustentáveis aos acionistas e aos demais stakeholders. Por sua vez, as organizações que não visam ao lucro e as não governamentais (ONG) almejam obter impacto social positivo junto aos seus contribuintes e às comunidades atendidas. E os órgãos do setor público, fazendo uso dos números da contabilidade gerencial, se bem geridos, têm possibilidade de melhorar a qualidade dos serviços prestados à população e aos cidadãos. O traço comum em todas essas diversas empresas e organizações é como implementar uma estratégia que proporcione valor a longo prazo para seus acionistas, entre outros stakeholders. A implementação da estratégia requer tomada de decisão que esteja alinhada aos objetivos e às metas estratégicas de longo prazo; à melhoria contínua de processos críticos; à motivação e alinhamento dos funcionários com os objetivos organizacionais; e à inovação que desenvolve novos produtos e serviços. A contabilidade gerencial, no contexto da controladoria, se propõe a fornecer insumos, na forma de informações, para a gestão empresarial para a criação de valor sustentável. O Balanced Scorecard (BSC) visa ser uma ferramenta para viabilizar o entendimento do contexto estratégico, para medição das realidades e para ser um insumo para a tomada de decisão e para a viabilização do controle e da avaliação de desempenho pelos gestores e pelas áreas corporativas envolvidas. O desafio para a gestão e ação estratégica é encontrar o mix correto de medidas e métricas financeiras e não financeiras para fazer a mensuração e avaliação de desempenho empresarial. Atkinson 17 et al. (2015) afirmam que, no decorrer dos séculos XIX e XX, as empresas utilizavam apenas métricas financeiras para medir seu desempenho. Os sistemas de controladoria usavam métricas como o lucro operacional e o retorno sobre investimento para motivar e avaliar o desempenho. Essas métricas somente financeiras eram adequadas quando os principais ativos que geravam o lucro e o valor da empresa eram ativos físicos e tangíveis, como propriedade, fábrica, equipamentos, estoque e ativos financeiros, incluindo caixa, disponibilidades e títulos a receber. No entanto, no final do século XX, as empresas não podiam mais criar valor somente por meio de ativos físicos, tangíveis e financeiros. Precisavam criar valor por meio de seus atributos de competitividade como a reputação, a imagem, o espírito empreendedor, o espírito inovador, o relacionamento com clientes, a tecnologia, os processos operacionais eficientes e de alta qualidade, as competências dos funcionários, a organização com sistemas de informação e a cultura organizacional. Com essas mudanças nos fatores que impulsionam o sucesso estratégico e competitivo, as medidas financeiras tornaram- se insuficientes para mensurar e administrar o desempenho da empresa. Daí a aplicabilidade de metodologias como o Balanced Scorecard (BSC), que incorpora o uso de métricas não financeiras além das tradicionais financeiras. Relembra-se que o Balanced Scorecard BSC contempla quatro perspectivas: (a) financeira, (b) clientes, (c) processos internos e (d) aprendizado e crescimento. Crepaldi e Crepaldi (2019) também colocam que o objetivo maior de toda organização é criar valor para todos os stakeholders. Valor para o cliente, para os beneficiários do serviço, para os financiadores, para a comunidade, para o governo, para os colaboradores, para os proprietários, para os consumidores. Para isso, deve-se formular uma estratégia ligada à visão e à missão da organização. Assim, para que uma estratégia seja implementada, todos os envolvidos com a organização devem estar alinhados, 18 comprometidos e ligados à estratégia, além de ser fundamental que o processo de implementação seja contínuo e participativo. Por sua vez, o conhecimento dos custos, na ótica de Martins (2018), é vital para saber se, dado o preço praticado no mercado, o produto é rentável; ou, se não rentável, se é possível otimizar os custos para viabilizar a iniciativa. Assim, a contabilidade mais moderna vem criando sistemas de informações que permitam melhor gerenciamento de custos. Metodologias como o Activity Based Costing (ABC) e como o Target Costing - Custeio-Alvo - têm essa finalidade. Estas novas atribuições da contabilidade de custos, porém, não compreendem o todo da contabilidade gerencial, que é mais ampla. Figura 1 – Propriedades da transação Fonte: Bet_Noire/iStock.com. 19 O custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos incorridos no período, de forma que sejam absorvidos pela produção realizada, ou seja, todos os custos serão apropriados aos produtos acabados, aos produtos em elaboração, independentemente de serem fixos, variáveis, diretos ou indiretos. A separação entre custo e despesa é essencial, porque nesse caso as despesas são contabilizadas diretamente contra o resultado do período, enquanto os custos dos produtos não vendidos ficam apropriados em estoques. A finalidade desse critério é calcular o custo total, composto pelo custo direto e custo indireto de cada item produzido. Enfim, a contabilidade gerencial utiliza-se dos números da contabilidade financeira ou societária e dos números da contabilidade de custos. Com isso, busca produzir informações relevantes para o processo decisório que oriente a empresa para a eficácia. Conjugado isso ao uso do Balanced Scorecard (BSC) tem- se a possibilidade de identificar quais as ações que a empresa deve adotar no dia a dia para, com o sucessivo atingimento dos objetivos de curto prazo, por todos na organização, construir o resultado estratégico de longo prazo, que concretize o cumprimento da visão e da missão corporativa. A controladoria, usando a contabilidade gerencial, vai municiar todo esse arcabouço de indicadores e relatórios integrados aos sistemas de informações corporativos. Referências bibliográficas ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial. Tradução de Ailton Bomfim Brandão; Revisão técnica de Rubens Famá. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com. br/#/books/9788597009316/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.125. Acesso em: 8 out. 2020. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597009316/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.125 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597009316/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.12520 CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial. Teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019. Disponível em: https:// integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/ cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 8 out. 2020. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597018080/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 8 out. 2020. PARA SABER MAIS Segundo Garrison, Noreen e Brewer (2013), compreender como os produtos e serviços são custeados é vital para os gerentes, porque o modo como esses custos são calculados ou estimados pode causar um impacto substancial sobre os lucros divulgados e sobre as decisões de forma geral. Um sistema de custeio gerencial deve fornecer dados de custo para ajudar os gerentes a planejarem, controlarem e tomarem decisões. No entanto, exigências de relatórios financeiros externos e declarações de tributos geralmente influenciam bastante como os custos são acumulados e resumidos nos relatórios gerenciais. Isso ocorre com o custeio de produtos. No custeio por absorção, todos os custos de produção, tanto os fixos quanto os variáveis, são atribuídos às unidades dos produtos. A maioria dos países, inclusive o Brasil, exige alguma forma de custeio por absorção tanto para relatórios financeiros externos quanto para declarações de tributos. Além disso, a maioria das empresas em todo o mundo também usa o custeio por absorção em seus relatórios gerenciais. O custeio por ordem de produção, por sua vez, é usado em situações em que muitos produtos diferentes são produzidos em cada período. Por exemplo, uma fábrica de cosméticos faria diversos tipos de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 21 esmaltes durante um mês. Um pedido específico, hipoteticamente, pode consistir em mil unidades. Esse pedido é chamado de ordem de produção. Em um sistema de custeio por ordem de produção, os custos são associados e alocados a ordens de produção e, então, os custos da ordem de produção são divididos pelo número de unidades na ordem de produção para chegar a um custo médio por unidade. As empresas geralmente classificam seus custos de produção em três amplas categorias: (a) custos de materiais diretos, (b) custos de mão de obra direta e (c) custos indiretos de produção. Quando se fecha um acordo com um cliente sobre as quantidades, os preços e a data de entrega do pedido, é emitida uma ordem de produção. O departamento de produção prepara, então, um formulário de requisição de materiais, que é um documento que especifica o tipo e a quantidade de materiais a serem retirados do armazém ou almoxarifado e identifica a ordem de produção que será́ acionada pelo custo dos materiais. O formulário é usado para controlar o fluxo de materiais que entra na produção e para fazer registros contábeis. Um sistema de informações gerenciais está no bojo de tudo isso. Os custos de mão de obra direta consistem naqueles que podem ser facilmente associados a determinada ordem de produção. Custos de mão de obra que não podem ser facilmente associados a nenhuma ordem de produção são tratados como parte dos custos indiretos de produção. A mão de obra indireta inclui tarefas como manutenção, supervisão e limpeza. Para atribuir custos indiretos a produtos é feita alocação de custos. Uma base de alocação é uma medida como horas de mão de obra direta ou horas/máquina, que é utilizada para atribuir custos indiretos a produtos e serviços. As bases de alocação mais amplamente utilizadas na produção são: horas de mão de obra direta, custos de mão de obra direta, horas/máquina e, quando 22 uma empresa possui um único produto, unidades de produto. Diga- se, então por exemplo, que haja um seguro patrimonial que seja um custo indireto. Ele pode ser rateado aos produtos utilizando como base de alocação a mesma proporcionalidade dos valores de consumo de matéria-prima. Referências bibliográficas GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. Tradução de Christiane de Brito; Revisão técnica de Luciane Reginato. 14. ed. McGraw-Hill; Bookman. Porto Alegre: AMGH, 2013. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com. br/#/books/9788580551624/cfi/0!/4/4@0.00:0.00. Acesso em: 8 out. 2020. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação. Você é o controller de uma empresa e, em uma reunião de que participe, um dos diretores afirma que o método de custeio por absorção não é o melhor para instruir as decisões de formação de preços da empresa. Esse diretor afirma que ele entende que os estoques da empresa possuem volumes exagerados e toda essa ineficiência é repassada para o custo do produto e deve-se estar perdendo mercado com isso, tendo em vista que o preço praticado pela empresa perde competitividade perante a concorrência, por embutir em si custos elevados. Você deve então descrever ao diretor que a contabilidade financeira ou societária se utiliza do método de custeio por absorção por ser o aceito pela legislação e regulação empresarial e tributária. Porém, a contabilidade gerencial é https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551624/cfi/0!/4/4@0.00:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551624/cfi/0!/4/4@0.00:0.00 23 flexível e customizada e pode sim produzir números específicos para as situações encontradas, de forma a instruir o processo decisório de informações robustas e relevantes. Outrossim, deve sugerir que as áreas envolvidas sejam acionadas para estudar os volumes de estoques praticados pela companhia para verificar se existem ou não ociosidades e ineficiências no processo. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este livro contém o conteúdo da disciplina Contabilidade gerencial. Procura trazer de forma didática os princípios e fundamentos que a balizam. Recomenda-se a leitura do Capítulo 2 – Balanced Scorecard e Mapa Estratégico. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial. Tradução de Ailton Bomfim Brandão; Revisão técnica de Rubens Famá. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Indicações de leitura 24 Indicação 2 As expressões contabilidade financeira, contabilidade de custos e contabilidade gerencial são muito utilizadas no dia a dia. Há conexão entre elas, porém as abordagens são distintas. Martins (2018) diz que essas e outras dúvidas são comumente dirimidas por meio de uma análise histórica. Percebe-se que o desenvolvimento das Ciências Contábeis ocorre para atender à necessidade informacional dos agentes econômicos, dos empreendedores, a partir do século XV aproximadamente. Assim, recomenda-se a leitura do Capítulo 1 - A contabilidade de custos, a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial - do livro indicado a seguir. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretaçãocom embasamento no cabeçalho da questão. 25 1. A distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são apropriadas diretamente contra o resultado do período, enquanto os custos relativos aos produtos, mercadorias ou serviços vendidos terão este tratamento. Os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos ficam ativados nos estoques desses produtos, sendo reconhecidos como custos no momento da venda e obtenção da receita. Nesse método, todos os custos são alocados aos produtos fabricados. Assim, tanto os custos diretos como os indiretos incorporam-se aos produtos. Os primeiros pela apropriação direta; e os indiretos por sua atribuição por meio de critérios de rateio. Tendo em vista isso, assinale a alternativa que NÃO contém uma etapa do processo de custeio por absorção. a. Separação entre os gastos daquilo que se consideram custos daquilo que se consideram despesas. b. Alocação dos custos diretos, de matéria-prima e de mão de obra, aos produtos. c. Alocação dos custos indiretos aos centros de custos, de acordo com seu uso. d. Alocação dos custos fixos indiretos como despesas do período, sem transitar por custos. e. Alocação, por critério de rateio, dos custos indiretos, dos centros de custos aos produtos. 2. O desafio para a gestão e ação estratégica é encontrar o mix correto de medidas e métricas financeiras e não financeiras para fazer a mensuração e avaliação de desempenho empresarial. No decorrer dos séculos XIX e XX, as empresas utilizavam apenas métricas financeiras para 26 medir seu desempenho. No entanto, no final do século XX, as empresas não podiam mais criar valor somente por meio de ativos físicos, tangíveis e financeiros. Precisavam criar valor por meio de seus atributos de competitividade como a reputação, a imagem, o espírito empreendedor, o espírito inovador, o relacionamento com clientes etc. Indique a alternativa que NÃO contém uma métrica não financeira. a. Resultado de pesquisa de clima organizacional junto aos funcionários. b. Quantidade de acidentes de trabalho. c. Quantidade de reclamações dos clientes junto aos órgãos de proteção ao consumidor. d. Quantidade de não conformidades em processos, apontadas pelos controles internos. e. Lucro operacional. GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: Os custos diretos, por serem bem identificados com os produtos, são alocados com precisão aos produtos. Já os custos indiretos, como os seguros das máquinas ou a manutenção ou supervisão da fábrica, por não serem claramente identificados com os produtos, são inicialmente alocados a centros de custos. E, dos centros de custos, por um critério de rateio lógico e factível, são apropriados aos produtos. Questão 2 - Resposta E Resolução: O lucro operacional, de fato, é uma métrica financeira tradicional, de extrema relevância, oriunda da demonstração de resultado do exercício (DRE), que é um 27 demonstrativo financeiro que tem origem da contabilidade denominada financeira/ societária e que faz parte do sistema de informação contábil. TEMA 3 Custeio variável. Análise custo, volume e lucro ______________________________________________________________ Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Mateus Modesto 29 DIRETO AO PONTO Crepaldi e Crepaldi (2019) afirmam que o custeio variável ou custeio direto é o sistema de custos que considera custo de produção de um período apenas os custos variáveis ou diretos incorridos, não se apropriando, como custos, os custos fixos, os quais são tratados como se fossem despesas do período. Nota-se que os custos variáveis, no sistema de custeio variável, abrangem também as despesas variáveis, que recebem o mesmo tratamento contábil dos custos variáveis. Assim, o custo unitário de produção do período será o total de custo variável dividido pela quantidade produzida. Os custos fixos, por sua vez, serão computados diretamente ao resultado do exercício. Logo, os custos fixos, no sistema de custeio variável, são tratados contabilmente como se fossem despesas. Vê-se aqui a utilidade do custeio variável ou custeio direto. Esse método não utiliza o critério de rateio de custos fixos aos produtos. Assim, a informação de custos fica mais precisa, menos sujeita à subjetividade, julgamento e arbitramento, abrangendo somente os custos variáveis e as despesas variáveis que possuem alocação aos produtos mais direta. No entanto, deve haver gestão sobre os volumes dos custos fixos, bem como das despesas administrativas e comerciais, que também integram o resultado do exercício e da empresa. Assim, o gestor deve ter consciência que, por exemplo, na decisão de formação de preços de venda, a margem de lucro a ser considerada deve ser suficiente para suportar os custos e despesas variáveis, que estão explícitos no custeio variável, e também os custos fixos e as despesas administrativas e comerciais, que tendem a ficar mais “escondidos” ou camuflados 30 dentro dos valores globais. Nota-se que ineficiências podem estar embutidas no seio dos custos fixos, despesas administrativas e comerciais. Logo, a visão gerencial precisa estar atenta a essa questão. Por sua vez, segundo Martins (2018), margem de contribuição por unidade é a diferença entre o preço de venda, ou receita unitária, e o custo variável de cada produto. É a contribuição em valor que cada unidade de produto efetivamente traz à empresa em termos do excesso de receita em relação ao custo incorrido. Os custos diretos variáveis em cada produto são basicamente a matéria- prima e a mão de obra direta. Percebe-se aqui o poder informacional do conceito de margem de contribuição. Os custos fixos existentes independem, como se sabe, dos volumes produzidos ou vendidos. Logo, a margem de contribuição unitária significa com quanto cada unidade vendida contribui para a amortização dos custos fixos. E isso vai ocorrendo até atingir o ponto de equilíbrio, momento em que o lucro contábil é zero. A partir do ponto de equilíbrio, a empresa gera lucro contábil. Logo, a contabilidade gerencial utiliza a margem de contribuição para municiar os gestores de condições de conduzir suas decisões em direção à eficácia. Salienta-se aqui a conexão que sempre deve haver entre as ações de curto prazo e os objetivos de longo prazo, constantes do planejamento estratégico. O conceito de margem de contribuição é destaque no método de custeio variável ou custeio direto. Enfim, diante das vantagens e desvantagens dos dois métodos de custeio estudados, percebe-se que há um desafio para a contabilidade gerencial. Essa deve usar o custeio por absorção quando isso seja vantajoso e menos crítico e usar o custeio variável quando o processo decisório pode ser potencializado e menos enviesado. Nesse sentido, o caráter flexível e customizado 31 da contabilidade gerencial se exalta por permitir adequar a informação para a realidade da empresa e para contribuir para o processo decisório dos gestores em direção à eficácia. Referências bibliográficas CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial. Teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019. Disponível em: https:// integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/ cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 12 out. 2020. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597018080/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 12 out. 2020. PARA SABER MAIS Assaf Neto e Lima (2017) abordam que as decisões de investimento, por exemplo, a construção de nova unidade fabril, o desenvolvimento de novo produto ou nova marca, a aquisição de uma empresa, envolvem a elaboração, avaliação e seleção de propostas de aplicações de capital com o objetivo, de médio e longo prazos, de produzir riqueza ou valor para a empresa. O processo denominado alocaçãode capital ou investimentos é uma das três decisões financeiras principais, que são: decisões de investimento, decisões de financiamento (inclui decisões sobre dividendos) e decisões de liquidez (gestão do capital de giro líquido). https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 32 O processo de avaliação e seleção de alternativas de investimento de capital envolve, na ótica de Assaf Neto e Lima (2017), estas questões: (a) dimensionamento dos resultados - fluxos de caixa - de cada proposta de investimento; (b) avaliação econômica dos fluxos de caixa com base na aplicação de técnicas de análise de investimentos; (c) definição do custo de capital ou taxa de retorno exigida pelos proprietários de capital, credores e acionistas, que fornecem o financiamento; (d) aplicação de critérios de aceitação de projetos de investimento, entre os quais, o método de Valor Presente Líquido (VPL); (e) avaliação de riscos. Nota-se aqui a importância da estimativa dos fluxos de caixa a serem utilizados em análise de investimentos ou alocação de capital. Lembra-se que a contabilidade financeira ou societária utiliza o princípio contábil da competência que, entre outros requisitos, versa que as receitas são contabilizadas no momento da venda, independentemente de terem sido recebidas em caixa (no caso de vendas a prazo), e que as despesas e custos são apropriados no momento de sua contratação, independentemente de terem sido pagas (no caso de contas a pagar). Assim, eis uma grande contribuição também da contabilidade gerencial para gerar informação relevante que permita aos gestores fazerem estimativas dos efetivos fluxos de caixa. Quer se dizer que, na contabilidade societária, por exemplo, em determinada data, se registra receitas de determinado valor, porém isso não significa que naquela data a empresa terá a efetiva e respectiva disponibilidade de caixa, uma vez que a venda poder ter sido feita a prazo. A boa estimativa dos efetivos fluxos de caixa é interessante não somente para as decisões de investimento, mas também para o 33 orçamento do caixa e das disponibilidades em geral, na gestão do capital de giro líquido, que fazem parte das decisões de liquidez. Capital de giro líquido, como se sabe, é o ativo circulante menos o passivo circulante. Importante fator a ser citado e lembrado nessa discussão sobre estimativas de fluxos de caixa é o papel das despesas e dos custos de depreciação, que possuem natureza econômica e não contêm efeito caixa na vigência do exercício contábil corrente. Referências bibliográficas ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Fundamentos de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https:// integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010145/ cfi/6/2[;vnd.vst.idref=body001]!. Acesso em: 12 out. 2020. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação. Suponha que uma empresa possui R$ 2.160.000,00 em custos fixos em determinado período de análise. A empresa possui apenas um produto fabricado/ comercializado. O preço de venda unitário desse produto é de R$ 3.000,00. Os custos e despesas variáveis por unidade são de R$ 1.200,00. Você é o controller da empresa e, em uma reunião, um dos diretores pergunta qual é a quantidade de produtos correspondente ao ponto de equilíbrio contábil ou operacional e qual é a margem de contribuição por produto. Os outros diretores presentes à reunião não conhecem bem contabilidade e pedem a você uma explicação sobre o significado prático dessas questões. Como você explicaria? 34 Você deve então explicar aos presentes o seguinte. A margem de contribuição unitária é a receita unitária menos os custos e despesas variáveis. Nesse caso então se tem que R$ 3.000,00 menos R$ 1.200,00 é igual a R$ 1.800,00. Depois, pode-se calcular a quantidade referente ao ponto de equilíbrio, dividindo o total dos custos fixos pela margem de contribuição unitária. Tem-se então que R$ 2.160.000,00 / R$ 1.800,00 é igual a 1.200 unidades. Acrescente às suas explicações que o valor de R$ 1.800,00, correspondente à margem de contribuição unitária, é a contribuição de parcela da receita de venda de cada unidade de produto para amortizar os custos fixos, isso até o ponto de equilíbrio, em que o lucro contábil é zero. No ponto de equilíbrio, o lucro contábil é zero porque os custos totais, ou seja, custos variáveis mais custos fixos, são iguais à receita total. Após o atingimento do ponto de equilíbrio, com produção e vendas se elevando, gera-se lucro contábil. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A administração financeira muito se utiliza das informações contábeis. A gestão de finanças envolve diversos fatores. Entender conceitos básicos da administração financeira é sempre oportuno. Recomenda-se a leitura do Capítulo 1 – O papel da administração financeira - do livro indicado a seguir. Indicações de leitura 35 Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. GITMAN, L. J.; ZUTTER, C. J. Princípios de administração financeira. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2017. Indicação 2 Alguns instrumentos de planejamento são fundamentais. O planejamento e orçamento de caixa e o planejamento do lucro - por intermédio da projeção da demonstração do resultado de exercício futura, bem como do balanço patrimonial futuro - são artefatos muito utilizados pela Controladoria. Assim, recomenda- se a leitura do Capítulo 4 – Fluxo de caixa e planejamento financeiro - do livro indicado a seguir. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. GITMAN, L. J.; ZUTTER, C. J. Princípios de administração financeira. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2017. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, 36 além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Os custos diretos são custos diretamente apropriados ou imputáveis aos produtos, sendo necessário haver uma medida de consumo. Os custos indiretos não podem ser estimados com base em seu consumo por produto, objetivamente, logo, sua alocação é feita por critérios de rateio. Por sua vez, os custos fixos independem do volume produzido e os custos variáveis dependem do volume de atividade numa unidade de tempo. As expressões fixos e variáveis são uma classificação aplicável também às despesas, enquanto os dizeres diretos e indiretos são uma classificação aplicável somente a custos. Tendo em vista isso, assinale a alternativa que NÃO contém um exemplo de custo direto de fabricação. a. Energia elétrica diretamente empregada na fabricação dos produtos, havendo medidores específicos. b. Mão de obra direta. c. Matéria-prima. d. Depreciação do imóvel em que a administração da empresa se localiza. e. Consumo de água diretamente empregada na fabricação dos produtos, havendo medidores específicos. 2. Quanto à análise custo, volume e lucro, pode-se dizer que é um instrumento valioso para se projetar os volumes de produção e de vendas desejáveis, bem como os lucros contábeis. Assim, indique a alternativaque NÃO contém uma informação que possa ser inferida, fazendo-se uso específico da análise custo, volume e lucro. 37 a. Os fluxos de caixa efetivos gerados pela atividade empresarial. b. A empresa gera prejuízo contábil se tiver nível de atividade aquém do ponto de equilíbrio. c. O lucro contábil é zero no ponto de equilíbrio. d. A empresa gera lucro contábil se tiver nível de atividade além do ponto de equilíbrio. e. Se a empresa crescer muito o nível de atividade, pode-se gerar necessidade de novos investimentos em ampliação da produção. GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: O imóvel em que a administração da empresa se localiza não é um item empregado diretamente na fabricação dos produtos, logo, sua depreciação deve ter um tratamento contábil como despesa do período, sendo entendida como estrutura de que a empresa necessita para funcionar. Questão 2 - Resposta A Resolução: Como a análise custo, volume e lucro trabalha com lucro contábil, que é regido pelo princípio contábil da competência, tal análise possui limitações em fornecer estimativas dos fluxos de caixa efetivos, inclusive considerando os efeitos somente econômicos da depreciação, exaustão e amortização no exercício corrente. TEMA 4 Custeio ABC. Custo-alvo. Planejamento e controle ______________________________________________________________ Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Mateus Modesto 39 DIRETO AO PONTO Conforme preceituam Crepaldi e Crepaldi (2019), o custeio ABC (Activity Based Costing) é baseado na análise das atividades da empresa, e não propriamente dos produtos. Fundamenta-se na premissa de que são as atividades, e não os produtos, que provocam o consumo de recursos, e estas atividades, conforme são requeridas, é que formarão os custos dos produtos. Dessa forma, o custeio ABC leva em consideração, no cálculo do gasto unitário dos produtos, tanto os custos diretos quanto os custos indiretos e, em alguns casos, as despesas. Para tanto, utilizam-se direcionadores, em vez da departamentalização usada no método de custeio por absorção. É um sistema de análise de custos, eminentemente gerencial, que busca rastrear todos os gastos de uma empresa, para analisar e monitorar o consumo dos recursos diretamente identificáveis com as atividades e - destas - com os produtos ou serviços. O custeio ABC, ainda conforme Crepaldi e Crepaldi (2019), analisa as atividades e os processos de fabricação que se utilizam dessas atividades. Assim, permite aos gestores visualizar as causas geradoras de custos e evidenciar ineficiências, tais como processos desnecessários ou injustificadamente caros, que não agregam valor ao produto. O custeio ABC - ao analisar a cadeia de valor do produto - rastreia os custos, sejam eles fixos ou variáveis, no intuito de reduzir o máximo possível a classificação de custos como indiretos. Logo, o custeio ABC se propõe a tornar os gastos, no máximo possível, classificados como se fossem custos diretos alocados aos produtos, reduzindo-se, como se disse, a subjetividade, julgamento e arbitramento no cálculo de custos. Por sua vez, sobre o custo-alvo, custo-meta ou target costing, Garrison, Noreen e Brewer (2013) dizem que usualmente se presume que, na 40 abordagem de custos, o produto já existe e tem sido comercializado. Em muitos casos, ponderam, a sequência de eventos é diferente. Existe um preço praticado pela concorrência no mercado e o desafio é o de desenvolver um produto que possa ser comercializado de modo lucrativo pelo preço do mercado. Nota-se que o custo ainda é um fator fundamental. A empresa pode se valer da abordagem método do custo-alvo. É o processo de determinar o custo máximo permissível para um novo produto e então desenvolver um protótipo que possa ser produzido de maneira lucrativa por esse valor máximo de custo-alvo. Outro aspecto, salienta-se, é importante não confundir custo-alvo com custo-padrão. São conceitos diferentes da contabilidade de custos e da contabilidade gerencial. Martins (2018) esclarece que a finalidade do custo-padrão é prática em termos de planejamento e controle dos custos. Na fixação do custo-padrão, cria-se uma referência ideal, pressupõe-se que a empresa faz levantamentos de informações que, em confronto posterior com os custos reais praticados, permitem apontar ineficiências, falta de produtividade e não conformidades na linha de produção, entre outros processos. Ao fim, cita-se que Figueiredo e Caggiano (2017), em sua obra, descrevem que a atividade de controle está relacionada totalmente ao planejamento. O controle existe para assegurar que as atividades da empresa estão de acordo com o planejado. Ou então, para diagnosticar os eventuais gaps que existam entre o realizado pelas atividades da empresa e o que estava planejado, para eventualmente corrigir rumos ou mesmo revisar o planejado. Assim, a controladoria, fazendo uso da contabilidade gerencial e do processo orçamentário, realiza esse trabalho de orientar a empresa para a eficácia. 41 Referências bibliográficas CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial. Teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019. FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. Tradução de Christiane de Brito; Revisão técnica de Luciane Reginato. 14. ed. McGraw-Hill; Bookman. Porto Alegre: AMGH, 2013. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. PARA SABER MAIS Frezatti (2017) diz que o orçamento empresarial é o plano financeiro, contendo valores e datas, dividido por centros de responsabilidade (unidades menores dentro da estrutura organizacional da entidade), para implementar a estratégia da empresa para determinado exercício. Uma sucessão de orçamentos anuais, por exemplo, vem a compor o que se pretenda conseguir de resultados estratégicos em cinco ou dez anos. É mais do que uma simples estimativa, pois deve representar o compromisso dos gestores em termos de metas a serem alcançadas. Ou seja, deve existir um elevado grau de obrigatoriedade com o cumprimento das metas orçamentárias, 42 porque disso depende o atingimento dos objetivos de longo prazo. A avaliação funcional dos empregados e das equipes devem estar atreladas ao desempenho realizado em cumprir metas. O orçamento, como se disse, contém valores e datas, e exprime as prioridades e a direção da entidade para um período e proporciona condições de avaliação do desempenho da entidade, suas áreas internas e seus gestores. O orçamento depende do planejamento estratégico e a ele está subordinado. O orçamento é considerado um dos pilares da gestão e uma das ferramentas fundamentais para que a accountability (prestação de contas), a obrigação dos gestores de prestar contas de suas atividades, possa ser cumprida. Os compromissos dos gestores e de suas áreas e equipes, em relação aos objetivos estratégicos, devem estar traduzidos e refletidos em suas peças orçamentárias. O orçamento é de curto prazo, as estratégias são de longo prazo. Figura 1 – Etapas de elaboração do orçamento Fonte: adaptado de Frezatti (2017, p. 43). 43 Na Figura 1, adaptada de Frezatti (2017), pode-se perceber que o planejamento estratégico contempla, por exemplo, cinco ou mais anos, longo prazo. Dele se desdobram os planos operacionais de mais curto prazo, um ano, por exemplo. A sigla PSPE significa Plano de Suprimentos, Produção e Estocagem. Esses planos, como se disse, são focados no curto prazo. A sucessão desses planos comporá no futuro o atingimento dos objetivos de longo prazo, constantes do planejamento estratégico. A elaboração propriamente dita do orçamento é dividida em duas fases: etapa operacional e etapa financeira. A etapa operacional consiste nos planos que estruturam as atividades tangíveis da empresa como marketing, produção, investimentos e gestãode pessoas. Por sua vez, a etapa financeira corresponde à tradução de todas as atividades tangíveis da etapa operacional para a etapa financeira, ou seja, para o orçamento empresarial, que contém valores em termos monetários e datas para serem atingidos. Dessa maneira, consoante Frezatti (2017), ao se planejar e acompanhar os resultados, o orçamento se constitui no instrumento que permite que a accountability exista na organização, de maneira estruturada, negociada e justa. Dependendo do tipo de organização, o orçamento pode ser desenvolvido de várias maneiras quanto à participação nas decisões. Top-down, ou seja, de cima para baixo, impositivo; bottom-up, ou fluindo de baixo para cima da pirâmide organizacional, democrático; ou uma composição entre essas abordagens. A formatação mais frequente é top-down, inclusive por questões de praticidade e tempo envolvido. No entanto, quanto mais participativa for a construção dos números orçamentários, melhor será o clima organizacional, bem como o engajamento e comprometimento de todos em atingir as metas. A liderança da alta cúpula empresarial e de todos os gestores é certamente um grande insumo desse contexto. 44 Referências bibliográficas FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação. Suponha que, no mês de novembro de determinado ano, como controller de uma empresa, você está participando dos trabalhos de elaboração do orçamento anual para o próximo exercício. Os diretores de marketing, produção, finanças e gestão de pessoas já apresentaram seus planos operacionais, evidenciando o que precisa ser feito, com base no planejamento estratégico de cinco anos. O papel do controller, agora, é o de fazer o plano financeiro ou o orçamento do próximo ano, ou seja, os dados tangíveis e físicos, constantes dos planos operacionais, terão que ser traduzidos em termos monetários e distribuídos mensalmente pelo exercício, no formato de orçamento. Essas serão as metas que os gestores e equipes terão a cumprir ou superar. Por exemplo, o diretor de finanças, no plano de investimentos, estima adquirir R$ 2.000.000,00 em uma nova fábrica, no próximo ano. O diretor de marketing e o de finanças estimam serem necessários R$ 50.000.000,00 em receitas de vendas. E assim por diante. O diretor-presidente entende que o tempo é escasso, de novembro até dezembro, e propõe que o conselho diretor estabeleça top-down os valores orçados, porque é mais rápido e prático e não gera perda de tempo, debate ou resistências dos gestores e equipes subordinados. 45 Como você, o controller, reagiria a essa proposta do diretor presidente? Você deve, como sugestão, proceder assim. Com certeza, é uma situação delicada e exige uma abordagem diplomática para eventualmente se contrapor à opinião do diretor-presidente. Admite-se que o diretor presidente seja uma pessoa resoluta de seus pensamentos, porém seja aberto a sugestões ou pareceres diferentes daquilo que ele pensa. Nesse sentido, com todo cuidado e habilidade, respeitosamente, você, o controller, deveria dizer que seria de todo interessante apresentar a proposta de orçamento para o próximo ano aos gestores e suas equipes, ocasião em que a comunicação desses fatos salientaria a todos que os desafios ali propostos suportam a estratégia maior da empresa para os próximos cinco anos. Sem o intuito de manipulação das equipes, o fato de eles participarem da construção dos números orçamentários, diante da liderança da diretoria da empresa, a tendência é a de o engajamento, motivação e comprometimento com as metas orçamentárias serem maiores. Além disso, a diretoria de gestão de pessoas traria também paralelamente o seu programa de avaliação de desempenho funcional e de participação das equipes nos lucros e resultados. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 46 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 No processo orçamentário constam duas etapas. A etapa operacional contém o plano de marketing, com base no qual a entidade direciona os esforços para o seu ambiente competitivo. Daí decorrente, tem-se o plano de produção, suprimento e estocagem PSPE, o plano de investimento no ativo imobilizado e o plano de gestão de pessoas ou recursos humanos. Recomenda-se a leitura do Capítulo 4 – Etapa operacional (do processo orçamentário) - do livro indicado a seguir. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017. Indicação 2 A etapa financeira corresponde à tradução de todas as atividades tangíveis da etapa operacional para a etapa financeira, ou seja, para o orçamento empresarial, que contém valores em termos monetários e datas para serem atingidos. Admite também a projeção de demonstrativos contábeis. Assim, recomenda-se a leitura do Capítulo 5 – Etapa financeira (do processo orçamentário) - do livro indicado a seguir. Indicações de leitura 47 Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Sobre o custeio ABC (Activity Based Costing), pode-se afirmar o seguinte. “O custeio ABC - ao analisar a cadeia de valor do produto - rastreia os custos, sejam eles fixos ou variáveis, no intuito de reduzir o máximo possível a classificação de custos como indiretos. Logo, o custeio ABC se propõe a tornar os gastos, no máximo possível, classificados como se fossem custos diretos alocados aos produtos, reduzindo-se, como se disse, a subjetividade, julgamento e arbitramento no cálculo de custos.” Tendo em vista isso, assinale a alternativa que contém uma afirmação falsa sobre o custeio ABC. 48 a. O custeio ABC diagnostica as atividades praticadas pela empresa e que atividades são demandadas pelos produtos em sua fabricação. b. O custeio ABC descreve as atividades realizadas em uma empresa e calcula o seu custo, que depois será alocado aos produtos, dependendo da utilização dessa mesma atividade. c. O custeio ABC investiga todos os custos e até mesmo algumas despesas que suportam as atividades. d. O custeio ABC reduz a subjetividade, julgamento e arbitramento, do cálculo de custos, em comparação ao custeio por absorção e ao custeio variável. e. O custeio ABC contempla procedimentos como o de rateio de custos indiretos aos produtos. 2. Quanto à diferença entre custo-padrão e custo-alvo, assinale a alternativa CORRETA. a. O custo-padrão é um sistema alternativo que pode substituir os sistemas de custeio por absorção, custeio variável ou custeio ABC. b. O custo-padrão é um método auxiliar dos sistemas de custeio. O custo-alvo é um método utilizado na fase de projeto de um produto, tomando-se por base o seu preço de mercado. c. Custo-padrão e custo-alvo são conceitos sinônimos. d. Quando a empresa adota o custo-padrão não há necessidade de se aferir os custos reais. e. No método de custo-alvo, a empresa estima seus custos, acrescenta uma margem de lucro e estabelece seu preço de venda. 49 GABARITO Questão 1 - Resposta E Resolução: Justamente por ser o rateio de custos indiretos um procedimento, por mais bem feito que seja,revestido de subjetividade, julgamento e arbitramento, o custeio ABC não o contempla. Questão 2 - Resposta B Resolução: Custo-padrão e custo-alvo são conceitos diferentes. O custo-padrão fixa uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido idealmente. Por sua vez, custo-alvo ou target costing é um método de se fazer o projeto de um produto, viabilizando seu custo com base em seu preço praticado no mercado, considerada a margem de lucro desejada. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 3 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 4 Direto ao ponto Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito Botão TEMA 5: TEMA 2: Botão 158: Botão TEMA4: Inicio 2: Botão TEMA 6: TEMA 3: Botão 159: Botão TEMA5: Inicio 3: Botão TEMA 7: TEMA 4: Botão 160: Botão TEMA6: Inicio 4: Botão TEMA 8: TEMA 5: Botão 161: Botão TEMA7: Inicio 5: