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Prévia do material em texto

Camila Borges Dos Anjos
SUBJETIVIDADES
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
CONCEITO DE SUJEITO PARA ADF ��������������� 5
AUTOR E SUJEITO ��������������������������������������� 10
SUJEITO E SENTIDO ������������������������������������ 15
INTERTEXTUALIDADE E 
INTERDISCURSIVIDADE ������������������������������ 21
MEMÓRIA DISCURSIVA E OS DOMÍNIOS 
DO CAMPO DISCURSIVO ����������������������������� 25
PARÁFRASE E POLISSEMIA: 
PRINCÍPIOS DE ALTERIDADE ���������������������� 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������������� 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS �������������������������������������������� 42
2
INTRODUÇÃO
Caro estudante, iniciaremos este e-book concei-
tuando uma das noções centrais na Análise de 
Discurso (AD) de linha pecheutiana: o sujeito. 
Como iremos verificar, o sujeito discursivo é uma 
categoria que se difere do sujeito empírico, indiví-
duo, pois a AD não compreende um sujeito dono 
de si, das duas ideias, mas cindido pela ideologia 
e pelo inconsciente.
Nessa dupla determinação a que está submetido, 
o sujeito é convidado a interpretar cotidianamente, 
nas relações que estabelece no mundo, daí sua 
relação com o sentido, tópico que também abor-
daremos aqui. E nos movimentos de interpretação 
produzidos pelo sujeito, este ocupa posições no 
discurso, entre elas a de autor, que será mobiliza-
da, neste e-book, juntamente com a questão da 
autoria, buscando investigar como esta se dá no 
campo discursivo e o modo como nos constituímos 
sujeitos nesse processo.
Na sequência, trabalharemos as noções de inter-
textualidade e interdiscursividade, com vistas a 
problematizar o acontecimento do texto no dis-
curso, em sua constituição. Fazem parte desse 
processo a memória discursiva, atualizada pelo 
sujeito no momento da enunciação, e a paráfrase 
e a polissemia, processos que trabalham no limiar 
3
do sentido. Todas essas noções teóricas farão 
parte do escopo desta escrita.
Para tanto, dividimos o e-book em seis tópicos, 
a saber: o conceito de sujeito para ADf; Autor e 
Sujeito; Sujeito e Sentido; Intertextualidade e Inter-
discursividade; Memória discursiva e os domínios 
do campo discursivo; e Paráfrase e Polissemia: 
princípios de alteridade. Bons estudos!
4
CONCEITO DE SUJEITO 
PARA ADF
O sujeito, no campo teórico da AD, não é um ser 
humano individualizado, o sujeito em si, pois 
ele deixa de ser uma noção idealista, imanente, 
sendo considerado um sujeito histórico, social e 
descentrado, uma vez que, respectivamente, não 
está alienado do mundo que o cerca, é apreendido 
num espaço coletivo e é cindido pela ideologia e 
pelo inconsciente.
Nessa perspectiva, Grigoletto (2013, p. 26) afirma 
que o “[...] o sujeito do discurso, para Pêcheux, é 
sujeito em pelo menos duas dimensões: é o indi-
víduo interpelado em sujeito pela ideologia [...]; 
e é também o sujeito singular que se manifesta 
nos lapsos do inconsciente, movido pelo desejo”. 
Assim, o sujeito em AD sofre uma dupla interpe-
lação – pelas vias do inconsciente e da ideologia 
–, não sendo, portanto, a origem do sentido, mas 
construído/constituído nas relações que estabelece.
Nesse percurso, podemos dizer que o inconsciente 
torna o sujeito dividido, incompleto, desejante; e 
a ideologia deixa seu lastro no processo de cons-
tituição dos sentidos. Assim, o sujeito, na teoria 
do discurso, é “livre e submisso”, afinal “[...] pode 
tudo dizer, contanto que se submeta à língua para 
5
sabê-la” (ORLANDI, 2013), o que, portanto, o torna 
assujeitado, pois entram em cena suas dimensões 
histórica e psicanalítica.
Sujeito é o resultado da relação com a linguagem e a 
história, o sujeito do discurso não é totalmente livre, 
nem totalmente determinado por mecanismos exterio-
res. O sujeito é constituído a partir da relação com o 
outro, nunca sendo fonte única do sentido, tampouco 
elemento onde se origina o discurso. Como diz Lean-
dro-Ferreira (2000) ele estabelece uma relação ativa no 
interior de uma dada FD; assim como é determinado ele 
também a afeta e determina em sua prática discursiva. 
Assim, a incompletude é uma propriedade do sujeito e 
a afirmação de sua identidade resultará da constante 
necessidade de completude (Glossário de Termos do 
Discurso, 2001, p. 22-23).
Nesse entendimento, o sujeito em AD se constitui 
a partir da interpelação ideológica que o filia às for-
mações discursivas (FDs) e enuncia e se manifesta 
a partir de sua ilusão imaginária de consciência. 
Paul Henry, nessa direção, considera que “O sujeito 
é sempre, e ao mesmo tempo, sujeito da ideologia e 
sujeito do desejo inconsciente, e isso tem a ver com 
o fato de nossos corpos serem atravessados pela 
linguagem antes de qualquer cogitação” (2013, p. 
182-183). Isso porque é a linguagem que o reveste, 
REFLITASAIBA MAISFIQUE ATENTO
6
em sua materialidade linguística e histórica, para 
que ele se torne sujeito do discurso.
A AD, nesse entendimento, rompe com uma noção 
de sujeito centrada, estável, homogênea, abrindo 
espaço para uma concepção de sujeito, assim 
como de língua, que não são/estão acabados, 
fechados. Daí o caráter da incompletude, em que 
“Nem sujeitos nem sentidos estão completos, já 
feitos, constituídos definitivamente” (ORLANDI, 
2013, p. 52). Nessa abertura ao simbólico, o sujeito 
assume posição ao repetir dizeres, deslocá-los, 
dado o movimento dinâmico da língua, sendo ma-
terialmente afetado pela ordem do inconsciente e 
da ideologia.
É importante, aqui, ressaltarmos que o sujeito as-
sume uma posição revestido do que é chamado, 
na teoria do discurso, de forma-sujeito, uma vez 
que, conforme ensina Althusser (1978, p. 67), “[...] 
todo indivíduo humano, isto é, social, só pode ser 
agente de uma prática se se revestir da forma-su-
jeito”, que pode ser compreendida como:
[...] a forma pela qual o sujeito do discurso se identi-
fica com a formação discursiva que o constitui. Esta 
identificação baseia-se no fato de que os elementos 
do interdiscurso, ao serem retomados pelo sujeito 
do discurso, acabam por determiná-lo. Também 
chamado de sujeito do saber, sujeito universal ou 
7
sujeito histórico de uma determinada formação 
discursiva, a forma-sujeito é responsável de ilusão 
de unidade do sujeito (Glossário de Termos do 
Discurso, 2001, p. 15).
A forma-sujeito do discurso está diretamente ligada 
à noção de ideologia, afinal é a partir do mecanismo 
ideológico agindo sobre ela que o sujeito assume 
uma posição e não outra no interior de uma FD. 
Para Dorneles e Bressan (2020, p. 104), “Há um 
apanhado de saberes que faz com que cada um, 
assujeitado a uma formação ideológica, revista-se 
da forma-sujeito e constitua-se de materialidade 
forjada na história”, por isso esse é considerado 
um conceito-chave em AD.
Para aprofundar seu conhecimento em torno da noção 
de sujeito e forma-sujeito, leia esses artigos publicados 
sobre o conceito:
LEANDRO-FERREIRA, M. C. Quadro atual da análise do 
discurso no Brasil. Letras (UFSM), Santa Maria, v. 01, 
p. 39-46, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsm.
br/letras/article/view/11896.
DORNELES, E. F.; BRESSAN, M. Z. Forma-sujeito. In: LEAN-
DRO-FERREIRA, M. C. Glossário de termos do discurso. 
1. ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2020. p. 103-108.
SAIBA MAIS
8
https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11896
https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11896
CAMPOS, L. de J.; ALQUATTI, R. Sujeito. In: LEANDRO-
-FERREIRA, M. C. Glossário de termos do discurso. 1. 
ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2020. p. 281-286.
9
AUTOR E SUJEITO
O que significa ser “autor”? O que faz de um sujeito 
“autor”? É muito comum, no dia a dia, ouvirmos o 
termo ‘autor’ associado a alguém que redigiu uma 
obra, escreveu uma matéria, publicou um artigo 
etc. Pensando nisso, vamos à definição de autor 
para a AD:
Autor é uma das posições assumidas pelo sujeito 
[...] no discurso, sendo ela a mais afetada pela exte-
rioridade (condições sócio-históricas e ideológicas) 
e pelas exigênciasde coerência, não contradição e 
responsabilidade. Ao se converter em autor, o sujeito 
da enunciação sofre um apagamento no discurso, 
dividindo-se em diversas posições-sujeito; ou seja, 
o autor é que assume a função social de organizar 
e assinar uma determinada produção escrita, dan-
do-lhe a aparência de unicidade (efeito ideológico 
elementar). Foucault (1987) fala em princípio de 
autoria, uma vez que se trata de considerar o autor 
não como um indivíduo inserido num determinado 
contexto histórico-social (sujeito em si), mas como 
uma das funções enunciativas que este sujeito as-
sume enquanto produtor de linguagem (Glossário 
de Termos do Discurso, 2001, p. 12).
A noção de autor, em AD, é bastante mobilizada em 
diferentes constructos teóricos. Como podemos 
10
observar pela definição apresentada pelo Glossário 
de Termos do Discurso, ser autor representa, na 
teoria do discurso, assumir posições discursivas, 
ou seja, o sujeito precisa atribuir sentido àquilo que 
diz assinando sua produção, responsabilizando-se 
por ela.
Orlandi (2013, p. 76), buscando definir o autor em 
AD, vai nos dizer que “Não basta falar para ser autor. 
A assunção da autoria implica uma inserção do 
sujeito na cultura, uma posição dele no contexto 
histórico-social”, a mobilização de determinados 
sentidos em detrimento de outros, a organização 
do discurso num todo ideologicamente coerente.
FIQUE ATENTO
Autoria é a marca de singularidade, de sentidos que 
significam pela repetição ou reformulação de dizeres, 
que estão sempre em trânsito, sendo determinados pelas 
condições de produção às quais são expostos. A autoria 
é a possibilidade de deriva, de mudança, de ruptura. Só 
existe autor porque o sujeito se coloca numa condição 
de autoria, quando assume e ocupa um lugar em relação 
ao que diz. A autoria provém da interpretação, do modo 
pelo qual se lança o olhar para um objeto, significando-o 
no âmbito social (ANJOS, 2020, p. 39).
REFLITASAIBA MAISFIQUE ATENTO
11
A noção de autoria “[...] tem relação com a pro-
dução do ‘novo’ sentido, e ao mesmo tempo, é a 
condição de maior responsabilidade do sujeito em 
relação ao sentido que o produz e, por essa razão, 
de maior unidade” (GALO, 1995, p. 29). Assim, 
pensar a autoria requer pensar como o sujeito 
materializa na língua traços de sua singularidade. 
Não se trata, portanto, da produção de ineditismos, 
mas de deslocamentos, a partir dos quais o sujeito 
assume uma posição.
Pêcheux, ao investir numa teoria que não trabalhasse 
com uma língua abstrata, isolada e impermeável aos 
processos de significação, e um sujeito empírico, 
cartesiano, mas com o discurso, objeto sócio-his-
tórico, permitiu que os processos de significação 
não fossem únicos, mas sempre outros possíveis, 
o que determina uma mexida na organização dos 
saberes pelo modo como o sujeito se relaciona 
com os modos de dizer.
Lagazzi-Rodrigues considera que “Assumir a au-
toria colocando-se na origem de seu dizer é fazer 
do dizer algo imaginariamente ‘seu’, com ‘começo, 
meio e fim’, que seja considerado original e rele-
vante, que tenha clareza e unidade” (2010, p. 93). 
No entanto, a autora aí não toma o conceito tal 
como o faz Foucault, por exemplo, que o concebe 
enquanto origem, princípio, mas um dizer “seu” que 
é comungado por entre tantos sujeitos.
12
De igual maneira, Orlandi afasta-se da noção de 
autoria foucaultiana “[...] de modo a considerar, à 
diferença de Foucault, que a própria unidade do 
texto é efeito discursivo que deriva do princípio 
de autoria” (2013, p. 75), e ao considerar que 
“[...] a autoria é uma função do sujeito” (2013, p. 
122). Partindo dessa perspectiva, o autor não se 
constitui como um sujeito proprietário do que diz, 
mas aquele que ocupa uma posição no discurso e, 
com (e por) isso, resgata, recupera, e ressignifica 
sentidos, tornando-os um pouco “seus” também, o 
que o permite assumir, nesse processo, um lugar 
de autoria na língua. A produção do novo sentido 
refere-se, então, à responsabilidade assumida 
pelo sujeito em relação a um dizer que enuncia, à 
singularidade que imprime a ele a partir da posição 
que ocupa.
Para ampliar seu conhecimento em AD, principalmente 
no batimento entre teoria e prática, recomendamos 
alguns trabalhos na área que trabalham as noções de 
sujeito, autor e autoria:
AUGUSTINI, C. L. H.; GRIGOLETTO, E. Escrita, alteridade e 
autoria em análise do discurso. Matraga, Rio de janeiro, 
v. 15, n. 22, p. 145-p.156, jan./jun. 2008 Disponível em: 
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/
article/view/27912/19984.
SAIBA MAIS
13
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/article/view/27912/19984
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/article/view/27912/19984
MITTMANN, S. (Org.). A autoria na disputa pelos 
sentidos. 1. ed. Porto Alegre: Instituto de Letras/
UFRGS, 2016. Disponível em: https://www.academia.
edu/42042740/A_autoria_na_disputa_pelos_sentidos.
GALLO, S. L. Novas fronteiras para a autoria. Revista 
Organon, v. 27, n. 53, p. 53-64, 2012. Disponível em: 
https://seer.ufrgs.br/organon/article/view/35724.
14
https://www.academia.edu/42042740/A_autoria_na_disputa_pelos_sentidos
https://www.academia.edu/42042740/A_autoria_na_disputa_pelos_sentidos
https://seer.ufrgs.br/organon/article/view/35724
SUJEITO E SENTIDO
Interpelado pela ideologia e pelo inconsciente, o 
sujeito é cindido na sua estrutura, porque, confor-
me Grigoletto (2013, p. 27-28), este é “[...] consti-
tuído no atravessamento das falhas da língua (a 
impossibilidade de tudo dizer e de dizer de outro 
modo) [...]”. Assim, o sujeito do discurso se vê na 
origem do que diz e julga dizer-se em completude 
pela maneira com a qual o esquecimento o afeta, 
provocando aí uma ilusão de protagonismo na 
língua. Esse movimento de não origem do dizer 
denuncia que a constituição do sujeito e dos sen-
tidos se dá pela falha.
Carvalho (2008, p. 112), nessa perspectiva, afir-
ma que “algo falha, inexoravelmente, quando se 
considera a relação entre inconsciente e ideolo-
gia” e acrescenta que talvez seja mais “[...] uma 
não relação, ou seja, que o inconsciente é o que 
descompleta e torna inconsciente o processo de 
interpelação ideológica dos indivíduos em sujeitos”. 
O inconsciente, nesse viés, ainda nas palavras de 
Carvalho, infecta a consciência, ou seja, mascara 
a ação do mecanismo ideológico no processo de 
constituição do sujeito e dos sentidos. Ao masca-
rar a ação da ideologia, o inconsciente trabalha no 
sujeito a possibilidade de dizer o mesmo de outras 
formas, incorrendo, portanto, na falha, e é pela falha 
15
que a língua faz sentido e que o indivíduo se torna 
sujeito. Para Orlandi (2012, p. 79), “Uma falha tem 
em si um nó, da ligação material entre ideologia e 
inconsciente [...]”. É, pois, pela falha que ocorre a 
movência dos sentidos, que se dá a constituição 
do sujeito, uma vez que esta aponta para o duplo, o 
que significa que o efeito que provoca desorganiza 
(ou desestrutura) as fileiras de sentido, possibili-
tando aí a inscrição de diferentes dizeres perante 
um mesmo objeto, irrompendo novos sentidos.
O Glossário de Termos do Discurso define que:
[...] O sentido de uma palavra, expressão, proposição 
não existe em si mesmo, só pode ser constituído 
em referência às condições de produção de um 
determinado enunciado, uma vez que muda de 
acordo com a formação ideológica de quem o (re)
produz, bem como de quem o interpreta. O sentido 
nunca é dado, ele não existe como produto acabado, 
resultado de uma possível transparência da língua, 
mas está sempre em curso, é movente e se produz 
dentro de uma determinação histórico-social, daí 
a necessidade de se falar em efeitos de sentido 
(2001, p. 22).
Como podemos verificar, o sentido, em AD, não é 
algo dado, mas produzido na relação do sujeito com 
a língua, num determinado contexto sócio-histórico 
16
e ideológico. Nesse âmbito, trabalhar com o sentido 
é compreender a língua em funcionamento, pela 
falha que lhe é constitutiva,pelo jogo que deses-
tabiliza sua ordem e pelos furos que atravessam 
e constituem todo discurso.
O sujeito é quem dá vida ao sentido ao atribui-lo 
do lugar que ocupa no discurso, afetado pela ide-
ologia e pelo inconsciente. O sentido deriva da 
interpretação produzida pelo sujeito, afinal “Não 
há sentido que não se constitua por um gesto de 
interpretação” (ORLANDI, 2012, p. 157). Interpre-
tação, que é definida em AD como:
[...]a condição de possibilidade de um discurso, ma-
terialidade ao mesmo tempo linguística e histórica, 
produto social que resulta de um trabalho com a 
linguagem no qual coincidem o histórico e o social. 
No âmbito discursivo, a língua é reconhecida por 
sua opacidade e pela forma como nela intervém a 
sistematicidade e o imaginário [...], aparecendo o 
equívoco como elemento constitutivo dela (Glossário 
de Termos do Discurso, 2001, p. 20).
A interpretação é, assim, a condição para a pro-
dução de sentido. O enunciado, no entendimento 
de Pêcheux (1990), oferece lugar à interpretação, 
daí o processo de constituição dos sentidos na 
língua em sua relação com a história. O sentido 
17
resulta dos gestos de interpretação do sujeito a 
um dado objeto.
Pêcheux (2002, p. 53) afirma ainda que “[...] todo 
enunciado é intrinsecamente suscetível de tor-
nar-se outro, diferente de si mesmo, se deslocar 
discursivamente de seu sentido para derivar para 
um outro”, afinal um mesmo enunciado pode sig-
nificar diferentemente conforme as condições de 
produção em que se dá e o lugar ocupado pelo 
sujeito que o enuncia.
E essa possibilidade de derivar dos sentidos, ins-
taurada na materialidade da língua, pode ser com-
preendida a partir de sua historicidade da língua, na 
relação constitutiva entre a linguagem e história. A 
história que determina a língua, aqui, não se trata da 
história que estuda os acontecimentos históricos da 
humanidade, uma história linear, cronológica, mas 
de uma história que intervém como exterioridade, 
transmitida pela materialidade do texto.
Nesse movimento, entendemos que a língua, para 
a AD, se constitui em torno de uma materialidade 
histórica, porque pela historicidade ser atingida é 
que não se pode pensar em língua perfeita, daí o 
mecanismo de falha. Assim, confirmamos a influ-
ência da história na construção dos sentidos e do 
funcionamento da língua.
18
Magalhães (2013, p. 203) destaca que “[...] não há 
nenhuma ação do ser social, nem sobre si próprio, 
que não carregue a marca da historicidade”. Isso 
significa que a AD vai trabalhar no limiar do homem 
com a linguagem, a partir dos processos sócio-his-
tóricos em que esta se constitui. Grigoletto vem nos 
reforçar que (2011, p. 80), “[...] o fazer sentido não 
ocorre fora da historicidade que marca a relação 
do homem com a linguagem”, isto é, o sentido se 
dá atravessado pela historicidade da língua.
Nesse movimento, o caráter histórico inerente à 
linguagem se constitui num tripé para a produção 
dos sentidos. Assim, para Orlandi (2004, p. 22) 
“[...] os processos de produção de sentido [...] são 
afetados pela possibilidade de um ‘outro’ sentido 
sempre possível e que constitui o ‘mesmo’. Dito 
de outra forma: o mesmo já é produção da histo-
ricidade, já é parte do efeito metafórico”. Nesse 
entendimento, há sempre um outro sentido que é 
produzido, que se estabelece a partir da relação 
entre língua e história. 
A materialidade histórica trabalha no sujeito a 
possibilidade da construção de sentidos outros. 
Daí que a autora salienta que “o mundo não é um 
complexo de coisas acabadas mas processos 
estando em constante movimento”, o que quer 
dizer, assim como afirma Baldini (2013, p. 194), 
que o homem não é uma unidade pronta, mas um 
19
indivíduo que, interpelado pela história, se subjeti-
va, isto é, se torna sujeito, pois, conforme o autor, 
“[...] a subjetividade é exatamente esse processo 
constante e histórico de constituir indivíduos em 
sujeitos” (2013, p. 194). Essa constituição do su-
jeito, portanto, está atrelada ao fazer sentido na 
língua, nessa relação intrínseca que estabelece 
com a história. O sentido é da ordem da repetição, 
da falha, do impossível. 
20
INTERTEXTUALIDADE E 
INTERDISCURSIVIDADE
Para que possamos abordar teoricamente estas 
duas noções – intertextualidade e interdiscursivi-
dade –, vamos, primeiramente, compreender em 
que consistem as noções de texto e discurso.
O texto, objeto teórico da Linguística textual, é 
compreendido como “um propósito comunicativo 
direcionado a um certo público, numa situação es-
pecífica de uso dentro de uma determinada época, 
em uma dada cultura em que se situam os partici-
pantes desta enunciação” (CAVALCANTE, 2016, p. 
17). O texto, para a Linguística, serve como base 
para as relações discursivas serem estabelecidas.
FIQUE ATENTO
A Linguística Textual toma, pois, como objeto particular 
de investigação não mais a palavra ou a frase isolada, 
mas o texto, considerado a unidade básica de manifes-
tação da linguagem, visto que o homem se comunica 
por meio de textos e que existem diversos fenômenos 
linguísticos que só podem ser explicados no interior 
do texto. O texto é muito mais que a simples soma das 
frases (e palavras) que o compõem: a diferença entre 
frase e texto não é meramente de ordem quantitativa; é 
sim, de ordem qualitativa (KOCH, 2004, p. 11).
REFLITASAIBA MAISFIQUE ATENTO
21
O discurso, objeto de estudo da AD, é compreendido 
como “[...] palavra em movimento [...]”, (ORLANDI, 
2013, p. 15), “[...] um processo em curso” (ORLAN-
DI, 2013, p. 71), sendo esta uma expressão muito 
comum utilizada para defini-lo: “efeito de sentido 
entre locutores” (ORLANDI, 1986, p. 115), conside-
rando aí as possibilidades de deriva, os distintos 
gestos de interpretação, a movência do sentido, o 
movimento da língua, as posições ideológicas que 
os sujeitos ocupam, a historicidade a exterioridade 
pelas quais todo discurso é afetado.
Importante destacar que “discurso” e “texto” não 
são sinônimos, como reforça o Glossário de Ter-
mos do Discurso:
Discurso é o objeto teórico da AD (objeto históri-
co-ideológico), que se produz socialmente através 
de sua materialidade específica (a língua); prática 
social cuja regularidade só pode ser apreendida a 
partir da análise dos processos de sua produção, 
não dos seus produtos. O discurso é dispersão de 
textos e a possibilidade de entender o discurso como 
prática deriva da própria concepção de linguagem 
marcada pelo conceito de social e histórico com a 
qual a AD trabalha. É importante ressaltar que essa 
noção de discurso nada tem a ver com a noção de 
de parole/fala referida por Saussure (2001, p. 14).
22
Como podemos observar a partir das definições 
apresentadas e com base no que nos alerta Orlandi 
(2013), ao dizer que o discurso não é sinônimo de 
texto, podemos depreender, mobilizando as noções 
que subsidiam esta seção – intertextualidade e 
interdiscursividade –, que, enquanto a primeira se 
refere à relação que se dá entre textos, a segunda 
diz respeito à relação existente entre discursos.
Nesse sentido, quando um texto cita o outro, nós 
estamos diante de um processo de intertextua-
lidade. Um exemplo de intertexto é a paráfrase, 
que consiste num retorno aos mesmos espaços 
de dizer, ou seja, nela o sujeito mantém o sentido 
considerado “original” quando de sua leitura. Assim, 
por exemplo, ao contar uma história presente num 
livro, o sujeito reproduz, repete os mesmos termos, 
mobiliza os mesmos sentidos ali presentes. Trata-
-se, portanto, de um processo de intertextualidade. 
Na interdiscursividade, considerando que o discurso 
“não se fecha”, há espaço para outros domínios de 
sentido. O interdiscurso dissimula a determinação 
do sujeito – que tem a ilusão de estar na origem 
do sentido. No entanto, um discurso nunca é novo, 
ele é transformado pelos sujeitos, em diferentes 
situações, retomando já-ditos. Pêcheux ([1983] 
1997, p. 314) afirma que “A noção de interdiscurso 
é introduzida para designar o ‘exterior específico’23
de uma FD enquanto este irrompe nesta FD para 
construí-la em lugar de evidência discursiva”.
Nesse entendimento, os processos interdiscursivos 
ocorrem por meio do atravessamento de um ou de 
vários discursos em outro, de sentidos que vêm 
à tona por já estarem materializados na língua. O 
dizer do sujeito, assim, já é afetado por discursos 
outros aos quais se relaciona, que são retomados, 
repetidos, reformulados, ressignificados.
Para diferenciar intertextualidade de interdiscursi-
vidade, é importante, então, lembrar que a primeira 
se refere à presença de outros textos dentro de um 
mesmo texto, enquanto a segunda toma o texto 
em sua materialidade histórica, buscando compre-
ender como produz sentido, como significa, sendo 
necessário apreendê-lo na relação entre língua e 
história, para se chegar ao nível do discurso.
24
MEMÓRIA DISCURSIVA E 
OS DOMÍNIOS DO CAMPO 
DISCURSIVO
Antes de darmos início à reflexão sobre a memó-
ria discursiva em AD, é importante explicitar que 
esta não se trata de uma memória cronológica ou 
cognitiva, que conduz à lembrança/recordação de 
acontecimentos do passado.
No trabalho com o sentido, a noção de memória 
discursiva é fundamental, uma vez que é por meio 
dela que o sujeito recupera, reformula e ressignifica 
dizeres. A memória discursiva é conceituada por 
Pêcheux ([1975] 2014, p. 149) como “algo [que] 
fala antes, em outro lugar, independentemente”, 
ou seja, trata-se do meio pelo qual o sujeito aciona 
os saberes/sentidos presentes no interdiscurso e 
os materializa na língua.
FIQUE ATENTO
Memória discursiva são as possibilidades de dizeres que 
se atualizam no momento da enunciação, como efeito 
de um esquecimento correspondente a um processo de 
deslocamento da memória como virtualidade de signifi-
cações. A memória discursiva faz parte de um processo 
histórico resultante de uma disputa de interpretações 
REFLITASAIBA MAISFIQUE ATENTO
25
para os acontecimentos presentes ou já ocorridos (MA-
RIANI, 1996). Courtine e Haroche (1994) afirmam que 
a linguagem é o tecido da memória. Há uma memória 
inerente à linguagem, e os processos discursivos são 
responsáveis por fazer emergir o que, em uma memória 
coletiva, é característico de um determinado processo 
histórico. Orlandi (1993) diz que o sujeito toma como 
suas as palavras de uma voz anônima que se produz 
no interdiscurso, apropriando-se da memória que se 
manifestará de diferentes formas em discursos distintos 
(Glossário de Termos do Discurso, 2001, p. 20).
Compreendendo que os sentidos são produzidos 
na relação língua-história, podemos depreender que 
os sentidos chegam ao sujeito por intermédio da 
memória discursiva, que dá acesso, nesse caso, 
ao interdiscurso. Nesse processo, o sujeito retoma 
já-ditos e os ressignifica no fio do discurso, em 
outras condições históricas de produção. 
Indursky (2011, p. 86-87) reflete que,
[...] se a memória discursiva se refere aos enunciados 
que se inscrevem em uma FD, isto significa que ela 
diz respeito não a todos os sentidos, como é o caso 
do interdiscurso, mas aos sentidos autorizados 
pela Forma-sujeito no âmbito de uma formação 
discursiva.
26
Esse é um ponto importante porque a memória 
discursiva não é sinônimo do interdiscurso, embora 
ambos estejam estreitamente ligados. A memória 
discursiva é o que retém do interdiscurso alguns 
sentidos: aqueles autorizados pela Forma-sujeito 
no interior de uma FD. Isso representa dizer que é 
pela forma-sujeito que o sujeito se identifica com 
os saberes de uma FD – presente no interdiscurso 
–, os quais acessa via memória.
De maneira que possamos compreender melhor 
como se dá esse processo, elaboramos um exem-
plo abaixo contemplando as noções teóricas aqui 
discutidas:
Figura 1: Acesso ao Sentido Via Memória
FD
FD
FD
FD
FD FD
FD
FD
FD
FD
FD
FDFD
FD
FD
FD
Interdiscurso
MD
FS Ideologia
Fonte: Elaboração Própria.
Conforme podemos observar, o interdiscurso “[...] 
constitui-se um complexo de formações discursivas” 
(INDURSKY, 2011, p. 86), e o sujeito, ao enunciar, 
se reveste de uma forma histórica, a forma-sujeito, 
27
que é atravessada pela ideologia, e a partir dela 
tem acesso os sentidos presentes numa FD por 
ação da memória.
Assim, de maneira prática, se formos materializar 
essa discussão trazendo como exemplo a guerra 
na Ucrânia (2022), sabemos que há sentidos de 
ordens distintas em jogo: há russos contra as de-
cisões de Vladimir Putin (presidente da Rússia), 
há russos a favor delas; há ucranianos a favor das 
decisões de Volodymyr Zelensky (presidente da 
Ucrânia) e há ucranianos contra as decisões dele, 
e há o resto do mundo que se posiciona de uma 
maneira ou de outra.
Nessa seara, há um rol de FDs povoando a zona 
do interdiscurso. A maioria dos brasileiros, pelo 
que têm assistido na mídia, é contra a violência 
instaurada por Putin na Ucrânia, ao massacre, à 
tragédia, à destruição de todo um país. Esse posi-
cionamento do sujeito ocorre por sua identificação a 
determinados saberes no interior de uma FD – paz, 
amor, vida, Deus etc. –, que vão fazê-lo ser contra 
a insurgência da guerra. O sujeito se posiciona 
assim por efeito da ideologia, que o atravessa e o 
faz se filiar a um conjunto de sentidos (FD) e não 
outros, aos quais se vincula por meio da memória 
discursiva.
28
Há também uma parcela de brasileiros que não 
necessariamente é a favor da guerra, mas ao posi-
cionamento assumido pela Rússia de “se defender” 
da entrada da Ucrânia na OTAN (Organização do 
Tratado do Atlântico Norte), aliança liderada pelos 
Estados Unidos, criada em 1949, durante a Guerra 
Fria, com vistas a fazer frente à União Soviética. 
Tal posicionamento os inscreve em outra FD, por 
acessarem no interdiscurso, via memória, pela 
forma-sujeito, sentidos que percorrem a ameaça 
imposta pelos EUA à Rússia com a adesão da 
Ucrânia à OTAN. 
Dando continuidade à essa discussão, para Indur-
sky (2011, p. 87), ainda “[...] a memória discursiva 
também diz respeito aos sentidos que devem ser 
refutados. Ou seja: ao ser refutado um sentido, ele 
o é também a partir da memória discursiva que 
aponta para o que não pode ser dito na referida 
FD”. Pensando na materialidade que estamos 
discutindo aqui, é possível dizer que a memória 
discursiva “repele” aquilo que não deve integrar a 
FD que o sujeito se filia: no primeiro posicionamen-
to que apresentamos, os sentidos refutados são 
guerra, morte, dor, perda, destruição, bombardeio, 
ódio etc.; no segundo: a hegemonia, o domínio e o 
poder norte-americano, o fim do socialismo russo, 
a expansão da Otan etc.
29
Frente a isso, podemos perceber que, diante dos 
interesses que estão em jogo nesse conflito armado, 
há distintos posicionamentos sendo assumidos 
pelos sujeitos, daí sua filiação a uma ou a outra 
FD, a partir dos sentidos que são autorizados pela 
forma-sujeito e, então, “selecionados” (e não, nesse 
caso, refutados) pela memória discursiva.
Indursky (2011, p. 87) vai nos dizer que “[...] a me-
mória discursiva é regionalizada, circunscrita ao 
que pode ser dito em uma FD e, por essa razão, é 
esburacada, lacunar”, pois a FD também o é, dada 
sua porosidade: “[...] o fechamento das FDs não é 
rígido e suas fronteiras são porosas, permitindo 
migração de saberes”. Isso, portanto, é o que faz 
com que o sujeito, pela forma-sujeito, assuma 
um posicionamento que pode vir a ser outro mais 
adiante. 
Nessa instância, podemos pensar que a memória 
discursiva rege tanto o já-dito, numa retomada 
do sujeito ao mesmo, quanto aponta para outros 
sentidos, que passam a ser autorizados ideologica-
mente a integrá-la. A esse respeito, no limiar entre 
o mesmo e o diferente, trabalharemos na seção 
a seguir mobilizando as noções de paráfrase e 
polissemia.
30
SAIBA MAIS
Para ampliar seus conhecimentos em torno da noção 
de memória discursiva, leia o texto “A memória na cena 
do discurso”, de Freda Indursky:
INDURSKY, F. A memória na cena do discurso. In: IN-
DURSKY, F.; LEANDRO-FERREIRA, M. C.;MITTMANN, S. 
Memória e história na/da Análise do discurso. Campinas. 
SP: Mercados das Letras, 2011. p. 67-90.
SAIBA MAIS
31
PARÁFRASE E 
POLISSEMIA: PRINCÍPIOS 
DE ALTERIDADE
A paráfrase e a polissemia são dois processos que 
trabalham o sentido na língua e muito debatidos na 
AD. Para que possamos compreendê-los melhor, 
vamos às suas definições no campo discursivo:
 y Paráfrase
Processo de efeitos de sentido que se produz no 
interdiscurso, retorno ao já-dito na produção de um 
discurso que, pela legitimação deste dizer, possibi-
lita sua previsibilidade e a manutenção no dizer de 
algo que é do espaço da memória [...]. A paráfrase 
é responsável pela produtividade na língua, pois, ao 
proferir um discurso, o sujeito recupera um dizer 
que já está estabelecido e o reformula, abrindo 
espaço para o novo. Essa tensão entre a retomada 
do mesmo e a possibilidade do diferente desfaz a 
dissociação entre paráfrase e polissemia (RADDE, 
2020, p. 225).
 y Polissemia
Deslocamento, ruptura, emergência do diferente e da 
multiplicidade de sentidos no discurso. Processo de 
linguagem que garante a criatividade na língua pela 
32
intervenção do diferente no processo de produção 
da linguagem, permitindo o deslocamento das regras 
e fazendo resultar em movimentos que afetam o 
sujeito e os sentidos na sua relação com a história 
e a língua (ORLANDI, 1999). Essa possibilidade do 
novo criada pela polissemia é a própria razão de 
existência da linguagem, já que a necessidade do 
dizer é fruto da multiplicidade dos sentidos. São 
os processos polissêmicos que garantem que 
um mesmo objeto simbólico passe por diferentes 
processos de ressignificação (Glossário de Termos 
do Discurso, 2001, p. 20-21).
A partir dessas definições, podemos perceber que, 
enquanto a paráfrase está para a produtividade na 
língua, a polissemia está para a criatividade. Mas o 
que isso significa? Para fazermos essa distinção, 
podemos pensar que a paráfrase consiste na repro-
dução do que Pêcheux ([1975] 2014) compreende 
como “matriz de sentido”, ou seja, há um retorno 
aos mesmos espaços de dizer; enquanto na po-
lissemia não ocorre esse retorno, pois o sentido 
fura com o previsível, se desloca.
De maneira mais detalhada, Orlandi nos explica 
que a paráfrase consiste na reiteração do mesmo, 
enquanto a polissemia refere-se à produção da dife-
rença: no mesmo, “apesar da variedade da situação 
e dos locutores, há um retorno ao mesmo espaço 
33
dizível (Paráfrase)”; e no diferente, “nas mesmas 
condições de produção imediatas (locutores e 
situação), há no entanto um deslocamento, um 
deslizamento de sentidos (Polissemia)” (ORLANDI, 
1998, p. 15).
De maneira que possamos compreender melhor 
esses processos, analisemos os enunciados da 
tabela a seguir:
Tabela 1: paráfrase x polissemia
A guerra é cruel.
A guerra é poder.
A guerra é desumana.
A guerra é hedionda.
A guerra é atroz.
A guerra é impiedosa.
Fonte: Elaboração Própria.
Como podemos observar na tabela 1, há uma se-
quência de enunciados, na primeira coluna, que 
perfazem um retorno aos mesmos espaços de 
dizer ao caracterizar uma guerra: cruel, desumana, 
hedionda, atroz, impiedosa, o que caracteriza, nesse 
caso, as relações de paráfrase, uma vez que “Os 
processos parafrásticos são aqueles pelos quais 
em todo dizer há sempre algo que se mantém, isto 
é, o dizível, a memória” (ORLANDI, 2013, p. 36), por 
isso as diferentes formulações em torno de um 
mesmo enunciado.
34
Diferentemente, na segunda coluna, temos aí uma 
quebra na rota dos sentidos que vinham sendo 
mobilizados em torno da guerra e, portanto, um 
movimento polissêmico da língua, pois ocorre 
um deslocamento em relação aos processos de 
significação, afinal, conforme nos explica Orlandi 
(2013, p. 38), “A polissemia é justamente a simul-
taneidade de movimentos distintos de sentido no 
mesmo objeto simbólico”.
Buscando, então, representar visualmente os mo-
vimentos parafrásticos e polissêmicos na língua, 
trazemos as figuras 2 e 3 a seguir:
Figura 2: Paráfrase
Cruel Desumana Hedionda
Fonte: Elaboração Própria.
Nessa imagem, como podemos perceber, os sen-
tidos perfazem um mesmo caminho, uma mesma 
rota de significação, o que os torna estáveis – or-
dem da estabilização –, por isso esse processo 
é caracterizado como paráfrase. De outro modo, 
buscamos representar a polissemia da seguinte 
maneira:
35
Figura 3: Polissemia
Cruel
Poder
Fonte: Elaboração Própria.
Conforme podemos visualizar na figura 3, com 
a caracterização da guerra como poder ocorre a 
irrupção de um sentido diferente daquele que vi-
nha sendo mobilizado, apontando, portanto, para 
outra direção. Isso, porque o processo polissêmico 
implica a “[...] ruptura do processo de produção da 
linguagem, pelo deslocamento das regras, fazendo 
intervir o diferente, produzindo movimentos que 
afetam os sujeitos e os sentidos na sua relação com 
a história e com a língua” (ORLANDI, 2013, p. 37).
Com isso, não queremos dizer que a paráfrase não 
movimenta a cadeia de significação, afinal, ao recu-
perar um dizer do interdiscurso e o reformulá-lo, o 
sujeito é instado a um novo sentido. Na polissemia, 
esse processo se mostra mais aparente, pois há 
ruptura dos processos de significação, abertura 
esta proporcionada pelo equívoco da língua:
Equívoco é a marca de resistência que afeta a 
regularidade do sistema da língua, este conceito 
36
surge da forma como a língua é concebida na 
AD (enquanto materialidade do discurso, sistema 
não homogêneo e aberto). Algumas de suas ma-
nifestações são as falhas, lapsos, deslizamentos, 
mal-entendidos, ambiguidades, que fazem parte da 
língua e representam uma marca de resistência e 
uma diferenciação em relação ao sistema. Dizemos, 
com Pêcheux (1990), que todo o enunciado pode 
sempre tornar-se outro, uma vez que seus sentidos 
podem ser muitos, mas não qualquer um (Glossário 
de Termos do Discurso, 2001, p. 14-15).
A noção de equívoco, em AD, nos permite compre-
ender como ocorre a ruptura com a regularidade 
da língua, com os sentidos que retomam já-ditos, 
pois este marca a resistência da língua no processo 
discursivo. Bressan (2020, p. 128) afirma, nessa 
perspectiva, que “O atravessamento do equívoco 
no interior da suposta homogeneidade que ca-
racteriza os espaços de formulação logicamente 
estabilizados promove a ruptura com o efeito de 
transparência”, daí que os enunciados podem 
sempre vir a serem outros.
37
SAIBA MAIS
Para compreender melhor as noções de paráfrase e po-
lissemia, leia esses verbetes no livro Glossário de termos 
do discurso e assista também ao vídeo indicado abaixo:
RADDE, Augusto. Paráfrase x Polissemia. In: LEANDRO-
-FERREIRA, M. C. Glossário de termos do discurso. 1. 
ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2020. p. 225-230.
Vídeo 1 – Paráfrase e Polissemia - Intertexto: Discurso 
e Linguagem
Link de acesso: https://www.youtube.com/
watch?v=nJ7CtMA4O3k 
SAIBA MAIS
38
https://www.youtube.com/watch?v=nJ7CtMA4O3k
https://www.youtube.com/watch?v=nJ7CtMA4O3k
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro estudante, ao longo deste e-book buscamos 
apresentar uma série de noções teóricas que in-
tegram o quadro epistemológico da AD francesa. 
Apresentamos, inicialmente, a noção de sujeito, que, 
como estudamos, trata-se daquele apreendido na 
relação que tece com a língua e com a história. Isso 
significa que o sujeito resulta de uma interpelação, 
ao estar duplamente assujeitado pelo inconsciente 
e pela ideologia.
O sujeito, assim, embora se considere na origem 
daquilo que diz, retoma já-ditos, os ressignifica, 
produzindo novas discursividades, daí seu duplo 
afetamento: que é da instância do inconsciente, 
em que o sujeito não toma consciência de que a 
ideologia o afeta e, portanto, considera o que diz 
totalmente seu; e pelo efeito da ideologia, quando 
o sujeito, entre tantos sentidos possíveis, “esque-
ce” outras possibilidades de dizer para “eleger” 
uma maneira possível. Afetado duplamente pelo 
mecanismo ideológico e do inconsciente, o sujeitoassume um posicionamento, conforme discutimos, 
revestido da forma-sujeito, forma pela qual se 
identifica a uma FD.
As noções de sujeito e autor, em AD, são muito 
próximas, afinal, para ser autor, é preciso, em pri-
meiro lugar, que o indivíduo se constitua sujeito – e 
39
foi sobre essas noções que nos debruçamos na 
segunda seção deste e-book. Verificamos, assim, 
que o autor é aquele que “[...] assume a função 
social de organizar e assinar uma determinada 
produção [...]” (ANJOS, 2020, p. 45), responsabili-
zando-se por aquilo que diz. Por meio da autoria, 
nos constituímos sujeito no processo discursivo.
A autoria consiste, assim, numa posição que é 
assumida pelo sujeito, como autor, tendo, portanto, 
relação direta com as noções de intertextualidade 
e interdiscursividade, apresentadas na terceira 
seção. Isso porque no intertexto, ou paráfrase, 
também ocorre autoria, visto que o sujeito, ao 
tomar a palavra, mesmo que retorne aos mesmos 
espaços dizíveis, pelo mecanismo da repetição, vai 
dizer de outra forma, marcando sua singularidade 
no texto. A intertextualidade marca, na língua, a 
referência a outros textos.
Na interdiscursividade, o sujeito cruza discursos, 
realiza um diálogo entre ditos e não-ditos, retoma 
discursividades, assume novos dizeres. O discurso 
do sujeito é afetado por outros discursos, pelos 
sentidos que o constituem. Ele filtra, pela memória 
discursiva, saberes que o filiam a determinadas FDs 
entre outras presentes na zona do interdiscurso. 
A noção de memória discursiva integrou nossa 
discussão para que pudéssemos problematizar 
40
seu funcionamento no discurso, a partir do modo 
pelo qual o sujeito, por sua forma histórica, retém 
do interdiscurso determinados saberes, recortan-
do-os via memória e, por consequência, filiando-se 
às FDs. Exemplificamos esse processo trazendo à 
baila a guerra na Ucrânia, de modo a representar 
as filiações discursivas do sujeito e o modo como 
se relaciona com o sentido no interdiscurso ao 
tomar uma posição, que se dá pela ação da me-
mória discursiva.
Por fim, a partir do acesso do sujeito ao interdiscur-
so, sua relação com o sentido pode se dar de duas 
maneiras: paráfrase e polissemia. Na paráfrase, o 
sujeito acessa os saberes e os reproduz, retornando 
ao mesmo, perfazendo a estabilização do sentido. 
Na polissemia, por sua vez, o sujeito rompe com a 
regularidade da língua e aponta para o diferente, 
causando ruptura, deslocamento. Foi possível per-
cebermos de maneira mais clara como se dá esse 
processo em análise às imagens que trouxemos: 
em que uma aponta para uma mesma direção de 
sentido, e a outra, para direções distintas.
Esperamos que você tenha apreciado a leitura e 
desejamos um longo caminho de descobertas e 
aprendizado na teoria do discurso pecheutiana!
41
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PIOVEZANI, C.; SARGENTINI, V. Legados 
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	Introdução
	Conceito de Sujeito para ADf
	Autor e Sujeito
	Sujeito e Sentido
	Intertextualidade e Interdiscursividade
	Memória discursiva e os domínios do campo discursivo
	Paráfrase e Polissemia: princípios de alteridade
	Considerações finais
	Referências Bibliográficas & Consultadas

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