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~ Deterioraçã� microbian� d�� aliment�� ~ Desenvolvimento de microrganismos – alteração na composição, propriedades sensoriais e estrutura dos alimentos – deterioração ou biodeterioração. Causas da deterioração dos alimentos: ● Crescimento e atividade de microrganismos; ● Atividade de enzimas do próprio alimento; ● Infestação por pragas (insetos, parasitas, roedores, etc); ● Reações com elementos do ambiente (luz, O2, umidade); ● Estresse físico/choque mecânico; ● Combinação de dois ou mais fatores. Fatores determinantes da deterioração microbiana dos alimentos: ● Composição dos alimentos; ● Tipo e número de microrganismos associados ao alimento; ● Fatores intrínsecos e extrínsecos que afetam o crescimento e a atividade microbianos; ● Mudanças destes fatores que ocorrem durante o processamento e o armazenamento dos alimentos. Fatores determinantes da deterioração microbiana dos alimentos: Significado do número de microrganismos contaminantes em alimentos e a relação com o indicador de deterioração: ● De 103 a 106a deterioração microbiana geralmente é imperceptível; ● De 106 a 107 a deterioração já é incipiente em alguns alimentos; ● De 107 a 108 odores estranhos geralmente associados com carnes e alguns vegetais estocados em aerobiose aparecem; ● De 108 a 109 quase todos os alimentos apresentam sinais óbvios de deterioração: limosidade, odor estranho; ● De 109a 1010há mudanças estruturais definitivas no produto. Componentes essenciais para o crescimento microbiano: ● C – açúcares e lipídios – energia e biossíntese; ● H – proteínas – biossíntese; ● O – ar – energia; ● Água disponível. Deterioração de leite e derivados: Leite: excelente meio de cultura para microrganismos: ● Alta atividade de água; ● pH próximo da neutralidade; ● Rico em nutrientes; ● Contaminação do leite: o Ordenha, equipamentos e utensílios utilizados durante a manipulação, transporte, processamento e armazenamento; ● A qualidade dos derivados depende das condições microbiológicas da matéria-prima; Defeitos microbiológicos: ● Sabores e odores estranhos: o Microrganismos sobreviventes de pasteurização ou contaminação após o tratamento térmico; o Sabor e odor ácidos: reação de fermentação de açúcares; o Sabor amargo: presença de peptídeos (proteólise); o Sabor e aroma de ranço: oxidação ou hidrólise de gordura; o Aroma de caramelo/queimado: provocado por Lactobacillus lactis var. maltigenes; o Odor de estábulo: Enterobacter. ● Alterações na cor: o Relacionadas as características físicas e composição química; o Microrganismos produtores de pigmentos: ▪ Azul: Pseudomonas syncynea; ▪ Amarela: Pseudomonas syncynea, Flavobacterium; ▪ Vermelha: Serratia marcescens e Micrococcus roseus. ● Rancidez: o Ação de enzimas lipolíticas – hidrólise ou oxidação; o Produtos das reações: aldeídos, cetonas e ácidos; ● Alterações na viscosidade: o Leite, creme ou soro de leite; o Material capsular – aspecto mucilaginoso; o Ex: Alcaligenes viscolatis, Enterobacter spp., Klebsiella. ● Produção de gás: o Efeito acompanhado de acidificação do leite. Produção de espumas; o Ex: coliformes, Bacillus, Clostridium spp. Deterioração de carnes e derivados: Carne: excelente meio de cultura. ● Alta atividade de água; ● Rico em substâncias nitrogenadas, minerais e fatores de crescimento; ● pH favorável para a maioria dos microrganismos; ● Condições de abate + condições de estresse = quantidade e tipo de microrganismos; ● Deterioração de carnes de acordo com a atmosfera e temperatura que envolve os produtos e se são provocados por bactérias, fungos e leveduras; ● Carne refrigerada: microrganismos psicrotróficos; ● Carnes mantidas em condições de temperaturas mais elevadas: sofre ação de microrganismos putrefativos; Alterações em condições de aerobiose: ● Limosidade superficial: o Temperatura do armazenamento; o Quantidade de água disponível; o Pseudomonas – Alcaligenes: carnes com alta atividade de água; o Alimentos com menor atividade de água: micrococos, fungos filamentosos e leveduras. ● Alterações na cor dos pigmentos: o Pigmentos de carne: hemoglobina e mioglobina (tecido muscular 80 a 90%); o A cor vermelha da carne pode adquirir tons de verde, marrom ou cinza devido a produção, por bactérias, de H2S, compostos oxidantes, como peróxidos, por exemplo. ● Esverdeamento: o H2O2 – salsichas e algumas carnes curadas e embaladas a vácuo; ▪ Exposição do produto ao ar; ▪ Crescimento de microrganismos no centro do produto – acúmulo de H2O2. Pode ser causado por Lactobacillus viridescens, Enteroeoceus faecalis; o H2S – carnes frescas embaladas a vácuo e impermeáveis a trocas gasosas e mantidas a temperaturas de 1 a 5°C; ▪ H2S + mioglobina – sulfomioglobina; ▪ Pseudomonas mefítica, Shewanella putrefaciens. ● Rancificação: o Aldeídos e ácidos são produzidos durante reações de oxidação: alteram o sabor e odor das carnes; o Microrganismos lipolíticos (lipases e oxidases); o Pseudomonas, Bacillus, leveduras e fungos filamentosos; ● Alterações na cor: o Bactérias: Serratia marcescens; o Leveduras: cores branco, rosa, creme e marrom; o Fungos filamentosos: pontos brancos – Penicillium, Sporotrichum carnis; o Fungos: superfície mais viscosa e pegajosa e em alguns casos há formação de micélio cotonoso – Rhizopus. ● Odores e sabores estranhos: o Perceptíveis antes que qualquer outro sinal de deterioração o seja; o Ácidos voláteis (acético, butírico e propiônico) – odor ácido. ● Bactérias aeróbias facultativas e anaeróbias; ● Interior da carne: o Acidificação: acúmulo de ácidos (degradação enzimática bacteriana) – Clostridium e coliformes; o Putrefação: decomposição anaeróbia de proteínas com produção de compostos de aroma desagradável com H2S, indol, escatol, putrescina e cadaverina – Clostridium; o Odores e sabores estranhos: odores fétidos mais intensos. Deterioração de frangos: ● Bactérias; ● Crescimento superficial; ● Odores estranhos são percebidos em contagens 2,5x106 UFC/cm2; ● 10°C – Pseudomonas e leveduras; ● > 10°C – Alcaligenes spp. E Flavobacterium spp. ● Limosidade; ● Pigmeno pioverdina – Pseudomonas; ● Odores alterados. Deterioração de ovos: ● A maioria dos ovos é inócuo na parte interna; ● Podem contaminar em contato com matéria fecal da ave, gaiola e ninho, durante a lavagem, manipulação ou na embalagem utilizada; ● Microrganismos variados encontrados na casca: Gram positivos; ● Proteção do ovo: o Casca e cutícula de revestimento; o Membranas internas; o Envelhecimento do ovo; ● Barreiras químicas: o Albumina (pH alto, baixa biodisponibilidade de compostos nitrogenados); o Proteínas ligadas às riboflavinas – micronutrientes tornam-se indisponíveis para microrganismos; ● Pode-se verificar a deterioração: o Aparência; o Iluminação transmitida; o Rachaduras; o Perda do frescor, brilho, manchas de sujeira e sangue coagulado; ● Como ocorrem as alterações de origem microbiana? o Microrganismo tem que contaminar a casca; o Atravessar os poros das cascas; o Atingir as membranas; o Desenvolver na clara do ovo apesar de todas condições desfavoráveis e atingir a gema – deterioração; ● Deterioração de origem bacteriana: o Pseudomonas fluorescens: pontos verdes na clara; o Acinetobacter e Alcaligenes: alteram a cor da gema; o Proteus spp: pontos negros na gema; o Alteram odor (odor pútrido). ● Deterioração de origem fúngica: o Emboloramento no estágio inicial de crescimento; o Cor varia com os esporos do fungo (Penicillium); o Deterioração superficial (Penicillium, Alternaria). Deterioração de alimentos envasados ou enlatados: ● Não deveriam sofrer deterioração microbiana: o Pois são submetidos a tratamentos térmicos; ● Principais causas da deterioração: o Deterioração pré-processamento ou incipiente; o Contaminação do alimento enlatado por meio de falhas nas costuras das latas; o Resfriamento inadequado; o Subprocessamento; ● A contaminação do alimento por meio das falhas das costuras nas embalagens metálicas, duranteo resfriamento, é caracterizada pela microbiota de bactérias não formadoras de esporos que não sobreviveriam ao tratamento térmico; Alimentos envasados e enlatados são classificados: ● Baixa acidez (pH acima de 4,5) podem ser deteriorados por: o Bactérias termófilas; o Bactérias anaeróbias termófilas – não produtoras de H2S. A lata fica estufada podendo chegar à explosão devido à produção de CO2 e H2. o Bactérias mesófilas formadoras de esporos – putrefativas anaeróbias. Causa estufamento da lata e odor tipicamente podre. Inclui-se neste grupo a espécie Clostridium botulinum. ● Ácidos (pH entre 4,5 e 4,0): o Bactérias termófilas, anaeróbios butíricos e bactérias não formadoras de esporos (principalmente as láticas), desta forma a lata estufa e geralmente estoura e o produto fica com odor ácido. ● Alta acidez (pH abaixo de 4,0): o Fungos e leveduras e/ou bactérias láticas. Geralmente a lata fica estufada pela produção de CO2. Deterioração de produtos de origem vegetal: Composição: ● Meio adequado para crescimento de microrganismos: o Alta atividade de água; o Baixa acidez; o Potencial de oxirredução; ● Erwinia carotovora, Pseudomonas spp., Clostridium, Bacillus; ● Hidrolisam a pectina – pecnases – amolecimento do vegetal, odor desagradável e aparência úmida; ● Agentes fúngicos – mais importantes do que as bactérias; ● Gênero Botrytis – podridão fúngica em pelo menos 26 espécies de vegetais – podridão cinza. Deterioração de sucos de frutas e hortaliças: ● O pH do suco depende do produto; ● Alto teor de água; ● Depende mais da temperatura de armazenamento do que da própria composição do suco; ● 15 a 35°C – favorecerá o crescimento de leveduras; ● Alterações em sucos armazenados a temperatura ambiente: o Fermentação alcoólica (leveduras); o Fungos filamentosos que crescem na superfície; o Oxidação do álcool a ácido acético quando bactérias acéticas estão presentes; ● Fermentação lática: bactérias láticas (Lactobacillus brevis); ● Produção de limosidade: Leuconostoc mesenteroides; ● Sucos de hortaliças: o Menor conteúdo de água; o Menos ácidos (pH 5,0 – 5,8); o Bactérias láticas. Deterioração de cereais, farinhas e produtos de panificação: ● Cereais e farinhas: microbiota contaminante mais relacionada ao ambiente de cultivo e armazenamento; o Atividade de água baixa; o Bacillus e bolores; ● Panificados: armazenamento em ambiente com alta umidade relativa: crescimento de bolores. Risco de contaminação por manipulação inadequada. Deterioração de açúcares e doces: ● São de difícil contaminação e sofre pouca deterioração quando preparados; ● Bacillus e Clostridium; ● Deterioração: armazenamento em condições de extrema umidade; ● Leuconostoc mesenteroides: problemático em usinas açucareiras; ● Balas, confeitos e bombons: Clostridium sporogenes; o Contaminação proveniente de ingredientes. Deterioração de condimentos e nozes: ● Condimentos: o Não sofrem deterioração como os demais grupos de alimentos; o Pode ocorrer o crescimento de bolores durante a desidratação; o São tratados com óxido de propileno e irradiação: reduzem a carga microbiana; ● Nozes: o Alto teor de gordura e baixa umidade: difícil deterioração; o Armazenamento com alta umidade relativa: bolores; o Risco de produção de micotoxinas.
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