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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FERNANDÓPOLIS – SP
ARTIGO 5, §5 LXV da CF: a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
Autos nº XXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX
Galdenio, brasileiro, solteiro, carteira de identidade número 592.485.292-58, residente e domiciliado na Avenida Fernandópolis, 1100, nesta Cidades, vem através de seu advogado que infra escreve, REQUERER O RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
I - DOS FATOS
1.1.	Com fulcro no artigo 5, § LXV da Constituição Federal, bem como, o Artigo 310, parágrafo 4º do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito aduzidos. Para tanto, segue:
1.2.	O requerente preso em flagrante no delito cometido na data de XX/XX/XXXX pelo crime de lesão corporal, onde a autoridade policial baseou-se na confissão exarada pelo Réu.
1.3.	Entretanto, salienta-se que o requente, ao se dirigir a delegacia para confessar o crime acima descrito, confessou mediante o arrependimento posterior, conforme previsto no Artigo 16 do Código Penal, fato este que não foi considerado ao realizar a prisão em flagrante do Autor.
 
1.4.	Sendo assim, o requerente não teve a oportunidade de marcação para uma data de audiência, tendo em vista que até a presente data, não foram recolhidas nenhuma oitiva das vítimas ou das testemunhas, que pudessem realizar a queixa ou até mesmo, comprovar a história que foi confessada pela Ré, deixando aberto o exposto da acusação.
II - DO DIREITO
2. Quanto a ilegalidade da prisão em flagrante;
2.1.	De tamanha importância ressaltar a observação dos fatos, em atenção ao descumprimento legal do expresso no caput do artigo 310 do código de processo Penal. Conforme segue:
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
2.2.	Demonstrado acima, o Requerente deve ser encaminhado a uma audiência de custódia dentro de um prazo de 24 horas após a sua prisão em flagrante, ato este infrutífero até o momento.
2.3.	Ressaltando o parágrafo 4º do Artigo, deve ser considerada ilegal a prisão por não cumprir ordem a lei. Para tanto, segue;
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Conforme entendimento jurisprudencial do STJ, onde há a caracterização da “ilegalidade na demora da realização da audiência de custódia
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E PORTE ILEGAL DE ARMA. PEDIDO DE SUPERAÇÃO DA SÚMULA N. 691 DO STF. TERATOLOGIA. PRISÃO EM FLAGRANTE POR MAIS DE 24 HORAS. DEMORA NA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA. ILEGALIDADE CARACTERIZADA. ORDEM CONCEDIDA. 1. Permite-se a superação da Súmula n. 691 do Supremo Tribunal Federal quando, a um primeiro olhar, constatar-se flagrante ilegalidade na liberdade de locomoção do paciente. 2. No caso dos autos, o investigado foi preso em 13/12/2018 e permaneceu custodiado unicamente em função do flagrante até o cumprimento da decisão que deferiu o pedido liminar. 3. Considerando que a prisão em flagrante se caracteriza pela precariedade, de modo a não permitir-se a sua subsistência por tantos dias sem a homologação judicial e a convolação em prisão preventiva, identifico manifesta ilegalidade na omissão apontada, a permitir a inauguração antecipada da competência constitucional deste Tribunal Superior. 4. Ordem concedida para, confirmada a liminar, relaxar a prisão em flagrante do autuado, sem prejuízo da possibilidade de decretação da prisão preventiva, se concretamente demonstrada sua necessidade cautelar, ou de imposição de medida alternativa, nos termos do art. 319 do CPP. Determinada, ainda, comunicação ao CNJ.
(STJ - HC: XXXXX CE XXXXX/XXXXX-9, Relator: Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento: 19/03/2019, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/03/2019)
2.4.	Em atenção ao pedido feito em relação a Prisão preventiva;
 
2.5.	O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante delito em prisão preventiva, alegando em citado exposto abaixo que o requerente:
“(...) que por mais que cometeu a lesão corporal, afim de ir visitar com urgência um parente que se encontrava de forma debilitada, e no mesmo instante houve o arrependimento da vara, trazendo para este processo mais um a atenuante, pois o mesmo se encontrava de forma triste, com a possibilidade de não ver mais este parente, com a cabeça de que poderia ter prejudicado e lesionado pessoas, no decorrer da ação, decidiu se confessar, já que estava “arrependido” do ato cometido.”
III	- DOS PEDIDOS
Diante o exposto, requerer a procedência do pedido de relaxamento da prisão em flagrante, com a imediata expedição do alvará de soltura em favor do requerente, para que haja a solene JUSTIÇA.
Termos em que pede deferimento.
São Paulo, 10 de março de 2023