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Conceitos de Folha de Pagamento na Contabilidade

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10/04/2023, 13:32 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/25
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alison Martins Meurer
10/04/2023, 13:32 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/25
CONVERSA INICIAL
Olá, futuro contador, contadora e entusiasta da contabilidade! Nesta unidade, abordaremos os
aspectos relacionados à folha de pagamento. Inicialmente, trataremos dos elementos conceituais
relacionados aos proventos, adicionais e descanso semanal remunerado.
Após isso, nossos olhares serão direcionados para o cálculo das férias e do 13º salário. Em
seguida, será a vez de tratarmos dos atrasos, das faltas e dos descontos sobre a folha de pagamento.
Por fim, encerramos esta aula abordando os encargos sociais que devem ser recolhidos pela
organização, bem como a sua contabilização. Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Quando falamos das remunerações dos empregados, temos que ter em mente que há uma
variedade de fatores que podem interferir nesses cálculos. Além disso, há tributos que são recolhidos
pela empresa ao governo e que são descontados da remuneração dos empregados sem representar
uma despesa efetiva à organização. Por outro lado, há encargos sociais que são arcados pelas
organizações. Assim, no decorrer desta aula, abordaremos essas especificações que compõem as
rotinas trabalhistas.
TEMA 1 – FOLHA DE PAGAMENTO: CONCEITO E PROVENTOS
A folha de pagamento consiste em uma espécie de ficha que resume todas as remunerações que
devem ser pagas aos empregados pelo seu trabalho. A folha de pagamento também é chamada por
algumas pessoas de holerite, recibo de vencimento, demonstrativo de pagamento ou contracheque.
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O cálculo e a disponibilização da folha de pagamento aos empregados geram benefícios tanto
para a empresa quanto para os colaboradores, pois a partir da folha de pagamento os colaboradores
conseguem identificar os valores que compõem a sua remuneração, os valores adicionais, possíveis
descontos de adiantamento salário, faltas e os tributos descontados. Sob a perspectiva da empresa, a
disponibilização do holerite fornece segurança jurídica, pois a organização terá como comprovar que
os valores devidos foram calculados e pagos aos funcionários.
Por isso, a Lei n. 8.212/1991 estabelece que as empresas são obrigadas a disponibilizar essa
espécie de demonstrativo, conforme art. 32 exposto a seguir:
Art. 32. A empresa é também obrigada a:
I - preparar folhas-de-pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a
seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da
Seguridade Social;
[…] VI – comunicar, mensalmente, aos empregados, por intermédio de documento a ser definido
em regulamento, os valores recolhidos sobre o total de sua remuneração ao INSS. (Brasil, 1991)
Saiba Mais
Apesar de comumente a folha de pagamento ser elaborada de forma eletrônica, com o
auxílio de um software, não há nada que impeça dela ser elaborada de forma manual
(manuscrita).
Em termos de estrutura, podemos afirmar que a folha de pagamento é dividida entre os valores
que aumentam a remuneração do empregado, denominada de proventos, e os valores que diminuem
a remuneração do empregado, chamada de descontos. Apesar dessa classificação, há valores neutros
que são informados no holerite para que o empregado tenha a ciência do recolhimento, mas que
não representam um desconto ou um provento efetivo na remuneração do colaborador. Como
exemplo, estão os valores recolhidos a título de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que
são pagos pela empresa ao governo, mas que não são descontados dos empregados. Cabe destacar
que o valor recebido pelo colaborador é denominado de remuneração líquida, que representa a
diferença entre os proventos e os descontos. Logo, a remuneração líquida é o valor que efetivamente
o colaborador receberá pelos serviços originados do seu vínculo trabalhista.
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A remuneração dos colaboradores deve ser paga pela empresa até o quinto dia útil do mês
seguinte ao término do mês de direito da remuneração. Por exemplo, suponha que você trabalhe
durante o mês de janeiro. Logo, você terá direito a receber pelo serviço prestado e a empresa terá
até o quinto dia útil de fevereiro para realizar o pagamento, apresentando os proventos e os
descontos que compuseram esse valor no holerite que será disponibilizado a você. Mas, e se o
empregado receber de forma semanal ou quinzenal? Então, o pagamento será realizado até o quinto
dia útil seguinte à semana ou quinzena vencida. Oliveira (2017) destaca que, exceto para os casos de
comissões e gratificações, o pagamento da remuneração não poderá ser realizado com base em
períodos superiores a um mês.
Bem, agora que já vimos o conceito inicial da folha de pagamento e o prazo de pagamento,
vamos abordar mais a fundo os elementos que compõem os proventos de acordo com a estrutura
exposta por Oliveira (2017).
1.1 SALÁRIO
Podemos afirmar que o salário, na maioria das vezes, é a principal parcela da remuneração do
empregado. Em termos legais, o salário não pode ser inferior ao salário mínimo nacional vigente no
país, podendo ser definido um salário mínimo da categoria ou até mesmo o salário mínimo regional,
desde que superiores ao salário mínimo nacional. Por exemplo, a Lei n. 3.999/1961 estabelece
algumas definições e parâmetros do salário-mínimo dos médicos e cirurgiões dentistas, conforme
exposto a seguir:
Art. 4º É salário-mínimo dos médicos a remuneração mínima, permitida por lei, pelos serviços
profissionais prestados por médicos, com a relação de emprego, a pessoas físicas ou jurídicas de
direito privado.
Art. 5º Fica fixado o salário-mínimo dos médicos em quantia igual a três vezes e o dos auxiliares a
duas vezes mais o salário-mínimo comum das regiões ou sub-regiões em que exercerem a
profissão. (Brasil, 1961)
Assim, um dentista não poderá receber um valor inferior a três salários-mínimos. Esses valores
mínimos também são denominados de piso salarial.
Em termos de vínculos trabalhistas e carga horária de trabalho, há inúmeras formas de se
estabelecer uma relação entre empregador e empregado. Por exemplo, há pessoas que possuem
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vínculo de 44 horas semanais/220 horas mensais, outras de 40 horas semanais/200 horas mensais, 30
horas semanais/150 horas mensais, e assim por diante. Dessa forma, normalmente, o balizador do
cálculo do salário é o valor da hora trabalhada. Assim, vamos verificar, na Tabela 1, exemplos de
cálculo do valor da hora trabalhada para diferentes cargas horárias, considerando um salário de R$
5.000 mensais.
Tabela 1 – Cálculo do valor da hora trabalhada de acordo com a carga horária de trabalho
Horas diárias (6
dias na semana)
Horas
semanais
Horas
mensais Cálculo
7h20min 44 220
7h20m = 440 minutos por dia x 30 dias = 13.200 minutos por mês  
13.200 minutos / 60 minutos = 220 horas R$ 5.000 / 220 horas = R$ 22,73
por hora normal de trabalho
7 42 210
7h = 420 minutos por dia x 30 dias = 12.600 minutos por mês   12.600
minutos / 60 minutos = 210 horas R$ 5.000 / 210 horas = R$ 23,81 por
hora normal de trabalho
6h40min 40 200
6h40m = 400 minutos por dia x 30 dias = 12.000 minutos por mês  
12.000 minutos / 60 minutos = 200 horas R$ 5.000 / 200 horas = R$ 25
por hora normal de trabalho
6 36 180
6h = 360 minutos por dia x 30 dias = 10.800 minutos por mês   10.800
minutos / 60 minutos = 180 horas R$ 5.000 / 180 horas = R$ 27,78 por
hora normal de trabalho
5 30 150
5h = 300 minutos por dia x 30 dias = 9.000 minutos por mês   9.000
minutos / 60 minutos = 150 horas R$ 5.000 / 150 horas = R$ 33,33 por
hora normal de trabalho
4 24 120
4h = 240 minutos por dia x 30 dias = 7.200 minutos por mês   7.200
minutos /60 minutos = 120 horas R$ 5.000 / 120 horas = R$ 41,67 por
hora normal de trabalho
2 12 60
2h = 120 minutos por dia x 30 dias = 3.600 minutos por mês   3.600
minutos / 60 minutos = 60 horas R$ 5.000 / 60 horas = R$ 83,33 por hora
normal de trabalho
Note que a depender da carga horária do empregado, o valor da hora de trabalho normal é
alterada. Esse cálculo é essencial para a definição de outros valores, tais como as horas extras, tema
do nosso próximo tópico.
1.2 HORAS EXTRAS
Vimos anteriormente o cálculo do valor da hora normal de trabalho. Entretanto, é comum que os
empregados venham a realizar horas extras. Nesse sentido, o empregado poderá realizar até duas
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horas extras por dia, sendo que o valor da hora extra deverá ser de no mínimo 50% do valor da hora
de trabalho normal, conforme definido no art. 59 da Lei n. 13.467/2017:
Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não
excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
Parágrafo 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à
da hora normal. (Brasil, 2017)
Portanto, suponha que o empregado tenha uma jornada semanal de 44 horas e o seu salário seja
de R$ 5.000. Portanto, o valor mínimo da hora extra será calculado da seguinte forma:
Valor da hora normal R$ 22,73 x 50% = R$ 11,37 valor do acréscimo da hora extra
Valor da hora extra: R$ 22,73 (hora normal) + R$ 11,37 (valor do acréscimo) = R$ 34,10
Cabe destacar que o empregado também tem direito de receber o valor do Descanso Semanal
Remunerado (DSR) sobre o valor das horas extras, bem como os demais adicionais que possam
existir devido a sua profissão, como adicionais de periculosidade, insalubridade, gratificações, entre
outros. Assim, no próximo tópico são apresentados os adicionais que podem existir.
1.3 ADICIONAIS
1.3.1 Adicional de insalubridade
Algumas profissões fazem com que os empregados tenham direito ao recebimento de um valor
adicional calculado sobre o salário-base e que é denominado de adicional de insalubridade. Isso
ocorre porque essas atividades por oferecerem alguns riscos relacionados a situações de
insalubridade que ultrapassam os limites legalmente tolerados e expõem os empregados a algum
tipo vulnerabilidade ocasionam a necessidade de indenização dessa exposição sofrida.
A insalubridade é calculada de acordo com o grau de exposição do empregado a agentes
nocivos à saúde, podendo ser classificada no nível máximo, médio e mínimo. Assim, o adicional de
insalubridade pode ser de 40%, 20% ou 10% sobre o salário-mínimo, e nos casos em que houver o
salário-mínimo profissional, tal adicional será calculado sobre esse valor. O art. 192 do Decreto-Lei n.
5.452/1943, popularmente conhecido como Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelece tais
diretrizes do adicional de insalubridade:
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Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de
40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da
região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. (Brasil, 1943)
Alguns exemplos de insalubridade podem ser identificados em locais com ruídos, calor
excessivo, iluminação inadequada, vibrações, agentes químicos e radiação ionizante e não ionizante.
Por exemplo, a Norma Regulamentadora (NR) 15 do Ministério do Trabalho, no Anexo I, estabelece
que um trabalhador com carga horária de 8 horas diárias pode ser exposto a no máximo 85 decibéis
em seu local de trabalho. Suponha que determinado empregado trabalhe em um local com 87,7
decibéis e que o nível de insalubridade é médio (20% de grau de insalubridade). Considere ainda que
esse trabalhador receba R$ 5.000 de salário, mas que o piso profissional seja de R$ 3.000. Portanto, o
adicional de insalubridade será calculado da seguinte forma:
Tabela 2 – Cálculo do adicional de insalubridade
Piso profissional R$ 3.000
(x) Adicional pelo grau de insalubridade 20%
(=) Valor do adicional de insalubridade R$ 600
Perceba que o adicional de insalubridade foi calculado de acordo com o piso da profissão do
trabalhador, e não com base no salário que ele recebe.
1.3.2 Adicional de periculosidade
Outro tipo de adicional que pode ocorrer são aqueles vinculados à periculosidade advinda da
exposição do trabalhador a um contato permanente com materiais infláveis, explosivos, energia
elétrica ou até mesmo a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial. Nesse exemplo, encaixam-se os profissionais que trabalham como
seguranças, trabalhadores que exercem atividade profissional de manutenção das redes de energia
elétrica, entre outros.
Esses profissionais têm o direito a um adicional de 30% sobre o salário-base, que é o salário
acordado entre o colaborador e a empresa, sendo excluídos desse cálculo gratificações, participações
nos lucros e prêmios. Vamos verificar, na Tabela 3, um exemplo de cálculo de adicional de
periculosidade.
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Tabela 3 – Cálculo do adicional de periculosidade
Salário-base R$ 5.000
(x) Adicional de periculosidade 30%
(=) Valor do adicional de periculosidade R$ 1.500
Cabe destacar que não é permitido o recebimento acumulado de adicional de periculosidade e
insalubridade. Dessa forma, caberá ao trabalhador optar pelo recebimento do adicional mais
vantajoso.
1.3.3 Adicional noturno
O adicional noturno é pago para aqueles empregados que trabalham entre as 22h de um dia até
as 5h da manhã do dia seguinte. Sobre a quantidade de tempo trabalhado nesse horário, o
trabalhador terá o direito de receber pelo menos 20% a mais do que ele receberia sobre o valor da
hora de trabalho normal (Oliveira, 2017). O art. 73 da CLT trata desse adicional:
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20%
(vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. (Brasil, 1943)
Além disso, a hora noturna possui uma duração diferente da hora diurna. O inciso I do art. 73 do
Decreto-Lei n. 5452/1943 esclarece que a hora noturna tem duração de 52 minutos e 30 segundos
(equivalente a 52,50 minutos). Assim, um funcionário que trabalhe das 17h40 às 21he das 22h à 1h30
trabalhará:
3 horas 20 minutos: referente às horas diurnas das 17h40às 21h;
4 horas noturnas: equivalentes a 3,50 horas x 60 minutos = 210 minutos / 52,50 minutos = 4
horas.
Assim, se o salário desse empregado for de R$ 5.000 e a carga horária semanal for de 44 horas, o
valor da hora de trabalho será de R$ 22,73 e o valor do adicional por hora noturna será de R$ 4,55.
Portanto, a hora de trabalho noturna será de R$ 27,28 (R$ 22,73 hora diurna somado a R$ 4,55 do
adicional noturno). Cabe ressaltar que o adicional noturno pode ser recebido de forma cumulativa ao
adicional de insalubridade ou periculosidade.
1.4.4 Adicional de transferência
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O adicional de transferência é pago para aqueles empregados que são transferidos de forma
temporária para um local de trabalho diferente do seu local de domicílio. Assim, enquanto o
empregado estiver longe do seu domicílio, ele terá o direito a 25% de adicional sobre o seu salário.
Destaca-se que o adicional de transferência não é pago para aqueles empregados que foram
transferidos de localidade de forma definitiva.
Por exemplo, se um empregado cujo salário seja de R$ 5.000 for transferido de forma definitiva
para outra localidade, não terá direito ao adicional de transferência, poishouve a mudança definitiva.
Por sua vez, se a transferência for temporária (dois meses, por exemplo), durante esse período ele
terá direito a um adicional de 25% sobre o seu salário, pois a transferência foi temporária. Para mais
informações, consulte o art. 469 da CLT.
1.4 DESCANSO SEMANAL REMUNERADO (DSR)
Cada trabalhador tem o direito a um dia de descanso semanal remunerado, de preferência aos
domingos. Para os empregados que trabalham aos domingos, por exemplo, profissionais de
supermercados, postos de combustíveis, lanchonetes, entre outras atividades, o art. 67 da CLT cita
que há necessidade do estabelecimento definir uma escala de revezamento mensal entre os
colaboradores, a qual estará sujeita a fiscalização.
Além disso, entre cada jornada de trabalho, haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas
para descanso, conforme art. 66 da CLT. Isso significa que se um colaborador encerrar a sua jornada
de trabalho às 18h, ele só poderá iniciar uma nova jornada de trabalho às 5h do dia seguinte, sendo
atendido o intervalo de 11 horas consecutivas entre uma jornada de trabalho e outra.
No caso dos empregados que recebem de forma mensal, quinzenal ou semanal, o valor do DSR
já está incluído na remuneração do trabalhador. Por sua vez, para aqueles que recebem por hora,
comissão ou tarefa, há a necessidade de calcular o DSR e incluir esse valor na remuneração. Aqui, não
abordaremos o cálculo de cada categoria de forma detalhada, pois esses valores são elucidados na
disciplina de Legislação Trabalhista.
Por fim, cabe destacar que perderá o direito ao DSR o trabalhador que não cumprir de forma
integral a sua jornada de trabalho semanal. Salvo faltas justificadas.
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Agora que já vimos os proventos que compõem a remuneração de um empregado, vamos
verificar um exemplo de como essa temática tem sido abordada em provas de concurso público
(Quadro 1).
Quadro 1 – Remuneração em prova de concurso público
(Cespe – 2011 – AL-ES - Técnico Legislativo - Sênior I (Contabilidade / Financeiro / Folha de Pagamento)
 
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), são consideradas atividades ou operações insalubres aquelas
que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos
limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição e seus efeitos.
Assim, se um trabalhador estiver no exercício do trabalho em condição insalubre de grau médio de agressividade, acima dos
limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, e se o salário mínimo nacional vigente for de R$ 545,00,
então o valor do adicional de insalubridade devido a esse trabalhador será igual a
 
a. R$ 154,50.
b. R$ 109,00.
c. R$ 327,00.
d. R$ 218,00.
e. R$ 163,50.
 
Como o grau de insalubridade é médio, então o valor do adicional será calculado 20% sobre o salário mínimo nacional
vigente ou sobre o salário da categoria. Assim, 20% multiplicado por R$ 545 resulta em R$ 109. Portanto, o gabarito é a
alternativa B.
TEMA 2 – FÉRIAS E 13º SALÁRIO
2.1 FÉRIAS
A cada 12 meses completos de vínculo trabalhista (período aquisitivo), o empregado terá direito
a 30 dias de férias, desde que obedecida a seguinte proporção em relação ao número de faltas não
justificadas no período (Tabela 4):
Tabela 4 – Número de dias de férias proporcional
Quantidade de faltas no período de 12 meses Número de dias de férias
Até 5 faltas 30 dias
De 6 a 14 faltas 24 dias
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15 a 23 faltas 18 dias
24 a 32 faltas 12 dias
Referente ao valor a ser recebido pelas férias, o empregado terá o direito de receber um terço a
mais do que o salário normal, incluindo o salário fixo e a média do valor das horas extras, comissões,
adicionais (insalubridade, periculosidade, noturno ou qualquer outro tipo de adicional) e demais
valores que tenham sido recebidos durante o período aquisitivo das férias.
Por exemplo, se um trabalhador possui um salário-base de R$ 5.000 e durante o período
aquisitivo obteve R$ 250 de média de horas extras e R$ 100 de média de adicional noturno, o cálculo
do adicional de férias será realizado da seguinte forma:
Tabela 5 – Cálculo do adicional de férias
Componentes da base de cálculo do adicional de férias Valores
Salário-base R$ 5.000
Médias das horas extras R$ 250
Média do adicional noturno R$ 100
Base de cálculo do adicional de férias R$ 5.350
Valor do adicional de férias (1/3 de férias) R$ 1.783,33
Assim, além do salário normal, o empregado terá direito a R$ 1.783,33 (R$ 5.350 x 33,33%) de
adicional de férias no período. Sobre esse valor, também incidem as retenções a título de INSS e
Impostos de Renda, e a empresa deverá recolher os valores relativos ao FGTS e INSS patronal,
discutidos à frente. Por fim, é importante destacar que o valor das férias deverá ser pago ao
trabalhador em até dois dias antes de iniciar o gozo das férias (Oliveira, 2017).
2.2 13º SALÁRIO
O 13º salário também é denominado de gratificação natalina e é pago proporcionalmente ao
período trabalhado pelo colaborador, ou seja, o trabalhador deverá ter trabalhado no mínimo 15 dias
no mês para ter direito ao 13º salário proporcional a esse período. Por exemplo, se um trabalhador
ingressar na empresa no dia 10 setembro, ele terá o direito à proporção de 4 meses (setembro,
outubro, novembro e dezembro) do 13º salário, visto que trabalhou mais de 15 dias no mês. Agora,
se outro empregado ingressar na empresa no dia 18, este terá o direito ao 13º salário proporcional a
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3 meses (outubro, novembro e dezembro) de trabalho, visto que setembro não comporá o cálculo.
Cabe destacar que os proventos variáveis compõem o 13º salário.
Em termos de pagamento, o 13º salário poderá ser pago em até duas parcelas. A primeira
parcela deverá ser quitada até o dia 30 de novembro (salvo se em janeiro o empregado tenha
solicitado o pagamento de primeira parcela junto com os valores das férias). A segunda parcela é
paga até o dia 20 de dezembro, e é sobre esta parcela que ocorre o desconto da contribuição
previdenciária (INSS) e a retenção do Imposto de Renda (IR).
Por exemplo, no caso de um trabalhador recebe R$ 3.000 por mês e trabalhou todos os meses
do ano, o cálculo do 13º salário será o seguinte:
Tabela 6 – Cálculo do 13º salário
Parcela Valores
Salário R$ 3.000
1ª parcela pago R$ 1.500
2ª parcela (valor bruto) R$ 1.500
Deduções da segunda parcela  
(-) INSS R$ 277,39
(-) IR 61,40
2ª parcela (valor pago após as deduções) R$ 1.161,21
Perceba que o valor da primeira parcela é pago sem nenhum desconto. Por outro lado, sobre o
valor da segunda parcela, é realizado o desconto do INSS e do IR do empregado. Vamos verificar
como esta temática tem sido abordada em concursos públicos.
Quadro 2 – 13º salário em prova de concurso público
(Cespe – 2016 –TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa)
 
No que se refere ao 13º salário, assinale a opção correta.
 
a. Havendo rescisão do contrato de trabalho, independentemente da causa, caberá ao empregado percepção do 13º
salário, em valor proporcional ao tempo total de serviço do trabalhador
b. O 13º salário deve ser pago até o último dia útil do mês de dezembro de cada ano.
c. Caso resolva adiantar o pagamento do 13º salário, o empregador deve realizar o pagamento a todos os empregados
no mesmo vencimento.
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d. O 13º salário deve ser pago em única parcela.
e. Para a apuração do 13º salário, utiliza-se como base o mês de serviço, sendo a fração de quinze dias ou mais
considerada mês integral.
 
A alternativa a está errada, pois a proporção do 13º é calculada em relação ao ano corrente. As alternativas b e d estão
incorretas, poisvimos que o 13º salário é dividido em duas parcelas, a primeira paga até o dia 30 de novembro e a segunda
até o dia 20 de dezembro. A alternativa c também é incorreta, pois a empresa pode realizar o pagamento do 13º salário de
forma específica para cada empregado, como por exemplo, nos casos de pagamento junto às férias. Portanto, o gabarito é
a alternativa e, visto que para ter direito a cada fração do 13º, o colaborador deverá ter trabalhado pelo menos 15 dias na
organização.
TEMA 3 – DESCONTOS SOBRE FOLHA: FALTAS E ATRASOS, VALE-
TRANSPORTE E RETENÇÕES
3.1 FALTAS E ATRASOS
As faltas e atrasos poderão ser descontados do salário do empregado. Cabe destacar que há
situações que justificam a falta do empregado, como, por exemplo, o falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que seja dependente econômica (desde que declarada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social), além de várias outras situações expostas no art. 473 da CLT
e que são expostas a seguir:
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: (Redação
dada pelo Decreto-lei n. 229, de 28.2.1967)
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente,
irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua
dependência econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; (Inciso incluído pelo Decreto-lei n. 229,
de 28.2.1967)
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue
devidamente comprovada;
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei
respectiva.
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VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra
"c" do art. 65 da Lei n. 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).
  VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para
ingresso em estabelecimento de ensino superior.
 VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade
sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja
membro.
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o
período de gravidez de sua esposa ou companheira;
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.
XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames
preventivos de câncer devidamente comprovada. (Brasil, 1943)
Vamos analisar um exemplo de falta para calcular o seu valor. Suponha que o empregado receba
um salário de R$ 3.000 e em uma determinada semana faltou um dia de forma injustificada, sendo
que a sua carga horária é de 220 horas mensais (44 horas semanais). Nesse caso, será dividido R$
3.000 por 30 dias, obtendo um valor de R$ 100 por dia. Outra forma é dividir os R$ 3.000 por 220
horas e multiplicar por 7,33 horas (7 horas e 20 minutos), que é a jornada de trabalho diária,
resultando em R$ 100. Como o empregado faltou um dia, ele perderá o direito ao DSR, ou seja, o
desconto será de R$ 100 da falta e R$ 100 do valor equivalente ao descanso semanal remunerado.
No caso de atrasos, o desconto será realizado de forma proporcional aos minutos/horas em atraso.
3.2 VALE-TRANSPORTE
O vale transporte deverá ser concedido aos empregados que solicitarem tal benefício. A empresa
poderá dispensar o vale transporte caso disponibilize o deslocamento integral de todo o trajeto do
empregado até a empresa e vice-versa. O valor a ser descontado de vale-transporte do empregado
corresponderá a até 6% do salário-base (Oliveira, 2017) e será calculado proporcionalmente à
quantidade de dias úteis do mês. Por exemplo, se um empregado possui R$ 3.000 de salário-base, a
empresa poderá descontar até R$ 132 (R$ 3.000 x 30 dias = R$ 100 x 22 dias úteis = R$ 2.200 x 6% =
R$ 132) de vale-transporte. Suponha que esse empregado necessite pegar 4 conduções no dia, a um
custo de R$ 2,50 por condução, totalizando R$ 220 em gastos com transporte no mês. Então, a
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diferença entre o valor que poderá ser descontado (R$ 132) e o valor total de gastos com transporte
(R$ 220) será arcado pela empresa (R$ 88).
3.3 DESCONTOS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO
Abordaremos neste tópico os descontos de tributos incidentes sobre a folha de pagamento, que
são arcados pelos empregados, mas que é a empresa que realiza o recolhimento desses valores.
Logo, a organização desconta esses valores da remuneração dos trabalhadores e repassa ao governo.
3.3.1 INSS
O valor a ser descontado da remuneração do empregado a título de contribuição à previdência
social é definido conforme as faixas em que se encaixam o salário mensal recebido. A tabela a ser
utilizada é progressiva e tributa de forma diferente cada faixa salarial, conforme a Tabela 7.
Tabela 7 – Faixas de contribuição do INSS (2021)
Salário de contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS
Até R$ 1.100 7,5%
De R$ 1.100,01 até R$ 2.203,48 9%
De R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 12%
De R$ 3.305,23 até R$ 6.433,57 14%
Desse modo, um empregado que possua um salário de R$ 5.000 será tributado da seguinte
forma a título de INSS:
Tabela 8 – Exemplo de cálculo do INSS
Faixa Alíquota Valor tributado INSS
até R$ 1.100 7,5% R$ 1.100 R$ 82,50
de R$ 1.100,01 até R$ 2.203,48 9% R$ 1.103,48 R$ 99,31
de R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 12 % R$ 1.101,74 R$ 132,21
de R$ 3.305,23 até R$ 6.433,57 14% R$ 1.694,78 R$ 237,27
Total   R$ 5.000,00 R$ 551,29
Perceba que a cada faixa salarial há um aumento na alíquota do INSS a ser descontado do
colaborador. No exemplo ilustrado, nota-se que haverá um desconto de R$ 551,29 de INSS, que será
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descontado do seu salário e recolhido ao governo pela empresa. Destaca-se que a última faixa possui
um limite de R$ 6.433,57. Isso significa que a remuneração que ultrapassar esse limite estará isenta
do recolhimento do INSS.
3.3.2 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
Os assalariados poderão ter IRRF. Ou seja, a empresa retém parte do salário do empregado e
recolhe ao governo este valor. Para realizar o cálculo do valor do IRRF, a Receita Federal disponibiliza
anualmente uma tabela progressiva para o cálculo dos valores. Em 2021, a Tabela Progressiva do IRRF
era a seguinte:
Tabela 9 – Tabela de tributação do IRRF
Base de cálculo mensal (R$) Alíquota Parcela a deduzir do imposto
de 0,00 até 1.903,98 Isento 0,00
de 1.903,99 até 2.826,65 7,50% 142,80
de 2.826,66 até 3.751,05 15,00% 354,80
de 3.751,06 até 4.664,68 22,50% 636,13
a partir de 4.664,68 27,50% 869,36
Nota: Valor de dependentes: 189,59
Fonte: Receita Federal do Brasil, 2021.
Diferentemente da tabela do INSS, a tabela do IRRF abrange somente uma faixa de retenção. A
base de cálculo do IRRF é definida a partir da subtração do valor do INSS e do valor de dependentes
da remuneração do empregado e multiplicado pela alíquota da tabela de IRRF.
Por exemplo, se o trabalhador recebe R$ 5.000 de salário, sabendo que o desconto de INSS é de
R$ 551,29, a base de cálculo será de R$ 4.448,71, encaixando-se na faixa de 22,50% (de R$ 3.751,06
até R$ 4.664,68). Então, o valor de IRRF retido será de R$ 364,83 (R$ 4.448,71 x 22,50% = R$ 1.000.96
– R$ 636,13 de dedução = R$ 364,83). Agora, suponha que o empregado possua um dependente, o
valor de IRRF a ser retido será de R$ 322,17 (R$ 5.000 – R$ 551,29 (INSS) – R$ 189,59 (dependente) =
R$ 4.259,15 x 22,50% = R$ 958,30 – R$ 636,13 (dedução) = R$ 322,17).
Quadro 3 –IRRF em prova de concurso público
(Cespe – 2016 –TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa)
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  Assinale a alternativa que indica o tributo que está correlacionado com a contabilização da folha de pagamento dos
trabalhadores em geral.  
1. Imposto sobre Ganho de Capital
2. Contribuição sobre Rendimentos não Tributáveis
3. Imposto sobre Salário-Família
4. Imposto de Renda Retido na Fonte
 
Dentre as opções, o único imposto que está vinculado a folha de pagamento é o Imposto de Renda Retido na Fonte.
Portanto, o gabarito é a alternativa d.
TEMA 4 – ENCARGOS SOBRE FOLHA
Além das remunerações pagas aos empregados, as empresas também arcam com alguns
encargos calculados sobre o valor das remunerações pagas aos colaboradores. Entre os encargos
mais populares, há o INSS patronal, que é a parcela da contribuição previdenciária arcada pela
empresa, e o valor referente ao FGTS.
4.1 INSS PATRONAL
O INSS patronal corresponde a 20% do valor bruto da folha de pagamento. Além da
contribuição previdenciária em si, a empresa deverá realizar em conjunto alguns outros tipos de
recolhimentos, listados a seguir.
4.4.1 Risco de Acidente do Trabalho (RAT) e o Fator Acidentário de Prevenção (FAP)
O RAT é utilizado para financiar os custos previdenciários de trabalhadores que venham a sofrer
de doenças ocupacionais e acidente de trabalho. O RAT pode ser classificado conforme o grau de
risco da atividade da empresa. A alíquota do RAT de cada Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE) são listadas no Anexo I da Instrução Normativa (IR) RFB n. 1.071/2010. Na Tabela
10, são apresentados três exemplos de atividades com as suas respectivas alíquotas de RAT.
Tabela 10 – Exemplificações de alíquotas de RAT de acordo com o CNAE
CNAE 2.0 Descrição Alíquota (%)
0111-3/01 Cultivo de arroz 3
3312-1/03
Manutenção e reparação de aparelhos eletromédicos e
eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação 1
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CNAE 2.0 Descrição Alíquota (%)
4618-4/02
Representantes comerciais e agentes do comércio de
instrumentos e materiais odontomédico-hospitalares 2
Fonte: Brasil, 2010.
A alíquota do RAT poderá ser alterada de acordo com o FAP da empresa. O FAP consiste em um
fator que varia de 0,5000 a 2,0000 e pode ser consultado no sítio do Ministério da Economia junto à
página da Secretaria de Previdência. O FAP é definido de acordo com os acidentes de trabalho
ocorridos em um determinado período e é calculado com quatro casas decimais. Por exemplo,
suponha que uma empresa tenha um RAT de 2% e o seu FAP do período seja de 0,5000, pois obteve
um bom desempenho na prevenção de acidentes de trabalho. Então, multiplicando 2% x 0,5000, a
empresa recolherá 1% a título de Seguro Acidente de Trabalho (SAT).
Por outro lado, suponha que a empresa obteve um mau desempenho na prevenção de acidentes
de trabalho no período e o seu FAP tenha sido de 2,0000. Logo, multiplicando 2% por 2,0000,
teremos que o SAT será de 4%. Ou seja, devido ao seu mau desempenho, a alíquota do SAT dobrou.
4.4.2 Sistema S
A empresa também contribuirá com o Sistema S que engloba o financiamento de entidades
como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social da Indústria (Sesi),
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço
Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas(Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo (Sescoop), entre outras entidades, como o Fundo Aeroviário, Fundo de
Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo, Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e o salário-educação.
Apesar desses valores serem destinados ao financiamento de entidades terceiras, cabe à
Previdência Social a arrecadação e a fiscalização dessas contribuições. A alíquota dessa contribuição é
definida pelo Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS) e poderá atingir 5,80%, a depender da
atividade principal de atuação da empresa.
Na Tabela 11, é apresentado um resumo das alíquotas que compõem a guia de recolhimento da
previdência social da entidade.
Tabela 11 – Resumo das alíquotas de contribuição previdenciária, SAT e terceiros
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INSS Parte Empresa Alíquota %
Previdência Social 20,00%
SAT = Risco Acidente de Trabalho (RAT) x (FAP) 0,50% a 6%
Para Terceiros 5,80%
Salário-educação 2,50%
INCRA 0,20%
SENAI/SENAC/SENAT 1,00%
SESI/SESC/SEST 1,50%
SEBRAE 0,60%
Assim, suponha que uma organização esteja exposta ao recolhimento de 20% de previdência
social, 3% de SAT e 5,80% para terceiros, e que a folha salarial bruta do período tenha sido de R$
75.000. Então, a organização realizará o recolhimento de R$ 21.600 (R$ 75.000 x 28,80%) a título de
contribuição previdenciária.
4.2 FGTS
O FGTS foi instituído com a finalidade de garantir renda para trabalhadores que tenham sido
demitidos por justa causa. O FGTS não representa um desconto nos proventos do empregado, mas é
informado em folha de pagamento para que o trabalhador tenha ciência dos valores recolhidos. O
FGTS é arcado pela empresa, sendo calculado a partir da aplicação da alíquota de 8% sobre o valor
das remunerações pagas aos trabalhadores ou 2% sobre a remuneração dos jovens aprendizes.
Suponha que o salário-base de um empregado é de R$ 3.000 e que durante o mês obteve R$
250 de horas extras. Então, o FGTS será de R$ 260 (R$ 3.250 x 8%). Caso a empresa demita um
trabalhador sem justa causa, ela deverá realizar o pagamento de uma multa de 40% sobre o saldo do
FGTS vinculado à conta do FGTS do trabalhador inerente a esse vínculo empregatício que está sendo
encerrado.
Quadro 4 – FGTS em prova de concurso público
(FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase)
 
Um aprendiz de marcenaria procura um advogado para se inteirar sobre o FGTS que vem sendo depositado mensalmente
pelo empregador na sua conta vinculada junto à CEF, na razão de 2% do salário, e cujo valor é descontado juntamente com
o INSS. Com relação ao desconto do FGTS, assinale a afirmativa correta.
 
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a. O FGTS deveria ser depositado na ordem de 8% e não poderia ser descontado.
b. A empresa, por se tratar de aprendiz, somente poderia descontar metade do FGTS depositado.
c. A empresa está equivocada em relação ao desconto, pois o FGTS é obrigação do empregador.
d. A conduta da empresa é regular, tanto em relação ao percentual quanto ao desconto.
 
O FGTS de jovem aprendiz é de 2%, portanto as alternativas a e b estão incorretas. A empresa não pode descontar o FGTS
do empregado tornando a alternativa d incorreta. Portanto, o gabarito é a alternativa c.
TEMA 5 – CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO
Vamos agora analisar a contabilização dos valores da folha de pagamento a partir de um
exemplo prático. Determinado empregado recebeu em janeiro de 2021 R$ 3.000 de salários e R$ 200
de horas extras, já incluído o DSR sobre as horas extras. Considerando que o empregado não possui
dependentes e que não há descontos por atraso ou faltas no mês, deveremos realizar o cálculo dos
valores a serem pagos ao empregado, bem como dos tributos a serem descontados e recolhidos pela
empresa (Tabela 12).
Tabela 12 – Exemplo de cálculo de remuneração
INSS – parte do empregado
Faixa Alíquota Valor tributado INSS
Até R$ 1.100 7,5% R$ 1.100 R$ 82,50
De R$ 1.100,01 até R$ 2.203,48 9% R$ 1.103,48 R$ 99,31
De R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 12 % R$ 996,52 R$ 119,58
Total   R$ 3.200,00 R$ 301,39
Imposto de Renda Retido na Fonte
Salário R$ 3.200 – R$ 301,39 (INSS) = R$ 2.898,61
R$ 2.898,61 * 15% = R$ 434,79 – R$ 354,80 (dedução) = R$ 79,99
Remuneração líquida Salário-base: R$ 3.000 (+) Horas extras: R$ 200 (-) INSS:(R$ 301,39) (-) IRRF: (R$ 79,99) (=)
Remuneração líquida: R$ 2.818,62
Vimos que mesmo a remuneração bruta sendo de R$ 3.200, o empregado receberá R$ 2.818,62,
sendo a diferença recolhida pela organização a título de tributos. Logo, o seguinte lançamento
contábil será realizado:
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1.  Pelo reconhecimento da despesa com salários e dos valores de tributos a serem retidos e
recolhidos:
D – Despesas com salários (resultado)                                                                R$   3.200,00
C – IRPF a recolher (passivo circulante)                                                              R$        79,99
C – INSS a recolher (passivo circulante)                                                              R$      301,39
C – Salários a pagar (passivo circulante)                                                             R$   2.818,62
2.  Pelo reconhecimento do pagamento dos salários e o recolhimento dos tributos via caixa e
equivalentes:
D – IRPF a recolher (passivo circulante)                                                              R$        79,99
D – INSS a recolher (passivo circulante)                                                              R$      301,39
D – Salários a pagar (passivo circulante)                                                             R$   2.818,62
C – Caixa e equivalentes (ativo circulante)                                                           R$   3.200,00
Razonetes
Legenda: si representa o saldo inicial da conta.
Sob a perspectiva da empresa, será necessário realizar o recolhimento da previdência social e o
FGTS. Portanto, considere que o RAT da organização seja de 1% e o FAP de 1,0000, bem como a
alíquota de terceiros seja de 5,80%. Então, sobre os R$ 3.200, serão recolhidos 26,80% (20% do INSS
patronal + 1% de RAT x FAP + 5,80% de terceiros), totalizando R$ 857,60. Enquanto o FGTS será de
R$ 256 (R$ 3.200 * 8%).
Portanto, os lançamentos contábeis serão os seguintes:
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3.  Pelo reconhecimento da despesa com previdência social e FGTS:
D – Despesas com FGTS (resultado)                                                                  R$      256,00
C – FGTS a recolher (passivo circulante)                                                             R$      256,00
 
D – Despesas com INSS (resultado)                                                                   R$      856,60
C – INSS a recolher (passivo circulante)                                                              R$      856,60
4.  Pelo recolhimento do FGTS e do INSS patronal:
D – FGTS a recolher (passivo circulante)                                                             R$      256,00
C – Caixa e equivalentes (ativo circulante)                                                           R$      256,00
 
D – INSS a recolher (passivo circulante)                                                              R$      856,60
C – Caixa e equivalentes (ativo circulante)                                                           R$      856,60
Razonetes
Legenda: si representa o saldo inicial da conta.
Perceba que, nesse caso, como o INSS patronal é arcado pela empresa, o seu lançamento
contábil transitará pelas contas de resultados.
TROCANDO IDEIAS
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Aprendemos diferentes situações e tratativas acerca dos cálculos relacionados a folha de
pagamento. Convidamos você a pesquisar quais são as possibilidades, além da demissão sem justa
causa, para o saque do FGTS pelo trabalhador. Esperamos sua participação em nosso fórum.
NA PRÁTICA
Sabendo que o salário do empregado é R$ 2.900. Calcule:
a. o INSS a ser descontado do empregado;
b. o IRRF a ser descontado do empregado;
c. o valor da remuneração líquida;
d. o valor do FGTS a ser recolhido pela empresa;
e. o valor da previdência social considerando uma alíquota global de 28,80%.
A resposta está na seção Gabarito, após as Referências.
FINALIZANDO
Nesta aula, abordamos as tratativas inerentes à folha de pagamento. Inicialmente, vimos os
diferentes tipos de proventos e descontos que podem ocorrer na remuneração dos empregados.
Também abordamos os diferentes tipos de tributos que devem ser descontados dos empregados e
os que devem ser descontados da empresa. Por fim, tratamos do cálculo do adicional de férias e do
adicional de 13º salário, encerrando com a contabilização desses valores. Desejo a você ótimos
estudos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do
Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em:
21 jul. 2021.
BRASIL. Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de
1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às
10/04/2023, 13:32 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/25
novas relações de trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/lei/l13467.htm>. Acesso em: 21 jul. 2021.
BRASIL. Lei n. 3.999, de 15 de dezembro de 1961. Altera o salário-mínimo dos médicos e
cirurgiões dentistas. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-
1969/l3999.htm>. Acesso em: 21 jul. 2021.
BRASIL. Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social,
institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm>. Acesso em: 21 jul. 2021.
BRASIL. Norma Regulamentadora n. 15 (NR-15). Disponível em:
<https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-
regulamentadora-no-15-nr-15>. Acesso em: 21 jul. 2021.
BRASIL. Portaria SEPRT/ME n. 477, de 12 de janeiro de 2021. Dispõe sobre o reajuste dos
benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e dos demais valores constantes do
Regulamento da Previdência Social - RPS. (Processo n. 10132.112045/2020-36). Disponível em:
<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-seprt/me-n-477-de-12-de-janeiro-de-2021-
298858991>. Acesso em: 21 jul. 2021.
OLIVEIRA, A. de. Cálculos trabalhistas. 29. ed. Grupo Gen/Atlas: São Paulo, 2017.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB n. 1071, de 15 de setembro de 2010.
Altera a Instrução Normativa RFB n. 971, de 13 de novembro de 2009, que dispõe sobre normas
gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à
Previdência Social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB). Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=16038&visao=anotado>.
Acesso em: 21 jul. 2021.
GABARITO
Resposta: a), b) e c).
INSS – parte do empregado
10/04/2023, 13:32 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/25
Faixa Alíquota Valor tributado INSS
Até R$ 1.100 7,5% R$ 1.100 R$ 82,50
De R$ 1.100,01 até R$ 2.203,48 9% R$ 1.103,48 R$ 99,31
De R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 12 % R$ 696,52 R$ 83,58
Total   R$ 2.900,00 R$ 265,39 (Resposta a)
Imposto de Renda Retido na Fonte
Salário R$ 2.900 – R$ 265,39 (INSS) = R$ 2.634,61
R$ 2.634,61 * 7,50% = R$ 197,60 – R$ 142,80 (dedução) = R$ 54,80 (Resposta b)
Remuneração líquida Salário-base: R$ 2.900 (-) INSS: (R$ 265,39) (-) IRRF: (R$ 54,80) (=) Remuneração líquida: R$ 2.579,81
(Resposta c)
Resposta: d).
Base de cálculo do FGTS: R$ 2.900
x Alíquota FGTS: 8%
Valor do FGTS = R$ 232
Resposta: e).
Base de cálculo da contribuição previdenciária: R$ 2.900
x Alíquota da contribuição previdenciária: 28,80%
Valor da contribuição previdenciária: R$ 835,20